3536 SOCIAIS
Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Índice
2.1.3.Negatividades da velhice..............................................................................................18
2.2.1.Definições.......................................................................................................................20
2.2.2.Ideias pré-concebidas...................................................................................................21
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2.3.Representações da morte....................................................................................................24
3.3.3.A reforma........................................................................................................................40
3.3.4.Coabitação/conflito de gerações..................................................................................41
3.3.5.Respostas institucionais................................................................................................42
Bibliografia........................................................................................................................................50
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Tarefas de desenvolvimento são aquelas que a pessoa deve cumprir para garantir o seu
desenvolvimento e consequente ajustamento psicológico e social.
São tarefas com as quais as pessoas satisfazem as suas necessidades pessoais e garantem
o desenvolvimento e manutenção de padrões sociais e culturais. Desta forma dão
sustentação ao progresso social e cultural e em consequência ao bem-estar do indivíduo.
As tarefas não são estanques em cada etapa, embora algumas sejam preferencialmente
típicas de uma determinada fase. Em cada fase todas se relacionam entre si e o prejuízo
numa das tarefas pode comprometer o desenvolvimento futuro dessa tarefa ou de outras.
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Cumprir todas as tarefas é importante, como é importante também que o idoso conte com
o apoio da família, da sociedade e dos profissionais que atuam na área. Dessa forma, ele
poderá ter uma velhice bem-sucedida e usufruir do prazer de ser e de viver, contribuindo
para o bem de todos.
Tarefas básicas
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São eles:
(i) Pequena infância (até aos 12/18meses);
(ii) Primeira infância (12/18 meses - 3 anos);
(iii) Idade do jogo (3 - 6anos);
(iv) Idade escolar (6 - 12 anos);
(v) Adolescência (12 - 18 anos);
(vi) Jovem adulto (18 - 35 anos);
(vii) Maturidade (35 - 65 anos; vida adulta);
(viii) Velhice (após os 65 anos; vida adulta tardia).
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Em cada um desses estádios há um conflito normativo, perante o qual o indivíduo tem que
optar por uma de duas posições antagónicas (momento de crise).
A resolução ou não desse conflito contribui para a formação da sua identidade, apesar de
cada estádio despontar de forma independente da natureza da resolução do estádio
anterior.
Se resolvido com sucesso, surge o que Erikson denomina virtude. Considera-se que o
desenvolvimento das crianças e adolescentes é relativamente universal, enquanto o dos
adultos é díspar, dependendo muito mais das suas experiências pessoais.
Reflexo desta conceção é o facto de 3/4 do ciclo de vida estarem incluídos nos três últimos
estádios propostos pela sua teoria.
Esta última fase corresponde à integridade do ego ou o desespero. Os adultos mais velhos
(segundo Erikson, a partir dos 60 anos) precisam avaliar as suas vidas, resumi-las e aceitá-
las, para aceitar a aproximação da morte.
Aqueles que, ao fazerem esta análise, não encontram grandes motivos para orgulho
pessoal e satisfação, tenderão ao desespero, por verem que o tempo já passou e não há
mais condições para concretizar novos projetos e metas.
Erikson argumenta que a pessoa não deve chegar a esta fase com o tormento de que
“deveria ter feito” mais ou “poderia ter sido” melhor. A certeza de que viveu uma vida
produtiva trará uma maior aceitação da hora da morte, que se avizinha.
Todavia, Erikson defende que um pouco de desespero é inevitável. Ele diz que as pessoas
precisam de se “lamentar” – não apenas pelos próprios infortúnios e oportunidades
pessoais perdidas, mas também pela “vulnerabilidade e transição da vida”.
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Peck afirma que ao longo da vida, as pessoas precisam cultivar faculdades mentais e
sociais que cresçam com a idade;
A vida deve encaminhar-se de tal forma que as preocupações com trabalho, bem-estar
físico e mera existência não suplantem a mais importante reflexão que todos devem ter
antes de chegar à velhice: entender-se a si mesmo e dar um propósito à vida.
Só assim, a velhice chegará sem traumas e será um período de orgulho das realizações e
livre de frustrações, medos e desespero.
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A primeira conclusão a que rapidamente chegou é que a vida da pessoa está em constante
alteração devido a fatores biológicos, psicológicos e sociais. Cada fase caracteriza-se por
mudanças em termos de acontecimentos, atitudes e realizações durante o ciclo de vida.
O desenvolvimento da vida humana processa-se por fases, que abrangem toda a sua
extensão, conjugando a idade cronológica com processos que marcam momentos de
expansão (infância), culminância (vida adulta) e contração (velhice), sendo o
amadurecimento psicológico orientado e organizado por metas ao longo de todo o
processo.
