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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª.

VARA
CÍVEL DO FORO REGIONAL III – JABAGUARA - SÃO PAULO-SP.

-- URGENTE --

AUTOS PROCESSO Nº. 0006246-08.2020.8.26.0003

EDUARDO DA SILVA, brasileiro, casado, portador da Cédula


Identidade RG nº. 25.573.525-X inscrito no CPF/MF sob n. 169.986.228-54 e

TAIANA PAIVA DE ARAUJO DA SILVA, brasileira, casada,


portadora da Cédula Identidade RG nº. 32.776.491-0 inscrita no CPF/MF sob n.
277.410.758-02, ambos residente e domiciliados na Rua Maria Tereza
Rodrigues, nº. 83 – PQ. Continental, Guarulhos- SP, CEP 07.085-400, São
Paulo-SP.

Por suas Procuradoras e Advogadas legalmente constituídas


nos autos em (Doc. 147).

Vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência,


apresentar sua:

EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVIDADE
Com o mais refinado respeito ao Douto Juízo;
Em ação de Cumprimento de Sentença movida por MAIA
LOGISTICA LTDA, em face de CADU ASSESSORIA EM LOGISTICA E
COMERCIO EXTERIOR LTDA – EPP.

Pelo motivos de fato de Direito aduzidos à final requerer:

Por falta dos Pressupostos Processuais Materiais Adequados,


atalhando o Direito a Ampla Defesa e ao Contraditório.

Por mais Fiel e Verdadeiro busca-se a mais pura Justiça

I – DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-


EXECUTIVIDADE.

Mesmo não tendo sua nomenclatura explicita no Ordenamento


Jurídico, é amplamente defendida na Doutrina e embasado por Jurisprudência,
corriqueira nos tribunais, com previsão legal no Código de Processo Civil,
embora não nominada.

Tal ato dever ser arguido por simples petição endereçada ao


Juízo Causídico, em qualquer tempo e fase processual como tese de defesa
Executado, invocada a sanar erros e equívocos nos autos.

Fato aqui evidenciado.

Art. 525.CPC Transcorrido o prazo previsto no art.


523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo
de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação,
apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de
conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;

Os ato de Contrição e Penhora nos referidos Autos, ferem os


preceitos Constitucionais da Ampla Defesa e do Contraditório.

5º. Constitucional, não remetendo aos Sócios da Empresa


Requerida, o direito a defesa.
Art. 5º CR Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes

Os atos praticados atropelam o devido Processo Legal no


sentido formal, ao Deferir ao Requerente a Desconsideração da Persona
Jurídica, pleiteada por simples petição no curso Processual, ferindo todos os
atos normativos legais e taxativos da desconsideração de Persona Jurídica.

Procedural Due Process Of Law

Leciona NERY JUNIOR:

“basta a norma constitucional haver adotado o Due


Processo Of Law (o princípio do Devido Processo
Legal) na síntese formal para que daí decorressem
todas as consequências processuais que
garantiram aos litigantes o direito a um processo
(vinculado a procedimentos específicos), qual
ensejará e a uma sentença justa”

Entende-se que a não observância dos atos processuais


acarreta ao Polo Passivo da demanda danos irreparáveis em sua
consequência.

Seguindo este rácio, não há alternativa se não a Decretação da


Nulidade dos atos praticados em decorrência do vicio gerado por esta não
observância.
.
Ensina, TALAMINI & WAMBIER:

“Os Pressupostos Processuais de Existência são


considerados elementos mínimos para que exista
uma relação Jurídica Processual”

O Devido Processo Legal em sentido formal, exige a tríade


Jurídica com o controle, do Estado Juiz, o Autor e Requerente este
devidamente citado sobre o conjunto de procedimentos processuais
específicos a cada Classe Processual.

É mister que o pleitear da Desconsideração da Persona


Jurídica como fora feito e deferido fere o Princípio do Devido Processo Legal.

Logo é basilar o “Nulli Processos Acts” são (nulos os atos do


processo) que não sequem a ordem jurídica.

Consagra Por mais justo dos Princípios o:

Pas de Nullité Sans Grief

Leciona, TOUINHO FILHO:

“Em matéria de nulidade, e para simplificar o


rigorismo formal, foi adotado o princípio do pas de
nullité sans grief. (Não há nulidade sem prejuízo).
Para que o ato seja declarado nulo é preciso haja,
entre a sua imperfeição ou atipicidade e o prejuízo
às partes, um nexo efetivo e concreto. Se, a
despeito de imperfeito, o ato atingiu o seu fim, sem
acarretar-lhes prejuízo, não há cuidar-se de
nulidade”

Vem a decisão de fls. 92, desacompanhada de toda a


formalidade requerida no ordenamento Jurídico, trazendo com sigo grande
prejuízo aos feitos processuais o que por si só já acarreta na NULIDADE dos
feitos posteriores e decorrentes desta mal feita decidia.
Os atos da Desconsideração da Persona Jurídica, são atos
processuais carregados da mais alto Jus-Puniendi, sim pode-se dizer Puniendi
pois tal ato visa não só dar-se ao requerente sua postulação, mais também
punir o sócios, que até então é um terceiro estranho aos atos processuais, por
atos da MÁ administração da Sociedade, punindo este com a indisponibilidade
de seus bens, logo por se tratar de uma Intervenção de terceiros, tem o Juiz
que se precaver a não fazer da Justiça a Injustiça. .

