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Aplicada à Biomedicina
Técnicas Básicas e Avançadas de Biologia Molecular
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Gabriela Cavagnolli
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Técnicas Básicas e Avançadas
de Biologia Molecular
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Compreender as principais Técnicas de Biologia Molecular e suas aplicabilidades.
UNIDADE Técnicas Básicas e Avançadas de Biologia Molecular
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Em contrapartida, se o pareamento de bases entre o miRNA e o mRNA é menos
extenso, o que ocorre na maioria dos miRNAs humanos, o Argonauta não faz a
clivagem em pedacinhos do mRNA, mas a tradução do mRNA é reprimida e, even-
tualmente, pode ocorrer a perda da cauda poli-A, remoção do quepe e degradação.
Um único miRNA pode controlar centenas de mRNAs diferentes, visto que sua
atuação consiste em uma pequena sequência complementar. Uma vantagem na utili-
zação do miRNA para regulação da expressão é que ocupa um espaço pequeno no
genoma quando comparado a uma proteína.
Além disso, também servem como mecanismo de defesa: elas orquestram a de-
gradação de moléculas de RNA estranhas, especialmente aquelas que ocorrem em
forma de fita dupla.
A presença de RNA de fita dupla livre desencadeia a RNAi pela atração de um
complexo proteico contendo Dicer, uma nuclease que processa miRNA.
Esse complexo proteico cliva o RNA de fita dupla em pequenos fragmentos (de
aproximadamente 23 pares de nucleotídeos) chamados de pequenos RNAs de inter-
ferência (siRNAs, do inglês small interfering RNAs).
Esses siRNAs de fita dupla são ligados pelo Argonauta e outros componentes do
RISC, em que fita duplex de RNA é clivada pelo Argonauta e descartada.
A molécula de siRNA de cadeia simples que permanece, direciona o RISC de
volta para moléculas de RNA complementares estranhas que são potencialmente
danosas, e o Argonauta cliva essas moléculas, levando à sua rápida destruição.
Um terceiro sistema de interferência de RNA se baseia nos piRNAs (RNAs que
interagem com piwi – uma classe de proteínas relacionadas ao Argonauta).
Os piRNAs são produzidos especificamente na linhagem germinativa, na qual
eles bloqueiam o movimento de elementos transponíveis. Uma vez formados, os piR-
NAs procuram os alvos de RNA por pareamento e, de forma muito semelhante aos
siRNAs, silenciam em nível transcricional genes intactos de transposons e destroem
qualquer RNA (incluindo mRNAs) produzido por eles.
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UNIDADE Técnicas Básicas e Avançadas de Biologia Molecular
Recentemente, uma descoberta foi ainda mais reveladora, verificando que muitas
espécies de bactérias usam um repositório de pequenas moléculas de RNA não co-
dificadoras para procurar e destruir o DNA de vírus invasores. Esse mecanismo de
defesa, conhecido como CRISPR, possui muitas das características observadas para
miRNAs e siRNAs.
No entanto, há duas diferenças importantes – quando bactérias são infectadas
pela primeira vez por um vírus, elas apresentam um mecanismo que leva pequenos
fragmentos desse DNA viral a se integrarem nos seus genomas.
Isso funciona como se fosse uma vacina natural, no sentido de que eles se tornam mol-
des para a produção de pequenos RNAs não codificadores, denominados crRNAs (CRIS-
PR RNAs), que destroem o vírus caso ele reinfecte os descendentes da célula original.
Outra diferença é que, no Sistema CRISPR, esses crRNAs passam a se associar a
proteínas especiais, e o complexo procura e destrói moléculas de DNA de fita dupla,
em vez de moléculas de RNA de fita simples.
A Tecnologia de CRIPR-Cas9
Antes do recente desenvolvimento dessa Tecnologia, havia uma grande dificul-
dade para fazer um camundongo transgênico, sendo que se inseria a molécula de
DNA numa célula tronco embrionária, carregando um determinado gene alterado
experimentalmente que, recorrentemente, insere-se de forma aleatória no genoma,
tornando-se muito difícil rastrear a célula tronco embrionária individualmente para
encontrar uma que tenha a substituição gênica “correta”.