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A quinta fase, que começa por volta dos 65 anos, é marcada, conforme os indivíduos, por
um período de calma após a vida ativa, e a que corresponde também uma nítida
decadência física e de elasticidade mental.
Neste momento é clara a consciência que não mais lugar à realização de grandes objetivos
e metas pessoais, por isso, o idoso muitas vezes reformula os seus objetivos restringindo-
os a um plano mais concreto e imediato.
A autora concluiu, a partir dos seus estudos, que a sensação de não se ter alcançado e
cumprido de forma satisfatória os seus objetivos era um fator mais importante que o
declínio físico no desencadear de problemas de adaptação na velhice.
Neste aspeto, a teoria de Bühler vai ao encontro dos resultados da investigação mais
recente no campo do desenvolvimento do adulto e idoso.
A primeira perceção que se pode ter acerca da vida adulta é de que ela corresponde a uma
época estável, sem grandes mudanças.
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Assim, nesta perspetiva, a vida adulta é uma etapa de estabilidade, onde a personalidade
do indivíduo não sofre alterações. O adulto é concebido como alguém que sente
adversidade pela mudança.
Este estádio caracteriza-se pela independência emocional relativamente aos pais e pela
exploração das potencialidades profissionais e afetivas.
De um modo geral, podemos considerar que passagem para o estado adulto ocorre quando
o indivíduo:
Aceita as transformações físicas;
Adota os papéis sexuais masculinos e femininos;
Mantém relações sociais maduras;
É independente emocionalmente dos pais;
Interioriza as normas sociais;
Adota um sistema de valores e aspirações sociais;
Prepara-se /assume uma profissão.
O início da idade adulta varia de um indivíduo para o outro e uma passagem adequada
para essa fase depende da resolução satisfatória das crises da infância e da adolescência.
O adulto está mais ‘disponível’ para efetuar novas aprendizagens, pois necessita de dar
resposta aos novos problemas que se lhe colocam na sua vida quotidiana.
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Estes acontecimentos permitem aos adultos explorar os seus significados e valores pessoais
e transformá-los de forma a torná-los mais congruentes com a realidade.
O ciclo vital da família inicia-se com a formação do casal, ou seja constrói-se a partir do
namoro, um período composto por magia, de planos futuros, mas também tem por
característica ser um tempo curto. O novo Sistema aparece quando há o casamento, dando
lugar a uma nova família, ou seja ao subsistema conjugal.
Tornar-se um casal, ou seja, o casamento é uma das tarefas mais difíceis e complexas do
ciclo de vida familiar. Quando duas pessoas resolvem casar, não são apenas elas que
casam, existe também a união de duas famílias. Podemos dizer que é a união de dois
sistemas imensamente complexos.
Cada família tem costumes próprios, valores e maneiras de viver a vida diferentes se não
existir tolerância entre o casal é muito provável a existência de conflitos dentro do
casamento.
Aquilo que se pensa, o que se espera e o que se vai praticando no casamento dependem
de dimensões contextuais — recursos, tempo histórico, momento do ciclo de vida, culturas
— e de dimensões existenciais e identitárias.
A própria organização da vida conjugal está condicionada pela divisão social e sexual do
trabalho no plano da sociedade.
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Nas sociedades desenvolvidas do mundo ocidental o estádio adulto atinge-se cada vez mais
tarde devido ao prolongamento da formação necessária para o desempenho das tarefas
profissionais.
Ao longo destes três períodos, o adulto vai atravessando nove etapas que se alternam
segundo um ciclo de questionamento e estabilização: a vida adulta é, pois, caracterizada
por um constante dinamismo.
A família é um elemento central nas sociedades humanas, sendo considerada a mais antiga
instituição social, independentemente da forma que assume e da extensão das suas
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funções nas diferentes culturas e épocas históricas, podemos afirmar que continua a
protagonizar uma ação fundamental na reprodução dos seres humanos.
A família tem mudado de acordo com os vários modelos familiares que coexistem nas
sociedades contemporâneas. Desta forma, propõe-se uma definição mais alargada de
família, a qual assenta na existência de solidariedade e laços biológicos ou sociais, podendo
estes últimos estar ou não oficialmente instituídos
As famílias portuguesas sofreram evoluções importantes, sendo uma das mais notórias a
diminuição da sua dimensão, que é, em média, de 3,1 pessoas por agregado familiar.
Aumentaram as famílias pequenas e diminuiu o número de famílias numerosas.
