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INOVAÇÕES E NOVOS CICLOS TECNOLÓGICOS: para o desenvolvimento de


uma país

Paulo Henrique da Silva Abreu Júnior

RESUMO

A ciência e tecnologia está presente desde os tempos mais remotos, sendo expressa
desde a criação e uso do fogo nos primórdios da humanidade, até a decolagem de
um ônibus espacial atualmente, mas durante todo esse tempo ela veio como uma
forma de esperança, uma forma para ajudar e auxiliar a humanidade mesmo trazendo
preocupações quanto à privacidade, desemprego e desigualdade. Onde pode ser
usada de diversas formas para fins gerais e capaz de explorar todos os ramos da
ciência e penetrar pelos poros da sociedade.

Palavras-chave: Ciência. Tecnologia. Inovação.

1. INTRODUÇÃO

Você quer uma receita simples para nunca mais se preocupar com as
baterias do seu smartphone? Ou para diminuir sua culpa por que perdeu a data de
vacinação de seu bebê? Ou, ainda, para jamais se atrasar porque não consegue
encontrar as chaves do seu carro? É fácil. Basta fechar os olhos e imaginar um mundo
sem ciência e tecnologia, em que nós faríamos parte de uma civilização sem telefone,
automóvel ou vacinas. E sem a eletricidade, o avião, o trem e navios; ou os avanços
da medicina, da engenharia, da física, das ciências humanas e da biologia. Sem a
escrita, a linguagem e a busca pelas nossas origens jamais chegaríamos a conformar
o arsenal gigantesco das ciências da vida, que nos permite valorizar, preservar,
ampliar e buscar sentido para nossa existência.

2. DESENVOLVIMENTO

Ciência e tecnologia compõem o DNA do modo de produção da vida


material, dos mecanismos econômicos que apontam para a prosperidade. São
emuladores do futuro e fonte de apreensão, já que nem todos os países conseguem
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acessá-las do mesmo modo e nem todas as pessoas são beneficiadas por seus
resultados da mesma maneira. Por conta dessa desigualdade, muitos pesquisadores
apontam para a perda de dinamismo da ciência moderna e da tecnologia que estariam
drenando sua capacidade de atuar como motores da prosperidade. O ponto central é
que o avanço das ciências é muito dependente de instrumentos e da evolução de
tecnologias. E essa evolução provoca impactos na própria atividade científica, como
os caminhos abertos pelos meios digitais de hoje sugerem fortemente.

2.1 ARGUMENTAÇÃO

A muitos pode parecer ridículo insistir em exemplos mostrando como a


ciência pervade e molda a sociedade contemporânea. Afinal, 2,5 bilhões de pessoas
na Terra passam horas por dia em seus smartphones! Mas a questão colocada é atual.
Muitas pessoas movidas por doutrinas extravagantes insistem em questionar a
importância da ciência. E não me refiro aos cidadãos mais simples. Esses, em sua
grande maioria, sabem que, quando precisarem, as novas tecnologias a serviço da
medicina irão beneficiá-los e lhes permitirão viver bem por muito mais tempo do que
seus antepassados.
Eles também sabem que, se for preciso, poderão um dia ter algum de seus
órgãos substituído por órgãos artificiais produzidos com os novos materiais
descobertos pela ciência, às vezes melhores que os órgãos originais de nascença. Os
questionamentos mais importantes vêm de “intelectuais”. São oposições
incompreensíveis. Em algumas esferas intelectualizadas, às vezes parece que a coisa
mais importante é ser diferente dos outros. Não existe nenhum mal em se adotarem
dietas exóticas. Há mesmo cientistas que se dedicam a aperfeiçoá-las. Mas dietas
exóticas não resolvem o problema de alimentar 7,5 bilhões de pessoas.
Para alimentar a humanidade, são necessárias tecnologias modernas que
permitam a produção de alimentos em grandes quantidades. Cabe decidir o que é
mais importante: alimentar o maior número possível de pessoas ou seguir as regras
estritas preconizadas por uma casta intelectualizada. É papel da ciência fornecer
meios para que a produção de alimentos possa aumentar, para que os alimentos
produzidos sejam da melhor qualidade, e que os modos de produção sejam menos
agressivos à natureza.
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Essa é a meta, mas enquanto isso é preciso ter em mente que os 7,5
bilhões de humanos precisam comer todos os dias e que é preciso produzir os
alimentos de que necessitam. E de maneira abundante, porque as regiões mais
pobres são dominadas por políticos e vão continuar com fome mesmo que os
alimentos existam. Cabe à ciência aprimorar ainda mais as tecnologias de produção
para que a fome possa ser erradicada.