O uso do Sistema CRISPR, descoberto nas bactérias como defesa contra os vírus,
resolveu esse problema e se revelou como uma incrível ferramenta de edição gênica.
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Ferramenta que permite editar genes pode ajudar a barrar infecção pelo novo coronavírus,
Disponível em: https://bit.ly/2ZJUtnb
Como vimos, esse Sistema utiliza uma sequência de RNA guia para se ligar ao
DNA de fita dupla por pareamento de bases complementares que, então, ele cliva.
O gene que codifica o componente-chave desse Sistema, a proteína bacteriana
Cas9, foi transferido para uma variedade de organismos, nos quais ele simplifica
muito o processo de produzir organismos transgênicos.
A estratégia é que a proteína Cas9 é expressa em células-tronco embrionárias
(ES) junto com um RNA guia desenhado pelo pesquisador para se ligar a uma deter-
minada localização no genoma.
A Cas9 e o RNA-guia se associam, o complexo é levado até a sequência-alvo no
genoma e a proteína Cas9 faz uma quebra na dupla fita.
Devemos recordar que as quebras da dupla fita, muitas vezes, são reparadas por re-
combinação homóloga e, neste caso, o molde escolhido pela célula para reparar o dano
é, muitas vezes, o gene alterado, que é introduzido nas células ES pelo pesquisador.
Dessa forma, o gene do organismo pode ser modificado de forma seletiva pelo sis-
tema CRISPR e substituído com alta eficiência pelo gene alterado experimentalmente.
Cas9 deve ser expressa apenas uma vez, mas muitos RNAs-guia podem ser ex-
pressos na mesma célula. Assim, essa estratégia permite ativar ou inativar um con-
junto inteiro de genes de uma só vez.
Muitos testes promissores têm sido feitos utilizando essa técnica como um possível
tratamento a algumas doenças genéticas.
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UNIDADE Técnicas Básicas e Avançadas de Biologia Molecular
Vias de Sinalização
Uma característica fundamental à sobrevivência das células é sua capacidade de
responder às alterações no ambiente.
O estudo da sinalização celular está tradicionalmente focado nos mecanismos
pelos quais as células eucarióticas se comunicam umas com as outras pelo uso de
moléculas de sinalização extracelular, como hormônios e fatores de crescimento.
Algumas delas atuam a longas distâncias, sinalizando para células distantes; ou-
tras sinalizam apenas para células vizinhas.
Em muitos casos, as células sinalizadoras secretam moléculas para o fluido extra-
celular, que são moléculas mediadores locais – atuam somente sobre as células no
ambiente da célula sinalizadora, o que é determinado como sinalização parácrina.
Pode ocorrer, também, de produzirem sinais aos quais elas mesmas respondem:
a isso se denomina sinalização autócrina.
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Você pode imaginar que, com tanta diversidade de atuações e tipos celulares tão
diversos, seria necessário um número muito grande de tipos de moléculas de sinali-
zação e de receptores, o que não é verdade.
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Interações Proteína-Proteína
Você consegue imaginar o funcionamento de uma célula sem que haja interação
entre proteínas? É impossível!
Pode ocorrer de apenas uma parte da superfície de uma proteína entrar em conta-
to com uma alça da cadeia polipeptídica de uma segunda proteína. Há interações em
que duas α-hélices, uma de cada proteína, pareiam-se formando uma super-hélice.
No caso das proteínas, em grande parte das vezes, isso pode ser aplicado, visto
que com quem elas interagem está frequentemente ligado à sua função.
No entanto, note que a análise disso em grande escala exige muitos cuidados. Há
proteínas que interagem transitoriamente. Assim, dependerá do momento que se
observar a célula, obtendo-se um cenário diferente a cada observação.
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Do Sequenciamento de Sanger ao
Sequenciamento Genômico de Última Geração
Conceitos e Aplicabilidades na Pesquisa
Científica e nas Análises Clínicas
A possibilidade de determinar toda sequência nucleotídica do genoma foi uma das
principais revoluções da Biologia Molecular.