Sendo o casamento o primeiro momento que marca a constituição de uma nova família, o
segundo momento do ciclo de vida da família é quando a família tem filhos, ou seja quando
nasce o primeiro filho. Nesta etapa surgem dois subsistemas (parental e filial), assumem-se
novas funções, tarefas e uma reorganização relacional.
A família com filhos na escola, é a terceira etapa do ciclo vital familiar. Existe um encontro
de dois sistemas (família e escola). A entrada dos filhos para escola constitui para a família
“o primeiro grande teste ao cumprimento da sua função externa, e através dela, sua
função interna.”
A quarta etapa do ciclo vital surge quando a família tem filhos adolescentes, sendo a etapa
mais difícil e longa. No desafio da gestão da relação entre pais e filhos, os pais devem
adquirir e manter funções executivas, não esquecendo que o período da adolescência é
conturbado, caracterizado por mudanças e dúvidas. Nesta fase assume lugar de destaque o
grupo de pares, decorrendo frequentemente conflitos geracionais.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
A família com filhos adultos constitui a última etapa do ciclo vital familiar. Esta fase é cheia
de mudanças, de movimento familiar, caracteriza-se por saídas e por entradas e novas
relações e novos papéis.
Nesta fase o indivíduo já não é considerado novo, mas ainda não é velho, verifica-se algum
declínio na saúde e habilidades físicas, mas também o desenvolvimento da maturidade
como consequência das experiências quotidianas.
Trata-se de uma fase caracterizada por expectativas sociais estruturadas, com um forte
cariz psicossocial. É, assim, um período marcado por transições sociais no contexto familiar
(saída dos filhos e morte de familiares da geração mais velha) e no contexto laboral (auge
da carreira e aproximação da reforma).
Principais desenvolvimentos:
As mulheres entram na menopausa;
Ocorre uma certa deterioração da saúde física e declínio da resistência e perícia;
A sabedoria e capacidade de resolução de problemas práticos são acentuadas; a
capacidade de resolver novos problemas declina;
O senso de identidade continua a desenvolver-se;
A dupla responsabilidade de cuidar dos filhos e pais idosos pode causar stresse;
A partida dos filhos tipicamente deixa o ninho vazio;
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Para alguns, o sucesso na carreira e ganhos atingem o máximo; para outros ocorre
um esgotamento profissional;
Busca do sentido da vida assume importância fundamental;
Para alguns, pode ocorrer a crise da meia-idade.
Tarefas básicas:
Aceitação do corpo que envelhece;
Aceitação da limitação do tempo e da morte pessoal;
Manutenção da intimidade;
Reavaliação dos relacionamentos;
Relacionamentos com os filhos: deixar ir, atingir igualdade, integrar novos
membros;
Relação com seus pais: inversão de papéis;
Preparação para a velhice.
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Na maioria dos países desenvolvidos considera-se que ocorre aos 65 anos, altura em que o
indivíduo entra na reforma e passa a ser considerada pessoa idosa; já nos países em vias
de desenvolvimento essa transição tem lugar aos 60 anos.
Para evitar a utilização indevida da idade cronológica é necessário considerar que cada
pessoa tem várias idades: Biológica, Psicológica e Sociológica.
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Físicas:
Alterações na aparência;
Sentidos menos apurados,
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Cognitivas:
Aparecimento de doenças psíquicas;
Perdas de memória;
Pensamentos e medo da morte.
Psicossociais:
Reflexão sobre a sua vida antes da velhice:
o Se a avaliação for negativa implica sentimentos de fracasso e desespero;
o Se positiva, leva a sentimentos de satisfação e integridade da identidade.
Daqui resulta a sabedoria.
2.1.3.Negatividades da velhice
Essa deterioração física pode ser de tal forma acentuada que compromete os aspetos
positivos acima mencionados. A perceção de que essa deterioração é inevitável faz com
que a velhice se torne um fenómeno ameaçador e angustiante para muitas pessoas.
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Verificamos que no grupo etário com 65 anos ou mais, nas famílias constituídas apenas por
uma pessoa, deparamo-nos com 321054 famílias, ou seja, 321054 indivíduos. Isto
representa 19,0% da população total com 65 anos ou mais.
Pode-se assim concluir que na generalidade dos idosos portugueses um em cada cinco
famílias é constituída apenas por um elemento (o idoso), ou seja, vive sozinho. Apesar do
isolamento social não significar necessariamente solidão, é um fator predisponente que se
deve ter em conta.
Na realidade, a solidão é uma das queixas mais frequentes entre a população idosa. Isto
resulta da saída dos filhos para o mercado de trabalho, com deslocação para uma cidade
diferente, com a chegada da reforma e com a viuvez.
