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Metodologia e

Instrumentação do
Ensino de Biologia
Material Teórico
Materiais de Ensino-Aprendizagem em Biologia

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. João Paulo Silva Pinheiro

Revisão Textual:
Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira
Materiais de Ensino-Aprendizagem
em Biologia

• Aulas Expositivas
• Aulas Práticas
• Recursos/Instrumentos/Estratégias Didáticos

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender sobre a realização de aulas expositivas e de aulas práticas;
· Analisar os diferentes recursos/instrumentos/estratégias didáticos;
· Proporcionar a reflexão crítica em relação à prática docente.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
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Aulas Expositivas
Ao falar em ensinar alguma ideia e/ou processo, temos logo em mente a reali-
zação de uma aula, seja em um ambiente formal de ensino (a sala de aula) ou fora
dele. Porém, o que significa aula? De que forma pode ser realizada? Qual o princi-
pal objetivo? Quem são os sujeitos envolvidos e participantes para que ela ocorra?

Na escola, a aula pode ser realizada de diversas maneiras, destacando-se a


expositiva, a expositiva dialogada e a prática. Neste tópico, iremos focar nas duas
primeiras, e no tópico seguinte, falaremos da última.

Na aula expositiva, a transmissão do assunto ocorre por meio da exposição


dele por alguém que tenha experiência com o tema abordado, fazendo com que
se desperte em outros sujeitos, o interesse pela construção do conhecimento. De
acordo com Gil (1997, p. 69), esse tipo de aula “consiste numa predileção verbal
utilizada pelos professores com o objetivo de transmitir informações a seus alunos”.

Durante muito tempo, a aula expositiva era o único procedimento utilizado em


sala de aula para a transmissão do conhecimento, denominando-se por muitos
autores como o modelo tradicional de ensino (Figura 1), em que o professor expõe
o conteúdo (centro), o aluno escuta (receptor) e depois reproduz, ou seja, um mero
sujeito passivo do processo.

Figura 1 – Modelo Tradicional de Ensino


Fonte: iStock/Getty Images

Em virtude de no passado ter acontecido isso, muitos professores nos dias de


hoje têm certa aversão a esse modo de ensino. Alguns pesquisadores apresentam
as seguintes desvantagens na realização de aulas expositivas:

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• Muitas informações são dadas e o aluno não é capaz de “guardar”;
• O tema é ministrado sem que haja a possibilidade de o aluno pensar, se
questionar e verificar de que forma aquele conhecimento foi produzido (por
exemplo, com a realização de experimentos científicos);
• O professor não interage com os alunos;
• Transmissão de conhecimento ao invés da construção;
• Professor e alunos contentam-se com o que está sendo realizado, muitas vezes,
não incentivando e nem possibilitando a inovação.

Apesar disso, a aula expositiva possui diversas vantagens, como:


• Poupa tempo do professor no planejamento e na execução da aula, uma vez
que ministra a mesma aula para diferentes turmas;
• Redução dos gastos da escola, já que não precisará utilizar e/ou comprar
recursos didáticos;
• Exige menor tempo para ministrar todo o conteúdo da disciplina, pois é
possível expor uma série de informações;
• Eficiente quando o aluno não consegue compreender por meio da leitura,
somente pela exposição oral;
• Permite que haja maior quantidade de alunos por sala, já que não é necessário
que ocorra a interação entre os sujeitos (alunos x alunos).

Para Godoy (2000, p. 76):


[...] é preciso considerar que sob o rótulo ‘aula expositiva’ estão na
realidade, representados diferentes comportamentos do professor em sala
de aula: desde o docente, que permanece sentado lendo suas anotações
sobre um determinado assunto, até aquele que entremeia a exposição,
com perguntas dirigidas à classe, ou a termina com um debate geral sobre
o assunto enfocado.

Logo, é a ação do professor que determinará o modo de ensino: tradicional


ou diversificado.

Com o passar do tempo, essa visão e ação “tradicional” foi sendo aperfeiçoada,
sendo denominada de aula expositiva dialogada (Figura 2).

