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INSTITUCIONAL:
Créditos
Coordenação do projeto Professora-autora
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira Luana Martins Cantanhede
© 2021.
2020. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo
Cruz & Universidade Federal do Maranhão.
Referências .............................................................................................................................. 16
3
Apresentação
Olá, aluna(o)!
2IWXIQEXIVMEPZSGʤGSRLIGIVʛYQTSYGSQEMWWSFVIEGPEWWMƼGEʡʝSHIXVEYQEW
HIRXSEPZISPEVIWIQHIRXMʡʝSHIGʧHYETVSTSWXETSV%RHVIEWIRIXEPzIWTIGMƼGEQIRXIRS
que diz respeito aos traumas em tecidos ósseos e periodontais, a qual é mundialmente
EGIMXEITSHIWIVZMVGSQSFEWITEVEEMHIRXMƼGEʡʝSHIHMEKRʬWXMGSWIGSRHYXEWEWIVIQ
tomadas por cirurgiões-dentistas.
Também serão evidenciadas as principais recomendações para manejo e proser-
vação desse tipo de lesão, em conformidade com as Diretrizes da Associação Internacio-
nal de Traumatologia Dentária para a abordagem de lesões dentárias traumáticas e com
a atualização mais recente sobre condutas para traumas em dentição decídua feita por
Malmgren et al.².
(IWWEJSVQEESƼQHEPIMXYVEIWTIVEWIUYIZSGʤGSRWMKEVIGSRLIGIVIWWIXMTSHI
lesão nas situações de urgência odontológica que vivenciar na Atenção Primária à Saúde
e saiba como conduzir esses casos da melhor maneira possível.
Bons estudos!
OBJETIVO
6IGSRLIGIVEGPEWWMƼGEʡʝSHSWXVEYQEWIQXIGMHSWʬWWISWI
periodontais na dentição decídua, bem como o tratamento e prognóstico
em cada situação.
4
1 TRAUMATISMO EM TECIDOS ÓSSEOS NA
DENTIÇÃO DECÍDUA: fratura alveolar
Características clínicas: Esse tipo de fratura envolve o osso alveolar e pode se es-
XIRHIVESSWWSEHNEGIRXIGSQSI\IQTPMƼGEHSRE*MKYVE'SQYQIRXITSHIWIZIVMƼGEV
mobilidade e deslocamento do segmento. Frequentemente, nota-se interferência oclusal.
'EVEGXIVʧWXMGEWVEHMSKVʛƼGEW:IVMƼGEWIEPMRLEHIJVEXYVELSVM^SRXEPTVʬ\MQEES
ʛTMGIHSHIRXIHIGʧHYSIWIYWYGIWWSVTIVQERIRXIREWVEHMSKVEƼEWSGPYWEMWQSHMƼGEHE
Além disso, informações sobre a relação entre as duas dentições e sobre o segmento
IWXEVHIWPSGEHSIQHMVIʡʝSZIWXMFYPEVTSHIQWIVZIVMƼGEHEWIQYQEVEHMSKVEƼEPEXIVEP
de Fazziȿ.
Tratamento: Reposicionar qualquer segmento deslocado e realizar contenção se-
QMVVʧKMHE GSQ ƼSWSVXSHʭRXMGSWQQ SYQQ SY HSXMTSX[MWXƽI\MRHMGEHERSW
casos de fraturas de tecido ósseo por quatro semanas. Monitorar o dente na linha de
fratura.
Acompanhamento: Uma semana, apenas clinicamente. Nas 3ª a 4ª semanas,
EGSQTERLEQIRXS GPʧRMGS GSQ VIQSʡʝS HE GSRXIRʡʝS I VEHMSKVʛƼGS %TʬW YQ ERS
EGSQTERLEQIRXSGPʧRMGSIVEHMSKVʛƼGSʈMRXIVIWWERXIQERXIVSEGSQTERLEQIRXSEXʣE
erupção do sucessor permanente.
Prognóstico: Pode apresentar oclusão normal, ausência de sinais de lesão periapi-
cal e ausência de sinais de distúrbios no sucessor permanente, além de sinais de lesão
TIVMETMGEPSYVIEFWSVʡʝSMRƽEQEXʬVMEI\XIVRERSHIRXIHIGʧHYSIHIWMREMWHIHMWXʱVFMSW
no sucessor permanente. O dente sucessor requer acompanhamento até sua erupção.
5
2 TRAUMATISMO EM TECIDOS PERIODONTAIS NA
DENTIÇÃO DECÍDUA
2.1 Concussão
Características clínicas: Sensibilidade à percussão, mobilidade normal e ausência
de sangramento via sulco gengival.
'EVEGXIVʧWXMGEW VEHMSKVʛƼGEW7IQERSVQEPMHEHIWVEHMSKVʛƼGEWGSQSI\IQTPMƼ-
cado na Figura 2. Espaço do ligamento periodontal normal.
2.2 Subluxação
Características clínicas: Há aumento da mobilidade dentária, mas não há deslo-
GEQIRXSHSEPZʣSPSGSQSI\IQTPMƼGEHSRE*MKYVE4SHILEZIVWERKVEQIRXSZMEWYPGS
gengival.
6
Figura 3: Subluxação em dente decíduo
7
Figura 4: Luxação intrusiva em dente decíduo
*MKYVE6EHMSKVEƼETIVMETMGEPMRXVESVEPQSWXVERHSPY\EʡʝSMRXVYWMZE
Fonte: Gupta7.
IMPORTANTE
Nos casos em que se opte pela extração, ela deverá ser realizada de
forma cuidadosa, evitando que alguma força seja exercida no germe do
dente permanente.