Para resolver algumas das causas que se acredita empiricamente estarem na origem da
solidão e do mal-estar dos idosos, por vezes é decidido o internamento num lar de idosos,
mas nem sempre com sucesso, pois nem sempre uma instituição, com apoio formal
supostamente suficiente, reduz o sentimento de solidão emocional do idoso.
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No entanto, o lar de idosos pode não ser a solução para quem quer ter um final de vida
tranquilo, pois muitas vezes o idoso tem dificuldade em partilhar um espaço que deveria
ser só seu e que sente ser invadido por estranhos, vendo-se obrigado a partilhar o quarto
com outras pessoas.
Vários autores averiguaram nos seus estudos a importância das relações sociais, e
observaram que estas oferecem suporte social, influenciando positivamente o bem-estar
psicológico e a saúde percebida. Além disso, reduzem o isolamento social (e a solidão) e
aumentam a satisfação com a vida.
2.2.1.Definições
Mitos
O mito é uma construção do espírito que não se baseia na realidade e por isso constitui
uma representação simbólica.
Estereótipos
O estereótipo nada mais é do que um padrão de comportamento, previsto, que acredita-se
característico e esperado em relação a determinada pessoa individualmente ou ato dos
membros de um grupo social, cultural, profissional ou etário.
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Atitudes
Uma atitude nem sempre determina um comportamento (este deve ser o esperado, de
modo a que não seja punido pela sociedade). Só o determina em determinadas
circunstâncias.
O comportamento nem sempre é determinado pela atitude porque por vezes temos uma
atitude e somos levados a agir de forma diferente devido à pressão da sociedade, pois
quando não se age conforme a sociedade somos punidos.
2.2.2.Ideias pré-concebidas
A Gerontologia tem vindo, recentemente, nas suas investigações, a dissipar alguns destes
estereótipos face ao idoso, enquanto pessoa frágil, dependente, pobre, assexuado,
esquecido, infantil, e contribuído para uma descrição mais realista do que é o adulto na
última fase do ciclo vital.
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As atitudes negativas face aos idosos existem em todos os níveis sociais: intervenientes,
beneficiários, governantes etc.
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Podemos concluir que a atitude que adotamos ao olhar para esta etapa marcará a forma
como a viveremos e a desfrutaremos.
Os mitos escondem muitas vezes uma certa hostilidade, e impedem o contacto verdadeiro
com os idosos. Levam as pessoas a adotarem medida se comportamentos inadequados
face, pelo que é urgente o seu esclarecimento.
2.3.Representações da morte
A velhice traz consigo a perspetiva de morte. Mesmo com o aumento da esperança de vida
da população humana, a vida e sempre um período finito.
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Esta finitude passa a ser mais consciente com a chegada da velhice. A perda de amigos,
familiares e de pessoas de referência social reforça esta característica.
Quando existe uma doença grave, ou outra condição de saúde, incluindo aspetos físicos,
mentais e sociais que gera sofrimento, a morte passa a ser não só uma probabilidade mas
também uma alternativa.
1.Recusa
Resultado do choque emocional de receber a notícia que está a morrer, a pessoa entra em
negação, não querendo aceitar que esta é a sua realidade. Leva a comportamentos como a
troca de médico, adesão a seitas ou religiões, ou procura de erros no diagnóstico,
terminando com a aceitação deste.
2. Cólera
A revolta resultante da impotência e frustração sentidas leva a que, por vezes, a pessoa
tenha comportamentos de cólera para com quem a rodeia, espelhando a injustiça que
sente.
3. Negociação
Passada a cólera, a pessoa tenta frequentemente chegar a acordo com uma força superior
pela sua vida: ”se viver serei bom pai/mãe/filho/profissional/pessoa…”. Nesta fase, o
moribundo pode perder a lucidez. Quando tal não acontece, passa-se à fase seguinte.
4. Depressão
Surgem sentimentos de mágoa, culpabilidade ou vergonha relativos à sua doença;
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5. Aceitação
Quando o doente finalmente aceita a inevitabilidade da sua condição, alcançando paz
interior que irá transmitir a quem o rodeia e iniciando o seu afastamento.
O conhecimento das fases de um processo de luto e morte permite que a pessoa e quem a
rodeia se preparem para o mesmo, compreendendo as reações e adequando o seu
comportamento às necessidades de cada etapa, tornando o processo o mais pacífico
possível.