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Figura 2 – Aula Expositiva Dialogada


Fonte: iStock/Getty Images

Na charge disponível no link abaixo podemos observar o aluno (Calvin) sugerindo ao professor
Explor

a realização de um debate em sala de aula, no entanto, o discente foi punido por ter feito isso.
Nos dias de hoje, observamos a importância desse diálogo entre o aluno e o professor, a fim de
que o aluno seja um sujeito ativo no processo de construção do conhecimento. Além do mais,
permitirá com que sejam realizadas a contextualização e a interdisciplinaridade, exigidas em
muitos processos avaliativos, como o Exame Nacional do Ensino Médio.
Imaginando que você fosse esse professor, como refletiria a sua prática docente a ponto de
que o aluno sugira essa ação? Qual seria o seu comportamento frente ao desejo do aluno?
Disponível em: https://goo.gl/2kg86U

Na aula expositiva dialogada, a exposição do conteúdo é complementada pela


interação com e dos alunos, ou seja, com o auxílio do diálogo. Nessa metodologia
são levados em consideração os conhecimentos prévios dos educandos, a realização
da contextualização, a interdisciplinaridade, questionamentos, o comportamento
dos alunos frente ao que está sendo ministrado, a participação dos discentes,
sistematização do conteúdo, a explicação de conceitos não compreendidos antes
ou durante aquela aula, entre outros aspectos.

Pensando nisso, quais vantagens podem ser elencadas com a realização de uma
aula expositiva dialogada?
• Desperta a curiosidade dos alunos em aprender sobre aquele tema;
• Participação ativa do aluno na construção do seu conhecimento;
• Desenvolvimento da aprendizagem significativa;
• Valorização do aluno em diversos aspectos, como o pessoal e o social.

Somado a isso, a avaliação do aluno pode ser realizada por várias estratégias,
tais como a elaboração de resenhas críticas, construção de mapas conceituais,
realização de debates, resolução de problemas, estudos de caso, júri simulado,
fóruns, pesquisa entre outras formas.

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Explor
A matéria: Aula expositiva disponível abaixo: o professor no centro das atenções traz alguns
“segredos” para uma boa aula expositiva:
» Dominar o conteúdo. Para demonstrar segurança e conduzir bem a atividade, estude o
assunto a fundo.
» Planejar bem. Leve em consideração os conhecimentos prévios da turma sobre o tema e
tenha clareza sobre o que os alunos vão aprender. Depois, articule essa estratégia a outras.
» Esquematizar as ideias a serem apresentadas. Isso ajuda a gerir o tempo da aula e a
não se perder.
» Escolher os suportes mais adequados. Pode ser simplesmente o quadro - ou filmes,
imagens, mapas e documentos históricos, por exemplo.
» Antecipar as dúvidas da turma. Pense em como articular a sua fala e a dos alunos ao
objetivo principal da aula.
» Avaliar o que foi aprendido. Faça isso por meio de outras atividades, como uma síntese
individual ou em grupo sobre o que foi discutido.
» Aprender com a prática. Busque reconhecer quando a garotada ficou mais atenta ou se
houve dispersão, para corrigir possíveis erros de encaminhamento.
» Melhorar sua capacidade comunicativa. Avalie as próprias aulas com recursos como o
vídeo e o gravador, prestando atenção em gestos e tom de voz.
Disponível em: https://goo.gl/4bUQB6

Depois desses levantamentos comparativos, devemos ressaltar que: o papel do pro-


fessor muda em ambas as situações, na primeira (expositiva) o professor é o centro
(detentor do conhecimento) do processo, já na segunda o docente é o mediador da
construção do conhecimento, em que o aluno é o foco do ensino-aprendizagem; o que
é transmitido na primeira metodologia é tido como verdade absoluta, já na segunda, é
algo a ser construído mediante o posicionamento dos alunos.

Portanto, para a realização da aula dialogada é necessário que o professor faça um


bom planejamento, lembrando-se de estabelecer objetivos e elaborar sequência para
realização da aula (com possibilidade de mudanças frente às condições), revisar os
principais conteúdos, acrescentar ideias que permitam a reflexão e a criticidade, utilizar
ações do dia-a-dia dos alunos e interagir e promover a colaboração dos alunos.