Quando foi desenvolvido o primeiro sequenciamento de DNA, os cientistas acha-
vam que dominariam completamente a compreensão acerca do DNA e teriam, prati-
camente, a solução e o entendimento de todas as doenças. Evidentemente, sabemos
que não foi bem assim, pois saber a sequência, na realidade, gerou um monte de
quebra-cabeças a ser desvendado.
De qualquer forma, uma vez que a sequência nucleotídica de um genoma é co-
nhecida, qualquer gene individual pode ser facilmente isolado e grandes quantidades
do produto gênico (seja RNA ou proteína) podem ser produzidas introduzindo-se o
gene em bactérias ou células animais e induzindo essas células a superexpressar o
gene estranho. Essa é a abordagem utilizada para produzir grandes quantidades de
proteínas humanas (como insulina, interferon e proteínas da coagulação do sangue)
para uso como fármacos humanos.
A maioria dos métodos atuais de manipulação do DNA, do RNA e das proteínas ba-
seia-se no conhecimento prévio da sequência de nucleotídeos do genoma de interesse.
Na Metodologia Manual de Sanger (nome de quem desenvolveu a técnica), é feita
uma reação semelhante à PCR, no entanto, além dos quatro deóxinucleotídeos
comuns (dNTPs), adicionam-se, também, dideóxinucleotídeos (ddNTPs), os quais
nada mais são que dNTPs sem a hidroxila na posição 3’, o que resulta na parada
precoce da síntese da fita de DNA.
A mistura de DNA-polimerase, juntamente com oligonucleotídeos iniciadores e
um excesso de dNTPs, é dividida em quatro tubos de reação, cada qual contendo
uma pequena quantidade de um único ddNTP (A, C, G ou T).
Sempre que um ddNTP for adicionado à cadeia, como não há hidroxila disponí-
vel, a cadeia termina com o determinado ddNTP, o qual é marcado com radioisótopo
ou com uma cor particular de algum corante, a depender da base. Assim como na
PCR, vários ciclos são realizados.
Visto que os ddNTPs serão incorporados apenas ocasionalmente, cada ciclo pro-
duz um conjunto de cópias de DNA que termina em cada uma das posições de nu-
cleotídeos da sequência do DNA original.
Os produtos dessas quatro reações são separados por eletroforese em quatro po-
ços paralelos de um gel de poliacrilamida, o qual permite a detecção de diferenças de
tamanho mínimas, sendo capaz de separar fragmentos muito pequenos.
Em cada um dos poços, as bandas representam os fragmentos que foram termi-
nados em um dado nucleotídeo (quatro poços → A, T, C e G), mas em diferentes
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Sequenciamento de segunda geração
Sequenciamento Illumina®
Esta técnica de sequenciamento baseia-se na construção de bibliotecas de frag-
mentos de DNA representando todo o genoma de determinada célula.
Entretanto, essas bibliotecas não são geradas a partir de bactérias, elas são feitas
usando a amplificação por PCR de bilhões de fragmentos de DNA, cada qual ligado
a um suporte sólido.
A amplificação é feita de modo que as cópias geradas permanecem ligadas na
proximidade do fragmento de DNA original. Isso leva à formação de grupos de frag-
mentos de DNA, como se fossem colônias bacterianas que representam um clone,
nos quais cada grupo possui cerca de mil cópias idênticas de um determinado frag-
mento de DNA do genoma.
Por sua vez, é formado cerca de 1 bilhão desses grupamentos distribuídos em uma
única lâmina e, dessa forma, são sequenciados ao mesmo tempo.
A reação de sequenciamento é semelhante ao descrito no método de Sanger,
porém diferenças fundamentais incluem que cada nucleotídeo está ligado a uma
molécula fluorescente, que é removível, e os nucleotídeos carregam um grupamento
químico que realiza a parada da síntese pela DNA-polimerase, mas que pode ser
removida quimicamente.
Dessa forma, os quatro nucleotídeos marcados fluorescentemente juntamente ao
DNA-polimerase são adicionados aos bilhões de agrupamentos de DNA imobilizados
sobre uma lâmina.