No entanto, muito se devia ao facto de que, quem atingia essa idade mais avançada, eram
indivíduos detentores de riqueza e que tinham tido melhores condições de vida em relação
aos restantes. Deste modo, a condição de pessoa idosa ‘respeitada’ estava associada a
uma mais-valia patrimonial e não somente ao facto de ter muitos anos de vida.
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A velhice, em si, não tinha um estatuto específico. Quando necessária, a solidariedade para
com as pessoas idosas tinha lugar em contextos privados, familiares. As preocupações em
contexto público eram somente dirigidas à velhice desprotegida e à mendicidade, através
das instituições de beneficência.
Institucionalmente, ser-se pessoa idosa era ser-se pobre, indigente ou doente, pelo que a
valorização do indivíduo passava pela identidade pessoal. Este contexto foi designado como
velhice invisível, uma vez que o apoio às pessoas idosas era remetido para o espaço
doméstico, somente.
Nas ditas sociedades industriais e pós industriais, a segregação etária torna-se comum,
baseada no ciclo produtivo e associada à reforma, sem relação com as possibilidades
económicas do indivíduo. O que antes não se verificava (na verdade, poucos saberiam ao
certo a sua idade), passa a suceder.
Neste contexto, os idosos começam a ser comparadas com indivíduos que as rodeiam,
geralmente mais novas e atraentes e com estilos de vida diferentes, não com base na
identidade e valor pessoal, mas nas ‘características da velhice em geral’.
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Com esta drástica alteração, e inerente marginalização, atingir a terceira idade torna-se
desprestigiante e desmotivador, havendo uma maior tendência à passividade, aumento da
dependência e, consequentemente, das dificuldades.
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Os idosos passam a ser mais, em termos proporcionais e em número absoluto. Com a sua
probabilidade aumentada de desenvolver situações de dependência (características de
idades mais avançadas), irão exercer maior pressão sobre os sistemas de apoio formal e
informal a nível da prestação de cuidados.
Estes cenários deixam antever mudanças no mercado de trabalho, nos cuidados de saúde,
nos regimes de pensões, nos sistemas educativos e nas infraestruturas habitacionais e
urbanas.
O aumento do número de idosos, bem como a maior longevidade do ser humano, não
devem ser considerados um problema, pois são conquistas decorrentes do processo de
envelhecimento social.
Cabe, pois, à sociedade criar condições para que o homem, ao viver mais tempo, possa
usufruir de melhores condições de vida, considerando as alterações normais do processo
de envelhecimento.
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As comparações sociais vão traduzir-se numa hierarquia que pode ser de indivíduos no
mesmo grupo (por exemplo, a família), ou dos vários grupos na sociedade (os jovens e os
idosos, a população ativa profissionalmente e a inativa).
Quando se fala do estatuto do idoso, refere-se uma posição hierárquica que este ocupa no
meio em que se movimenta. Se esta for elevada, a sua identidade social é positiva e tida
como modelo.
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Esses significados diferem de cultura para cultura e de época para época, o que conduz ao
surgimento de diferentes interpretações sobre a velhice.
Esse processo funciona como uma ‘ferramenta de diagnóstico social’, com a qual se
inferem as competências sociais, cognitivas, crenças religiosas e capacidades funcionais
que devem estar presentes no indivíduo em função da sua faixa etária.
Dimensão cognitiva
Qual o tipo de raciocínio, de preocupações e de sensibilidade do indivíduo.
Dimensão ideológica/normativa
Quais as obrigações e deveres que deverá ter. A maioria das sociedades possui ‘relógios
sociais’, normas relativas a acontecimentos que devem ocorrer no ciclo vital do indivíduo e
que regulam em que altura da vida deve realizar determinada ação ou deixar de exercer
uma outra (entre os 20 e os 30 anos deve casar, ter filhos, assumir responsabilidades).
Dimensão interacional
Qual o tipo de relações que deve estabelecer com os indivíduos da sua e outras faixas
etárias.
Dimensão coletiva
Qual a possibilidade de ser admitido ou não numa determinada organização em função da
idade (aos 40 anos pertencer a uma coletividade para adolescentes ou a um de grupo de
reformados).
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A velhice caracteriza-se pela mudança de papéis e pela perda de alguns deles, tais como a
perda do estatuto profissional, mudança nas relações familiares e nas redes sociais. Essas
mudanças são inevitáveis pois a velhice é uma etapa especialmente intensa de perdas
afetivas.
Como tal, o desafio principal do envelhecimento é o confronto com essas perdas, o que vai
exigir um esforço por parte do idoso para adaptar-se a essas situações para manter a
qualidade de vida desejada.