Aulas Práticas
Como aplicar e aprender o conteúdo visto de forma teórica? De que forma
determinado conteúdo aprendido na escola vai “servir” para o dia-a-dia? Essas
perguntas permeiam a mente de muitos estudantes e podem ser respondidas e
praticadas por meio da realização de aulas práticas.

Porém, o que vem a ser uma aula prática (Figura 3)? De maneira literal, a palavra
aula trata-se da exposição e/ou lição realizada de conteúdo(s) em determinado
ambiente, já a palavra prática significa realizar, pôr em prática, proceder. Logo,
aula prática seria a exposição do conteúdo por meio da prática, ou seja, aplicar e
“realizar” a teoria.

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Figura 3 – Realização de uma aula prática


Fonte: iStock/Getty Images

A utilização de práticas tem a finalidade de ultrapassar o ensino tradicional, que


é baseado na memorização, favorecendo um processo de ensino-aprendizagem
prazeroso, crítico e reflexivo. Todavia, algumas instituições de ensino não adotam
esse tipo de aula durante o ano letivo alegando diversos fatores, tais como: falta
de infraestrutura (laboratório de Biologia) ou a má utilização desta quando a escola
o possui, e a disponibilidade de tempo para o planejamento e realização, uma vez
que pode comprometer a explanação de outros temas de forma teórica.
Embora a importância das aulas práticas seja amplamente reconhecida,
na realidade elas formam uma parcela muito pequena dos cursos de
biologia, porque, segundo os professores, não há tempo suficiente para
a organização do material, falta-lhes segurança para controlar a classe,
conhecimentos para organizar experiências e também não dispõem de
equipamentos e instalações adequadas. Mesmo admitindo que alguns
fatores mencionados possam ser limitantes, nenhum deles justifica
ausência de trabalho prático em cursos de biologia. Um pequeno número
de atividades interessantes e desafiadoras para o aluno já será suficiente
para suprir as necessidades básicas desse componente essencial para a
formação dos jovens, que lhes permite relacionar os fatos às soluções
de problemas, dando-lhes oportunidades de identificar questões para
investigação, elaborarem hipóteses e planejar experimentos para testá-
las, organizar e interpretar dados e, a partir deles, fazer generalizações e
inferências. (KRASILCHIK, 2008, p. 87).

Se a escola não dispuser de um laboratório de Ciências, é possível o professor


realizar uma aula prática? Muitas atividades práticas simples podem ser realizadas
na própria sala de aula com os recursos disponíveis, bem como em outros espaços
da escola, como no pátio, na biblioteca, no jardim, na quadra de esportes, dentre
outros ambientes, ou fora da escola (Figura 4). Para isso, basta que o professor
realize um bom planejamento e tenha “controle” sobre a sala de aula para que a
prática proporcione a efetivação da construção do conhecimento.

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Por outro lado, se a escola disponibiliza vários recursos tecnológicos e didáticos
que possibilitem a realização de aulas práticas, mas o professor não tem familiaridade
com esses recursos, não é inovador e não realiza a autoformação docente, o ensino
será certamente baseado na explanação e na memorização de conceitos.

Figura 4 – Alunos em uma aula de campo


Fonte: iStock/Getty Images

Pensando no que já foi exposto, pode-se considerar aula prática somente a que
é realizada em um laboratório de Biologia? A aula prática é apenas a execução de
atividades experimentais?

Como observado, a aula prática pode ser realizada em qualquer ambiente,


mesmo ultrapassando o espaço físico da sala de aula. Além do mais, aula prática
é qualquer atividade que possibilite a aplicação da teoria, seja por meio de aula de
campo, utilização de simuladores, de jogos pedagógicos, de recursos da internet
(tecnologias da informação e comunicação), atividades experimentais, resolução de
situação-problema, entre outras.