A Legis Vigorum.

O ato que ensejará a desconsideração da Persona Jurídica,


tem forma Jurídica especifica e rigorosa devendo ser respeitada em todos seus
atos e formas Judiciais, exatamente por ter esta caráter punitivo à Terceiros,
deve o Magistrado seguir e requisitar a todos alheios a lide seu máximo rigor
Processuais à que não acarrete prejuízo ao bom feito processual.

“Art. 133. CPC O incidente de desconsideração da


personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber
intervir no processo.
“§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade
jurídica observará os pressupostos previstos em lei”.

“Art. 134...CPC
“§ 1º A instauração do incidente será imediatamente
comunicada ao distribuidor para as anotações
devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a
desconsideração da personalidade jurídica for
requerida na petição inicial, hipótese em que será
citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o
processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o
preenchimento dos pressupostos legais específicos
para desconsideração da personalidade jurídica.

Art. 135. CPC Instaurado o incidente, o sócio ou a


pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze)
dias.
Com tudo não é só, a Forma Processual rígida que se destaca
ao ato, como também se dá requisitos precedentes específicos, quais devem
infringir os Sócios e Administradores, para que a Desconsideração da Persona
Jurídica surta seus devidos efeitos legais, vejamos:

Art. 49-A. CC A pessoa jurídica não se confunde


com os seus sócios, associados, instituidores ou
administradores.

Parágrafo único. A autonomia patrimonial das


pessoas jurídicas é um instrumento lícito de
alocação e segregação de riscos, estabelecido pela
lei com a finalidade de estimular empreendimentos,
para a geração de empregos, tributo, renda e
inovação em benefício de todos.

Art. 50. CC Em caso de abuso da personalidade


jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares de administradores
ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta
ou indiretamente pelo abuso.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de


finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos
ilícitos de qualquer natureza.

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência


de separação de fato entre os patrimônios,
caracterizada por:

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de


obrigações do sócio ou do administrador ou vice-
versa;

II - transferência de ativos ou de passivos sem


efetivas contraprestações, exceto os de valor
proporcionalmente insignificante..;

Conforme se se lê não basta a requisição da desconsideração


da Persona Jurídica, por simples petição nos atos corrente, menos ainda esta
deve ser deferida pelo Douto Juízo, expondo a terceiros de boa-fé a mercê da
própria sorte

Os atos da Desconsideração da Persona Jurídica, são atos


processuais carregados da mais alto Jus-Puniendi, sim pode-se dizer Puniendi
pois tal ato visa não só dar-se ao requerente sua postulação, mais também
punir o sócios, que até então é um terceiro estranho aos atos processuais, por
atos da MÁ administração.

O ato que ensejará a desconsideração da Persona Jurídica,


tem forma Jurídica rigorosa e deve ser precedida em todos os atos Judiciais
exatamente por ter esta caráter punitivo à terceiros, deve o Juiz seguir e
requisitar a todos engajados na lide seu máximo rigor aos atos processuais à
que não acarrete prejuízo ao bom feito processual.

Ao Requerente cabe o Ônus da prova quanto ao preenchimento


dos pressupostos Legais Específicos da inclusive é Dever do requerente
demostrar o infringir da norma Jurídica cumprindo com o rigor dos atos
processuais, e demostrando o colacionado nos artigos acima aclarados.

A que não reste Balanceias quanto ao cabimento dos requisitos,


demostra desde já que não fere os sócios a nem um dos Requisitos Mínimos
Jurídicos ao cabimento da Desconsideração da Persona Jurídica; Demostra-se
ter a empresa encerrada de forma correta sem a omissão contumaz, sem o
levante de valores oriundos de, restituição de capital, sem o transpasse de
Imobiliário ou mobiliário, logo não houve intento dos sócios em lesar seus
credores. (doc . 10 a 18)

A preocupação do legislador em sua atenção ao feito é


tamanha que este dá ele, ao concilio Forma Jurídica própria, tratando como
INCIDENTE PROCESSUAL, logo é mister a todo operador do direito e a este
abarca a Magistratura, ser os Incidente processuais uma questão que surge no
curso processual, que sem ela não haveria como julgar a ação corrente, logo
deve-se suspender os autos primários até a resolução absoluta da insurgente,
tem a finalidade absoluta do Incidente Processual a Garantia Constitucional do
Direito a Ampla Defesa e ao Contraditório de Terceiros.

A que não deixe duvidas da Natureza Jurídica do Incidente


Processual o tratam com uma Autos Apensos porem independentes, a luz do
brilhante entender do CNJ (Conselho Nacional de Justiça):

“Incidente processual é uma questão


controversa secundaria e acessória que surge
no curso de um processo e que precisa ser
julgada antes da decisão do mérito da causa
principal...