Outros acontecimentos marcantes nesta fase são: as perdas, o afastamento dos familiares,
com a saída dos filhos de casa, os pais enfrentam um novo desafio, entrando numa nova
fase do ciclo vital, a família pós-parental; perda de pessoas queridas (provocando
sentimentos de solidão) e desânimo.
De um modo geral, com o passar da idade as relações sociais e a troca de apoio social
diminuem. Deste modo, o sentimento de solidão surge associado à diminuição das redes
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Eis algumas das coisas mais importantes às quais o idoso pode ver-se obrigado a ajustar-
se:
Ao decréscimo de força e de saúde;
À reforma;
À eventual viuvez;
À necessidade de se filiar num grupo de pessoas idosas;
À necessidade de manter obrigações sociais e cívicas;
À necessidade de investir no exercício físico;
À necessidade de ter cuidados redobrados com a alimentação;
À mudança de papéis sociais.
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Sempre se acreditou que a velhice se traduzia por uma notável diminuição dos processos
cognitivos. Nos últimos vinte anos, diversas investigações têm permitido matizar estas
afirmações. Hoje podemos afirmar que é possível conservar a saúde mental até ao fim da
vida, e que a maior parte das pessoas o conseguem.
Envelhecer é também aceitar o inevitável, isto é, a perda gradual das funções orgânicas, a
mutilação, a separação, o sofrimento, o confronto com o desconhecido e a morte.
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Estes resultados demonstram que o que podia ser uma etapa da vida livre de preocupações
económicas e cheia de atividades lúdicas, como é para apenas alguns idosos, converte-se
em bastantes casos num período de escassez, problemas de saúde e solidão.
Os idosos são o grupo da população que registaram as maiores taxas de pobreza. Esta
pobreza notória na maioria dos idosos de hoje, devido às reformas que recebem, leva em
muitos dos casos à exclusão social. É fácil para um idoso com disponibilidade financeira
procurar apoio em instituições privadas para colmatar as suas necessidades, afirmando-se
assim como independe.
A exclusão social e a pobreza podem estar por detrás de muitos casos de solidão. Como
seria também de se esperar, as famílias mono parentais, os idosos, a viver só ou em casal
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
(ambos idosos) e as famílias alargadas, são as categorias mais vulneráveis a qualquer tipo
de pobreza.
Hoje em dia, cerca de 300 mil dos idosos sobrevivem com rendimentos abaixo de 300
euros por mês - valor que corresponde ao chamado «limiar de pobreza»
internacionalmente definido.
A mesma conclusão se chega tendo em conta os diferentes tipos de apoio social que estes
necessitam:
Apoio instrumental, que se refere a aspetos materiais como ajuda económica;
Apoio informal, que se refere a informações, ajuda para pensar ou encontrar
alternativas;
Apoio emocional, que é o sentimento de pertença a alguém, que se é valorizado,
cuidado, desejado e querido.
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A velhice é assim encarada como uma realidade viva e que o período socialmente
considerado de declínio constitui ainda, uma fase de desenvolvimento humano.
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No relacionamento com sua história o idoso pode atribuir novos significados a factos
antigos e os tons mais maduros da sua afetividade passam a colorir a existência com novos
matizes; alegres ou tristes, frustrantes ou gratificantes, satisfatórias ou sofríveis.
A sociedade atual não valoriza muito os seus idosos, desperdiçando o potencial que poderia
retirar destas pessoas, que apesar da idade avançada, continuam a ter muito para dar ao
mundo.
O seu potencial de desenvolvimento é enorme, visto que os idosos têm uma experiência de
vida inigualável, representando um apoio, em diversas áreas, aos mais jovens, partilhando
as suas experiências e continuando a ter um papel ativo na sociedade.
Envelhecer não deve ser sinónimo de doença e inatividade. Apesar de ainda assistirmos,
em alguns contextos culturais, a atitudes negativas face à velhice, a sociedade está a
mudar, há novos valores e conceitos em construção e que são difundidos em diversos
contextos mundiais.
Se a pessoa foi capaz de ao longo da sua vida ir-se adaptando às situações existentes, terá
mais facilidade de entrar neste ciclo de vida, de uma forma mais saudável.
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De uma maneira global, o ambiente rural fomenta menos pressão sobre os idosos (a
confusão nas ruas é pouca, roubos e agressões são raros ou inexistentes, e o sentimento
de segurança é maior).
Muitos dos idosos que aqui habitam continuam a cuidar dos seus animais e de parcelas de
terrenos, conservando-se ativos e habilitados até que a força física o possibilite. Estes
vivem em maior consonância com o ambiente do que os idosos urbanos.
