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Profa. Me. Edinalva da Cruz Teixeira Sakai - UFMS, Campo Grande – MS.
Prof. Me. José Roberto Rodrigues de Oliveira - UFMS, Campo Grande – MS.
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ASSISTENTES:
Danilo Mandetta
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DIRETRIZES PARA AUTORES
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ISSN 2359-1595 - Vol. 07, n.01, Maio/2015.
Notas introdutórias
Este texto apresenta uma proposta pedagógica que explora diferentes produtos
artísticos que denunciam aspectos marcantes da realidade campesina brasileira relacionados
ao êxodo rural e às lutas por justiça social. O objetivo principal é conduzir os estudantes à
reflexão sobre o lugar que ocupam no mundo, realizando paralelos com a situação dos
retirantes que deixam sua terra guiados pela esperança de uma vida melhor. Espera-se
articular o trabalho curricular a partir de produtos e processos do campo artístico à
construção de uma Mística de encerramento das atividades e envio dos estudantes de volta
às suas comunidades.
de Design, doutor em Educação pela UFMS e mestre em Música pela UFMG, contato
marcus.medeiros@ufjf.edu.br.
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Como nos mostra Nascimento (2006), a população rural é vista, a partir de dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como extremamente esquecida e
abandonada. De acordo com o autor, com o avanço do capitalismo – envolvendo a
mecanização, tecnologia e a substituição do trabalho humano pela robotização – três
princípios se desenvolveram na realidade camponesa:
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Da Mística
Como se pretende que as atividades aqui propostas culminem com uma Mística
relacionada ao tema, julgou-se oportuno apresentar algumas reflexões sobre este momento
significativo do processo de ensino-aprendizagem envolvido nas propostas da educação do
campo.
O uso da palavra “Mística”, como nos mostra Comerlatto (2010, p. 67), aponta
para o início do século V, inspirada nas tradições orientais: “(...) o vocábulo não tem uma
origem cristã e nem se trata de uma doutrina surgida com esta inspiração religiosa”. Para
este autor, a Mística faz parte do âmbito do mistério que envolve todas as religiões e grande
parte dos movimentos filosóficos.
c. Presença imediata: o místico chega a esse invisível num contato direto, sem
imagens ou representações.
d. Presença gratuita: o caráter da experiência mística é de dom e não recompensa
de um esforço repetido de, por exemplo, repetições de fórmulas de oração.
e. Presença subjacente: a mudança de atitude frente à realidade. Há a experiência
de libertação individual e a transformação da própria existência, muito maior
que a contemplação inerte pretende propor.
f. Experiência e expressões paradoxais: cria-se a ruptura com a lógica a partir da
inefabilidade da experiência. (Cf. GUERRA, 1988, p. 575 – 576).
organização de uma Mística que nasce do coração dos estudantes, com aspectos que
passam pelo cérebro, unindo todos os envolvidos em um momento significativo de
reflexão sobre si mesmos, sobre a realidade em que vivem, e motivam a continuidade da
luta por igualdade social na construção de um mundo mais justo e mais humano.
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Fonte: http://noticias.universia.com.br
Como são as estradas pelas quais a vida deles tem caminhado? Por quais êxodos
eles já passaram? O que já tiveram de deixar para trás a fim de continuar na luta por um
futuro melhor? Quem são os “urubus” que espreitam a realidade deles?
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É hora em que a morte é certa, mas ninguém dizerda se for pra lutar
No peito, coração aberto, esperança perto sem querer chegar
Coragem mansa eu tive até partir
Pra não morrer de morte igual, fugi,
e andei, errando pela vida a fora, sempre indo embora
dei volta no mundo,
Vim morrer aqui
Esta canção, que pode ser ouvida na voz de Clara Nunes e também de Maysa
Matarazzo, tem uma letra que aborda a reflexão, à hora da morte, de uma vida marcada
pela luta constante e necessária pela sobrevivência própria daqueles que são obrigados a
deixar sua terra em busca de dias melhores.
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Por fim, conectando este trabalho à paisagem sonora criada a partir da tela de
Portinari, com o intuito de se construir a Mística de envio, os estudantes podem ser
conduzidos à criação de um arranjo para a canção trabalhada utilizando a “tela sonora”
criada anteriormente. Em meio às estrofes da canção podem ser inseridos textos poéticos
escritos pelos estudantes, declamados por eles tendo a massa sonora como fundo. Estes
textos podem ser apresentados sob a forma de um rap, ou mesmo de outro estilo escolhido
pelos alunos.
Notas finais
Desta forma, a música pôde ser abordada tanto como área de conhecimento
quanto como companheira de luta pela transformação de si e do mundo, a partir da tomada
de consciência de aspectos inerentes à realidade na qual os estudantes estão inseridos.
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Referências
BOFF, Leonardo; BETTO, Frei. Mística e Espiritualidade. Rio de Janeiro: Roxo, 1996.
GUERRA, S. Mística. In: Dicionário Teológico O Deus Cristão. São Paulo: Paulus, 1988, p. 574
– 586.
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Goiás. Revista Iberoamericana de Educación, OEI, n. 33/10, p. 1 – 16, 2004.
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SOUZA, Maria Antônia de. A pesquisa sobre educação e o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) nos Programas de Pós-Graduação em Educação. Revista Brasileira
de Educação, v. 12, n. 36, set./dez. 2007, p. 443 – 461.
Sites Consultados
www.noticias.universia.com.br
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