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O poder do jornalismo
Teoria do agendamento
Ainda na década de 20, Walter Lippman sugeriu que havia uma relação
entre a agenda midiática e a agenda pública. Assim, os media são a principal
ligação entre os acontecimentos no mundo e as imagens que as pessoas têm
na cabeça acerca desses acontecimentos.
Cinquenta anos depois, na década de 70, surgiu a teoria do
agendamento, como uma reação à teoria dos efeitos limitados, num artigo de
McCombs e Shaw para a revista Public Opinion Quarterly.
A teoria inicialmente postulava que os media podem não dizer às
pessoas como pensar sobre os assuntos, mas são bem-sucedidos ao dizer às
pessoas no que pensar. Mas isso mudou após alguns anos de investigação. Os
media não só dizem no que pensar, mas também como pensar nisso e o que
pensar.
O jornalismo tem o poder de selecionar os acontecimentos noticiáveis e
de enquadrar esses acontecimentos.
4 a 5 pgs de teoria
Partir para a construção do corpus
27 de novembro – Entregar a parte teórica
27 a 10 de novembro – selecionar as matérias que serão analisadas (parte
empírica)
10 – Encontro de orientação
24/10 – novo encontro
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Num contexto de avanço das tecnologias digitais e de grande velocidade
na propagação de informações, o jornalismo enfrenta profundas
transformações. Com o grande fluxo de informações, equipes reduzidas em
redações e um tempo cada vez menor para a produção da notícia, se destaca
a atuação das assessorias de imprensa, que auxiliam na cobertura dos
múltiplos fatos na sociedade.
Walter Lippmann (2008, pág. 289) destaca que “todos os repórteres do mundo
trabalhando todas as horas do dia não poderiam testemunhar todos os
acontecimentos do mundo. Não existem assim tantos repórteres, e nenhum
deles tem o poder de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo”.
É por meio de “observadores estacionados em certos lugares” (LIPPMANN,
2008, p.289), que o jornalismo supera esse obstáculo, recorrendo às
“maquinarias de registro”. Assim, as assessorias de imprensa “fornecem”
releases e sugestões de pautas para que os jornalistas as tornem notícias e
abasteçam a imprensa.
A atividade de assessoria de imprensa ou assessoria de comunicação surgiu
nos Estados Unidos no início do século XX, mais precisamente em 1906,
quando o jornalista Ivy Lee fundou o primeiro escritório de Relações Públicas
do Mundo, em Nova Iorque, e chegou a atender John D. Rockfeller, homem de
negócios que enfrentava forte impopularidade.
Durante sua trajetória, Lee lançou uma declaração de princípios da assessoria
de imprensa, em forma de carta enviada a editores. No documento, ele
defende a transparência na relação entre empresa e imprensa, definindo o
assessor como um facilitador no fornecimento de informações:
Este não é um serviço de imprensa secreto. Todo nosso trabalho é feito às
claras. Pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto não é um
agenciamento de anúncios. Se acharem que nosso assunto ficaria melhor na
seção comercial, não o usem. Nosso assunto é exato. Maiores detalhes, sobre
qualquer questão, serão dados prontamente. E qualquer edital de jornal
interessado será auxiliado, com o maior prazer, na verificação direta de
qualquer declaração de fato. Em resumo, nosso plano é divulgar, prontamente,
para o bem das empresas e das instituições públicas, com absoluta franqueza,
à imprensa e ao público dos Estados Unidos, informações relativas a assuntos
de valor e de interesse para o público (CHAPARRO, 2011, p. 6).
Cinquenta anos antes, Walter Lippmann destaca, em sua obra Public Opinion,
o papel da imprensa e os temas de maior interesse coletivo. De acordo com o
autor, a mídia exerce influência na aquisição de conhecimento e de
representações da realidade por meio das imagens que esboçam a realidade
social em nossas mentes. “Na perspectiva de Lippmann, a imprensa funciona
como agente modelador do conhecimento, usando os estereótipos como forma
simplificada e distorcida de entender a realidade”. (PENA, 2005, pág. 142)
Barros Filho (2008) também destaca o postulado de Lippmann de que as
pessoas conhecem o mundo por meio de imagens em suas mentes que são
modeladas pelos meios de comunicação, selecionando e organizando símbolos
de um mundo real amplo e que não pode ser apreendido somente pelo
conhecimento direto.
Wolf (2001) defende que nem todos os temas preenchem os requisitos para
integrar a agenda pública. Para isso, o tema precisa ter relevância social.
Assim, a hipótese do agendamento busca explicar por que alguns temas ou
fatos ganham visibilidade nos meios de comunicação e passam a integrar a
agenda pública. E é por meio desse processo que “as pessoas têm de grande
parte da realidade social lhes é fornecida, por empréstimo, pelos mass media”.
(SHAW apud WOLF, 2001, p. 145)
Por meio do caso específico dos assassinatos de Guajajaras no Maranhão, nos
propomos a verificar a interferência do trabalho das assessorias de imprensa e
comunicação no processo de agendamento da mídia.
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PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. 3 Ed., 5ª reimpressão. São Paulo:
Contexto, 2020.
TRAQUINA, Nelson. Porque as notícias são como são. 1. ed. Florianópolis, SC:
Insular Livros, 2020.
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Entregar: Selecionar categorias para fazer a análise e discorrer sobre os
conceitos
Delinear caminho teórico para identificar quais categorias e autores
principais são importantes para essa análise (4 a 5 categorias dentro do
jornalismo)
- agendamento (qual? É agenda setting)
- opinião pública
- critérios de noticiabilidade
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