CAMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO Nº , DE 2021

(Do Sr. LUIS MIRANDA)

Requer informações ao Excelentíssimo

Senhor Ministro de Minas e Energia, BENTO
ALBUQUERQUE, junto a ANEEL, sobre os
riscos de apagão (Blackout) no Distrito
Federal.

Senhor Presidente:

Requeiro a V. Exª., com base no art. 50 da Constituição

Federal, e na forma dos arts. 115 e 116 do Regimento Interno que, ouvida a
Mesa, seja encaminhado ao Senhor Ministro de Minas e Energia, BENTO
ALBUQUERQUE, pedido de informações sobre os riscos de apagão no Distrito
Federal, conforme segue:

1. Existem 3 torres de transmissão de energia elétrica fixadas dentro de

uma fazenda em Águas Lindas (GO), proveniente das concessionárias
de energia Furnas e Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A.
(Taesa). Essas torres estão localizadas próximas a uma erosão com
cerca de 35 metros. A Aneel tem conhecimento disso? Caso positivo, o
que está sendo feito para evitar um possível deslizamento e provocar
um enorme apagão (blackout) em Brasília-DF?
2. Existe algum estudo técnico da concessionária, da ANEEL ou deste
*CD211977725700*

Ministério para sanar o problema? Caso tenha, anexar cópia.

3. Quais as penalidades ou medidas administrativas a serem aplicadas,
caso ocorra o desabamento e aconteça um enorme apagão (Blackout)
no Distrito Federal?
 CAMARA DOS DEPUTADOS

JUSTIFICATIVA

Segundo matéria veiculada no jornal de Brasília, no dia 19 de

outubro de 2021, a chegada da chuva nunca foi tão aguardada como neste
ano. Mas não era para menos, uma vez que havia chance real de
racionamento de energia devido ao baixo volume dos reservatórios. Então, o
período chuvoso chegou, mas a ameaça de apagão está perto. Mais
precisamente a 35 metros.

Essa é a distância de três torres de linha de transmissão de

energia de uma enorme erosão, que avança na direção dos equipamentos a
cada chuva, engolindo tudo o que encontra em sua frente. As três estão fixadas
dentro de uma fazenda em Águas Lindas (GO).

Segundo o proprietário da fazenda, Gilberto Camargos, 57

anos, a situação que coloca em xeque-mate as duas torres foi provocada
justamente por elas mesmas. As concessionárias de energia Furnas e
Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa), não se preocuparam
com a captação de águas pluviais ao instalar os equipamentos. “Eles tiveram
de fazer a terraplanagem, mas não colocaram boca-de-lobo e nem bolsão para
acumular a água. Então, a água da chuva vem toda aqui para minha
propriedade. Isso provocou a erosão, que chega a avançar dois metros a cada
chuva. Imagina agora, que está no período de chuva?”, alerta Gilberto.

O Jornal de Brasília teve acesso ao relatório elaborado pela

Taesa sobre essa ameaça provocada pelas erosões. Segundo a empresa, “as
equipes de manutenção identificaram um processo erosivo nas proximidades
do vão entre as torres 429 e 430 da Serra da Mesa/Samambaia C3 (que é a
*CD211977725700*

identificação que as torres recebem), provocado pelo direcionamento das

águas pluviais de uma estrada lateral nas proximidades da linha de
transmissão”.

Segundo o proprietário da terra, um engenheiro de Furnas

esteve no local e alertou que a situação é realmente grave. “Ele falou que, se
 CAMARA DOS DEPUTADOS

as torres desabarem, vai faltar energia geral, pois uma vai puxar a outra para o
chão. Brasília vai ficar no apagão. Mas parece que as empresas não estão
preocupadas com isso. Só eu mesmo. Aqui já são mais de 30 erosões que se
formaram depois da vinda dessas torres para cá”, afirma Gilberto, mas,
segundo ele, somente duas erosões ameaçam as torres da Taesa e de Furnas.

Com base em todo o exposto, solicitamos essas informações,

com o máximo de urgência, com a finalidade de evitarmos enorme apagão
(Blackout) no Distrito Federal e prejudicar, de forma nefasta, a energia elétrica
consumida pela população de Brasília. Há possibilidades reais de causar danos
irreparáveis ou de difícil reparação aos empresários e consumidores.

Sala das Sessões, de Outubro de 2021.

Deputado Luís Miranda

DEM / DF

*CD211977725700*