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UniRuy

Bacharelado em Direito
Legislação especial
Prof. Glaybson Guedes
AV1
Valor: 6,0 pontos
2021.2

A avaliação consistirá no estudo de um dos casos a seguir.


Você deve selecionar um dos casos anexados a esta avaliação, analisa-lo e
responder às seguintes questões e um documento no qual deve constar seu nome, número
de matrícula, o caso escolhido e as respostas. O material deve ser postado no TEAMS, na
aba de trabalhos no prazo estabelecido. O não cumprimento do prazo implicará a
realização de uma nova avaliação correspondente de acordo com as diretrizes da
instituição.

QUESTÕES

1) No caso selecionado, há a violação de direitos de acordo com a legislação


brasileira vigente? Justifique sua resposta. (1,5 ponto)
2) Pesquise e apresente a legislação vigente que melhor se aplicaria à resolução
do caso de acordo com o seu entendimento da questão anterior. (1,5 ponto)
3) De acordo com seu entendimento, quais fatores sócio-históricos contribuem
para que o caso que você escolheu seja verossímil na realidade brasileira atual
(1,5 ponto).
4) Apresente uma ou mais ações que você acredita serem possíveis de você
mesmo realizar como futuro profissional do Direito no exercício da sua
profissão para reduzir as desigualdades sociais do seu entorno. (1,5 ponto)
CASO 1

No dia 18 de janeiro de 2018, Austrervázio Moreira de Souza Paim, 27 anos, vulgo


Trevinho, desempregado, morador da cidade de Fimdomundonópolis – BA foi acusado
por Ginderley Mascarenhas Nunes, 45 anos, comerciante, de ter subtraído de seu
estabelecimento, o mercadinho Pague Muito Leve Pouco, uma garrafa de catuaba
Selvagem sabor açaí e três pacotes de salgadinho Micão. O comerciante registrou um
boletim de ocorrência na delegacia da cidade, e Trevinho foi conduzido à delegacia para
prestar esclarecimentos de maneira arbitrária, uma vez que os tramites legais não foram
observados e tal conduta do delegado responsável em questão se justificou por esse ter
“grande consideração pelo seu amigo, Ginderley”.
Na ocasião dos esclarecimentos, Austrervázio teve de se valer de leitura labial e
mímicas para se fazer entender. Todavia, como não havia interpretes de LIBRAS,
tampouco o acusado sabia ler ou escrever, não foi possível estabelecer uma comunicação
satisfatória e o auxiliar de serviços gerais foi detido na mesma delegacia onde ficou por
14 dias. Trevinho só foi liberado após uma comoção poupular na cidade. Como vivia
sozinho em um barraco próximo à Igreja Matriz, e não tinha familiares que
reivindicassem sua soltura, alguns membros da Irmandade de Nossa Senhora Maria Passa
na Frente que o auxiliavam e o contratava eventualmente para fazer alguns “bicos”
organizaram o movimento pela libertação do acusado.
A voz popular da conta que Trevinho é inocente, pois nos anos que vivia ali,
jamais demonstrou nenhum comportamento que alterasse a ordem pública. Diz-se ainda
que Ginderley fez tal acusação movido por raiva, uma vez que Austrervázio se recusava
a trabalhar no mercadinho em troca de comida e moradia.
CASO 2

Uma casa de reza, espaço religioso de diversas etnias indígenas que vivem no
extremo norte do estado de Roraima, foi consumida pelo fogo na noite de 30 de fevereiro
de 2021. Segundo os líderes indígenas da região, essa não é a primeira vez que um espaço
semelhante é destruído por um incêndio. Ainda para os representantes, há fortes indícios
de que tais incêndios sejam criminosos, pois, desde que os ruralistas se instalaram naquela
zona e passaram a ser representados por Ricardopassa Boiadasalles no final dos anos 1990
é que os espaços sagrados dos povos originários do lugar passaram a enfrentar o fogo
constantemente.
As terras em que estava é alvo de disputa por ruralistas e se vê frequentemente
animais de propriedade de Boiadasalles dentro das terras indígenas. Os ruralistas
desmentem a versão dos indígenas e são apoiados pelo representante da FUNAI na região,
que afirma estar tudo dentro da normalidade e que a versão dos indígenas não passa de
teoria da conspiração.
CASO 3

Um caso de racismo envolvendo dois estudantes da Universidade Estadual de


Santa Catarina é investigado pela Polícia Civil. Conforme a queixa feita à polícia, Alvinho
Deutchliter, um aluno de doutorado em Filosofia, de 28 anos, enviou uma série de
mensagens de cunho racista à namorada de Sildemário Taberilônio de Jesus do Amor
Divino, de 24 anos, estudante de Políticas Públicas da mesma universidade, pelas redes
sociais.
Ele afirma que a mulher "merece coisa melhor", e faz declarações como a de que
os negros possuem características genéticas diferentes, e exalam cheiro típico, como se lê
a seguir:

"Pensa que assim como no gene o negro é dominante, ele também exala um cheiro típico,
libera substâncias no ambiente e na troca com parceiros. Por isso, os europeus são
protetores, "patriarcais", porque se não fosse isso eles perderiam potencialmente a etnia.
As mulheres sempre foram muito protegidas contra influências de estranhos, sobretudo
negros", diz a mensagem.

Ao ser questionado pela imprensa sobre o caso, Alvinho disse que "está saindo
uma enxurrada de fake news muito graves a meu respeito" e informou que deve buscar
assessoramento jurídico. Na manhã desta terça (5), ao ser questionado sobre a expressão
"exala um cheiro típico", ele informou que "não há a menor carga de racismo ou injúria",
e que "deve esse debate às autoridades". E continuou:

"Não sou um demônio, não sou racista e não cometi crime. É por isso que ao invés de
simplesmente processar eles quiseram usar de meios mais cruéis para fazer de mim um
demônio em sociedade. (...) Isso é criminoso, de má fé, algo muito pior que simplesmente
chamar alguém de 'homúnculo', como o rapaz está dizendo que foi chamado", afirma.

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