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Avaliação da Marcha
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Avaliação da Marcha
• Avaliação da Marcha.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Apresentar a marcha humana, sua descrição, avaliação e anormalidade;
• Conhecer as fases da marcha normal e os parâmetros de normalidade.
UNIDADE Avaliação da Marcha
Avaliação da Marcha
A Marcha Humana
Um indivíduo com a marcha normal, possui o controle corporal para andar con-
versando, carregando objetos, mudando de direção e, se necessário, ajustando-se
aos diferentes obstáculos do caminho.
Então, precisamos nos preparar muito bem para podermos responder a essa pergunta
com precisão paras mães, pais, avós, tios, amigos e pacientes de diferentes idades.
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ao solo, eletromiografia para verificar a atividade muscular e sistemas de análise em
vídeo de alta velocidade para registrar os movimentos da marcha.
Fases da Marcha
A marcha, em análise mecânica, é uma sequência de movimentos repetitivos rea-
lizados pelos membros inferiores enquanto nossa postura se mantém estável.
A região superior do corpo responde a tais movimentos de tal forma que a postura
e o equilíbrio possam ser mantidos ao mesmo tempo em que podemos conversar e ou
manipular objetos, como um celular, por exemplo.
No contato inicial (resposta à carga),o membro inferior D irá receber todo o peso
corporal e o pé E pode entrar na fase de balanço. Assim termina o duplo apoio e
começa o apoio simples.
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UNIDADE Avaliação da Marcha
O apoio terminal começa quando o calcanhar D inicia a sua saída do solo e vai
até o momento em que o pé E toca o solo.
No duplo apoio terminal, o peso que está no membro inferior D começa a ser
transferido para o membro inferior E, deixando, assim, o membro inferior D livre
para depois iniciar o balanço. Esta é a fase de pré-balanço.
O momento que o pé D sai do solo até que os dois membros estejam alinhados
lado a lado é o momento do balanço inicial.
Balanço médio começa com os membros inferiores alinhados e vai até o mo-
mento em que a tíbia fica alinhada com o solo.
Assista aos vídeos citados a seguir para ajudar na compreensão das fases da marcha.
Disponíveis em:
• Marcha Normal – Ciclos e Fases da Marcha: https://youtu.be/Qjj84musSpk
• Marcha Normal – Contato Inicial: https://youtu.be/djCXFWXfl1A
• Marcha Humana – Resposta à Carga: https://youtu.be/Gi2z1Mhj2CA
• Marcha Normal – Apoio Médio: https://youtu.be/zWInciwkhcc
• Marcha Normal – Pré-balanço: https://youtu.be/iXZJBnUrYhE
• Marcha Normal – Balanço inicial: https://youtu.be/OthhOckYat8
• Marcha Normal – Balanço médio: https://youtu.be/KcSVvZ881oo
• Marcha Normal – Balanço terminal: https://youtu.be/ktm0aUU1NVw
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Marcha Humana Normal
Fases da Marcha
Fase de Apoio
• Duplo apoio inicial;
• Apoio simples;
• Duplo apoio final;
• Contato inicial;
• Resposta à carga;
• Apoio médio;
• Apoio terminal;
• Pré-balanço.
Fase de Balanço
• Balanço inicial;
• Balanço médio;
• Balanço terminal.
Agora que entendemos a marcha humana, de forma geral, vamos descrever deta-
lhamento cada subfase.
Fase de Apoio
As subfases da fase de apoio:
• Contato inicial: Toque do calcanhar;
• Resposta à carga: Pé plano;
• Apoio médio: Apoio sobre apenas um membro inferior;
• Apoio terminal: Retirada do calcanhar;
• Pré-balanço: Retirada dos pododáctilos.
Contato Inicial
É o período de aceitação do peso corporal pelo calcanhar do membro inferir de
apoio. Representa os 10% iniciais da marcha.
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UNIDADE Avaliação da Marcha
Para manter o tornozelo neutro ou em dorso flexão é necessária a ação dos mús-
culos tibial anterior, extensor longo do hálux e extensor longo dos dedos.
A região plantar encontra-se em contato com o solo para receber o peso corpo-
ral, o joelho flexiona de 15 a 25 graus para absorver impacto, o quadril move-se
para a extensão, a pelve inclina para o lado do membro inferior oposto que está na
fase de balanço e o tronco encontra-se alinhado ao membro inferior de apoio.
