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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL

DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS

E TECNOLOGIA

EXPERIMENTO 5: PROPRIEDADES COLIGATIVAS

CARLOS DA SILVA ALVES

Relatório referente à disciplina de Físico-


Química Experimental Ministrada pela Profa. Dra. Adriana Evaristo de Carvalho

DOURADOS-MS

OUTUBRO/2021
1. INTRODUÇÃO
Algumas propriedades das soluções são essenciais para a vida. Por exemplo, a
osmose, isto é, a tendência do solvente de fluir através de uma membrana para uma
solução, promove o fluxo de nutrientes através das paredes de células vivas. Quando os
químicos começaram a estudar quantitativamente as propriedades das soluções, eles
encontraram um fato muito peculiar: algumas propriedades, inclusive a osmose,
dependem somente das quantidades relativas de soluto e solvente. Elas são
independentes da identidade química do soluto. Propriedades que dependem da razão
entre quantidade de moléculas de soluto e de solvente, e não da identidade química do
soluto, são chamadas de propriedades coligativas. As quatro propriedades coligativas
são o abaixamento da pressão de vapor do solvente, o aumento do ponto de ebulição do
solvente, abaixamento do ponto de congelamento do solvente e a osmose. Todas as
quatro propriedades envolvem o equilíbrio entre duas fases de um solvente ou entre
duas soluções de diferentes concentrações [1].
Em termos mais técnicos, as propriedades coligativas dividem-se em:
Ebulioscopia: Este fenômeno ocorre, por exemplo, quando adicionamos açúcar na água
do café que estava prestes a entrar em ebulição e ele retarda este ponto de ebulição
devido a interação com o solvente. Em outras palavras, a ebulioscopia consiste no
aumento da temperatura de ebulição, ou mais especificamente no aumento da variação
da temperatura de ebulição devido à presença de partículas de soluto não voláteis.2
Tonoscopia: Este processo pode ser também chamado de tonometria e consiste
no abaixamento da pressão máxima de vapor de um solvente sendo o soluto o
responsável. Vale lembrar que a pressão máxima de vapor ocorre quando as velocidades
de condensação e evaporação se tornam iguais e atinge- se um equilíbrio dinâmico. Esse
processo ocorre quando adicionamos iodo (soluto não-volátil) à água (solvente) por
exemplo [2].
Crioscopia: Este fenômeno pode ser também chamado de criometria e é a razão
pela qual consegue-se evitar o congelamento da água dos radiadores. Nos países muito
frios as pessoas adicionam à água dos radiadores aditivos especiais que elevam o ponto
de ebulição da água e também diminuem o seu
ponto de solidificação ou congelamento. E quanto maior for a concentração desse
aditivo na água, menor será a temperatura de congelamento [2].
Pressão osmótica: Primeiro devemos definir o fenômeno da osmose, que é a
passagem de solvente da solução menos concentrada para a mais concentrada através de
uma membrana semipermeável. Isso ocorre, por exemplo, quando deixamos feijão de
molho antes do cozimento. Podemos notar que os grãos do feijão ficam inchados. A
pressão osmótica é a pressão que deve ser exercida sobre a solução a fim de barrar ou
dificultar a passagem de solvente [2].
2. OBJETIVOS

Comprovar a existência da pressão atmosférica através de uma latinha de


refrigerante.
Verificar a influência da adição de um soluto não-volátil na temperatura de fusão de
um solvente;
Verificar a influência da adição de um soluto não-volátil na temperatura de ebulição
de um solvente;
Compreender a relação existente entre pressão de vapor, volatilidade e ponto de
ebulição.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A seguir, são destacados os materiais, reagentes, equipamentos e métodos,


utilizados para a prática experimental.
Materiais e equipamentos

- 2 béqueres de 100 ml;


- 1 seringa de plástico;
- 1 termômetro;
- Cuba de vidro;
- Pedaços de barbante;
- 1 lata de refrigerante vazia;
- 1 pinça metálica;
- Bico de Bunsen;
- Pedaços de algodão.

Reagentes

- Água gelada, gelo;


- Sal de cozinha;
- Álcool;
- Acetona.
Métodos

PARTE 1: Fervendo água na seringa

1. Colocou-se em torno de 20 mL de água em um béquer de 100 mL e aqueceu-


se até cerca de 40-50 ºC. Para saber se a temperatura está correta, basta observar
atentamente a água e parar o aquecimento quando surgirem as primeiras bolhas de ar no
fundo do béquer.

2. Puxou-se um pouco de água (cerca de um quinto do volume da seringa) para


dentro da seringa, tomando o cuidado de não deixar entrar nenhuma bolha de ar. Caso
você tenha algumas bolhas de ar dentro da seringa, coloque a seringa na vertical com o
bico para cima, bata levemente nas suas paredes e aperte o êmbolo da seringa até que
elas saiam completamente.

