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Universidade Federal de Itajubá

Instituto de Engenharia Mecânica


Prof. Guilherme Gomes
EME438P- T06

Ensaio de Compressão
Proposta do relatório: Projeto de canote do selim para bicicleta

Questão 1 Plote a curva Tensão x Deformação (engenharia e real) a partir dos


resultados experimentais. Compare e comente os gráficos dos materiais ensaiados.

A figura abaixo apresenta uma descrição gráfica do comportamento do


alumínio quando sujeito a compressão, considerando as tensões e deformações de
engenharia e real.

Gráfico 1.1 - Curvas Tensão x Deformação para o Alumínio (D= 9,400 mm),(L0=13,940 mm).

O gráfico 1.2 expõe o comportamento do corpo de prova de cobre, quando


sujeito a compressão.
Gráfico 1.2 - Curvas Tensão-Deformação para o cobre (D=9,48 mm),(L0=14,180 mm).

O gráfico abaixo apresenta as curvas Tensão-Deformação para o aço.

Gráfico 1.3 - Curvas Tensão-Deformação para o aço (D= 9,420 mm),(L0=13,460 mm).

A seguir é dado as curvas Tensão-Deformação para o latão.


Gráfico 1.4 - Curvas Tensão-Deformação para o latão (D=9,400 mm), (L0=14,720 mm).

Em todos os materiais ensaiados, exceto no corpo de prova de latão, o


ensaio chegou no limite de força em que a máquina universal de ensaios foi capaz
de alcançar que é de 100 kN. Isso foi demonstrado nos gráfico pela curva de
engenharia que se manteve crescente até aproximadamente 1400 MPa, não
apresentando uma queda abrupta que indicaria que o material ensaiado rompeu-se.
Essa queda foi identificada na curva de engenharia para o latão como mostrado no
gráfico 1.4.
Diferentemente dos ensaio de tração, o material submetido a compressão
apresenta uma curva de engenharia na qual a tensão aumenta após o limite de
resistência. Isso ocorre, pois em ensaios de compressão a área da secção
transversal vai aumentando.

Questão 2 - Qual o valor de tensão de escoamento e tensão de ruptura (se houve)


para os materiais ensaiados?

A tensão de escoamento é a zona onde o material já sofre deformação


plástica porém esta não é detectada pela máquina de ensaio conforme o material
"escoa" ou expande sem necessitar de mais tensão. Assim, se houver algum
acréscimo de tensão o material não segue mais a lei de Hooke e entra na zona
plástica. Nos materiais ensaiados estes valores foram:
● Alumínio: 426,77 MPa
● Cobre: 294,55 MPa
● Aço: 733,12 MPa
● Latão: 324,46 MPa
Ademais, a tensão de ruptura só foi passível de obtenção referente ao latão,
pois os outros corpos de prova (alumínio, cobre e aço) não sofreram ruptura total no
experimento, por outro lado o corpo de prova de latão apresentou uma ruptura de
angulação de 45º (onde a tensão é máxima), apresentada pela tensão de ruptura
abaixo:
𝐹
σ rup=
𝐴
No gráfico:
𝐹
σ rup=
𝐴
81445,5
σ rup= −3 2 π
(9,4*10 ) *4
9
σ rup= 1, 174 * 10 𝑃𝑎 = 1, 174 𝐺𝑃𝑎

Fonte: biopid.com.br
Questão 3 - Classifique os materiais por ordem crescente de ductilidade.

Sabe-se que em materiais dúcteis a compressão pode provocar uma


deformação lateral notável. Essa deformação pode prosseguir com o ensaio até o
corpo de prova se transformar em um disco, sem que necessariamente ocorra a
ruptura. Por esse motivo o ensaio de compressão não é muito utilizado em
materiais dúcteis, pois estes podem se deformar continuamente sem apresentar
fratura, sendo possível determinar apenas as propriedades relacionadas com a
região elástica. Além disso, há a possibilidade de flambagem, existência de atrito
entre a placa e o corpo de prova, entre outros.
Por outro lado, materiais frágeis por possuírem baixa capacidade de
deformação plástica, fraturam em um plano de 45° com a direção de aplicação da
carga.
Considerando todos esses fatores, pode-se classificar os materiais ensaiados
de acordo com suas respectivas ductilidades, em ordem crescente de 1 (menos
dúctil) a 4 (mais dúctil):

1- Latão
2- Alumínio
3- Aço
4 - Cobre

Notou-se que todos os materiais ensaiados apresentaram o embarrilhamento.


Mas, como os corpos de prova de latão e alumínio apresentaram ruptura e trincas
laterais respectivamente, implica-se que são os menos dúcteis. Ademais, no
restante dos corpos de prova considerou-se a deformação plástica para a
classificação de ductilidade. Se uma grande deformação plástica ocorre entre o
limite de elasticidade e o ponto de ruptura, diz-se que o material é mais dúctil.
Questão 4 - Obtenha o módulo de elasticidade (E) para os materiais ensaiados.
Compare seus resultados com a literatura (referencie devidamente a fonte). Houve
discrepância? Se sim, justifique.