Consequentemente, no meio rural o idoso tem um nível de vida melhor, com mais bem-
estar e menos carências. Aqui o idoso é mais autónomo, ainda trabalha e todos são mais
ou menos conhecidos entre si.
Os meios rurais são contextos privilegiados de envelhecimento, uma vez que têm algumas
vantagens, tais como:
Facultar às pessoas maior familiaridade com o meio;
Favorecem um ritmo de vida mais lento aos idosos, cujos tempos de reação possam
estar lentificados;
Maior estabilidade populacional, proporcionando a manutenção dos laços afetivos,
maior contato, e uma maior rede de vizinhança, o que dita maior apoio
instrumental, emocional e psicológico.
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Neste sentido, os domínios rurais podem constituir-se como meios favorecidos pela
promoção de redes de relação em que cada sujeito conhece os nomes, vida, saúde dos
outros membros da comunidade, reduzindo a ameaça de ficar no anonimato e no
esquecimento.
Por sua vez, envelhecer em meio urbano pode significar correr o risco de acabar a vida
cada vez mais só, menosprezado, sem qualquer visibilidade social. Para muitos dos idosos
que vivem em cidades de grandes dimensões, as redes sociais de apoio são frágeis e o
suporte social é insuficiente.
3.3.3.A reforma
O tempo que antes era investido na atividade profissional pode ser encarado
negativamente pelo idoso, já que suas as rotinas estão alteradas. Assim, essa inatividade
pode ter repercussões negativas na saúde e no bem-estar do idoso.
Também existe a crença que a partir da reforma do indivíduo inicia-se a velhice, e que tal
corresponde a uma perda, declínio e deterioração das capacidades funcionais. Crença esta
que não corresponde à realidade, a reforma marca a perda de papéis sociais ativos, mas
não a deterioração mental.
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A reforma tem consequências distintas, o que para uns é encarado muito positivamente,
não o é, em muitos dos casos, para outros.
Se a reforma for planeada, não será um choque para a pessoa e esta já terá escolhido uma
forma de continuar a ser útil e ativa em sociedade, de acordo com as suas condições quer
físicas, quer psicológicas.
Todas as mudanças despoletadas pela reforma vão permitir ao sujeito uma nova
reformulação de valores, rotinas e objetivos.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
3.3.4.Coabitação/conflito de gerações
O tempo que as distancia é menor do que virá a ser no futuro e a permanência de quatro
gerações em simultâneo repete-se em maior número de casos.
No entanto, é agora menos frequente a coabitação dos pais idosos com os seus filhos
adultos e, em contrapartida, maior a proporção de idosos que vivem sós.
A "culpa da família" é a razão fácil a que se acomoda o agente social para justificar a
existência do problema. O sentimento de culpabilização que daí decorre, especialmente
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
para as mulheres, filhas ou noras, sempre potenciais cuidadoras, não é desejável nem
profícuo para a resolução do problema.
3.3.5.Respostas institucionais
As redes sociais de apoio têm assim uma importância fundamental na resolução destes
problemas. A definição de rede social de apoio surge de imediato ligada a um resultado em
termos do bem-estar do homem, promovendo especialmente a sua saúde mental.
As redes sociais de apoio, mais não são do que formas como as ligações humanas se
estruturam como sistemas de apoio (para manutenção e promoção da saúde das pessoas)
e os recursos que são partilhados entre os membros desse sistema”.
Deste modo, podemos dividir as redes sociais de apoio à pessoa idosa em dois grupos
principais: as redes de apoio formal e as redes de apoio informal. O apoio que estas duas
redes prestam é basicamente de dois tipos: apoio psicológico, ligado ao bem-estar
psicológico, e apoio instrumental, que consiste na ajuda física em situações de diminuição
das capacidades funcionais dos idosos.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Nas redes de apoio informal, estão incluídos por um lado as famílias do próprio idoso e por
outro, os amigos e os vizinhos.
O papel da família constitui o apoio necessário aos indivíduos na última fase da sua vida,
quando as suas capacidades funcionais diminuem e a autonomia não é mais possível.
Com a evolução da sociedade, o papel da família tem vindo a reduzir-se e a tornar-se mais
difícil, a que não é alheio, entre outros aspetos, o trabalho feminino e a própria exiguidade
das habitações. A família tem ainda um papel muito importante no apoio instrumental ao
idoso e também no seu bem-estar psicológico.
Quanto ao apoio informal prestado pelos amigos e vizinhos, parece desempenhar também
um papel preponderante no apoio à velhice, principalmente no ponto de vista emocional e
também na ajuda instrumental, verificando-se esta última mais em situações de ausência
de familiares.