3. Imediatamente tampou-se a ponta da seringa com um dedo e puxou- se o


êmbolo para trás com força, mas sem retirá-lo completamente da seringa.

4. Soltou-se o êmbolo e observou-se.

PARTE 2: Qual dos dois é água?

1. Colocou-se 20 mL de água em um béquer de 100 mL.

2. Preparou-se uma solução concentrada de sal em água.

3. Colocou-se 20 mL desta solução de sal em um outro béquer de 100


mL.

4. Aqueceu-se os dois béqueres (um de cada vez) até a ebulição da água.

5. Quando a água ou a solução aquosa de sal entrou em ebulição, mediu se a


temperatura de ebulição e, posteriormente, jogou-se um pouco de sal de cozinha.
Observou-se e anotou-se os resultados.
PARTE 3: Você é capaz de erguer um pedaço de gelo com o barbante sem
tocar no gelo com a mão?

1. Colocou-se um pedaço de gelo sobre a bancada.

2. Tentou-se erguer um pedaço de gelo com um barbante sem tocar no gelo


com a mão.

3. Você pode utilizar alguns artifícios que estejam sobre a sua bancada.

PARTE 4: Reciclando uma lata

1. Colocou-se água gelada na cuba até aproximadamente três quartos de sua


altura.

2. Colocou-se um pouco de água até a altura de 1 cm dentro da lata de


refrigerante.

3. Usando a pinça metálica, segurou-se a lata e aqueceu-se diretamente na


chama, até a ebulição da água.

4. Observou-se o que ocorre quando a água entra em ebulição.

5. Quando uma grande quantidade de névoa estiver saindo pela boca da lata,
inverteu-se está na cuba contendo água, de forma que a boca da lata fique submersa.
Observou-se e anotou-se os resultados.

PARTE 5: Quem evapora primeiro?

1. Umedeceu-se cada pedaço de algodão com cada um dos líquidos (água,


álcool e acetona).

2. Apertou-se o algodão para tirar o excesso de tais líquidos.

3. Apertou-se cada um dos pedaços de algodão na bancada e observou- se qual


tem maior velocidade de evaporação.
5. Anotou-se os resultados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

PARTE 1: Fervendo água na seringa

Primeiro adicionou-se 20 ml de água dentro de um béquer e colocou-se o


mesmo para aquece até cerca de 40 a 50º C. Mediu-se a temperatura com auxílio de um
termômetro de verificou-se que a mesma estava em 45º C.
Puxou-se um pouco de água para dentro da seringa, tomou-se cuidado para que
não ocorresse a formação de bolas. Tampou-se a ponta da seringa com um dedo e
puxou-se o êmbolo para trás com força, mas sem retirá-lo completamente da seringa.

Verificou-se que houve a formação bolas, assim podemos dizer que a água
entrou em ebulição. Ao puxarmos o êmbolo da seringa fechada estamos diminuindo a
pressão no interior da seringa. Essa diminuição da pressão, torna a ebulição da água
mais fácil. Quando aquecemos a água a uma temperatura inferior à sua temperatura de
ebulição, as bolhas de vapor não conseguem se formar, pois são esmagadas pela pressão
atmosférica [3].

Portanto, ao atingir a temperatura de ebulição, as bolhas de vapor d'água se


tornam estáveis, pois sua pressão de vapor se torna igual a pressão atmosférica. Por esse
fato que a água entra em ebulição a uma temperatura menor que 100ºC em regiões de
elevadas altitudes, já que quanto maior a altitude, menor será a pressão atmosférica,
posteriormente menor a temperatura de ebulição [3].

PARTE 2: Qual dos dois é água?

Colocou-se de 20 ml de água dentro de um béquer de 100 ml e colocou-


se o mesmo para aquecer. Em outro béquer de 100 ml adicionou-se 20 ml de uma
solução saturada de água e sal. Verificou-se que a água que estava
dentro do primeiro béquer, entrou- se em ebulição na temperatura de 99ºC, enquanto a
solução saturada de sal mais água entrou-se em ebulição a 102ºC.

Repetiu-se o experimento novamente, porém agora apenas com a água


pura, deixou-se a mesma aquecesse novamente até entrar em ebulição, temperatura de
ebulição foi de 99ºC e posteriormente adicionou-se alguns ml da solução saturada de sal
mais água. Verificou-se que ao adicionar a solução saturada na água, a mesma parou de
entrar em ebulição. Continuou-se medido a temperatura até que a água entrasse em
ebulição novamente. Verificou-se que houve um aumento na temperatura de ebulição da
água, passando de 99ºC para 103ºC.

