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Aulas remotas/2020
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A filosofia medieval teve como influências principais PLATÃO e ARISTÓTELES, embora o Platão conhecido
pelos medievais fosse o neoplatônico (isto é, interpretado pelo filósofo Plotino, do séc. II d. C.), e o
Aristóteles por eles conhecido fosse aquele conservado e traduzido pelos pensadores muçulmanos,
particularmente Avicena e Averróis.
Conservando e discutindo os mesmos problemas que a patrística, a filosofia medieval acrescentou outros.
Durante esse período surge propriamente a filosofia cristã, que é, na verdade, uma teologia fundada na
nova fé dominante no Ocidente. Alguns de seus grandes temas são a diferença e separação entre infinito
(Deus) e finito (homem, mundo); a diferença entre razão e fé (a primeira deve subordinar-se à segunda); a
diferença e separação entre corpo (matéria) e alma (espírito); o Universo como uma hierarquia de seres,
pela qual os superiores (Deus, serafins, querubins, arcanjos, anjos, alma) dominam e governam os
inferiores (corpo, animais, vegetais, minerais); a subordinação do poder temporal dos reis e nobres ao
poder espiritual de papas e bispos.
Chaui, Marilena. Iniciação à filosofia : ensino médio, volume único – 2. Ed. – São Paulo : Ática, 2014.
Questões:
Desde os primeiros séculos da era cristã, pensadores têm-se debruçado sobre a questão da conciliação
entre fé e razão. Muito foi e tem sido discutido sobre o assunto, mas ainda observa-se que existem dúvidas
relacionadas à importância de ambas para o desenvolvimento da humanidade [...]
Durante a Idade Média, mais precisamente no período caracterizado de Escolástica, a discussão sobre este
tema foi muito acirrada. Esta reflexão está fundamentada no que foi sintetizado pelo pensador aristotélico,
Tomás de Aquino (1225-1274) e João Paulo II (1920-2005), tomista contemporâneo. Ambos querem provar
que a razão e fé precisam caminhar juntas, pois o homem delas precisa para dar crédito ao que por ele for
investigado.
Para muitos teóricos, filósofos e sociólogos, a época atual é marcada por fenômenos que representam um
divisor de águas com a Modernidade. Chamada e estudada como Pós-Modernidade, ela é caracterizada
por mudanças significativas provocadas e vividas pelo homem. Este por sua vez, tem se revelado cada vez
mais inseguro no que diz respeito ao conhecimento de si próprio. Perguntas como, Quem é o homem? De
onde vem e para onde vai? Demonstram, desde as mais remotas épocas, um profundo anseio do
conhecimento que o homem tem por si e pela sua origem [...]
É pelo uso correto da razão que os homens se descobrem e se realizam, encontram o sentido para
existirem. Lembremo-nos da máxima do filósofo Sócrates “conhece-te a ti mesmo”. Esse conhecimento de
sua própria pessoa levará o homem a ver-se distinto de outros seres [...] A razão lhe confere grande
potencial de conduzir a si e aos outros. A procura pela verdade, que somente pode ser obtida com o auxílio
da razão, faz do homem um ser que não se satisfaz facilmente e procura sempre mais abarcar os mais
recônditos mistérios da verdade.
Tomás de Aquino reconhece a autonomia da razão, mas não admite o fato de que ela sozinha seja capaz de
penetrar nos mistérios de Deus apesar de ser Ele, a sua finalidade. Ele não faz uma exclusão total da razão.
Ele a vê como uma luz concedida por Deus ao homem, para que este alcance a ciência do bem e do mal [...]
A fé é o ato de assentir algo que não é evidente, que não está explícito e proporciona a razão a obter com
maior agilidade e credibilidade o seu objetivo: a verdade. Por mais que a razão se esforce para provar
determinadas proposições, somente a fé é capaz de lhe conceder a aceitação daquilo que não é evidente e
está fora do alcance do seu poder e interno ao seu querer.
A razão orienta a ciência para a tentativa de descobertas de questões emergentes que se afloram ao longo
do desenvolver da humanidade. A fé é, para os que creem, uma luz que os ilumina em momentos difíceis,
fazendo-os aceitar que muitas questões o homem não é capaz de solucionar [...]
Deus é o autor da natureza humana e infundiu nela os primeiros princípios da razão, segundo nos diz
Tomás: “... o conhecimento dos princípios naturalmente evidentes é infundido em nós por Deus” (AQUINO,
1996, p. 54). Assim, nada que os contradiga pode proceder da ciência divina, posto que isto conduza à
pressuposição que existe contradição em Deus. Dessa maneira, entre uma razão que provém de Deus e
uma revelação que também procede dEle, não pode haver contradição possível.
Fonte: Revista Pandora Brasil – Número 34, Setembro de 2011 – ISSN 2175-3318. Diego Oliveira Reis. O
acordo entre fé e razão na filosofia tomista, p. 146-154.
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