O nucleotídeo apropriado, complementar ao próximo nucleotídeo no molde, é
incorporado covalentemente a cada agrupamento. Então, são realizadas lavagens
removendo os nucleotídeos não incorporados e os agrupamentos podem ser sequen-
ciados pelo uso de um microscópio especial que capta uma imagem e registra qual
dos quatro nucleotídeos foi adicionado à cadeia em cada grupamento.
O marcador fluorescente e o grupamento de parada de síntese são removidos
enzimaticamente. Esse ciclo é repetido cerca de 100 vezes, resultando em bilhões de
sequências com aproximadamente 100 nucleotídeos.
A sequência de DNA de cada grupamento é determinada com essas mudanças de
cor que ocorrem seguidamente, conforme a elongação procede a partir dessas etapas.
Cada ciclo de incorporação dos nucleotídeos modificados, aquisição de imagem,
remoção do bloqueador e do grupo fluorescente leva menos de 1 hora. Assim, é
possível que ocorra bilhões de reações de sequenciamento simultaneamente e a se-
quência de DNA em cada ponto pode ser lida.
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Por meio de PCR, amplifica-se cada um desses fragmentos de DNA de tal modo
que essas cópias cubram a esfera na qual ele foi ligado inicialmente.
Dessa forma, é produzida uma biblioteca de bilhões de esferas individuais, cada
uma coberta com cópias idênticas de um determinado fragmento de DNA.
As esferas são depositadas em poços individuais junto com oligonucleotídeos ini-
ciadores e DNA-polimerase. A síntese de DNA é iniciada em cada esfera a partir do
oligonucleotídeo iniciador.
A base desse método é que cada vez que um nucleotídeo é incorporado, um íon
hidrogênio (H+) é liberado e isto altera o pH, mudança que é registrada por um chip
semicondutor localizado logo abaixo dos poços com as esferas. São feitas lavagens
com cada um dos quatro nucleotídeos, um de cada vez. Enfim, a sequência de DNA
em determinada esfera é lida a partir do padrão de alterações de pH.
O chip íon torrente é semelhante a um sensor de alta resolução, podendo registrar
grandes quantidades de informação e rastrear as bilhões de reações de sequencia-
mento simultâneas. Utilizando um único chip, atualmente, é possível determinar as
sequências de nucleotídeos de um genoma humano em poucas horas.
Métodos de sequenciamento de DNA ainda mais atualizados, e potencialmente
mais rápidos, estão sendo desenvolvidos. Essas tecnologias de terceira geração
evitam as etapas de amplificação de DNA e determinam a sequência de moléculas
únicas de DNA.
Em um método, uma molécula de DNA é empurrada por um canal muito estreito
e, à medida que se move pelo poro, ela gera correntes elétricas que vão depender
da sua sequência de nucleotídeos. Esse padrão das correntes pode ser usado para
deduzir a sequência de nucleotídeos.
Outro método tem como base a imobilização de uma única molécula de DNA
polimerase, juntamente a um molde, medindo o tempo de “residência” de cada um
dos quatro nucleotídeos marcados com corantes fluorescentes removíveis.
Os nucleotídeos que permanecem por mais tempo na polimerase antes da remo-
ção do corante são aqueles incorporados pela polimerase e registrada a sequência.
Sequenciamento shotgun
A fim de determinar a sequência de nucleotídeos de um genoma inteiro, um se-
gundo método, chamado de sequenciamento shotgun, pula a etapa de isolamento de
uma coleção ordenada de segmentos de DNA que abrange todo o genoma.
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Para a montagem da sequência do genoma inteiro, é necessária a utilização de
algoritmos de computador, que alinham todas as sequências a partir das regiões de
sobreposição, como se fosse de fato um quebra-cabeça.
Uma maneira de determinar quais genes estão sendo expressos por uma popula-
ção de células ou um tecido é analisar quais mRNAs estão sendo produzidos.
Uma técnica muito usada é dos microarranjos de DNA (microarray) que consti-
tuem lâminas de microscopia que possuem milhares de sondas de DNA para um
mRNA de um gene específico.
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Atualmente, utiliza-se cada vez mais RNA-seq como uma abordagem mais direta
para catalogar os RNAs produzidos por uma célula.
Enzimas de restrição
Embora a molécula de DNA na célula possa ser rompida aleatoriamente em pe-
quenos pedaços por força mecânica, sabemos que ela é constituída por repetições
de apenas quatro variantes de nucleotídeos.
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De forma inteligente, passou-se a manipular e a se utilizar as endonucleases de
restrição no Laboratório.
Dessa forma, para uma determinada amostra de DNA, contendo várias moléculas
idênticas, uma endonuclease de restrição específica gerará seguramente o mesmo
conjunto de fragmentos de DNA.
Note que um sítio de restrição maior é mais difícil de ser encontrado em um geno-
ma, enquanto um sítio de restrição que seja pequeno será encontrado mais vezes no
genoma e, consequentemente, este irá clivar mais vezes e gerar fragmentos menores.
A ligação fosfodiéster clivada por uma enzima de restrição pode ser restaurada
com a utilização de uma enzima DNA-ligase.
DNA ligase
Lembre-se de que, na replicação do DNA, vimos a importância da enzima DNA-
-ligase para unir os fragmentos de Okazaki, restabelecendo a ligação fosfodiéster.
Vetores de clonagem
Uma forma de clonagem do DNA é a formação de um DNA recombinante, que
seria a união de um gene de interesse a um vetor, que é o que permite que esse ma-
terial genético “estranho” seja replicado dentro de uma célula hospedeira.
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Figura 7 – Plasmídeo
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Para ser utilizado como vetor de clonagem, o plasmídeo é inicialmente clivado
com uma endonuclease de restrição, abrindo a molécula circular. O DNA a ser clo-
nado é ligado ao plasmídeo clivado utilizando a enzima DNA-ligase.
No entanto, apenas uma pequena fração das células capturará o DNA plasmidial,
processo conhecido como transformação.
Dessa forma, para usar a lactose, elas precisam expressar o operon lac, o qual
codifica as enzimas para a absorção e o metabolismo da lactose. Para o controle dos
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O lacZ codifica uma enzima que quebra a lactose em monossacarídeos e, por sua vez,
o lacY codifica um transportador de membrana que auxilia a passagem da lactose para
dentro da célula. O promotor, como já vimos, é o sítio de ligação da RNA polimerase.
Diante disso, se houver lactose no meio, o repressor lac não pode se ligar ao opera-
dor. No entanto, a RNA polimerase sozinha não é muito efetiva em se ligar ao promotor.
A CAP se liga à região do DNA que precede o promotor do operon lac e auxilia
na ligação da RNA polimerase ao promotor, levando a altos níveis de transcrição.
A proteína CAP é regulada por AMP cíclico (AMPc), que é um sinalizador celular
amplamente utilizado. Nesse caso, é produzido quando os níveis de glicose estão bai-
xos e, assim, liga-se à CAP, mudando a conformação da proteína e a impedindo de
se ligar ao DNA e de promover a transcrição. Logo, o operon lac apenas é transcrito
em altos níveis quando a glicose está ausente e a lactose está presente.
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Bibliotecas
Para algumas abordagens, é conveniente dividir o genoma em fragmentos meno-
res e clonar cada fragmento separadamente, usando um vetor plamidial. Isso permite
trabalhar com segmentos menores de um genoma, individualmente.
Sabemos que uma das formas de separar a dupla fita de DNA (desnaturação) é
por aquecimento a cerca de 90ºC, vez que as ligações não covalentes são relativa-
mente fracas e podem ser facilmente rompidas.
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Essa desnaturação do DNA separa as duas fitas, sem romper as ligações covalen-
tes que ligam os nucleotídeos em cada fita. Quando restabelecida a temperatura, as
fitas complementares se unem formando novamente a dupla hélice. Na PCR, utiliza-
-se um aparelho denominado termociclador que realiza as variações de temperatura
nas amostras.
Permite-se, então, que a DNA polimerase replique cada fita de forma independente.
Nos ciclos subsequentes, todas as moléculas de DNA recém-sintetizadas produzidas
pela polimerase servem de molde para o próximo ciclo de replicação.