É Brilhante o explanar do doutrinador José Bedaque qual


ressalta que o Incidente Processual deve observar o equilíbrio entre a
segurança Jurídica e a celeridade processual à legitimar o resultado projetado
pelo direito material.

Em suma é de fundamental importância a Correta Instauração


do Incidente Processual à dar a quem de direito seu justo intento, não
acarretando a Terceiros o peso errôneo da caneta da lei.

Aberrati Finis Legis

O uso da norma Jurídica de forma incoerente é sim uma


“Aberrati Finis Legis (Desvio da Finalidade da Lei), insurge o Patrono adverso
em desarmonia com a ética processual ao requerer de forma erronia e adversa
da determinada no Ordenamento Jurídico à levar o D. Juízo a erro, causando
grande danos à Terceiros.

Entende-se totalmente a demanda ser NULA em toda a sua


essência, o erro Formal nos Autos aclamam pela Extinção da lide sem o
Julgamento do Mérito.

II – DO FERIMENTO A PRECEITOS BASICOS.

É Graxo e visível o desrespeito com a Legislação


Procedimental, bem aquém das já colacionadas:

Art. 7º. CPC, “É assegurada às partes paridade de


tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório”.

No chamamento de Terceiros aos autos não fora observado o


direito assegurado aos pares o devido processo legal.
Art. 8º. CPC, Ao aplicar o ordenamento jurídico, o
juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade,
a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a
eficiência.

Não há como dizer que a decretação da Desconsideração da


Persona Jurídica, em questão se remete a dignidade da pessoa humana ao
não observar o direito de Terceiros, muito menos a Legalidade Processual uma
vez que foge de todo o respeito a Normal Formal.

Art. 9º CPC Não se proferirá decisão contra uma


das partes sem que ela seja previamente ouvida.

Além de se requerer a Desconsideração da Persona Jurídica


de forma e meio em desacordo com o ordenamento Jurídico, o que
Impossibilitou os tramites processuais atinentes, tanto a Executada quanto os
Terceiros não foram chamados a outiva do ato de Desconsideração.

Art. 10. CPC O juiz não pode decidir, em grau algum


de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre
a qual deva decidir de ofício.

O artigo acima traz à baila o Princípio da não surpresa,


chumbado na Segurança Jurídica, não pode o Magistrado, julgar ou determinar
em desfavor do não ouvido, na lide em questão, se quer os Terceiros trazidos
a questão haviam sido citados, mesmo que em nome da Executada, não
haviam se quer sido apresentado anteriormente a lide.

Ilegitimidade Passiva Ad Causam

Não se deva considerar por valida a citação de procedimento


Invalido e Inexistente.

Não se deve considerar existente os Aberratio Legis aqui


rechaçado, não cabe outro nome ao ato praticado pelo adverso, vez que não é
um Procedimento Jurídico, não é uma Ação Judicial, Autônoma ou Incidental 9
o que deveria ser), também não é um pedido que mereça a apreciação e
deferimento do D. Juízo, (neste caso o Indeferimento será de oficio mesmo sem
o chamamento do Executado a resposta.
Logo não deve prosperar tal demanda de Cobrança contra
Terceiros Requeridos, vez que não foram seguidos os Pressupostos Legais ao
intento do Requerente.

Em decorrência deste Mau Feito Procedimento, se tornam


NULOS todos os atos, inclusive a citação dos Terceiros Chamados a questão.

Abrilhanta, Prof. HUMBERTO T. JÚNIOR

“A nulidade é vício fundamental e, assim, priva o


processo de toda e qualquer eficácia. Sua
declaração, no curso da execução, não exige forma
ou procedimento especial. A todo o momento o juiz
poderá declarar a nulidade do feito tanto a
requerimento da parte como ex-ofício. Não é preciso,
portanto, que o devedor utilize dos embargos à
execução. Poderá arguir a nulidade em simples
petição, nos próprios autos da execução”

III – DOS PEDIDOS

Ex positis, o ora Executado requer:

a) – Seja acolhida a prefacial ora levantada em sede de Exceção de


Pré-Executividade, diante da inarredável Aberrati Finis Legis, e todo
o fundamento narrado, seja a questão. EXTINTA SEM A
RESOLUÇÃO DO MÉRITO tendo em vista a falta de Pressuposto
Processuais Vitais ao feito da Desconsideração da Persona Jurídica
o que gera o vício insanável da Ilegitimidade Passiva Ad Causam, por
citação se dar de forma Injurídica.

b) - Seja Condenada a Exequente ao Pagamento das Verbas


Honorificas Sucumbenciais, em face da litigiosidade própria deste
Incidente, que exigiu do ora Executado a contratação de seus
patronos.
c) - Seja determinado ao Distribuidor a Exclusão dos Terceiros
Chamados, do feito em questão.

Termos em que,
Pede, Espera Deferimento
São Paulo, 31 de maio de 2021.

DENISE RODRIGUES ROCHA MARIA APARECIDA SOUZA TRINDADE


OAB/SP 226.426 OAB/SP 366.953

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