Com tudo isto, podemos concluir e afirmar que a presença de redes sociais é um dado
decisivo para a qualidade de vida dos idosos e para o envelhecimento ativo.
Os contactos sociais facilitam o ajuste social, que também é uma forma de se chegar ao
bom envelhecimento. É neste sentido que a dimensão relacional assume um papel
importante na promoção da saúde, nomeadamente, na saúde mental.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Para tal, deverá verificar-se a existência de informação sobre aspetos e cuidados de saúde,
a presença de um ambiente seguro e tranquilo, o fomento de sentimentos positivos, de
laços sociais coesos com a família e amigos e de uma vertente espiritual, a criação de uma
rede social de ajuda e de apoio, a possibilidade de ouvir música e de deslocação física, a
adoção de atividades baseadas nas escolhas pessoais assim como de estratégias de
enfrentamento relativas à mudança e perda por parte dos indivíduos
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
É necessário mudar de paradigma para com a velhice, encarando-a como uma «etapa de
vida que significa plenitude, e não declínio inevitável; marca de sucesso, e não de
fracasso»
Assim, é dever de todo o cidadão responsável fazer com que estes direitos sejam
implementados e respeitados, à semelhança de todos os demais direitos humanos, e agir
com justiça em relação ao idoso de hoje, por forma a garantirmos o futuro do idoso da
amanhã.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Cabe, portanto, à sociedade assumir a defesa dos concidadãos idosos, com base numa
solidariedade intergeracional consciente e sem reservas, deixando, assim, a terceira idade
de ser objeto de olhares pejorativos e passar a ser respeitada, pois, ao fazermo-lo,
estamos de certa forma a cuidar de nós próprios e de todos aqueles que um dia atingirão
tal condição.
A pesquisa antropológica demonstra, assim, que a idade não é um dado da natureza, não é
um princípio naturalmente constitutivo de grupos sociais, nem um fator explicativo dos
comportamentos humanos.
Nas sociedades ditas primitivas, nas quais não existia essa conceção cronológica presente
no pensamento ocidental, o que orienta a ação dos seus membros é a conceção de
maturidade dos indivíduos e não ‘datações detalhadas’.
Nas sociedades tribais, os grandes rituais de passagem são rituais da trajetória da vida e
essa trajetória é marcada não por princípios biológicos, mas pelo lugar social que aquela
sociedade considera fundamental para marcar a saída da infância ou a entrada na
adolescência e na velhice.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Os koriak e os Chukchee, localizadas na Sibéria, matam seus velhos durante uma cerimônia
especial, enquanto os Breek e Crow, localizados na África do Sul, abandonam os velhos em
uma cabana, fora da aldeia, enquanto os esquimós “esquecem-nos na neve ou em um iglu
para que morram de frio.
Os Incas permaneciam cativos até os 50 anos, podendo ser recrutados para o exército ou
serviços comunitários. A partir dos 80 anos, passavam a executar tarefas de pequeno
porte, mas continuavam a ser temidos e obedecidos por todos, tendo poder, inclusive, para
castigar crianças desobedientes.
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Velhice – ciclo vital e aspetos sociais
Entre os balineses os papéis eram bem definidos, mas com o passar do tempo, as tarefas
dos idosos aumentavam devido ao respeito e a experiência que acumulavam: as mulheres
cuidavam da família, os homens não exerciam trabalhos físicos, mas assumiam papel de
médico e contador de histórias, eram sacerdotes honorários dos templos e opinavam sobre
o rumo da aldeia.
Entre os russos, o provérbio "onde estão os cabelos brancos está a razão" direcionava a
comunidade ao respeito e obediência aos anciãos, chefes das famílias. Os homens eram
responsáveis pela assistência aos pais idosos e, por essa razão, somente eles tinham direito
à herança paterna. As mulheres idosas, sem qualquer direito à herança, dirigiam as tarefas
domésticas e as dividiam com as mais jovens.
Os árabes idosos da civilização islâmica eram respeitados como mestres por sua
consciência, alto padrão moral e conhecimento profundo dos assuntos da sociedade.
Podemos concluir que, em muitas culturas e civilizações, o idoso não é mais que um velho,
ultrapassado, um fracasso do potencial do ser humano; mas noutras, o idoso é visto com
respeito, admiração e até veneração, representando para os mais novos um manancial de
experiência, do saber acumulado, da prudência e da reflexão.
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Bibliografia
AA VV., Constituição de uma rede de cuidados: interação com a família e o meio social do
idoso, manual de formação, Ed. Santa Casa de Misericórdia de Mértola
Documentos eletrónicos
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