O módulo de elasticidade se configura como uma grandeza proporcional a


rigidez de um material quando submetido a uma tensão externa (tração ou
compressão) e, é expresso simplificadamente por:

σ
E=
ε

Embora possa ser obtido simplesmente a partir de valores da resistência à


compressão ou tração, o módulo de elasticidade é influenciado por diversos fatores,
sendo o tipo de medidor de deformação um deles. No experimento realizado os
módulos de elasticidade foram obtidos pela fórmula expressa acima diante da região
elástica do gráfico gerado. Com estes valores, obteve-se:

● Alumínio: E = 1,509 GPa


● Cobre: E = 2,250 GPa
● Aço: E = 4,958 GPa
● Latão: E = 2,558 GPa

Com base na literatura [CALLISTER, 2002] é notável uma discrepância, de


certa forma grotesca, entre os valores obtidos e os de referência. Tal fenômeno
pode ser esclarecido com base nos fatores de influência externos e internos
referentes ao corpo de prova. A exemplo disto as principais fontes de erro no
processo podem configurar:

Internamente: Impurezas presentes no


material, dimensões do material;
Externamente: Má lubrificação do CP, delay
da máquina, mau posicionamento da peça,
arredondamentos utilizados no cálculo do
módulo e demais valores (ex: tensão,
deformação);

Fonte: Callister, 2002


Desta forma, dadas as condições em que o experimento foi realizado
(laboratório climatizado, maquinário adequado e calibrado, profissionais
competentes, uso de software etc.), o fator que provavelmente realizou maior
interferência no módulo de elasticidade deriva de condições referentes ao próprio
CP, como impurezas e inconsistências em sua constituição.

Questão 5 - Apresente, tecnicamente, qual material deve ser utilizado em


substituição à fibra de carbono (exponha dados e justifique a escolha do material X
e a não escolha dos outros materiais). Calcule também qual deve ser o diâmetro
interno e espessura de parede t do canote, utilizando o material escolhido.

Para a escolha do material mais apropriado para uso no canote do selim da


bicicleta deve-se levar em conta, principalmente, se o material irá conseguir suportar
o peso feito pelo usuário da bicicleta. O segundo ponto mais importante a ser
verificado é o custo benefício do material, deve-se observar o preço, quanto mais
barato melhor, juntamente com a massa que o canote terá, visto que uma bicicleta
com menor massa é de maior qualidade pois promove uma melhor experiência para
a pessoa.
Sabe-se que o canote sofre compressão constante, devido ao peso do
indivíduo. O canote é cilíndrico e vazado, com diâmetro externo de 27,2 mm e
comprimento 350 mm. O diâmetro interno deve ser calculado utilizando o valor de
tensão de escoamento, encontrada na questão 2, e um fator de segurança de 1,5.
Temos os valores de tensão admissível de cada material de cada material:

σ 𝑒𝑠𝑐
σ𝑎𝑑𝑚 = 𝐹𝑆

● Alumínio: 284,513 MPa


● Cobre: 196,367 MPa
● Aço: 488,747 MPa
● Latão: 216,307 MPa

Com isso é possível calcular os valores do diâmetro interno no caso de uso


de cada um dos quatro materiais ensaiados, utilizando as seguintes equações.

𝑃
σ𝑎𝑑𝑚 = π*(𝑑𝑒𝑥𝑡²−𝑑𝑖𝑛𝑡²)
4

𝑃*4
𝑑𝑖𝑛𝑡 = 𝑑𝑒𝑥𝑡² − σ 𝑎𝑑𝑚*π
Obs.: Foi considerado a massa de 120 kg para o indivíduo e a aceleração da gravidade igual à 9,81 m/s² para
encontrar o peso P.

Chega-se nos valores de diâmetros internos e então é calculado a espessura


t, o volume total e a massa de cada canote, chegando a seguinte tabela:

Diâmetro Espessura t Volume total Massa do


interno (mm) (mm) (m³) canote (kg)

Alumínio 27,054 0,073 2,177*10-6 5,878*10-3

Cobre 26,989 0,106 3,143*10-6 28,161*10-3

Aço 27,115 0,043 1,269*10-6 9,987*10-3

Latão 27,008 0,096 2,861*10-6 24,977*10-3


Obs.: Foram considerados os seguintes valores de massa específica: alumínio 2700 kg/m³, cobre 8960 kg/m³,
aço 7870 kg/m³ e latão 8730 kg/m³.

Com isso, as massas encontradas podem ser comparadas com o preço de


cada material no mercado. Os preços médios do quilo de cada material é: alumínio
R$ 3,05; cobre R$ 32,00; aço R$ 5,40; latão R$ 3,30.
Observados os valores de massa e peso é possível perceber que o melhor
material a ser escolhido seria o alumínio, pois é o canote mais leve entre os
calculados, e o preço também é o mais barato.

REFERÊNCIAS

CALLISTER JR., William D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed.


[S. l.]: Livros Técnicos e Científicos, 2002. 589 p. ISBN 8521612885,
9788521612889.

Ensaio de compressão. Disponível em:


https://biopdi.com.br/artigos/ensaio-de-compressao/. Acesso em: 10/10/2020.

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