Isso acontece porque as moléculas de sal interagem com as moléculas de água,


diminuindo a pressão de vapor desse líquido. Portanto a pressão de vapor do líquido fica
menor que a pressão atmosférica, assim é preciso aquecer ainda mais o sistema para que
a pressão de vapor da solução iguale-se à pressão atmosférica e aí sim entre em
ebulição. Desse modo, a temperatura em que entrará em ebulição será maior [4].

Com isso é possível determinar se água está pura ou contém outra substância
misturadas com a mesma, já que pura sua temperatura de ebulição será próxima a
100ºC, se a mesma tiver outras substâncias mistura, a sua temperatura de ebulição será
superior a 100ºC.

PARTE 3: Você é capaz de erguer um pedaço de gelo com o barbante sem


tocar no gelo com a mão?

Colocou-se um pedaço de gelo sobre a bancada. Tentou-se erguer um pedaço de


gelo com um barbante sem tocar no gelo com a mão.

PARTE 4: Reciclando uma lata

O experimento foi realizado de forma demonstrativa, primeiramente colocou-se


água gelada na cuba até aproximadamente três quartos de sua altura. Adicionou-se um
pouco de água até a altura de 1 cm dentro da lata de
refrigerante e usando a pinça metálica, segurou-se a lata e aqueceu-se diretamente na
chama, até a ebulição da água.

Quando a água entrou-se em ebulição, verificou-se a liberação de um névoa que


sai pela a boca da lata. Está nevoa que sai da lata é resultado da condensação, ou seja,
passagem para o estado líquido, do vapor de água, que ao sair da lata, entra em contato
com o ar mais frio e forma pequenas gotinhas de água líquida que observamos na forma
de uma espécie de fumaça.

A partir das observações, conclui-se que o fenômeno ocorre devido a


pressão exercida sobre o gelo, considerando-se que pressão é uma razão entre a força
exercida sobre o gelo e sua área, tem –se que a medida que a pressão é exercida, força-
se o gelo a fundir, outro fator que contribui para a fusão é a presença do cobre que atua
como soluto não volátil diminuindo a temperatura de congelamento da água, e a
solidificação ocorre pelo reestabelecimento da temperatura baixa em contato com o fio,
regenerando o gelo.
Este fenômeno é observado na natureza nos deslizamentos das geleiras no ártico
em que as montanhas de gelo formadas têm uma pressão em suas bases forte o
suficiente para causar a fusão e grandes deslizamentos de gelo na água.
Experimento II – Osmose
No experimento II adicionou-se um ovo a um recipiente contendo vinagre (ácido
acético), à medida que o ácido acético reage com a casca do ovo, rica em carbonato de
cálcio, é liberado dióxido de carbono, água e íons cálcio em solução, ocorre então a
formação de bolhas em todo ovo manifestando visivelmente a liberação do gás carbono
resultante da reação, conforme mostra a equação a baixo;

2H+ + CaCO3 → CO2 + H2O + Ca2+

Após um dia toda a casca do ovo reagiu com a solução ácida, restando apenas
fina película separando a gema e clara da parte externa, o ovo torna – se mole e inchado.
Em seguida lavou-se o ovo para retirar o vinagre nele contido. Em seguida ele
foi imerso numa solução saturada de açúcar, durante mais um dia. Ao final do
experimento, notou-se uma redução no volume do ovo, esta é justificada devido a
osmose, que é um processo onde ocorre a passagem de uma solução menos concentrada
para um meio mais saturado, sendo estes separados por uma membrana, neste caso
ocorrendo entre o ovo e a solução de açúcar, em que ocorre desidratação do ovo, ou
seja, este perde água para a solução mais saturada de açúcar [1].

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Os experimentos se mostram úteis para se observar a influência da pressão nas
propriedades coligativas, tanto para o processo da osmose quanto para a pressão
exercida fisicamente, também podemos observar no experimento de gelo que há uma
influência do soluto não volátil nesse caso o fio de cobre sobre a temperatura de
congelamento da água [1].
No experimento de ebuliometria é possível encontrar massas próximas dos
valores calculados empregando a tabela periódica, as diferenças podem ter sido
causadas por erros operacionais experimentais como erros no momento de medir as
temperaturas.
Também é possível observar que quando o volume é dobrado por consequência
a massa molar calculada permanece, só havendo o aumento de temperatura a mesma
uma vez que este acontecimento não depende da natureza do soluto, mas do número de
suas partículas na solução [1].
5. REFERÊNCIAS
[1] Ball D.W., 2005, Físico-Química. 1ª. ed., Vol. 1 e 2, Thomson Learning.
[2] https://www.infoescola.com/quimica/propriedades-coligativas/ <acessado em
15 de maio de 2021, ás 23:45>
[3] Levine I.N., Físico-Química. Volume 1. 6ª.ed., Rio de Janeiro: LTC.
[4] Chang R., Físico-Química para as ciências químicas e biológicas.
Volume 1. 3ª.ed., McGraw Hill.

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