Muitos estudos relatam as vantagens da aplicação de aulas práticas no ensino


de Biologia para o desenvolvimento pleno do aluno, por exemplo: possibilita a
criticidade, a reflexão, a autonomia do aluno, o trabalho em grupo, o estímulo à
experimentação e a pesquisa científica, melhora o desempenho e aprendizagem
dos alunos, e promove a contextualização e a interdisciplinaridade.

Todavia, alguns desafios e/ou desvantagens podem estar relacionados com o


desenvolvimento de aulas práticas no ensino, como, por exemplo, se não houver
um bom planejamento, ela pode se tornar desorganizada e proporcionar um efeito
negativo no interesse dos alunos pela aula prática, bem como em uma turma
numerosa há chances de dificuldades na realização da atividade; caso o laboratório
possua uma má estrutura física, o aprendizado será prejudicado; a indisponibilidade
de recursos tecnológicos e didáticos influenciam na realização de uma aula prática;
a deficiência na formação docente interfere de forma negativa na promoção de
aulas práticas; entre outros.

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Explor
Veja alguns exemplos, a “Experimentoteca”, de aulas práticas que podem ser desenvolvidas
em Biologia no Ensino Médio. O site apresenta alguns kits / roteiros para os alunos (material
disponível com animações, jogo, filme, entre outros aspectos) e orientação aos professores.
Os temas disponíveis para o ensino médio são:
1. Biomas;
2. Germinação;
3. Metabolismo das Plantas;
4. Evolução;
5. Sistema de Classificação;
6. Zoologia;
7. Microscopia: Célula Animal e Vegetal;
8. Extração, Estrutura, Duplicação e Transcrição do DNA;
9. Síntese Proteica;
10. Expressão Gênica e Diferenciação Celular;
11. Biologia Molecular.
Disponível em: https://goo.gl/qgYkah

Acesse um manual de práticas laboratoriais para o ensino médio dividido em séries (1º ano,
Explor

2º ano e 3º ano) e com algumas sugestões e recomendações:


Disponível em: https://goo.gl/A6YZiH

Recursos/Instrumentos/
Estratégias Didáticos
No processo de ensino-aprendizagem, o conteúdo é exposto por meio de uma
aula, seja ela teórica e/ou prática, com o auxílio de recursos didáticos, a fim de
que haja a participação ativa e, consequentemente, a facilitação do processo de
construção do conhecimento pelos alunos.

Existe algum recurso didático mais apropriado para ser utilizado nas aulas de
Biologia no ensino médio?

Isso vai depender de diversos fatores, como o conteúdo a ser explorado, a


disponibilidade de recursos didáticos na escola, o comportamento da turma em
todos os aspectos, o planejamento do professor, entre outros. O importante é
atentar-se na diversificação do uso desses recursos didáticos, pois muitos docentes
pensam que utilizar slides (Datashow) em todas as aulas é um ensino inovador,
porém, pode se tornar num ensino tradicional e baseado na repetição.

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Dessa maneira, quais recursos didáticos podem ser utilizados no processo de
ensino-aprendizagem? Listaremos e exploraremos os principais recursos didáticos:

Álbum seriado
Trata-se de um instrumento que alia a visualização de textos com a de imagens
(Figura 5), sendo utilizado para explorar qualquer área do conhecimento em vários
encontros, científicos ou não, como palestras, aulas, reuniões etc. As ideias são
apresentadas em uma ordem lógica e sequencial. Nele podem ser observadas
imagens, gráficos, tabelas, fluxogramas etc.
O álbum seriado é composto por páginas sequenciais que desenvolvem
uma única mensagem, de maneira progressiva e lógica, oferecendo
subsídios tanto ao expositor quanto ao público, dando pistas em relação ao
tema. As páginas devem conter apenas dados ou informações essenciais
que conduzam ou roteirizem o assunto tratado. (BRASIL, 2007, p.41)

No ensino, o álbum seriado pode servir como roteiro para o professor e para o
aluno praticar o que foi visto de forma teórica.

Exemplo em Biologia: O aluno construir um álbum seriado de Botânica con-


tendo amostras das estruturas vegetais.