Uma típica reação de PCR começa com a desnaturação do DNA, a 95ºC, seguido
por redução da temperatura para 50 a 60ºC possibilitando o anelamento dos oligo-
nucleotídeos iniciadores à extremidade 3’ do segmento de DNA que se deseja isolar.
Com as duas fitas do molde de DNA de fita dupla separadas, um iniciador diferente
é anelado a cada uma. Os oligonucleotídeos específicos, que estão em concentração
muito alta, ligam-se por complementaridade no DNA, mas, por outro lado, as longas
fitas de DNA da amostra permanecerão separadas devido à sua baixa concentração.
A descoberta de uma DNA polimerase que resistisse a altas temperaturas foi fun-
damental para permitir o desenvolvimento da técnica. Interessantemente, foi obser-
vado que em águas termais eram encontradas bactérias; logo, essas deveriam pos-
suir uma DNA polimerase que permitisse replicar seu material genético e altamente
resistentes à temperatura.
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As sequências amplificadas por PCR podem ser clivadas com enzimas de restrição
apropriadas que produzam extremidades coesivas para a ligação eficiente do frag-
mento em um vetor plasmidial clivado pela mesma enzima de restrição.
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Teste seu conhecimento
• Qual é a diferença entre o PCR convencional e o PCR em tempo real?
• Quais as duas principais tecnologias usadas na PCR em tempo real?
• Qual é a aplicabilidade do na PCR em tempo real?
• Como é feto o rRT-PCR?
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Espectrometria de Massas
A espectrometria de massa determina a massa e a sequência das proteínas.
É uma técnica que requer pouco material e as massas podem ser obtidas com
bastante acuidade, muitas vezes com um erro entre 1 milhão.
Os íons separados, seguem colidindo com um detector, o qual gera uma série de
picos das massas das moléculas na amostra, que representam os “espectros de massa”.
Nesse caso, determina-se a massa e carga pelo “tempo de voo” que levam para
chegar até o detector.
Por meio da variação do campo elétrico, íons com um amplo espectro de valores
de razão m/z podem ser examinados individualmente, produzindo o espectro de
massas, ou seja, o gráfico de m/z (eixo x) pela abundância relativa (eixo y).
Os dados são analisados usando Bancos de Dados nos quais as massas de todas
as proteínas e de todos os seus fragmentos peptídicos preditos estão organizadas de
acordo com suas sequências genômicas no organismo.
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A espectrometria de massa possui muitas aplicações e pode ser usada tanto em
misturas complexas de proteínas como proteínas purificadas. Um tipo de espectro-
metria de massa, utilizando dois analisadores de massa, pode detectar modificações
pós-traducionais das proteínas, tais como fosforilações ou acetilações.
Vamos imaginar que você está estudando o câncer. Uma abordagem seria usar a
espectrometria de massa para comparar as quantidades de uma determinada proteí-
na em duas amostras diferentes – amostra de tumor e de tecido normal.
Para isso, é necessário ter um padrão interno como referência para as duas amos-
tras, cuja quantidade não difira.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Biologia Celular e Molecular
DE ROBERTIS, E. M. Biologia celular e molecular. 16.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.
Biologia Molecular da Célula
ALBERTS, B. Biologia molecular da célula. 6.ed. Porto Alegre: ArtMed, 2017.
Leitura
RNAi: uma Estratégia a ser Explorada para a Indução de Resistência a Viroses em Tomateiro
https://bit.ly/2ONgifj
Visão Geral sobre Micro RNA
https://bit.ly/3fLWpRV
O Sistema CRISPR/Cas9 e a Possibilidade de Edição Genômica para a Cardiologia
https://bit.ly/2OEq5od
PCR em Tempo Real
https://bit.ly/39bwMre
Animação 3D do PCR e outras Técnicas
https://bit.ly/2OJ7QOc
Introdução à Sinalização Celular
https://bit.ly/3fKuMsk
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Referências
ALBERTS, B. Biologia molecular da célula. 6.ed. Porto Alegre ArtMed 2017.
LODISH, H. et al. Biologia celular e molecular. 7.ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014.
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