CONCEITOS IMPORTANTES
● A obrigação pode ser positiva (dar coisa certa, dar coisa incerta, restituir e
fazer) ou negativa (não fazer).
ART.233
ART.234
ART.235
ART.236
ART.237
ART.238
ART.239
ART.240
ART.241
ART.242
ART.243
Das obrigações de dar coisa incerta: cuja prestação consiste na entrega de
coisa especificada apenas pela espécie e quantidade. É o que ocorre quando o
sujeito se obriga a dar duas sacas de café, por exemplo, sem determinar a
qualidade. Trata-se das chamadas obrigações genéricas.
Quantidade
Coisa incerta Gênero
Qualidade
ART.244
ART.245
ART.246
ART.247
ART.248
ART.249
ART.250
Das obrigações de não fazer: tem por objeto uma prestação negativa, um
comportamento omissivo do devedor.
ART.251
ART.252
Das obrigações alternativas: diz-se alternativa a obrigação quando comportar
duas prestações, distintas e independentes, extinguindo-se a obrigação
pelo cumprimento de qualquer uma delas, ficando a escolha em regra com o
devedor e excepcionalmente com o credor.
- se a opção for deferida a terceiro e este não quiser ou não puder exercê-la,
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. (§4°)
ART.253
ART.254
ART.255
ART.256
A obrigação se exaure por falta de objeto, desde que não tenha havido culpa
do devedor ou do credor.
ART.257
Obrigação indivisível: por sua vez, só podem ser cumpridas por inteiro.
ART.258
ART.259
ART.260
Se a pluralidade for de credores, pelas mesmas razões acima indicadas,
poderá qualquer deles exigir a dívida inteira. O devedor (ou devedores) se
desobrigará (desobrigarão) em duas hipóteses:
ART.261
ART.262
ART.263
ART.264
ART.265
O artigo elenca as duas únicas fontes da solidariedade: a lei ou a vontade das
partes. Não havendo previsão expressa na lei ou no contrato, presume-se
inexistente a solidariedade.
ART.266
a) Pura e simples.
b) Elemento acidental do negócio jurídico – nesse caso, a lei permite
que se dê tratamento diferenciado aos devedores, admitindo a
coexistência de prestação pura e simples para alguns e condicionada ou
a termo para outros, sem que se destrua a solidariedade.
ART.267
Da solidariedade ativa
Eis aqui a essência da solidariedade ativa: o direito que cada credor tem de
exigir de cada devedor a totalidade da dívida e não poder o devedor ou
devedores negarem-se a fazer o pagamento da totalidade da dívida, ao
argumento de que existiriam outros credores.
ART.268
ART.269
ART.270
ART.271
ART.272
ART.273
ART.274
ART.275
Da solidariedade passiva
ART.276
ART.277
ART.278
ART.279
ART.280
ART.281
ART.282
ART.283
O codevedor que sozinho paga a dívida, paga além da sua parte e por isso tem
o direito de reaver dos outros coobrigados a quota correspondente de cada um.
É mediante ação regressiva que se restabelece a situação de igualdade entre
os codevedores, pois aquele que paga o débito recobra dos demais as suas
respectivas partes.
ART.284
ART.285
Exemplo: Relação entre fiador e/ou avalista e o devedor principal, em que este
é o maior beneficiado pelo cumprimento da prestação por seus garantidores.
ART.286
Cessão de crédito
ART.287
ART.288
ART.289
A cessão de crédito garantida por hipoteca abrange a garantia (art. 287), e, por
se tratar de crédito real imobiliário, é de toda conveniência para o cessionário
que se proceda à averbação da cessão ao lado do registro da hipoteca.
ART.290
Isso não quer dizer, todavia, que não deva ser notificado a respeito do ato, até
para saber que, a partir daquela comunicação, não pagará mais a dívida ao
credor primitivo (cedente), mas sim ao novo (cessionário).
ART.291
ART.292
ART.293
Essa regra, reveste-se da mais alta importância prática, e significa que o sujeito
passivo da obrigação poderá defender-se, utilizando as “armas jurídicas”
que apresentaria contra o cedente.
Assim, se o crédito foi obtido mediante erro ou lesão, por exemplo, poderá opor
essas exceções à cessão do crédito. Da mesma forma, poderá provar que já
pagou, ou que a dívida fora remitida (perdoada).
ART.295
ART.296
ART.297
Por outro lado, nada impede que, no ato de transmissão do crédito, o cedente
expressamente se responsabilize pela solvência do devedor. Nesse caso,
além de garantir a existência do crédito, torna-se corresponsável pelo
pagamento da dívida, até o limite do que recebeu do cessionário, ao que se
acrescem juros, bem como a obrigação de ressarcimento das despesas da
cessão e as que o cessionário houver feito para a cobrança da dívida. Trata-se
da denominada cessão pro solvendo, a qual exige prévia estipulação
contratual.
ART.298
Vale registrar, ainda, que, uma vez penhorado um crédito, este não mais
poderá ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora. No
entanto, se o devedor não tiver conhecimento da penhora e pagar ao
cessionário, ficará desobrigado, restando apenas ao terceiro prejudicado
entender-se com o credor.
ART.299
Assunção de dívida
ART.300
ART.301
ART.302
O assuntor só pode alegar contra o credor as exceções derivadas da própria
obrigação assumida, não lhe cabendo invocar as defesas pessoais que
derivem da relação existente entre o devedor primitivo e o credor.
ART.303
Terceiro não interessado: pessoa que não guarda vinculação jurídica com a
obrigação-base, por nutrir interesse meramente moral.
ART. 306 CC
ART. 307 CC
ART. 308 CC
ART. 309 CC
Credor putativo: É aquele que, não só à vista do devedor, mas aos olhos de
todos, aparenta ser o verdadeiro credor ou seu legítimo representante.
ART 310 CC
ART.311 CC
Deve ser considerado como autorizado a receber o pagamento aquele que está
munido do documento da quitação (recibo), salvo se as circuntâncias
afastarem a presunção relativa desse mandado tácito. Havendo controvérsia
sobre o portador da quitação, não terá eficácia o pagamento.
ART. 312 CC
ART.313 CC
Pode o credor se negar a receber o que não foi pactuado, mesmo sendo a
coisa mais valiosa.
ART.314 CC
ART.315 CC
ART.317 CC
“Resultou, da antiga cláusula rebus sic stantibus a ‘teoria da imprevisão’, com a preocupação
moral e jurídica de evitar graves injustiças, ao ser exigido cumprimento de contratos que não
tenham execução imediata, na forma estipulada, admitindo-se sua revisão ou resolução, por
meio de intervenção judicial, se as obrigações assumidas tornarem-se excessivamente
onerosas pela superveniência de fatos anormais e imprevisíveis à época da vinculação
contratual”
ART.318 CC
ART.319,320 CC
Nesse sentido o devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter
o pagamento enquanto não lhe seja dada.
Essa previsão tem por objetivo proteger futuramente o devedor para que o
título não seja cobrado novamente.
ART.322 CC
A razão dessa presunção reside no ponto de não ser natural ao credor receber
a cota subsequente sem que as anteriores tenham sido adimplidas.
ART.323 CC
ART.324 CC
ART.325 CC
Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação.
Eventualmente, se ocorrer aumento dessas despesas por fato imputável ao
credor, suportará este a despesa acrescida.
ART.326 CC
Se houver o pagamento por medida ou peso, deve-se entender, no silêncio das
partes, que aceitaram os critérios do lugar da execução da obrigação.
ART. 327 CC
O lugar do pagamento é de livre convenção das partes, daí que a regra geral
da dívida quesível só tem aplicação quando os contratantes não
convencionarem do modo diverso. E mesmo no silêncio do contrato, muitas
vezes as circunstâncias da avença, a natureza da obrigação ou a própria lei é
que determinam o lugar do pagamento.
ART.328 CC
ART.329 CC
O devedor, sem prejuízo ao credor, e havendo motivo grave, poderá efetuar o
pagamento em lugar diverso do estipulado.
ART.330 CC
O pagamento feito reiteradamente em outro local faz presumir a renúncia do
credor ao lugar previsto no contrato.
Supressio- supressão, por renúncia tácita, de direito ou posição jurídica, pelo
seu não exercício com o passar do tempo. (credor)
Surrectio- direito a favor do devedor, direito que não existia até então, mas
decorre da efetividade social, de acordo com os costumes.
ART.331 CC
Do tempo do pagamento
ART.332 CC
ART.333 CC
Finalmente, é possível ao credor exigir antecipadamente o pagamento:
ART.334
ART.335
ART.336
ART.337
Nem o credor nem o devedor podem ser compelidos a se deslocar para local
diverso do determinado originalmente, para o cumprimento da obrigação.
Assim, o foro competente para ajuizamento da ação é aquele local do
pagamento da obrigação.
ART.338
ART.339
ART.340
ART.342
ART.343
ART.344
ART.345
A sub-rogação pode ocorrer por imposição da lei (sub-rogação legal, art 346)
ou do contrato (sub-rogação convencional, art 347)
ART.346
- Em favor de terceiro interessado, que paga a dívida pela qual podia ser
obrigado, no todo ou em parte.
ART.347
ART.348
São aplicáveis à modalidade de sub-rogação convencional (art.347, I) a regras
sobre cessão de crédito.
ART.349
ART.350
ART.351
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
Conceito: ato pelo qual o devedor, de mais de uma dívida da mesma natureza,
a um só credor, escolhe qual delas quer extinguir.
ART.352
ART.353
ART.354
ART.355
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
ART.356
ART.357
ART.358
ART.359
DA NOVAÇÃO
a) Novação objetiva
b) Novação subjetiva
ART.360
ART.361
ART.362
ART.363
ART.364
ART.366
ART.367
DA COMPENSAÇÃO
ART.368
ART.369
a) Compensação legal
b) Compensação convencional
A compensação legal (tratada no dispositivo) é a regra geral, exigindo para
sua configuração, o atendimento de diversos requisitos legais, são eles:
ART.370
ART.371
ART.372
ART.373
ART.376
Ex: se um tutor deve ao credor e o credor deve ao tutelado, não pode o tutor
pretender compensar a sua dívida com a dívida que o credor tem para com o
tutelado.
ART.377
ART.378
ART.379
Ou seja, cabe ao devedor apontar qual das dívidas pretende compensar. Não o
fazendo, a escolha ficará a cargo do credor.
ART.380
DA CONFUSÃO
ART.381
Conceito: opera-se quando as qualidades de credor e devedor são reunidas
em uma mesma pessoa, extinguindo-se, consequentemente, a relação jurídica
obrigacional.
ART.382
Espécies de confusão:
ART.383
Isso quer dizer que a confusão operada em face de um desses sujeitos não se
transmite aos demais, mantidas as suas respectivas quotas.
ART.384
ART.385
ART.386
ART.387
Sendo o penhor uma obrigação acessória, extinta esta pela renúncia do credor
à garantia real, subsiste a dívida, obrigação principal, salvo se houver quitação
desta.
ART.388
ART.389
ART.390
ART.391
ART.392
ART.393
ART.394
Da mora
ART.395
ART.396
ART.397
ART.398
ART.399
a) O devedor, desde que não tenha agido com dolo para provocar a mora,
não responderá pelos riscos com a conservação da coisa.
b) As despesas que o devedor tiver com a conservação serão ressarcidas
pelo credor.
c) Se o valor da prestação oscilar entre o dia estabelecido para o
pagamento e o dia do efetivo recebimento, o credor estará obrigado a
receber pelo valor mais favorável ao devedor.
d) O devedor pode desobrigar-se, consignando o pagamento.
ART.401
Em síntese
Mora
Devedor não pagou ou credor não quis receber (no tempo, lugar e
forma estabelecidos)
Devedor responde pelos prejuízos + juros + correção monetária +
honorários.
Prestação se tornou inútil – credor pode rejeitar e pedir perdas e
danos.
Sem fato ou omissão imputável ao devedor – não há mora.
Ato ilícito – mora desde o dia que praticou.
Purga-se pelo devedor (prestação + prejuízos)
Purga-se pelo credor (oferecendo-se para receber e sujeitando-se aos
efeitos da mora até esta data)
ART.402
Perdas e Danos
ART.403
O devedor responde tão só pelos danos que se prendem a seu ato por um
vínculo de necessidade, não pelos resultantes de causas estranhas ou
remotas.
ART.404
ART.405
A regra geral de contagem dos juros de mora a partir da citação inicial só tem
aplicação quando inexistir regra específica, que pode estabelecer marcos
diferentes para a mora.
Perdas e Danos
O que perdeu + o que deixou de lucrar (regra)
Prejuízos efetivos e lucros cessantes.
São considerados apenas efeitos imediatos e diretos do
inadimplemento. Ainda que por dolo do devedor.
Perdas e danos: (atualização monetária + juros + custas + honorários
advocatícios.
juiz pode conceder indenização suplementar se os juros da mora não
cumprir o prejuízo e não houver pena convencional (cláusula penal)
juros de mora : citação.
JUROS
ART.406
A taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 é a do art. 161, § 1.º, do
Código Tributário Nacional, ou seja 1% (um por cento) ao mês.
ART.407
Juros legais
Quando os juros moratórios não forem convencionados.
Quando juros moratórios convencionados sem taxa estipulada.
Quando decorrer da lei.
Taxa: a que estiver em vigor para a mora do pagamento de imposto
devido à fazenda.
ART.408
Cláusula Penal
ART.409
ART.410
O credor poderá, a seu critério, nos termos do art. 410 do CC/2002, exigir a
cláusula penal, ou, se for possível faticamente e do seu interesse, executar o
contrato, forçando o cumprimento da obrigação principal, por meio da
imposição de multa cominatória.
ART.411
ART.412
O valor da cláusula penal não pode ser superior ao da obrigação principal sob
pena de se caracterizar enriquecimento ilícito.
ART.413
Tendo em vista esse permissivo legal, concluímos que a redução do valor da
pena convencional poderá se dar em duas hipóteses:
ART.414
Caso a obrigação seja indivisível, a exemplo daquela que tem por objeto a
entrega de um animal, descumprindo a avença qualquer dos coobrigados,
todos incorrerão na pena convencional, embora somente o culpado esteja
obrigado a pagá-la integralmente. Isso quer dizer que os outros devedores, que
não hajam atuado com culpa, responderão na respectiva proporção de suas
quotas, assistindo-lhes direito de regresso contra aquele que deu causa à
aplicação da pena.
ART.415
Por outro lado, sendo divisível a obrigação, como ocorre frequentemente nas
de natureza pecuniária, só incorrerá na pena o devedor ou o herdeiro do
devedor (se a obrigação foi transmitida mortis causa) que a infringir, e
proporcionalmente à sua parte na obrigação.
ART.416
Cláusula Penal
Devedor não cumpre a obrigação; ou se constitui em mora.
Pode referir-se a:
1- Inexecução completa
2- Cláusula especial
3- Mora
Total inadimplemento : CP torna-se alternativa a benefício do credor.
Nos casos de CP para as hipóteses (2) e (3): credor também pode
exigir a obrigação principal.
Valor da CP não pode ser maior que da obrigação principal.
Redução equitativa pelo juiz: obrigação cumprida em parte ou
montante manifestamente excessivo.
Não necessita que o credor alegue prejuízo.
ART.417
Arras ou sinal
ART.418
Regra Geral
Consequência:
Consequência:
ART.419
O dispositivo trata da possibilidade de se exigir, cumulativamente, indenização
e o recebimento das arras. Vale lembrar que o caso em questão só é aplicável
às hipóteses de arras confirmatórias.
ART.420