Esse material é adquirido comercialmente ou produzido pelos sujeitos envolvidos


em determinada ocasião com imagens nítidas e atrativas, e com textos simples.
Além do mais, pode conter capa e/ou ser disponibilizado em tripé, ou em uma
caixa com pastas.

Para a produção, podem ser seguidas as seguintes recomendações (BRASIL,


2007, p. 43):
• Após a definição do tema, deve-se organizar os pontos principais, elaborando
um rascunho das páginas, de acordo com a sequência desejada.
• A distribuição organizada das ilustrações e dos textos deve favorecer a
compreensão da mensagem, estimulando a atenção, mas não a desviando da
exposição oral.
• As informações devem ser lógica e progressivamente distribuídas nas páginas
do álbum, evitando a passagem abrupta de uma folha para outra.
• O contraste entre as cores, conforme você já aprendeu na confecção de
cartazes, também deve ser observado, tanto para ganhar a atenção do público
quanto para evitar a poluição visual.

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Figura 5 – Exemplo de álbum seriado

Cartazes
O cartaz consiste em um recurso com imagens e textos, porém, onde as
primeiras predominam. Muitas vezes é utilizado para sintetizar uma ideia e chamar
a atenção dos expectadores, seja por meio da exposição (fixação em um local) ou
da apresentação em forma de aula.

Tal instrumento pode ser confeccionado pelos alunos e/ou professores


observando o planejamento, a organização do conteúdo, a disposição, as cores
e o tamanho das imagens (desenhadas e pintadas, ou recortadas e coladas), o
tamanho, a quantidade e a fonte do texto (escrito, montado por diversos recortes,
ou digitado e colado). Cuidado com a poluição visual no cartaz!

Cartazes - Exemplo em Biologia: comparação entre células eucarióticas e procarióticas.


Explor

https://goo.gl/G8fMFu

Cartilha Educativa
A cartilha educativa consiste em um livro mais simples, digital ou impresso, de me-
nor extensão e de fácil compreensão. Essas produções possuem várias imagens, na
maioria das vezes caricaturas, e amplamente utilizadas na conscientização, na instru-
ção de algo, ou no fornecimento de informações mais diretas a determinado público.
Esse recurso pode ser formado por história em quadrinhos, estórias fictícias,
situações vividas pela população, campanhas, entre outros.
As cartilhas (Figura 6) podem também servir como guia para o professor e
para o aluno, por exemplo, nas aulas práticas. Além do mais, pode ser pedida
sua elaboração para sintetizar e ilustrar determinado tema e servir ainda como
instrumento de avaliação.

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Exemplo em Biologia: Promoção da Educação Ambiental, como evitar doenças,
sexualidade etc.

Figura 6 – Exemplos de Cartilhas Educativas com orientações e medidas de prevenção de doenças

Dioramas
Consistem em representações tridimensionais de um ambiente envolvendo
pinturas, imagens, luzes, ou seja, todo um cenário expositivo para reproduzir cenas
reais e atrair o público.

Tais objetos despertam a sensibilização, promovem a conscientização, como


na preservação do planeta, e a interação com o ambiente, talvez nunca visto
anteriormente na realidade. Logo, proporcionando a construção do conhecimento
pela observação e, consequentemente, na relação com a teoria.

Em Biologia, por exemplo, o diorama pode simular o ambiente com os animais,


recursos naturais, modos de vida, possibilitando o aprendizado de temas biológicos.
Ainda, na representação da diversidade: das espécies, dos ecossistemas e genética.
São amplamente utilizados em museus.
Explor

Dioramas construídos por alunos para representar diferentes biomas: https://goo.gl/63sjUB

Exercícios
Qual a finalidade de uma lista de exercícios ou simulado de questões? Fazer com
que os alunos decorem questões que estarão presentes em suas provas? Revisar e
aplicar o conteúdo visto de forma teórica? Retirar dúvidas? Esses questionamentos
levam a refletir o objetivo do ato de ensinar: proporcionar a construção do
conhecimento pelo aluno ou formar reprodutores de informações.