A flexão plantar ocorre pela contração excêntrica do tibial anterior, extensor lon-
go do hálux e extensor longo dos dedos, a contração desses músculos traciona a tíbia
anteriormente e acaba por flexionar o joelho que é controlado pela ação excêntrica
de quadríceps e isquiotibial (MAGEE, 2010).
O quadril estende, pela ação dos músculos glúteo máximo, adutor magno e is-
quiotibiais, para manter o equilíbrio anterolateral do quadril, os músculos glúteos
máximo, glúteo médio, glúteo mínimo, tensor da fáscia lata e bíceps femoral.
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O quadril sai da flexão e entra em extensão máxima do quadril entre 10 a 15
graus, com rotação lateral. O joelho estende e o tornozelo se encontra a 5 a 8° de
dorsiflexão, deslocando a tíbia anteriormente.
O equilíbrio do quadril é mantido pela ação dos músculos glúteo médio, glúteo
mínimo e tensor da fáscia lata.
A Fase de Balanço
Inicia com a saída do pé D do solo, progride com o pé no ar e termina no mo-
mento que o calcanhar D toca novamente ao solo e, nesse momento, reinicia a fase
de apoio (MAGEE, 2010).
Nesta fase, ocorrem mudanças na coluna vertebral, por meio da pelve, do quadril,
do tornozelo e do pé. A estabilidade do membro inferior sem sustentação de peso é
estabelecida pela pelve e pelo quadril.
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UNIDADE Avaliação da Marcha
Balanço Médio
Esta fase inicia quando os dois membros inferiores estão alinhados, o tornozelo
precisa de ampla dorsiflexão, que acontece pela ação dos músculos pré-tibiais. O
joelho, que estava com 60 graus de flexão, passa para 30 graus de flexão pela ação
excêntrica dos músculos isquiotibiais e pela ação da gravidade (MAGEE, 2010).
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• Velocidade;
• Largura da base de sustentação;
• Distância proporcional do centro de gravidade em relação ao solo;
• Movimento sagital do quadril;
• Flexão do joelho no balanço inicial;
• Excursão vertical da cabeça;
• Excursão lateral da cabeça;
• Movimento sagital do ombro;
• Flexão do cotovelo.
Comprimento do Passo
Um passo corresponde à sequência de movimentos que sucedem o período
de contato inicial de um pé (calcanhar no solo) até o contato inicial do pé oposto
(MAGEE, 2010).
Os passos das crianças e das mulheres são menores em relação aos homens.
A altura e a dor também influenciam os passos: um indivíduo mais alto deambula a
passos maiores e o indivíduo com dor e alterações articulares e ou musculares dimi-
nui o comprimento do seu passo.
Comprimento da Passada
Um ciclo de marcha ou passada corresponde a uma sequência completa de movi-
mentos realizados entre o contato inicial de um pé no solo até um novo contato ini-
cial desse mesmo pé no solo, ou seja, dois passos consecutivos: um à direta e outro
à esquerda (MAGEE, 2010).
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UNIDADE Avaliação da Marcha
Largura do Passo
A largura do passo é a distância entre as laterais e os centros do calcâneo de
dois contatos consecutivos, um de cada pé, e corresponde a 8 ou 10cm, em média
(MAGEE, 2010).
Ângulo do Pé
O ângulo do pé é verificado entre linha de progressão do corpo na marcha e pela
linha do eixo longitudinal do pé. Nos adultos, esse ângulo é de 5 a 7 graus na média;
nas crianças é de 2,5 a 6,0 graus (MAGEE, 2010).
Descritores Temporal:
• Cadência;
• Tempo do passo;
• Tempo da passada.
Tempo do Passo
Podemos observar, também, o tempo de realização de um passo.
Tempo da Passada
É o tempo de dois passos, um passo D e de um passo E.
Descritor espacial-temporal:
• Velocidade da marcha.
Velocidade
Verificar o tempo em um determinado espaço de tempo. A velocidade é consi-
derada o melhor descritor para avaliar a marcha e utiliza as unidades de medidas de
metros/segundo ou milhas/hora. A velocidade também pode ser medida multipli-
cando a cadência pelo passo (MAGEE, 2010).
Centro de Gravidade
Em um indivíduo em pé, o centro de gravidade, em geral, está localizado na al-
tura de S2, a 5cm, anteriormente. Nas mulheres, tende a ser mais baixo, pois elas
possuem massa corporal maior na região da pelve.
