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Escola Técnica Estadual Almirante Soares Dutra / ETEASD

Curso: Técnico de Análises Clínicas


Disciplina: Bioquímica
Profª: Milena Sales Ferraz

MÉTODOS BIOFÍSICOS: CROMATOGRAFIA


E ELETROFORESE

PEDRO RICARDO DA COSTA SILVA

RECIFE, 2021
Sumário
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................3

2 CROMATOGRAFIA.....................................................................................................4

2.1 MÉTODOS DE CROMATOGRAFIA........................................................................4

2.2 CROMATOGRAFIA DE CAMADA DELGADA.....................................................4

2.3 CROMATOGRAFIA GASOSA.................................................................................4

2.4 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA.......................................5

3 ELETROFORESE..........................................................................................................6

3.1 MÉTODOS DE ELETROFORESE............................................................................6

3.2 ELETROFORESE CONVENCIONAL......................................................................6

3.2 ELETROFORESE CAPILAR.....................................................................................6

4 CONCLUSÃO................................................................................................................7

5 REFERÊNCIAS.............................................................................................................7
1 INTRODUÇÃO

A biofísica é uma ciência interdisciplinar na qual se emprega as teorias, os


métodos ou técnicas específicas da física para resolver questões biológicas. Atualmente,
com o avanço tecnológico a biofísica está presente na maioria das ciências da saúde
(Maravieski, 2019). Os métodos biofísicos de estudo possuem diversas aplicações,
dentre as quais: estudar as soluções biológicas qualitativamente e quantitativamente;
separar; identificar; e estudar as propriedades e funções desses componentes. Os
métodos mais conhecidos são a Espectrofotometria, a Cromatografia e a Eletroforese.
Nesta pesquisa, trataremos desses dois últimos métodos instrumentais de separação
(cromatografia e eletroforese) afim de trazer algumas informações gerais sobre os
princípios dos mesmos.

A cromatografia é uma técnica analítica para separação de substâncias em


mistura, com base nas diferentes velocidades de migração dessas substâncias em
razão das afinidades relativas pelas duas fases: a fase móvel e a fase
estacionária (Mariño, 2015). Ela é utilizada para monitorar a qualidade do ar e testar a
água potável; na detecção de drogas na urina e nos outros líquidos de corpo; na técnica
conhecida como “fingerprinting” e na identificação químicos; na indústria farmacêutica;
e ainda para o controle da qualidade na indústria alimentar.

Já a eletroforese consiste em uma técnica laboratorial simples que utiliza a


corrente elétrica para promover a separação de moléculas carregadas, como proteínas e
ácidos nucleicos. A migração das partículas ocorre por diferença de carga elétrica e por
peso molecular, de forma que moléculas menores migram mais rapidamente que as
maiores. Ela é bastante utilizada na rotina laboratorial por fornecer informações úteis
sobre o estado geral do paciente, além de contribuir com diagnóstico e prognóstico de
várias enfermidades (Oliveira et al., 2015).
2 CROMATOGRAFIA
Cromatografia, como já mencionado, é um processo físico de separação, no qual
os componentes a serem separados distribuem-se em duas fases: fase estacionária e fase
móvel. A fase estacionária pode ser um sólido ou um líquido disposto sobre um suporte
sólido com grande área superficial. A fase móvel, que pode ser gasosa, líquida ou ainda
um fluido supercrítico, passa sobre a fase estacionária, arrastando consigo os diversos
componentes da mistura (Peres, 2002). A cromatografia tem grande aplicabilidade em
áreas tão diversas como ambiental, farmacêutica, análises clínicas, medicina legal e outras,
ela permite separar e quantificar componentes com características físico-químicas muito
semelhantes, tais como dioxinas e furanos, em misturas complexas (Penteado et al., 2008).
No controle de pragas agrícolas, essa técnica é utilizada para isolar compostos químicos
com ação inseticida tais como inibidores de tripsina e lectinas (Silva et al., 2019).

2.1 MÉTODOS DE CROMATOGRAFIA


Existem pelo menos 3 métodos de cromatografia: a cromatografia de camada
delgada, a cromatografia gasosa e a cromatografia líquida de alta eficiência. A seleção
do tipo de cromatografia adequada depende do material a ser isolado e, frequentemente,
diversos métodos cromatográficos podem ser usados sequencialmente para que seja
obtido um composto na forma pura (Peres, 2002).