Os exercícios consistem em uma lista de questões com a finalidade de o aluno


praticar a teoria, verificar de que forma esta pode estar presente em diferentes
situações, revisar o conteúdo, retirar dúvidas e, até mesmo, esclarecer ideias. As
questões podem ser disponibilizadas em diferentes níveis: fácil, médio e difícil.

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Diversos estudos relatam a eficiência da resolução de exercícios para que ocorra


uma aprendizagem significativa. Para que isso seja favorecido, é importante que o
docente diversifique os exercícios além dos presentes no livro didático, corrija as
questões mostrando os caminhos de interpretação, analisando os acertos e erros e
promovendo discussões, muitas vezes de forma contextualizada e interdisciplinar.

No ensino médio, é comum a utilização de questões aplicadas anteriormente


nos vestibulares de instituições de ensino superior e no Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM), a fim de que os alunos se familiarizem com a forma de que o
conteúdo é abordado nesses testes e treinem para sua realização. Somado a isso, o
professor deve elaborar questões com temas discutidos atualmente na sociedade, já
que são possíveis assuntos a serem “cobrados” pelos exames supracitados.

Flanelógrafo
É um material que pode ser utilizado em diferentes contextos do processo de
ensino-aprendizagem, em que predominam a exposição de imagens. Trata-se
de um objeto de superfície rígida (como madeira) recoberto por uma flanela ou
material similar (feltro) podendo ser de diferentes cores (verde, azul, preto, marrom
entre outras).

O professor pode elaborar o flanelógrafo ou solicitar a construção pelos alunos,


pedindo para que fixem de forma criativa as principais ideias/imagens referentes
ao conteúdo trabalhado em sala de aula.
Explor

Utilização do flanelógrafo no ensino: https://goo.gl/82Qub8

Livros, Apostilas e Manuais


São instrumentos de apoio, ou seja, guias tanto para o professor quanto para
o aluno. Esses recursos disponibilizam o conteúdo teórico com alguns recursos,
como questionários, imagens, textos e materiais complementares (por exemplo,
sites de vídeos e de bibliotecas).

Dentre todos os materiais já mencionados, o livro didático é o mais empregado


no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, deve-se ter cuidado para não
o utilizar de forma exclusiva, pois se devem buscar outras fontes complementares.

Em síntese, o livro didático traz o conteúdo mais extenso e com textos comple-
mentares; a apostila é um “resumo” do livro didático; e o manual é utilizado mais
para o aprofundamento de determinados temas ou para guiar em relação a alguma
atividade, como aulas práticas (manual de aulas práticas laboratoriais).

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Mural Didático
O mural, como o próprio nome remete, trata da exposição em um muro. De
acordo com Costa (2012), na escola podem ser encontrados os seguintes tipos:
“murais de avisos/recados; murais de datas festivas; murais jornalísticos; murais
de atividades, nos quais são divulgadas atividades regulares e extraclasses; murais
fotográficos; e, entre eles, os murais didáticos” (Figura 7).

Dentro da sala de aula, os murais permitem que os alunos aprendam, interajam,


vejam e valorizem o trabalho dos seus colegas, além de visualizarem informações
destinadas àquela turma específica. Já murais fora da sala de aula permitem a
interação com outros alunos de séries e turmas diferentes, com professores, com
os profissionais e com os familiares; também podem ser utilizados para notícias e
esclarecimentos de interesse comum a todos mencionados anteriormente.

Dessa maneira, o mural permite a socialização do conteúdo e a exposição de


diferentes formas possibilitando o processo de construção do conhecimento de
diferentes sujeitos (alunos, professores, profissionais, pais etc.).
Uma sala de aula repleta de textos nas paredes mostra claramente que,
naquele espaço, a leitura e a escrita são valorizadas. Da mesma forma,
paredes que exibem desenhos e trabalhos dos alunos dão mostras de que
sua produção é valorizada, ou melhor, que o aluno é valorizado! (BRASIL,
2007, p. 38)

Figura 7 – Mural Didático


Fonte: iStock/Getty Images

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Quadro de Giz ou Quadro de Escrever


Também conhecido por lousa ou quadro negro é um dos equipamentos mais uti-
lizados no ensino, uma vez que é de fácil aquisição e permite a exposição visual do
conteúdo. Atualmente, é utilizado mais o quadro branco. No primeiro, risca-se com
o giz, já no segundo, utilizam-se pincéis que permitem apagar posteriormente a aula.