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Durante a marcha, o centro de gravidade se desloca vertical e horizontalmente,
devido à transferência de peso e às sucessões de movimentos nas diferentes fases
da marcha.
Rotação Pélvica
A rotação pélvica reduz o ângulo existente entre o fêmur e o solo, no momento do
passo. Aumenta o comprimento do passo, limita o deslocamento anterior do centro
de gravidade e a sua descida.
Na busca de equilíbrio, o tórax roda na direção oposta, unido aos ombros e aos
membros superiores (MAGEE, 2010).
Avaliação da Marcha
A avaliação da marcha se faz necessária em diferentes áreas da Fisioterapia e em
diferentes condições patológicas.
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UNIDADE Avaliação da Marcha
Como toda avaliação, devemos começar com a anamnese e com o exame físico
levantando dados como: intensidade de or, alterações de amplitude de movimento,
alterações de sensibilidade, fraqueza muscular, espasticidade, assimetrias corporais,
equilíbrio e ou deformidades.
Ambos devem ser avaliados com e sem sapatos, embora os sapatos devem ser
analisados, e os pés também.
Marcha Anormal
Várias são as causas que desencadeiam alterações na marcha humana e iremos
estudar algumas.
Marcha Antálgica
A marcha antálgica decorre de uma lesão na lombar, na pelve, no quadril, no joe-
lho, no tornozelo ou no pé. É uma marcha que protege a região lesada e tenta dimi-
nuir a dor do paciente no momento em que o peso corporal incide sobre o membro
inferior lesado (MAGEE, 2010).
Na marcha antálgica, observamos uma fase de apoio mais curta no membro in-
ferior afetado em relação ao não afetado e por consequência a fase de balanço do
membro inferior normal diminui.
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O paciente tenta colocar sua mão sobre a articulação afetada na tentativa de dar
um suporte maior e diminuir a sua dor.
Termos, então, uma marcha com diminuição do passo do lado da lesão e com
diminuição da cadência e velocidade.
Marcha Artrogênica
Ocorre na presença de rigidez, frouxidão ou deformidade, acompanhada de dor
ou não nas articulações dos membros inferiores. Pode acometer quadril, joelho e
tornozelo (MAGEE, 2010).
Figura 1
Fonte: Getty Images
Marcha Atáxica
A ataxia é frequentemente causada por uma perda da função do cerebelo, da me-
dula espinhal ou das vias condutoras que interligam o cerebelo e a medula.
Pode afetar os movimentos dos dedos, das mãos, dos braços, das pernas, do corpo,
a fala ou o movimento dos olhos, a sensibilidade, a coordenação e o equilíbrio.
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UNIDADE Avaliação da Marcha
Marcha Equina
Surge quando o paciente apresenta o pé equino-varo (pé que permanece em fle-
xão plantar e em varo) (MAGEE, 2010).
Marcha Parkinsoniana
Este paciente apresenta alteração de tônus que leva à rigidez de diferentes múscu-
los em diferentes regiões corporais como: pescoço, tronco e joelhos. As articulações
ficam flexionadas, a marcha apresenta arrastar dos pés, passos curtos e rápidos e os
membros superiores permanecem rígidos e imóveis.
Marcha do Quadríceps
Neste caso, o músculo quadríceps sofreu uma lesão traumática ou neurológica,
para compensar a perda do movimento de flexão de quadril e extensão de joelho,
com flexão do tronco e plantar ampla para estender o joelho. Pode, também, usar a
mão para estender o joelho.
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Marcha em Tesoura ou Marcha Espástica
É a marcha característica de uma pessoa com paraplegia espástica, com aumento
de tônus dos músculos adutores do quadril.
Seu pé pode realizar supinação para tentar alongar o membro inferior e o mem-
bro inferior oposto tende a apresentar as articulações em flexão.
Claudicação do Psoas
É a marcha observada em pessoas com lesões de quadril como a doença Legg-
-Calvé-Perthes.
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UNIDADE Avaliação da Marcha
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Valoración articular: Lectura del goniómetro
https://youtu.be/DQIfW6SXRCg
Valoración articular del tobillo y pie
https://youtu.be/IoDV-BnSHLo
Valoración articular de la rodilla
https://youtu.be/eBcRxFbjoNY
Valoración articular de la cadera
https://youtu.be/OsqS4Q1ax0Y
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Referências
CIPRIANO, J. J. Manual Fotográfico de Testes Ortopédicos e Neurológicos.
5.ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015.
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5.ed. São Paulo: Manole, 2015.
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