2.2 CROMATOGRAFIA DE CAMADA DELGADA


A cromatografia em camada delgada (CCD) é um método rápido, eficiente, de
baixo custo e largamente empregado em controle de qualidade de plantas medicinais,
tanto em matéria-prima vegetal quanto em fitoterápicos derivados (Valente et al., 2006).
A CCD é utilizada, principalmente, como uma ferramenta eficaz de análise qualitativa para
avaliação da pureza de uma amostra simples, avaliação do número de componentes de uma
mistura, determinação da identidade de uma amostra por comparação com um padrão,
identificação de uma ou mais substâncias presentes em uma mistura por comparação com
padrões, monitoramento do progresso de uma reação química, escolha de um solvente
apropriado para uma separação cromatográfica em coluna e monitoramento de uma
separação cromatográfica em coluna (Silva et al., 2009).

2.3 CROMATOGRAFIA GASOSA


A cromatografia gasosa (GC, “gas chromatography”) é um processo de
separação em que a fase móvel é um gás, e a fase estacionária é um sólido
(cromatografia gás-sólido) ou um líquido (cromatografia gás-líquido). Na cromatografia
gás-líquido, temos um gás passando por uma coluna com um líquido de alta viscosidade
revestindo as suas paredes internas (Nascimento, 2018). A cromatografia gasosa atingiu
sua maturidade e oferece alta capacidade de separação, tendo sua eficiência
complementada por detectores, hardware e software adequados para sua aplicação em
diferentes áreas (Zini, 2009). A cromatografia gasosa pode ser aplicada em amostras
gasosas, líquidas ou sólidas, desde que os analitos sejam voláteis ou possam ser
volatilizados sem sofrer decomposição térmica (Penteado et al., 2008).

2.4 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA


A cromatografia líquida de alta eficiência (HPCL) é uma das principais técnicas
utilizadas na análise de compostos não voláteis e/ou termicamente instáveis. Apesar de
ser uma excelente técnica de separação, a HPLC necessita de uma técnica confirmatória
quando a análise qualitativa (confirmação da identidade química) é também necessária.
Dentre as várias opções existentes neste momento, a espectrometria de massas é a
técnica que melhor fornece as informações estruturais necessárias; o acoplamento entre
estas duas técnicas dão origem a uma ferramenta analítica versátil e de grande potencial
na análise qualitativa e quantitativa (Lanças et al., 2009). A cromatografia líquida de alta
eficiência é uma das técnicas de separação de grande destaque dentro da química analítica e
da ciência ambiental, sendo utilizada como uma excelente ferramenta para os mais variados
estudos, como por exemplo, os envolvendo os poluentes orgânicos emergentes (antibióticos,
drogas de uso psiquiátrico, contraceptivos, fragrâncias, repelentes de insetos, antissépticos,
entre outros) (Silva e Collins, 2011).
3 ELETROFORESE
O termo eletroforese é usado para descrever a migração de uma partícula
carregada sob influência de um campo elétrico, permitindo a separação dos diferentes
tipos de proteínas séricas ou plasmáticas, determinando as proporções relativas. Sob
condições de corrente elétrica constante, a força de deslocamento de uma partícula é
resultado da carga efetiva, da molaridade do tampão e da resistência do meio usado
como suporte (ágar, acetato, gel capilar) (Rocha et al., 2005). Como as proteínas
possuem cargas positivas e negativas, a mobilidade eletroforética é diretamente
proporcional à carga da partícula e inversamente proporcional à viscosidade do meio
(Oliveira et al., 2015).

3.1 MÉTODOS DE ELETROFORESE


No momento, existem dois métodos para a realização da eletroforese. Na
eletroforese convencional por zonas as proteínas migram através dos poros presentes
em suportes como acetato de celulose, gel de agarose ou poliacrilamida, formando
zonas de proteínas no eletroforetograma. Já na eletroforese capilar as proteínas são
separadas pelo tamanho e por outras propriedades físico-químicas, através do fluxo em
um tubo capilar. Por apresentar alta resolução esse método permite a separação de
bandas poucos visíveis nos outros métodos, resultando em um padrão de seis bandas
proteicas (Oliveira et al., 2015).

3.2 ELETROFORESE CONVENCIONAL


A eletroforese convencional envolve um meio suporte (gel) no qual as amostras
são colocadas, e duas extremidades nas quais esse gel é posto em contato com uma
solução-tampão e com os eletrodos. Os géis podem variar em espessura, comprimento e
largura e podem ainda ser tubulares. Os principais suportes utilizados nessa técnica são
os géis de poliacrilamida e amido (Nobrega, 1999).