A atualidade da questão colocada neste artigo pode ser sentida na atual


crise das vacinas. De repente, alguns iluminados passaram a fazer campanha contra
as vacinas, utilizando à larga os meios modernos de comunicação. Uma campanha
que foi silenciosa, mas bem sucedida. O resultado foi o que se viu. Doenças já
largamente erradicadas, como o sarampo, voltaram a matar pessoas! E o fantasma
do retorno da poliomielite atemoriza os profissionais da saúde. Em ambos os casos a
medicina dispõe de vacinas modernas e de comprovada eficiência e as mortes
verificadas ocorrem por culpa daqueles que irresponsavelmente difundem inverdades
para a população.
A computadorização da ciência não significa apenas a possibilidade de se
lidar com gigantescos bancos de dados e com sistemas estatísticos mais sofisticados.
A pesquisa atual é capaz de empregar algoritmos de machine learning que detectam
padrões, inferências e correlações que os olhos e mentes humanos não conseguem
identificar, nem relembrar e muito menos prever. Os novos campos de pesquisa
permitem que os processos naturais sejam revisitados, que novos materiais sejam
desenhados e modelos matemáticos simulados.
Ao longo da história, muita gente imaginou o potencial dessas técnicas e
métodos, mas em anos recentes o grau de complexidade alcançado pode afetar não
somente a produtividade das economias, mas também fundamentos sociais. A
constelação de tecnologias que compõem a inteligência artificial desponta como a
mais promissora em meio à onda atual de inovações e como fonte de esperança para
as sociedades, ainda que estimule preocupações quanto à privacidade, desemprego
e desigualdade. A física, a química, a biologia, as engenharias e todas as ciências
sociais já estão sendo questionadas em seus fundamentos com os avanços da
inteligência artificial. O poder de transformação de suas técnicas aponta para a sua
configuração como uma tecnologia de propósito geral, capaz de penetrar por todos os
ramos da ciência e pelos poros das sociedades.
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As perspectivas abertas para países desenvolvidos e emergentes como o


Brasil são imensas. O Brasil não está obrigado a seguir os mesmos passos de outras
nações, nem a realizar as mudanças em linha do tempo similar, pois a flexibilidade
dessas tecnologias permite-nos saltar fases e contornar obstáculos que paralisaram
países avançados por décadas.
Insistimos, as oportunidades colocadas para países em desenvolvimento
são inéditas e enormes. Perdê-las, mais uma vez, significa condenar nosso país a
sobreviver nas franjas da ciência e da economia mundial, com dificuldades imensas
para a geração de emprego de qualidade e de elevação da produtividade de nossa
economia e do padrão de vida dos brasileiros.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por isso, causa-nos profundo desconforto ser levados a defender a ciência,


a tecnologia e inovação como contraponto à narrativa e atuação anticiência do
governo atual. Afinal, estamos em 2021, em meio a um poderoso ciclo tecnológico
cujo epicentro está em grandes conglomerados de (poucos) países avançados. O
debate real deveria versar sobre como podemos nos apropriar desses avanços, como
fazer as inovações trabalharem para todos, com ética, respeito à privacidade, sem
preconceito e com transparência. De que forma o poder público deveria estar
definindo prioridades e critérios para melhorar a qualidade do investimento. E sobre o
que poderia ser feito para manter a estabilidade de recursos, o aprofundamento das
relações entre universidade e empresa e a cooperação entre o público e o privado.
Esse caminho flagrantemente óbvio está sendo solenemente ignorado nos
dias que correm. E se não colocarmos rapidamente o País nos trilhos, perderemos,
além da chance de sacudir nossas empresas e universidades, que precisam se abrir
para o mundo e para a sociedade, qualquer possibilidade de conexão com o futuro.

REFERÊNCIAS

ARBIX, Glauco. Ciência e tecnologia em um mundo de ponta-cabeça.


Observatório da Inovação: USP, 2020.
ARBIX, Glauco. Novo ciclo tecnológico requer que a sociedade repense seu
pacto fundador. Instituo Humano Unisinos: IHU, 2020.
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ABSTRACT

Science and technology is present in the most remote times, being expressed since
the creation and use of fire in the early days of humanity, until the takeoff of a space
shuttle today, but during all this time it came as a form of hope, a way for help and
assist humanity even raising concerns about privacy, unemployment and inequality.
Where it can be used in various ways for general purposes and able to explore all
branches of science and penetrate through the pores of society.

Keywords: Science. Technology. Innovation.

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