9
Figura 6: Luxação lateral em dente decíduo
3. Em todas as situações, os responsáveis devem ser orientados quanto à dieta leve, res-
trição ao uso de chupetas e mamadeiras e ao controle mecânico e químico (digluconato de
GPSVI\MHMREE ETPMGEHSGSQGSXSRIXI
HIFMSƼPQIWFYGEMW
10
Contudo, dentro dos prognósticos desfavoráveis, pode-se citar a interrupção
do desenvolvimento radicular de dentes permanentes com rizogênese incompleta,
ou escurecimento da coroa do dente decíduo. Nesses casos, nenhum tratamento é
necessário, a menos que haja o desenvolvimento de lesão periapical.
*MKYVE)\EQIVEHMSKVʛƼGSHIPY\EʡʝSI\XVYWMZE
Fonte: Adaptado de Faria e GuimarãesɄ.
11
1. Para extrusões menores (< 3 mm), em um dente com rizogênese incompleta, o reposi-
cionamento cuidadoso pode ser realizado, ou, caso não haja interferência oclusal, deixar
que o dente se alinhe de forma espontânea.
2. Caso haja interferência oclusal, com tratamento imediato, pode-se tentar o reposiciona-
mento. Se o atendimento for tardio, acontecem a diminuição da mobilidade e a formação do
GSʛKYPS2IWWIWGEWSWEQIPLSVSTʡʝSʣHIM\ʛPSWRIWWERSZETSWMʡʝSIZIVMƼGEVEWTSWWʧ-
ZIMWMRXIVJIVʤRGMEWSGPYWEMW)QGEWSWHIQSFMPMHEHIIPIKIVYQEGSRXIRʡʝSWIQMƽI\ʧZIP
2.6 Avulsão
Características clínicas: Quadro constatado a partir da ausência do dente que so-
freu o trauma e, com frequência, apresentando lesões nos tecidos moles ao redor. Um
exemplo de avulsão pode ser observado na Figura 9.
12
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IWXVERLS RS PSGEP 2E MQEKIQ VEHMSKVʛƼGE S HIRXI QSWXVEWI GSQTPIXEQIRXI JSVE HS
alvéolo, como no exemplo da Figura 10.
*MKYVE)\EQIVEHMSKVʛƼGSHIQSRWXVERHSEZYPWʝS
IMPORTANTE
13
3 CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DE
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
Em alguns casos de trauma, principalmente na ocorrência de luxações e fraturas
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3FWIVZIEFEM\SUYEMWWʝSIPIWIZIVMƼUYISUYITVIGMWEHEWYEEXIRʡʝS
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subagudas, as realizadas em até 24 horas; e, tardias, quando realizadas após 24
horas11.
Lembre-se que quanto maior for o tempo decorrido entre o momento em que ocorreu
o trauma e o atendimento realizado, pior poderá ser o prognóstico para o tecido
pulpar e periodontal do elemento dental11.
Na luxação extrusiva, por exemplo, o tempo é essencial para a escolha do tratamento,
visto que, nos casos em que o atendimento ocorre de forma tardia, o reposicionamento
apical exigirá uma grande pressão digital para tentar deslocar o coágulo formado
entre o ápice radicular e a parede do alvéolo, o que pode ocasionar danos extras aos
tecidos pulpar e periodontal12.
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RʝSMQTIHIERYXVMʡʝSHSXIGMHSTYPTEV2SIRXERXSSHERSTVSZSGEHSʣWYƼGMIRXI
para favorecer a obliteração dos canais radiculares. Nas extrusões severas, o risco
HI HERMƼGEV GSQTPIXEQIRXI S WYTVMQIRXS RIYVSZEWGYPEV HE TSPTE ʣ EYQIRXEHS
possibilitando a necrose dos elementos dentários afetados, principalmente nos
casos com rizogênese completa13.
14
Grau de intrusão dental
Grau de rizólise
Dentes que possuem um processo avançado de rizólise (superior a 2/3) podem ser
encaminhados diretamente para exodontia, visto que essa condição impossibilita a
VIEPM^EʡʝSHIXVEXEQIRXSWIRHSHʭRXMGSW10.
15
Considerações Finais
'SQSZSGʤTʭHITIVGIFIVLʛHMJIVIRXIWXMTSWHIPIWʮIWXVEYQʛXMGEWRSWXIGMHSW
ósseos e periodontais na dentição decídua. Eles se assemelham aos traumas dentoalve-
SPEVIWIQHIRXMʡʝSTIVQERIRXIRSIRXERXSLʛIWTIGMƼGMHEHIWHEHIRXMʡʝSHIGʧHYEUYI
precisam ser observadas. O reconhecimento dessas lesões é crucial para a determinação
do prognóstico e do tratamento a ser conduzido.
Fatores como tempo entre a ocorrência do trauma e o atendimento, graus de intru-
WʝSI\XVYWʝSJSVQEʡʝSVEHMGYPEVIVM^ʬPMWITSHIQMRƽYIRGMEVWMKRMƼGEXMZEQIRXIRSXVE-
tamento e no prognóstico e, por isso, merecem atenção especial de cirurgiões-dentistas
da Atenção Primária à Saúde, que podem precisar atender casos de urgência odontológi-
ca envolvendo traumatismos dentoalveolares em dentição decídua.
%TʬWIWWEPIMXYVEIWTIVEWIUYIZSGʤGSRWMKEVIGSRLIGIVEGPEWWMƼGEʡʝSHSWXVEY-
mas em tecidos ósseos e periodontais na dentição decídua, levando em consideração
EWGEVEGXIVʧWXMGEWGPʧRMGEWIVEHMSKVʛƼGEWUYIIPIWETVIWIRXEQTEVEIRXʝSHIXIVQMREV
adequadamente o período de acompanhamento, o tratamento e o prognóstico em cada
situação.
Até a próxima!
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INSTITUCIONAL: