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012
#∃∃%
− 033333333333333333333333
!
∀#∃∃%
Aos meus pais,
com amor . . .
ii
Agradecimentos
iii
iv
Resumo
v
vi
Abstract
vii
viii
Sumário
Introdução 1
1 Conceitos básicos 3
1.1 Notação e definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Convolução de funções e medidas de Borel . . . . . . . . . . 4
1.3 A transformada de Laplace-Stieltjes . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Comportamento assintótico 33
3.1 Estimativas para ∆(z) e quantidades relacionadas . . . . . . 33
3.2 Comportamento assintótico para t → ∞ . . . . . . . . . . . 45
Bibliografia 53
ix
x
Introdução
1
2
Capı́tulo 1
Conceitos básicos
3
a NBV ([0, R], Cn×n ), para todo R > 0, são chamadas funções localmente
NBV e o conjunto delas é denotado NBVloc (R+ , Cn×n ).
O teorema de representação de Riesz estabelece que todo funcional linear
limitado f : C → C pode ser escrito na forma
Z r
def
f (ϕ) = dψ(θ)ϕ(−θ) = hψ, ϕi
0
onde ψ ∈ NBV ([0, r], Cn∗ ). Portanto, podemos representar o espaço dual de
C por C ∗ = NBV ([0, r], Cn∗ ).
Usaremos a notação comum na teoria de equações retardadas, ou seja,
para uma função x de [−r, ∞) para algum espaço de Banach X, definimos
xt : [−r, 0] → X por xt (θ) = x(t + θ), com −r 6 θ 6 0 e t > 0.
A notação utilizada para a derivada de uma função f será f˙. A matriz
adjunta de A será denotada por adj A. Além disso, a linha {z ∈ C : Re z =
R
γ}, será denotada por (γ) e definiremos (γ) . . . dz como o valor principal
R γ+iω
da integral limω→∞ γ−iω . . . dz. A função de Heaviside hy é definida por
hy (θ) = 0 se θ < y e hy (θ) = 1 se θ > y.
No restante deste capı́tulo, veremos alguns resultados necessários para
desenvolver a teoria das equações de renovação. Esses resultados foram
retirados do livro de Salamon [9] e Widder [11] com pequenas modificações.
4
espaços de funções NBV ([0, R), Cn ) e C([0, R], Cn ) “são” subespaços
vetoriais de Lp ([0, R), Cn ) para 1 6 p 6 ∞.
1 1
2. Tome 1 6 p 6 ∞ e q tais que p
+ q
= 1 (se p = ∞, então q = 1),f ∈
p q
L ([0, R], C) e g ∈ L ([0, R], C). Deste modo, a convolução entre f e
g, definida por
Z t Z t
g ∗ f (t) = g(s)f (t − s)ds = g(t − s)f (s) 06t6R
0 0
uma vez que f é um vetor linha. Com isto, temos a seguinte pro-
priedade:
(dα ∗ f )T = f T ∗ dαT .
def
5. A aplicação f 7→ dα ∗ f mapeia CR = {g ∈ C([0, R], Cn ) : g(0) = 0}
em si mesmo e mapeia NBV ([0, R), Cn ) em si mesmo. No entanto,
C([0, R], Cn ) é aplicado em si mesmo por f 7→ dα ∗ f se e somente se
α é contı́nua.
5
Mostremos que f 7→ dα ∗ f aplica CR em CR . Se f é contı́nua em um
intervalo [a, b] e f é extendida para t ∈ R por f (t) = f (a), t < a e
f (t) = f (b), t > b, então |f (t) − f (t + δ)| → 0 uniformemente, quando
δ → 0. Seja f contı́nua em [0, R] com f (0) = 0 e defina h(t) = dα∗f (t).
Para δ > 0,
Z t+δ Z t
h(t + δ) − h(t) = dα(s)f (t + δ − s) − dα(s)f (t − s)
0 0
Z t
= dα(s)(f (t + δ − s) − f (t − s))
0
| {z }
I1 (δ)
Z t+δ
+ dα(s)f (t + δ − s) .
t
| {z }
I2 (δ)
6
Z R Z R−t
= dα(s)dβ(t)g(t + s) (1.4)
0 0
|g(t)| 6 Ceγt .
7
Em particular, se α é de variação limitada em [0, r], segue que dα é γ-
exponencialmente limitada para todo γ ∈ R. Desta forma L(dα)(z) é uma
função inteira , uma vez que o intervalo de integração se reduz a [0, r].
Mostremos que se α e β são funções NBV e L(dα)(z) = L(dβ)(z), então
α = β e se f e g são funções γ-exponencialmente limitadas, com domı́nio
R+ , com L(f )(z) = L(g)(z), para z em um semiplano (Re z > γ), então
f (t) = g(t) para quase todo t ∈ R+ .
De fato, se α e β são funções NBV tais que
Z ∞ Z ∞
−zt
L(dα)(z) = e dα(t) = e−zt dβ(t) = L(dβ)(z), (1.9)
0 0
8
Demonstração. De fato,
Z ∞ Z ∞ Z ∞ Z ∞
−zt
L(f ∗ g)(z) = e f (s)g(t − s)dsdt = e−zt f (s)g(t − s)dsdt
0 0 0 0
9
Z ∞ z(t−u) ν+iω
1 e
= g(u) du
2πi 0 t − u ν−iω
Z
1 ∞ eν(t−u) sen(ω(t − u))
= g(u)du
π 0 t−u
Em t = 0, g(0−) = 0, logo
Z ν+iω
1 1
lim L(g)(z)dz = g(0+).
ω→∞ 2πi ν−iω 2
Lema 1.7. Sejam dα uma medida γ-exponencialmente limitada, isto é, para
algum C1 > 0,
|vα (t)| 6 C1 eγt
|f (t)| 6 C2 tk eγt ,
tk+1 γt
|dα ∗ f (t)| 6 C1 C2 e .
k+1
10
Demonstração. Estimamos
Z t Z t
|dα ∗ f (t)| = dα(s)f (t − s) 6
dvα (s)|f (t − s)|
0 0
Z t Z t
γs k γ(t−s) γt
6 C1 e C2 (t − s) e ds 6 C1 C2 e (t − s)k ds
0 0
k+1
t
= C1 C2 eγt .
k+1
o que mostra o resultado.
11
12
Capı́tulo 2
onde η, µ ∈ NBV ([0, r], Cn×n ) e tomamos µ contı́nua em zero para que
possamos garantir a existência e unicidade de solução para nossa equação.
Para exemplificar, considere a equação diferencial funcional
d
[x(t) + Cx(t − 1)] = Ax(t) + Bx(t − 1), t>0 (2.3)
dt
onde A, B e C são matrizes n × n. Tal equação pode ser escrita na forma
(2.1) tomando r = 1, µ(θ) = 0 se θ < 1, µ(θ) = −C para θ > 1 e η(θ) = A
para 0 < θ < 1 e η(θ) = A + B para θ > 1, então
Z 1
d d d
M xt = xt (0) − dµ(θ)xt (−θ) = [xt (0) − Cxt (−1)]
dt dt 0 dt
d
= [x(t) + Cx(t − 1)] (2.4)
dt
13
e
Z r Z r
Lxt = dη(θ)xt (−θ) = dη(θ)x(t − θ)
0 0
ou seja,
d M xt = Lxt t>0
dt
(2.6)
x = ϕ ϕ ∈ C.
0
ẋ(t) = Lxt ,
x = k ∗ x + f, (2.7)
14
ou alternativamente,
z = dα ∗ z + f, (2.9)
Teorema 2.2. Seja α ∈ NBV([0, R), Cn×n ) tal que a condição (2.11) é satis-
feita. Então valem:
def
1. Para todo f ∈ CR = {f ∈ C([0, R], Cn ) : f (0) = 0} existe uma única
solução z ∈ CR ,
z = dα ∗ z + f (2.12)
2. Para todo f ∈ NBV([0, R), Cn×n ), existe uma única solução z de (2.9)
em NBV([0, R), Cn×n ) que depende continuamente de f com respeito
a norma NBV.
15
de A segue da linearidade da convolução e A é limitado pois kAx(t)k =
kdα ∗ x(t)k 6 Var[0,R) α · kxk 6 M.kxk onde as desigualdades seguem do
item 8 da Observação 1.1. Seja α0 = limt→0+ α(t). Tome ǫ > 0 e γ > 0 tais
que
Var[0,ǫ] [α − α0 ρ] + e−γǫ Var[0,R) [α − α0 ρ] 6 21 k(I − α0 )−1 k−1
pois, se t−ǫ 6 τ 6 t, então |x(τ )|e−γt < |x(τ )|e−γτ , logo supt−ǫ6τ 6t |x(τ )|e−γt 6
sup |x(τ )|e−γτ = kxkγ e, se 0 6 τ 6 t−ǫ, então e−γt = e−γ(t−ǫ)−γǫ 6 e−γτ e−γǫ .
Portanto, sup06τ 6t−ǫ |x(τ )|e−γt 6 e−γǫ sup |x(τ )|e−γτ = e−γǫ kxkγ .
Considere agora a aplicação
T
x 7→ T (x) = (I − α0 )−1 [Ax − α0 x + f ], x ∈ CR .
16
Temos que T (x) ∈ CR visto que Ax − α0 x + f = d(α − α0 ρ) ∗ x + f , e ambas
parcelas estão em CR . Além disso, T é uma contração em CR com respeito a
norma k · kγ . De fato,
= 21 kx − ykγ .
z = z − α0 z + α0 z = (I − α0 )z + α0 z
= (I − α0 )T (z) + α0 z = Az − α0 z + f + α0 z = Az + f
= dα ∗ z + f.
hg, βi = g T ∗ dβ(R).
17
Dados α ∈ NBV ([0, R], Cn×n ) e f ∈ Lp ([0, R], Cn ), existem duas maneiras
equivalentes de resolver a equação (2.9); ou usando a solução fundamental,
ou usando o núcleo resolvente. Apresentaremos as duas a seguir.
ξ = dα ∗ ξ + ρ (2.13)
ξ = ξ ∗ dα + ρ. (2.14)
z = dξ ∗ f (2.15)
18
Demonstração. Seja x ∈ Lp ([0, R], Cn ) dada por (2.15). Então, por (2.13),
temos que
ζ = ζ ∗ dα + α (2.16)
δ = dα ∗ δ + α = d[ζ − ζ ∗ dα] ∗ δ + α = dζ ∗ δ − dζ ∗ dα ∗ δ + α
= ζ ∗ dδ − dζ ∗ α ∗ dδ + α = ζ ∗ dδ − ζ ∗ dα ∗ dδ + α
= ζ ∗ [dδ − dα ∗ dδ] + α = ζ ∗ d[δ − dα ∗ δ] + α
= ζ ∗ dα + α = ζ
z = dαT ∗ z + f.
19
Lema 2.6. Seja α ∈ NBV([0, R), Cn×n ) satisfazendo a condição (2.11) na
página 15 e seja ζ o núcleo resolvente de (2.8). Então, para f ∈ Lp ([0, R], Cn )
com 1 6 p 6 ∞, existe uma única solução z ∈ Lp ([0, R], Cn ) de (2.9), isto
é, z = dα ∗ z + f . Esta solução é dada por
z = dζ ∗ f + f (2.18)
z = dα ∗ z + f.
dζ ∗ z = dζ ∗ (dα ∗ z) + dζ ∗ f
= (dζ ∗ dα) ∗ z + dζ ∗ f
= d(ζ ∗ dα) ∗ z + dζ ∗ f
= d(ζ − α) ∗ z + dζ ∗ f
= dζ ∗ z − dα ∗ z + dζ ∗ f.
20
Demonstração. Se β ∈ NBV ([0, R), Cn×n ), temos que β(t) = β(R−) para
t > R. Tomando R > 0, definimos αR ∈ NBV ([0, R), Cn×n ) por αR (t) =
α(t) para 0 6 t < R e αR (t) = α(R−) para t > R. Denotamos por
ζR ∈ NBV ([0, R), Cn×n ) o núcleo resolvente da equação de renovação (2.8),
onde α é substituido por αR . Assim
21
2.3 Representação de uma EDF como uma equação
de renovação
Estabeleceremos aqui uma equivalência entre equações diferenciais funcionais
e uma classe de equações de renovação. Consideramos, como na seção ante-
rior, o problema de valor inicial em EDF
d M xt = Lxt t>0
dt
(2.23)
x = ϕ ϕ ∈ C.
0
e F : C → L∞ , definida por
Z r Z t Z r
F ϕ(t) = M ϕ + dµ(θ)ϕ(t − θ) + dη(θ)ϕ(s − θ) ds, t > 0,
t 0 s
(2.28)
aplica a condição inicial ϕ ∈ C na função forçante correspondente da equação
de renovação (2.25). Para ϕ ∈ C, temos que F ϕ(·) é constante em [r, ∞),
F ϕ(0) = ϕ(0) e F ϕ + µ · ϕ(0) é contı́nua.
22
Demonstração. Integrando o sistema (2.23), obtemos
Z t Z r
M xt − M ϕ = dη(θ)x(s − θ) ds. (2.29)
0 0
Agora, para qualquer ξ ∈ NBV ([0, r], Cn×n ) e para 0 < t 6 r, temos
Z r Z t Z r
dξ(θ)x(t − θ) = dξ(θ)x(t − θ) + dξ(θ)x(t − θ)
0 0 t
Z t Z r
= dξ(θ)x(t − θ) + dξ(θ)ϕ(t − θ) (2.30)
0 t
Portanto, para t > 0 e para todo ξ ∈ NBV ([0, r], Cn×n ), escrevemos
Z r Z t Z r
dξ(θ)x(t − θ) = dξ(θ)x(t − θ) + dξ(θ)ϕ(t − θ). (2.31)
0 0 t
23
Z t Z t Z t
= dµ(θ)x(t − θ) + dη(θ) x(s − θ)ds + F ϕ(t)
0 0 θ
Z t Z t Z t−θ
= dµ(θ)x(t − θ) + dη(θ) x(s)ds + F ϕ(t)
0 0 0
Z t Z t−θ Z t
t
= dµ(θ)x(t − θ) + η(θ) x(s)ds + η(θ)x(t − θ)dθ + F ϕ(t)
0 0 θ=0 0
Z t Z t
= dµ(θ)x(t − θ) + η(θ)x(t − θ)dθ + F ϕ(t)
0 0
Z t
= [dµ(θ) + η(θ)dθ]x(t − θ) + F ϕ(t)
0
Z t
= dk(θ)x(t − θ) + F ϕ(t) = dk ∗ x(t) + F ϕ(t).
0
Temos que
Z r
F ϕ(0) = M ϕ + dµ(θ)ϕ(−θ)
0
= ϕ(0).
é contı́nua. Portanto,
Z r Z r
dµ(θ)ϕ(t − θ) = dµ(θ)ϕt (−θ) − µ(t) · ϕ(0),
t 0
24
Teorema 2.10. A solução x(t) do PVI (2.23) é contı́nua. Além disso x(t) é
dada por
x = dζ ∗ F ϕ + F ϕ (2.32)
onde ζ é o núcleo resolvente de k (cf. Def. 2.5 e Teo. 2.7), e k é dado por
(2.27).
y = dk ∗ y + F0 (ϕ) (2.33)
da seguinte forma:
x = dk ∗ x + F ϕ
x − ϕ(0) = dk ∗ x + F ϕ − ϕ(0)
x − ϕ(0) = dk ∗ [x − ϕ(0)] + F ϕ − ϕ(0) + dk ∗ ϕ(0)
y = dk ∗ y + F ϕ − ϕ(0) + k · ϕ(0) .
| {z }
def
= F0 (ϕ)
y = dζ ∗ F0 (ϕ) + F0 (ϕ)
25
x − ϕ(0) = dζ ∗ F ϕ − ϕ(0) + k · ϕ(0) + F ϕ − ϕ(0) + k · ϕ(0)
x = dζ ∗ F ϕ − dζ ∗ ϕ(0) + dζ ∗ k · ϕ(0) + F ϕ + k · ϕ(0)
x = dζ ∗ F ϕ − ζ · ϕ(0) + (ζ − k) · ϕ(0) + F ϕ + k · ϕ(0)
x = dζ ∗ F ϕ + F ϕ.
ζ = k + dk ∗ k + dk ∗ dk ∗ k + · · · (2.37)
26
Demonstração. Dos Lemas 1.7 e 2.11, temos que
|k(t)| 6 Ct
t2
|dk ∗ k(t)| 6 C 2
2!
3
3t
|dk ∗ dk ∗ k(t)| 6 C
3!
e de forma geral,
tn
| dk ∗ dk ∗ · · · ∗ dk ∗ k(t) | 6 C n . (2.38)
| {z } n!
n − 1 convoluções
vζ (t) 6 eCt ,
ζ = dk ∗ ζ + k.
27
2.4 O espaço das funções forçantes
Nesta seção, descreveremos o espaço das funções forçantes através da repre-
sentação de EDF’s como equações de renovação (2.25).
A partir do item 5 da Observação 1.1, para α ∈ NBV ([0, r], Cn×n ), temos
que a aplicação f 7→ dα ∗ f leva o espaço {f ∈ C([0, r], Cn ) : f (0) = 0} em si
mesmo, mas o espaço C não é necessariamente aplicado em si mesmo por este
operador. Portanto, a correspondência biunı́voca entre a função forçante e
a solução da equação de renovação é fechada no espaço {f ∈ C([0, r], Cn ) :
f (0) = 0}, mas não o é em C([0, r], Cn ). As mesmas afirmações são válidas
para os espaços {f ∈ C([0, ∞), Cn ) : f (0) = 0} e C([0, ∞), Cn ). Para EDF’s
retardadas, isto é, quando µ ≡ 0, encontramos em Hale & Verduyn Lunel [5]
que {f ∈ C([0, ∞), C n ) : f (t) = f (r), para t > r} é uma escolha comum para
o espaço das funções forçantes da representação desta classe de EDF’s como
equações de renovação. Observamos que para EDFR, a restrição f (0) = 0
Rθ
não é necessária, pois k(θ) = 0 η(τ )dτ , que é contı́nua. Do item 5 da
Observação 1.1, vem que os espaços C([0, r], Cn ) e C([0, ∞), Cn ) são fechados
com respeito à aplicação f 7→ dk ∗ f .
x = dk ∗ x + f (2.40)
Com esta definição, podemos ver com clareza as afirmações acima acerca
de EDFR’s, ou seja, segue desta definição que, como µ ≡ 0, então o espaço
das funções forçantes para EDFR será dado por F = {f ∈ C([0, ∞)Cn ) :
f (t) = f (r) para t > r}.
Temos que F é um espaço linear e podemos definir uma norma k · kF em
F por
kf kF = kf + µ · f (0)kC([0,∞),Cn )
28
Lema 2.15. Para cada f ∈ F, existe uma única solução x definida em [0, ∞)
de (2.40) tal que x é contı́nua em [0, ∞) e x(0) = f (0).
x = dk ∗ x + f
x − f (0) = dk ∗ x + f − f (0)
x − f (0) = dk ∗ [x − f (0)] + f − f (0) + dk ∗ f (0)
x − f (0) = dk ∗ [x − f (0)] + f − f (0) + k · f (0)
R
x − f (0) = dk ∗ [x − f (0)] + f − f (0) + [µ + η] · f (0).
Como f +k·f (0)−f (0) é contı́nua e se anula em 0, pelo Corolário 2.8, x−f (0)
é contı́nua e x(0) − f (0) = 0, logo x(t) é contı́nua e x(0) = f (0).
x = dk ∗ x + f (2.41)
x = dζ ∗ f + f (2.42)
que torna-se
29
= ∆(z)−1 (f (0) + L(df )(z)). (2.44)
Note que L(df )(z) está bem definida pois f é soma de uma função contı́nua
com uma função localmente de variação limitada e ∆(z) é definido por
Mostremos que existe um semi-plano que não possui raı́zes de det ∆(z).
30
Podemos inverter a representação da transformada de Laplace da solução
para obter uma caracterização para a solução.
Rθ
Teorema 2.17. Seja k dado por k(θ) = µ(θ) + 0
η(s)ds, onde µ e η são
funções NBV e µ é contı́nua em θ = 0. Para f ∈ F, a solução x da equação
de renovação
x = dk ∗ x + f (2.48)
ẋ(t) = Ax(t − 1)
d
que pode ser escrita na forma dt
M xt = Lxt se tomarmos r = 1, µ ≡ 0 e
η(θ) = Ah1 (θ).
31
Deste modo, utilizando o Lema (2.9), temos que o núcleo da equação de
renovação correspondente a essa EDF é dado por
k(θ) = h1 (θ)A(θ − 1)
Ae−z
L(k)(z) = .
z2
Como o núcleo resolvente ζ é dado pela equação ζ = dζ ∗ k + k, concluı́mos
que
Ae−z
L(ζ)(z) =
z(z − Ae−z )
e, portanto, podemos obter o núcleo resolvente, aplicando a transformada
de Laplace-Stieltjes inversa, ou seja,
−1 Ae−s
ζ(t) = L .
s(s − Ae−s )
32
Capı́tulo 3
Comportamento assintótico
ẋ(t) − ẋ(t − 1) = 0
dada por
Ψ(z) = z(1 − e−z )
e tem todas as suas raı́zes da forma 2kπi com k ∈ Z e, portanto, estão sobre
a reta Re z = 0. Isto é uma complicação extra para equações neutras que
não é observado em equações diferenciais retardadas. Veja, por exemplo,
Teorema I.4.4 de Diekmann et al. [3].
33
Para que possamos controlar o comportamento de |∆(z)| quando |z| →
∞, impomos a seguinte hipótese sobre o núcleo µ:
Lema 3.1. Se µ satistaz (J), então os zeros de det ∆0 (z) estão localizados em
uma faixa finita Cα0 ,ω0 . Para z na faixa Cω0 ,∞ , existem constantes positivas
m, M e τ tais que
m 6 | det ∆0 (z)| 6 M. (3.3)
34
= L(dh0 I)(z) − L(dµ)(z) = L(dh0 I − dµ)(z)
= L(dξ)(z)
onde ξij = δij h0 −µij . Como det ∆0 (z) é uma soma de produtos de L(dµij )(z),
que é igual à transformada de Laplace-Stieltjes da soma de certas convoluções
de dµij , existe uma função µ̃ de variação limitada tal que
Z τ
det ∆0 (z) = e−zs dµ̃(s) (3.4)
0
35
> |µ̃(0) − µ̃(0−)| − Var(0,δ] µ̃ − |e−zδ | Var[δ,τ ] µ̃
m m
> 2m − − = m.
2 2
1
Concluimos que, para ω0 = δ
ln ν > 0, não há zeros de det ∆0 (z) em Cω0 ,∞ .
Assim, fica mostrado que os zeros de det ∆0 (·) estão localizados em uma faixa
def R τ
finita Cα0 ,ω0 . Além disso, sendo M = Var[0,τ ] µ̃, temos que e−zt dµ̃(t) 6
0
M e, como Re z > ω0 > 0, segue a estimativa (3.3) para z ∈ Cω0 ,∞ .
Parte 4: Provemos agora que, para cada ǫ > 0, existem m e M tais que
vale (3.3),
m 6 | det ∆0 (z)| 6 M,
para z ∈ Cα0 ,ω0 , fora de cı́rculos de raio ǫ centrados nos zeros de det ∆0 .
Iniciamos com o limitante inferior para | det ∆0 (z)|.
Denote os zeros de det ∆0 por λ1 , λ2 , . . . e suponha que tal constante m
não exista. Então existem ǫ > 0 e uma sequência z1 , z2 , . . . de pontos em
Cα0 ,ω0 , mas fora dos discos |z − λj | 6 ǫ, tais que
Seja zj = xj + iyj . Como supj |xj | 6 max{|α0 |, |ω0 |}, podemos supor, sem
perda de generalidade, que
lim xj = x̄.
j→∞
Daı́, como |e−zt | é limitada em faixas verticais onde a parte real é limitada
e µ̃ ∈ NBV ([0, τ ], Cn×n ), segue que det ∆0 é limitada na vizinhança
36
Deste modo, existe uma subsequência {Fjk } que converge uniformemente em
subconjuntos compactos da faixa U para uma função limite F̄ . Além disso,
F̄ 6≡ 0. Pelo Teorema VII.2.1 de Conway [2], sendo F̄ limite de funções
analı́ticas, segue que F̄ é analı́tica. Como Fj (xj ) = det ∆0 (zj ) → 0 quando
j → ∞, segue que F̄ (x̄) = 0.
Mostremos agora que existe ǫ > 0 tal que F̄ (z) 6= 0 para |z − x̄| = 2ǫ .
Para isto, seja δ tal que B̄(x̄, δ) ⊂ U . Como os zeros de F̄ são isolados,
existe um número finito deles em B̄(x̄, δ) que denotaremos por x̄, ω1 , . . . , ωn .
Seja ǫ = min{|ωj − x̄|} > 0. Segue que F̄ (z) 6= 0 para z tal que |z − x̄| = 2ǫ .
Como F̄ 6≡ 0, pelo Teorema de Hurwitz3 , temos que existe N ∈ N tal
que, para j > N , F̄ e Fj tem o mesmo número de zeros em B(x̄, 2ǫ ), ou
seja, um único zero. Podemos tomar tal N suficientemente grande de modo
que |x̄ − xN | 6 2ǫ . Logo, Fj tem um zero em B(x̄, 2ǫ ) para j > N . Para
ǫ
j = N , seja a tal que |a − x̄| < 2
e FN (a) = 0 e tome z̄ = a + iyN . Então
det ∆0 (z̄) = 0. Assim,
ǫ ǫ
|z̄ − zN | = |a + iyN − (xN + iyN )| = |a − xN | 6 |a − x̄| + |x̄ − xN | < + = ǫ,
2 2
o que contradiz a suposição de que zj estavam fora de cı́rculos de raio ǫ
centrados nos zeros de det ∆0 . Portanto existe m tal que | det ∆0 (z)| > m.
Além disso, como |e−zt | é uma função limitada para z ∈ Cα0 ,ω0 , t ∈ [0, τ ] e
µ̃ é de variação limitada, existe M tal que
Z τ
| det ∆0 (z)| =
e dµ̃(t) 6 max |e−zt | Var[0,τ ] µ̃ 6 M
−zt
0 06t6τ
37
que Z τ
det ∆0 (z) = e−zs dµ̃(s)
0
onde µ̃ satisfaz (J) e τ é o ponto onde ocorre o último salto de µ̃ que tem,
necessariamente, um salto em 0.
Exemplo 3.2. Seja µ ∈ NBV ([0, r], C2×2 ) definida por
!
aht0 (θ) bht1 (θ)
µ(θ) =
cht2 (θ) dht3 (θ)
Teorema 3.3. Suponha que µ satisfaz (J) e tome Cα0 ,ω0 como no Lema 3.1.
Para qualquer δ > 0, existe k tal que para qualquer zero ζ0 de det ∆0 (·) com
38
|ζ0 | > k existe um zero ζ de det ∆(·) com |ζ0 − ζ| < δ. Além disso, existem
constantes positivas m e M tais que
1
m 6 det ∆(z) 6 M (3.8)
z
para z ∈ Cα0 ,ω0 com |z| > k e fora de cı́rculos de raio ǫ centrados nos zeros
de det ∆(·).
Demonstração. Para |z| > 1, det ∆(z) = 0 se, e somente se, det( z1 ∆(z)) = 0
e Z
1 1 τ −zθ
∆(z) = ∆0 (z) − e dη(θ).
z z 0
Do Lema 3.1 e para δ suficientemente pequeno, existe m1 tal que
para z fora de cı́rculos de raio δ centrados nas raı́zes de det ∆0 (·). Podemos
estimar
Z τ
Z
1
−zθ
1 τ 1 def C
e dη(θ)
<
d|η|(θ)|e−zθ | 6 Var[0,τ ] η max{e−α0 τ , 1} =
z 0
z 0 z z
onde d|η| denota a variação total da medida de dη. Portanto, uma vez
que o determinante é uma função contı́nua, para |z| suficientemente grande,
digamos |z| > k,
det 1 ∆(z) − det ∆0 (z) 6 m1 .
z 2
Sejam λ1 , λ2 , . . . os zeros de det ∆0 (·). Como, para todo i, det ∆0 (z) e
det( z1 ∆(z)) são funções analı́ticas em uma vizinhança Ω de B̄(λi , δ) sem
zeros ou pólos em γi = {z : |z − λi | = δ} e
det 1 ∆(z) − det ∆0 (z) 6 m1 < m1 < | det ∆0 (z)|
z 2
segue, pelo Teorema de Rouché4 que det( z1 ∆(z)) e det ∆0 (z) tem o mesmo
número de zeros dentro dos cı́rculos de raio δ centrados nas raı́zes de det ∆0 (z).
4
Suponha que γ é um caminho fechado em uma região Ω, tal que Indγ (α) = 0 ou 1,
para todo α ∈ Ω − {γ} (onde {γ} é o traço de γ), e tome Ω1 como o conjunto de todos
os α com Indγ (α) = 1. Para toda f ∈ H(Ω), seja Nf o número de zeros de f em Ω1 ,
contados de acordo com sua multiplicidade. Se g ∈ H(Ω) e |f (z) − g(z)| < |f (z)|, para
todo z ∈ {γ}, então Nf = Ng .
39
Pelo Lema 3.1, existe M1 tal que | det ∆0 (z)| 6 M1 , daı́, tomando M =
m1
2
+ M1 , temos
det 1 1
∆(z) 6 det ∆(z) − det ∆0 (z) + |det ∆0 (z)|
z z
m1
6 + M1 = M.
2
Também, tomando m = m21 , temos
det 1 1
∆(z) > |det ∆0 (z)| − det ∆(z) − det ∆0 (z)
z z
m1 m1
> m1 − = = m.
2 2
Portanto m 6 | det( z1 ∆(z))| 6 M .
2. Para α ∈ R, vale
|L(dξ)(z)| < e|α|r Var[0,r] ξ (3.10)
40
de onde concluimos que
|e−zθ | 6 e|α|r .
Portanto,
Z r
|L(dξ)(z)| = | e−zθ dξ(θ)| 6 max |e−zθ | Var[0,r] ξ 6 e|α|r Var[0,r] ξ,
0 θ∈[0,r]
concluindo a demonstração.
onde dξm são certas convoluções entre µij e ηij para alguns ı́ndices i e j.
41
Temos que
Z !
r
1 − e−z −2e−2z
∆0 (z) = I − e−zθ dµ(θ) = ,
0 0 1 − e−2z
Z !
r
z − ze−z − 2 −2ze−2z − e−2z
∆(z) = z∆0 (z) − e−zθ dη(θ) = ,
0 −2e−z z − ze−2z
onde #∆0 (λ) é o número de zeros de det ∆0 (z) em Cλ,∞ , isto é, para cada
ǫ > 0, existe um número finito de zeros ζ de det ∆0 (z) tais que Re ζ > aM +ǫ.
para todo z ∈ C tal que |z| > C0 |e−zr |, |z| > C e Re z > aM + ǫ.
42
Demonstração. Do Lema 3.1, existe q tal que
Então para z ∈ C tal que Re z > aM +ǫ e |z| > C0 , vale (3.15). Do Lema 3.5,
deduzimos que
n−1
X
| det ∆(z)| > | det ∆0 (z)||z|n − |L(dξm )(z)||z|m .
(3.16)
m=0
Aplicando o Lema 3.4 para cada ξm , temos que para todo C e para todo
z ∈ C tal que |z| > C|e−zr | e |z| > C,
n−1 n−1 n−1
X X
m Var ξm m+1 X Var ξm m+1−n n
|L(dξm )(z)||z| 6 |z| = |z| |z|
m=0 m=0
C m=0
C
n−1 n−1
n
X Var ξm m+1−n n
X
= |z| |z| < |z| Var ξm C m−n
m=0
C m=0
| det ∆(z)| > |z|n (| det ∆0 (z)| − ̺(C)) > |z|n (2q − ̺(C))
e então, escolhendo C > C0 suficientemente grande tal que ̺(C) < q temos
43
(γ1 −aM )
Demonstração. Tome ǫ = 2
. Pelo Teorema 3.9, existe uma constante
positiva q tal que, para |z| suficientemente grande, temos
Seja adj ∆(z) a matriz adjunta de ∆(z). Recordamos que adj ∆(z) é a trans-
posta da matriz dos cofatores cof ∆(z) de ∆(z), isto é, cada entrada de
adj ∆(z) é o determinante de uma submatriz (n − 1) × (n − 1) de ∆(z).
Podemos aplicar para cada entrada de adj ∆(z) os Lemas 3.1, 3.4 e 3.5,
obtendo que cada entrada é da forma
n−2
X
(adj ∆(z))ij = cof ∆0 (z)ji z n−1 + L(dξkij )(z)z m (3.18)
k=0
e
|L(dξkij )(z)| < Var[0,r] ξkij e|γ1 |r . (3.20)
Das desigualdades (3.19) e (3.20) temos que det(∆0 (z))ij é limitado inferi-
ormente e L(dξkij )(z) é limitada superiormente. Portanto, para z ∈ Cγ1 ,γ2
com |z| suficientemente grande, temos que existe K0 > 0 tal que
Como
1
∆(z)−1 = adj ∆(z)
det ∆(z)
obtemos que
K0
|(∆(z)−1 )ij | 6 .
q|z|
Rr
Como ezt e 0
e−zθ df (θ) são uniformemente limitados para z ∈ Cγ1 ,γ2 e t em
intervalos compactos, existe uma constante K1 tal que
Z r
zt −1 −zt
K1
e ∆(z) f (0) + e df (t) 6 . (3.21)
0 |z|
44
Corolário 3.11. Seja iN (γ1 ,γ2 ) , N ∈ R e aM < γ1 < γ2 , o segmento de reta
horizontal ligando γ1 + iN a γ2 + iN . Então, para cada t > 0,
Z Z r
zt −1 −zθ
lim e ∆(z) f (0) + e df (θ) dz = 0.
N →±∞ iN (γ1 ,γ2 ) 0
x = dk ∗ x + f
Z θ
onde k(θ) = µ(θ) + η(s)ds e µ satisfaz a condição (J) na página 34.
0
Mostremos que, pela fórmula de inversão (1.12), na página 9, segue que
o valor da integral complexa em (2.49), na página 31, independe da escolha
de γ > γ0 para algum γ0 suficientemente grande. Denotaremos
Z r
−1 −zθ
Q(z) = ∆(z) f (0) + e df (θ) (3.22)
0
45
Entretanto, a estimativa (3.24) ainda é válida para aM < γ1 < γ e, ob-
viamente γ0 > aM . Assim, podemos mover a linha vertical Re z = γ1 da
integração em (3.25) para aM < γ1 < γ0 tal que não há zeros com parte
real γ1 . Neste caso, o resultado da integral de linha (3.23), de acordo com o
Teorema de Cauchy, torna-se
Z m
1 zt
X
e Q(z)dz = Res ezt Q(z)
2πi Γ j=1
z=λj
lim kfh − f k1 = 0.
h→0
def
onde fh (ω) = f (ω + h). Seja ǫ > 0 arbitrário e considere
De Hewitt & Stromberg [6], temos que C00 (R) é denso em L1 (R), logo pode-
ǫ
mos escolher ϕ ∈ C00 (R) tal que kϕ − f k1 < 3
. Como R é um espaço
métrico localmente compacto, segue que todas as funções em C00 (R) são
uniformemente contı́nuas. Portanto, ϕ é uniformemente contı́nua e existe
α ∈ R, α > 0 tal que ϕ(t) = 0 se |t| > α. Escolha 0 < δ < 1 tal que
ǫ 1
|ϕ(t + h) − ϕ(t)| < para |h| < δ.
3 2α
46
R∞ Rα
Então, |h| < δ implica que −∞
|ϕ(t+h)−ϕ(t)|dt = −α
|ϕ(t+h)−ϕ(t)|dt <
ǫ ǫ
3
, que é o mesmo que kϕh − ϕk1 < 3
. Também temos que kϕh − fh k1 =
kϕ − f k1 para todo h > 0. Portanto, kfh − f k1 6 kfh − ϕh k1 + kϕh − ϕk1 +
kϕ − f k1 < ǫ, se |h| < δ e então, limh→0 kfh − f k1 = 0.
Considerando fˆ definido por
Z ∞ Z ∞
ˆ
f (t) = itω
e f (ω)dω = (−1)e −πi
eitω f (ω)dω
−∞ −∞
Z ∞ Z ∞
i(ω− πt )t π itω
= (−1) e f (ω)dω = (−1) f ω+ e dω
−∞ −∞ t
temos que
Z ∞ Z ∞
π
2|fˆ(t)| = itω
e f (t)dω − itω
e f ω+ dω
−∞ −∞ t
Z ∞
π itω
6 f ω + − f (ω) |e |dω
−∞ t
Z ∞
π
= f ω + − f (ω) dω = kf πt − f k1
−∞ t
Observação 3.13. Uma aplicação do lema anterior nos dá o mesmo resultado
para f ∈ L1 (R+ ), ou seja,
Z ∞
itω
lim e f (ω)dω = 0.
t→±∞ 0
47
γ sen(ωt) ω cos(ωt)
uma vez que ω 7→ 2 2
e ω 7→ 2 são funções ı́mpares. Além
γ +ω γ + ω2
disso, também temos que
Z N Z N
γ cos(ωt) γ cos(ωt)
2 2
dω = 2 dω,
−N γ + ω 0 γ 2 + ω2
Z N Z N
ω sen(ωt) ω sen(ωt)
2 2
dω = 2 dω,
−N γ + ω 0 γ 2 + ω2
γ cos(ωt) ω sen(ωt)
já que ω 7→ 2 2
e ω 7→ 2 são funções pares. Logo, temos que
γ +ω γ + ω2
Z N Z N Z N
eiωt γ cos(ωt) ω sen(ωt)
lim dω = lim 2 dω + dω .
N →∞ −N γ + iω N →∞ 0 γ 2 + ω2 0 γ 2 + ω2
(3.27)
Sabemos que (cf. Conway [2, p. 121]), se a > 0, então
Z ∞ Z ∞
cos(ax) π −a cos(at) π(a + 1) −a
2
dx = e e 2 2
dx = e . (3.28)
0 1+x 2 0 (1 + x ) 4
Para resolver as integrais em (3.27), consideraremos três casos distintos:
quando γ > 0, γ < 0 e γ = 0.
Primeiramente, considere γ > 0. Escrevendo ωt = γt ωγ , γ 2 + ω 2 =
ω2
γ 1 + γ 2 e considerando a mudança de variável x = ωγ e fazendo uma
2
48
Lema 3.15. Para qualquer γ > aM tal que γ 6= 0 e não há zeros de det ∆(z)
e det ∆0 (z) com Re z = γ, temos que
Z Z r
1 zt −1 −zθ
e ∆(z) f (0) + e df (θ) dz = o(eγt ) para t → ∞. (3.29)
2πi (γ) 0
1
∆(z)−1 = ∆0 (z)−1 + O(|ω|−2 ).
z
49
Então, de (3.22) temos que
Z r
1 −1
Q(z) = ∆0 (z) f (0) + e df (θ) + O(|ω|−2 ).
−zθ
(3.32)
z 0
ρ − dµ ∗ ρ = −µ
dρ − dµ ∗ dρ = −dµ
L(dρ)(z) − L(dµ)(z)L(dρ)(z) = −L(dµ)(z)
[I − L(dµ)(z)]L(dρ)(z) = −L(dµ)(z)
I + ∆0 (z)L(dρ)(z) = ∆0 (z).
50
Finalmente, usando o Lema 3.14, calculamos o limite da integral dada em
(3.30)
Z N Z r
eiωt −1 −(γ+iω)θ
lim lim ∆0 (γ + iω) f (0) + e df (θ) dω
t→∞ N →∞ −N γ + iω 0
Z N Z r
eiωt −(γ+iω)θ
= lim lim e dξ(θ) dω
t→∞ N →∞ −N γ + iω 0
Z r Z N iω(t−θ)
−γθ e
= lim lim e dω dξ(θ)
t→∞ N →∞ 0 −N γ + iω
Z r Z N iω(t−θ)
−γθ e
= e lim lim dω dξ(θ) = 0. (3.34)
0 t→∞ N →∞ −N γ + iω
Deste modo, podemos escrever ezt Q(z) como série de Laurent em torno de
z = λ da forma abaixo
∞
! ∞
! ∞
!
X tk X X
ezt Q(z) = eλt (z − λ)k (z − λ)k vk (z − λ)k Ak .
k=0
k! k=0 k=−m
(3.36)
Como o resı́duo em z = λ é igual ao coeficiente do termo (z − λ)−1 da
série de Laurent de ezt Q(z), segue o resultado.
51
Agora estamos prontos para formular o nosso principal resultado.
Teorema 3.17. Seja x uma solução da EDF dada por (2.1)–(2.2), sujeita à
condição inicial x0 = ϕ, onde µ satisfaz a condição (J). Seja γ > aM tal
que γ 6= 0 e para z na reta Re z = γ det ∆(z) 6= 0 e det ∆0 (z) 6= 0. Então
temos a expansão assintótica
l
X
x(t) = pj (t)eλj t + o(eγt ), t→∞ (3.37)
j=1
onde λ1 , . . . , λl são os zeros de det ∆(z) com parte real maior que γ e pj (t)
são polinômios em t com valores em Cn com grau menor ou igual a mj − 1,
onde mj é a multiplicidade de λj como zero de det ∆0 (z).
52
Referências Bibliográficas
[3] Diekmann, O., van Gils, S. A., Verduyn Lunel, S. M., and
Walther, H.-O. Delay equations, vol. 110 of Applied Mathematical
Sciences. Springer-Verlag, New York, 1995. Functional, complex, and
nonlinear analysis.
[8] Rudin, W. Real and complex analysis, third ed. McGraw-Hill Book
Co., New York, 1987.
53
[9] Salamon, D. Control and observation of neutral systems, vol. 91 of
Research Notes in Mathematics. Pitman (Advanced Publishing Pro-
gram), Boston, MA, 1984.
54