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média dureza
Outro aspecto que podemos levantar seriam as empresas especialistas em usinagem de aços
com baixa ou media dureza, como, por exemplo, porta moldes, placas de choque, bases e
outros elementos que compões um molde ou uma matriz.
Não só estas empresas, mas todas de qualquer ramo querem aumentar sua produtividade,
garantido a qualidade e respeitando os prazos estabelecidos. Elas também demonstram um
outro fator em comum: a usinagem de aços de baixa e media dureza.
Uma alternativa que pode atender estas necessidades seria a utilização de técnicas de
usinagem de aços de alta dureza, devidamente adaptados para este processo. É válido
ressaltar que este tipo de usinagem é aplicável para operação de desbaste ou acabamento em
regiões onde a rugosidade e a tolerância dimensional não são exigências.
Para a aplicação desta técnica alguns aspectos têm que ser observados: a geometria a ser
usinada, a maquina utilizada para as usinagem e o ferramental a ser utilizado, sendo que estes
três aspectos complementam um ao outro.
Na questão da geometria a ser usinada, temos que observar que este tipo de usinagem é mais
recomendado. A usinagem das faces externas de um porta molde, por exemplo, se torna mais
viável com a utilização de métodos convencionais, pois a geometria favorece a utilização de
grandes suportes de insertos (diâmetros de 150 mm em diante).
Com relação a maquina utilizada, esta é um dos aspectos que apresenta um ganho
significativo. Digo isto, pois podemos perceber neste tipo de usinagem que o esforço solicitado
é mínimo, diferentemente de uma usinagem convencional, onde se utiliza de altas
profundidades de corte e alta penetração lateral da ferramenta, exigindo mais do seu
equipamento. Como utilizamos de técnicas de usinagem de alto avanço, as profundidades de
corte são reduzidas e outros fatores aumentados (o que será visto mais a frente), reduzindo
também os esforços do equipamento. Isto quer dizer que você não precisa ter uma maquina
robusta para a remoção eficiente de grandes materiais e, por conseqüência, acaba
conservando seu equipamento.
O fator ferramenta é o mais importante dentre os três, pois ela que vai centralizar os valores de
usinagem, associando geometria + material no processo. A aplicação desta técnica de
usinagem exige que a ferramenta seja própria para sua execução.
Para mensurar e comparar valores pode-se utilizar o volume de cavaco removido (Q) como
elemento norteador. No mundo da usinagem posso garantir que este valor é o que vai
representar o ganho que sua empresa terá em relação à produtividade.
Segue abaixo a equação que definirá o valor Q:
Onde:
Vf = RPM x Z x fz (mm/min)
Um exemplo prático:
Para exemplificar o texto vamos simular os dois tipos de usinagem (convencional e alto
avanço) em um material de 35 HRc e utilizar o valor de Q para comparar as diferenças. É
válido lembrar que os valores que serão utilizados dependerão da ferramenta, maquina e
geometria a ser usinada, mas em geral atende a maior parte das usinagens que acontece em
uma ferramentaria.
- Usinagem convencional:
D = 50 mm
Z = 4 facas
Vc = 100 mm/min
ae = 35 mm
ap = 5 mm
fz = 0,2 mm
___________________________________________
D = 50 mm
Z = 4 facas
Vc = 250 mm/min
ae = 35 mm
ap = 0,9 mm
fz = 0,75 mm
___________________________________________
RPM = 1000 x Vc / p x D (revolução/min)
RPM = 1000 x 250 / p x 50 (revolução/min)
RPM = 1590 (revoluções/min)
_____________________________________________
____________________________________________
Vf = RPM x Z x fz (mm/min)
Vf = 1590 x 4 x 0,75 (mm/min)
Parece absurdo? Mas esta é a realidade deste tipo de usinagem aplicada em matérias de baixa
e media dureza. Um aumento por volta de 65% é que proporciona este tipo de usinagem.
Temos também outros benefícios embutidos na usinagem que seria o baixo esforço de
usinagem (conservação do equipamento) e maior utilização da ferramenta de corte (custo –
beneficio elevado).
Um dos fatores limitante neste processo pode ser os avanços limitados de maquinas antigas e
que podem compor o parque de maquinas de uma pequena ferramentaria.
Suponhamos que certa maquina oferece somente 3000 mm/min máximo de Vf, o que fazer?
O que podemos fazer e que foi comentado anteriormente seria utilizar este máximo Vf e
aumentar o ap. O aumento deste valor é permitido neste caso, pois por conseqüência da
redução do Vf, o RPM sofrerá uma redução em seu valor. As outras variáveis envolvidas se
mantém para que conserve o conceito de usinagem de alto avanço:
____________________________________________
Mesmo com esta limitação oferecida pela maquina, alcançamos um aumento de 40% na
produtividade.
Conclusão:
Atendendo o objetivo inicial este texto apresentou uma alternativa viável para as pequenas,
médias e (porque não?) grandes ferramentarias para aumentar a produtividade. Aplicando este
método nos casos adequados a empresa pode fortalecer o tripé qualidade – prazo –
produtividade, preservando a maquina e utilizando todo o potencial oferecido pelas novas
tecnologias aplicada nas ferramentas de usinagem de alto avanço. Utilize as equações
apresentadas, trabalhe com as variáveis e as limitações de sua empresa e compare seu
processo a esta proposta.
Nos dias atuais, muitos textos sobre usinagem de alto avanço chegam a nós com informações
de utilização em “supermaquinas” e em materiais de dureza elevada (o que representa o real
principio deste tipo de usinagem), mas conseguimos aproveitar o conceito em usinagem de
materiais de baixa e media dureza, que pode representar o único negocio de uma
ferramentaria.