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A extradição, segundo definição do Ministério da Justiça e Segurança Público do Brasil, “É

um ato de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa investigada e processada
ou condenada por um ou mais crime, ao país que a reclama”. A sessão pode ser solicitada tanto para
o cumprimento de uma pena já imposta, quanto para fins de instrução processual. No Brasil, é
prevista no art. 5, incisos LI e LII da Constituição Federal, e detalhada no capítulo 8, sessão I da lei
de imigração (lei número 13445, de 24 de maio de 2017). Porém, há uma diferença clara, visto na
Constituição, no tratamento entre brasileiros natos (que nasceram no Brasil) e brasileiros
naturalizados (que nasceram em outros países e se naturalizaram brasileiro). Brasileiros natos, em
nenhuma hipótese, podem ser extraditados, enquanto naturalizados podem em caso de crime
comum praticado antes da naturalização e a de envolvimento em tráfico ilícito de drogas.
Entretanto, há uma forma, ainda muito debatida e discutida, de extradição de brasileiros natos. Essa
forma seria pela entrega.
A extradição e a entrega, mesmo parecendo ser semelhantes, tem diferenças vitais em seu
procedimento. Na extradição, o Estado Requerido (país que reclama a extradição) mandará uma
solicitação diretamente ao Ministério da Justiça, onde será analisado e enviado ao STF (Supremo
Tribunal Federal), que irá então decidir a procedência do caso. Já no caso da entrega, não haverá
uma cooperação entre países, e sim um tribunal, chamado de Tribunal Penal Internacional.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, foram realizados inúmeros tribunais de exceção,
como por exemplo os de Tóquio e Nuremberg. Até que a ONU, em 1950, decidiu realizar uma
comissão para a criação do TPI (Tribunal Penal Internacional). O projeto acabou não indo para a
frente por impasses e complicações, mas a semente foi plantada. Todos esses reforços resultaram
em, finalmente, a elaboração de um comissão (chamada de Comitê Preparatório da Conferência de
Roma). Após várias sessões, em julho de 1988, foi finalmente aprovado o Tratado de Roma, criando
assim o Tribunal Penal Internacional (que só iniciou as atividades oficialmente em 2002). Nem
todos os países foram a favor do TPI, como por exemplo Estados Unidos, a China e Israel, que
votaram contra o tribunal.
O Tribunal Penal Internacional tem uma jurisdição subsidiária, ou seja, irá apenas agir
quandos os tribunais brasileiros não conseguem, não querem e, dependendo do caso, não atuam de
maneira satisfatória. De acordo com Estatuto de Roma, há 4 crimes que o tribunal julga, que são os
crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão.

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