3.2 ELETROFORESE CAPILAR


Na eletroforese capilar, a separação é conduzida em tubos com dimensões de 15
a 100 µm de diâmetro interno, e 50 a 100 cm de comprimento, preenchidos com
um eletrólito condutor, e submetidos à ação de um campo elétrico. O uso do
capilar oferece muitas vantagens sobre os outros meios utilizados para eletroforese
(placas de gel, papel, etc). Devido a fatores geométricos (a relação entre a área
superficial interna e volume é apreciavelmente grande), um capilar possibilita a
dissipação eficiente do calor, gerado pela passagem da corrente elétrica (efeito
Joule). Além disto, a alta resistência elétrica do capilar permite o estabelecimento de
campos elétricos elevados (100 a 500 V/cm), resultando em separações de alta
eficiência (geralmente excede 105 pratos teóricos), resolução inigualável e tempos de
análise apreciavelmente curtos. Outras vantagens da eletroforese capilar são: pequena
demanda de amostra, com volumes tipicamente da ordem de 1 a 10 mil, e a
possibilidade de injeção e detecção em fluxo (Tavares, 1997).

4 CONCLUSÃO
A Cromatografia e a Eletroforese são métodos biofísicos de separação de
substâncias bastante corriqueiros nos laboratórios, inclusive nos laboratórios de análises
clínicas. Sendo assim, é importante conhecer os princípios gerais destas técnicas afim
de identificar qual delas melhor atende as necessidades do estudo/ analise em questão.
Ao longo da pesquisa foi apresentado, ainda, algumas aplicabilidades o que contribui
com o entendimento sobre a importância desses métodos.

5 REFERÊNCIAS
 LANÇAS, Fernando M. et al. A Cromatografia Líquida Moderna e a
Espectrometria de Massas: finalmente “compatíveis”. Scientia
chromatographica, v. 1, n. 2, p. 35-61, 2009.
 MARAVIESKI, Sabrina Passoni. Teorias e métodos da biofísica, Atena
Editora, Ponta Grossa, 2019.
 MARIÑO, Laura Victoria. Aplicação da eletroforese capilar e cromatografia
líquida de alta eficiência para a quantificação da dexametasona e
diclofenaco em nanosuspensão. Tese de Doutorado. Universidade de São
Paulo, 2015.
 NASCIMENTO, Ronaldo Ferreira do et al. Cromatografia gasosa: aspectos
teóricos e práticos, Imprensa Universitária, Fortaleza, 2018.
 NÓBREGA, MB de M. et al. Principios e utilizacao da tecnica de eletroforese
em geis de amido e poliacrilamida. Embrapa Algodão-Documentos
(INFOTECA-E), 1999.
 OLIVEIRA, Evelyn de et al. Eletroforese: conceitos e aplicações. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.22, 2015.
 PERES, Terezinha Bonanho. Noções básicas de cromatografia. v. 64, n. 2, p.
227-229, 2002.
 PENTEADO, José Carlos P.; MAGALHÃES, Dulce; MASINI, Jorge C.
Experimento didático sobre cromatografia gasosa: uma abordagem
analítica e ambiental. Química Nova, v. 31, p. 2190-2193, 2008.
 ROCHA, Thales Lima et al. Eletroforese bidimensional e análise de
proteomas. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia-Comunicado Técnico
(INFOTECA-E), 2005.
 SILVA, Rosaly S. et al. Óleo essencial de limão no ensino da cromatografia em
camada delgada. Química Nova, v. 32, p. 2234-2237, 2009.
 SILVA, P. R. C. et al. Schinus terebinthifolia leaf extract is a larvicidal,
pupicidal, and oviposition deterring agent against Plutella xylostella. South
African Journal of Botany, v. 127, p. 124-128, 2019.
 SILVA, Carla Grazieli Azevedo da; COLLINS, Carol H. Aplicações de
cromatografia líquida de alta eficiência para o estudo de poluentes
orgânicos emergentes. Química Nova, v. 34, p. 665-676, 2011.
 SUSHA CHERIYEDATH, Vista geral da cromatografia, Disponivel em
https://www.news-medical.net/life-sciences/Chromatography-Overview-
(Portuguese).aspx acesso em 08/09/2021.
 TAVARES, Marina FM. Mecanismos de separação em eletroforese capilar.
Química Nova, v. 20, p. 493-511, 1997.
 VALENTE, Ligia MM et al. Desenvolvimento e aplicação de metodologia por
cromatografia em camada delgada para determinação do perfil de
alcalóides oxindólicos pentacíclicos nas espécies sul-americanas do gênero
Uncaria. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16, p. 216-223, 2006.
 ZINI, Cláudia Alcaraz. Cromatografia gasosa bidimensional. Scientia
Chromatographica, v. 1, n. 1, p. 31-49, 2009.

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