Brasil (2007) apresenta algumas vantagens da utilização desse recurso na prática


docente, como: ser de fácil instalação; excelente meio de comunicação; não exige
trabalho elaborado quanto à preparação de materiais ou acessórios para utilizar
nele; não demanda muito tempo no planejamento; permite a pronta correção
e alterações nos assuntos apresentados; versátil, pois é fácil adequar mensagens
específicas a públicos específicos; e permite a participação ativa da classe.

Reálias
Reálias consistem em materiais reais (disponíveis na natureza, por exemplo, no
ensino de Biologia) ou miniaturas ou modelos, que permitem o contato físico pelos
sujeitos. No ensino, são amplamente utilizados em aulas práticas para que os alu-
nos possam manusear e analisar as características do objeto de estudo.

Em Biologia, podemos verificar a utilização de reálias no ensino de Botânica


(frutos, flores, folhas etc.).
Explor

Exposição e Explicação com auxílio de reálias: https://goo.gl/CbfhYs

No que se refere às estratégias didáticas, o professor pode utilizar: aula expositiva


dialogada, Phillips 66, tempestade de ideias, mapa conceitual, estudo dirigido, reso-
lução de problemas, estudo de caso, júri simulado, fórum, ensino com pesquisa etc.
Explor

Veja algumas dicas de como utilizar as estratégias didáticas. Acesse: https://goo.gl/B8Sngi

Portanto, diante de todos esses recursos e estratégias, basta que o professor


elabore um bom planejamento, considerando os objetivos da aula, bem como as
características individuais de cada turma.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
D-15 - Didática Geral: Estratégias de Ensino
https://youtu.be/vuvhKS-fApQ
Didática para Ciências e Biologia - Aula 21 - Introdução às Estratégias - 1
https://youtu.be/YZITfH6XQTc
Didática para Ciências e Biologia - Aula 22 - Introdução às Estratégias - 2
https://youtu.be/0BMEGfaZPzc
Didática para Ciências e Biologia - Aula 23 - Metodologia Dialética: Uma Possível Estrutura Geral
https://youtu.be/KQJ3Y8bQ7-k
Didática para Ciências e Biologia - Aula 24 - Estratégias e Recursos para o Ensino-Aprendizagem
https://youtu.be/cY5u4yhog3U
Didática para Ciências e Biologia - Aula 26 - Estratégias e Recursos para o Ensino-Aprendizagem
https://youtu.be/R8f_QWKo3_w

Leitura
Equipamentos e Materiais Didáticos
https://goo.gl/Ug7GGB
Recursos Didáticos para o Ensino de Biologia: O Que Pensam as/os Docentes
https://goo.gl/SPZLCo
Modalidades e Recursos Didáticos para o Ensino de Biologia
https://goo.gl/R4SKmB
Recursos de Apoio Didático para o Ensino de Biologia: Alternativas para o Desenvolvimento
de Novas Competências Docentes
https://goo.gl/mbUFbU
Modalidades e Recursos Didáticos mais Utilizados no Ensino de Ciências e Biologia
https://goo.gl/izmHQa
Uma Investigação sobre a Importância das Aulas Práticas de Biologia no Ensino Médio
https://goo.gl/5TEOj6

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Referências
BRASIL. Equipamentos e materiais didáticos. Curso Técnico de Formação para
os Funcionários da Educação. Brasília: MEC/SEF, 2007.

COSTA, Andréa Danuta Aguiar. Murais Didáticos: caracterização e descrição.


Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Pernambuco, CAC. Letras, Recife,
2012. 116 p.

GIL, Antônio Carlos. Metodologia do ensino superior. 3. ed. São Paulo, Atlas, 1997.

GODOY, Arilda Schmidt. Revendo a aula expositiva. In: MOREIRA, Daniel


Augusto (Org.). Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo,
Pioneira, 2000.

KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora


da Universidade de São Paulo, 2008.

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