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ALUNO: Silvio Pires do Nascimento

1. O que se entende por sucessão legítima vocação hereditária?

VOCACAO HEREDITARIA. Vocação hereditária é a convocação de pessoa com direito


à herança, para que receba o patrimônio deixado pelo falecido. A vocação hereditária pode
ocorrer por sucessão legítima ou por disposição de última vontade do falecido, por meio do
testamento.

2. Segundo o Código Civil, o qual a ordem da vocação hereditária?

A nova ordem de vocação hereditária, portanto, prevê a concorrência dos descendentes e


dos ascendentes com o cônjuge, estabelecendo o seguinte: descendentes e cônjuge ou
companheiro, ascendentes e cônjuge ou companheiro, cônjuge sozinho, colaterais até o
quarto grau e companheiro e, por fim, o companheiro sozinho.

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte. Inciso I, II, III, IV.

3. Quando o cônjuge herda concorrentemente com os descendentes? E com os


ascendentes?

Se concorrer com o pai e mãe do de cujus, a herança será dividida em 3 partes iguais cabendo
1/3 ao pai, 1/3 à mãe e 1/3 ao cônjuge. Em qualquer outra hipótese de sucessão
com ascendentes, ½ da herança ficará com o cônjuge e a outra metade será dividia entre
os ascendentes.

O cônjuge concorrerá com o ascendente em todos os regimes de bens.

As regras de concorrência do cônjuge com os ascendentes do falecido são bem mais


simples do que aquelas supra analisadas, e partem da premissa segundo a qual,
independentemente do regime de bens adotado pelas partes, a herança será sempre dividida
entre o cônjuge e o ascendente.
Assim, a concorrência se dará no regime da comunhão universal, da comunhão parcial
com ou sem bens particulares, da participação final nos aqüestos, bem como na separação
convencional ou na separação obrigatória de bens.

Sobre a herança deixada, composta por bens comuns ou particulares, o cônjuge terá
direito a concorrer com os ascendentes. Não há a premissa pela qual se houver meação não
haverá sucessão. Essa premissa só se aplica à sucessão em concorrência com o descendente.

Exemplificamos.

a) Regime da comunhão universal de bens: 50% do patrimônio pertence ao marido e 50% à


mulher. Com o falecimento do marido, seus 50% serão partilhados entre a esposa e os pais do
falecido.

b) Comunhão parcial de bens com bem particular: Dos bens comuns, 50% pertence ao marido
e 50% à mulher. O bem particular pertence 100% ao marido. Assim, com o falecimento do
marido, seus 50% dos bens comuns e 100% do bem particular serão partilhados entre a esposa
e os pais do falecido.

O quinhão do cônjuge que concorre com os ascendentes

Também não há qualquer dificuldade em se tratando do quinhão a ser partilhado entre


cônjuge e ascendentes.

Se concorrer com o pai e mãe do de cujus, a herança será dividida em 3 partes iguais
cabendo 1/3 ao pai, 1/3 à mãe e 1/3 ao cônjuge.

Em qualquer outra hipótese de sucessão com ascendentes, ½ da herança ficará com o


cônjuge e a outra metade será dividia entre os ascendentes. Exemplificamos.

a) Falecido deixa pai vivo e esposa. Metade da herança para cada.

b) Falecido deixa 3 avós vivos e a esposa. Metade para a esposa e outra metade para os três
avós.
E, O cônjuge não concorrerá com os descendentes (ou seja, não dividirá a herança deixada
que irá integralmente para os descendentes):

a) na comunhão universal de bens, pois o supérstite já terá direito à meação, e, então, o


legislador entende que não haverá o direito à concorrência, já que o sobrevivente terá bens
próprios suficientes a garantir seu sustento.

b) na separação obrigatória do artigo 1641 (há um erro na remissão do legislador), pois, nesta
hipótese, se a lei impediu a meação em vida, não admitiria a meação entre descendentes e
cônjuge mortis causa.

Um segundo argumento a justificar a disposição seria a manutenção do disposto na Súmula


377 do Supremo Tribunal Federal: “no regime de separação legal de bens, comunicam-se os
adquiridos na constância do casamento”. A concorrência seria descabida, então, pois os
cônjuges casados pelo regime da separação legal teriam direito de partilhar os aqüestos
adquiridos na constância do casamento. Com esta partilha, o cônjuge sobrevivente disporia de
bens para sobreviver.

c) na comunhão parcial de bens, em que o falecido não deixa bens particulares.

Se no regime da comunhão parcial de bens, o autor da herança não deixou bens


particulares, os bens deixados compõem a meação do sobrevivente. Assim, comunhão parcial
sem bens particulares se aproxima da comunhão universal. Em havendo meação, não há que
se falar em sucessão, pois o cônjuge sobrevivente não estará desamparado.

O cônjuge concorrerá com os descendentes (ou seja, dividirá a herança com os descendentes
do de cujus):

a) na participação final nos aqüestos, pois neste regime não haverá comunhão jamais, e o
cônjuge sobrevivente poderá ver-se sem qualquer patrimônio ao fim do casamento;

b) na separação convencional de bens, pois, com a revogação do artigo 259 [1] , fica claro que
não haverá comunicação de qualquer tipo de bem, mesmo em caso de silêncio do contrato.
Fica definitivamente superada a questão e não haverá a comunicação de nenhum bem
adquirido durante o casamento, se os cônjuges optarem pelo regime da separação
convencional de bens, e por conseqüência, ao fim do casamento, o cônjuge sobrevivente pode
ficar desamparado. Não havendo meação, haverá sucesso e concorrência com os
descendentes.

c) na comunhão parcial em que o autor da herança deixou bens particulares.

Esta hipótese é uma das mais tormentosas para a doutrina. Se o autor da herança
deixou bens particulares, concorreria o cônjuge com os descendentes na totalidade da herança
(inclusive com relação aos bens em que há meação) ou apenas quanto aos bens particulares?

Seguindo o espírito do legislador pelos qual em havendo meação, não há sucessão,


conclui-se que o cônjuge só concorreria quanto aos bens particulares e não quanto àqueles em
que já teria o direito à meação(Gavião de Almeida, p. 227, Giselda Hironaka, p. 273). A
posição, entretanto, não é pacífica e há argumentos favoráveis à idéia de que o cônjuge
participaria da sucessão no tocante à totalidade da herança.

4. Na união estável e nas uniões homoafetivas, os companheiros são


considerados herdeiros necessários?

Essa decisão rompe mais um paradigma importante e reflete, diretamente, nas questões
patrimoniais decorrentes da sucessão, ao considerar inconstitucional o art. 1790 do CC, que
estabelecia condições menos favoráveis ao companheiro e a companheira, na sucessão de
um ou de outro, equiparando-os, todos, às condições de sucessão aplicáveis aos cônjuges
em geral (art. 1.829 do CC).

Segundo o STF, não existe elemento de discriminação que justifique o tratamento


diferenciado entre cônjuge e companheiro estabelecido pelo CC, independente da
orientação sexual. Em função disso, a partir de agora quem vive em união estável inclusive
decorrente de relação homoafetiva vai participar da sucessão do outro, com base nas
mesmas regras aplicáveis aos cônjuges.

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