D O
S E M I N Á R I O E P I S C O P A L
D E
N . S E N H O R A D A G R A S A
D A C I D A D E D E O L I N D A
D E P A R N A M B U C O
O R D E N A D O S P O R
D . J O Z É J O A Q U I M D A C U N H A
D E A Z E R E D O C O U T 1 N H O ,
XII. B I S P O D E P A R N A M B Ú C O
L I S B O A
i 7 P 8 .
N A T Y P O G R A F I A D A A C A D . R. DAS CIÊNCIAS.;
Paço os E f t a t u t o s i n c l u z o s , f e i t o s p e l o B i f p o de Pernambuco 3
Excellencia. P a l á c i o de Q u e l u z em v i n t e e n o v e de Janeiro de
PARTE I.
E c o n ô m i c a .
legiaes do número. 5%
u z a r os Colegiaes. 2.
Porcionistas. 1 o.
C A P V Do Refeitório. . 12.
f e r m o s . . 14.
C A P V I I . Do Oficio do Reitor. . . 1 7 -
C A P V I I I . Do Oficio do Fice-Reitor. 2 1 .
C A P I X . Do Oficio do Sacriftao. • . 2 2 .
Do Cozinheiro. . ibid.
Do Cerqueiro . • ibid.
De Comprador. . . . ibid»
PAR-
Í N D I C E »
P A R T E I I .
Deus. . . 3 4 »
C A P I I . Da obriga/ao do ornem a r e f p e i t o de ft
m e f m o . . . . 3 8 »
outros ómens. 4 0
P A R T E I I I .
Da obfervancia Literária.
C A P I I . Do Canto. .
Do P r o f e f o r do Canto.
C A P , I I I . Da Gramática.
JS
Do P r o f e f o r da Gramática Latina. ibid;
C A P I V Da Rétorica. . . .
5 8.
Do P r o f e f o r da Rétorica. ibid.
C A P V Da Filozofia. 60.
Do P r o f e f o r de Filozofia 6 1 .
C A P V I . Da J e o m e t r i a . * .
. í 3-
Do P r o f e f o r de Jeometria. i t i d .
C A P V I L Da Teolojia. . . .
5T-
Do P r o f e f o r da Iftoría E c l e z i a j í k a . 0*8.
Do P r o f e f o r de Teolojia E f p e c u l a t i v a . 7 0 .
Da
I N D \ C Et
Do P r o f e f o r de Teolojia Prática, . . . 7 4 »
C A P . V I I L Dos Compêndios. . n . 8 1 .
das A u l a s . . y ibi,
os Alunos. . ^ . 9 0 .
^ dos P r o f e f o res. , v y i .
Literários. _ . . . 0 2 .
C A P X X . Do Diretor dos E f l u d o s . . . 0 6 .
C A P . X X I I . Da Congrega]"ao'Literária. p 8 .
terárias. . . i o o ~
C A P X X I V Do Bibliotecário. . .. . r o í .
E S -
E S T A T U T O S
D O
S E M I N Á R I O E P I S C O P A L
D E P A R N A M B U C O .
A
e para
ra
NATUREZA
culpa
os
é
deleites
umana corrompida pela primei-
e m e x t r e m o
terrenos ,
propenfa para o erro,
e m os quaes parece
querer conltituir a fua felicidade. Se o ó m e m dcf-
cia.
Por efta razaó a I g r e j a d i v i n a m e n t e iluftrada ,
d e t e r m i n o u -ouvéfe e m cada B i f p á d o u m C o l é g i o ,
g i o feja u m p e r p é t u o S e m i n á r i o de M i n i f t r o s de
D e u s .
L o g o que a D i v i n a Providencia N o s p ô s ( f e m
truir a M o c i d a d e da nofa D i o c e z e no c o n h e c i m e n -
te a N o f a A u g u f t a Soberana f e m p r e p r o n t a a fazer
b u c o p o r f e u A l v a r á de 22 de M a r f o de 1 7 9 6 a
f r u t o os A l u n o s defte n o v o C o l é g i o .
E p o r q u e f a ó tres as m a t é r i a s diferentes , de
c o n v é m á f a b e r , a economia d o g o v e r n o interior
da C a z a , o r e g u l a m e n t o dos c o f t u m e s , e o da d i -
e m
âe N , S. da Grâsa âe Tarnambuco. $
E c o n ô m i c a , a i . a
da M o r a l , a 3," da Literária.
p r e f c r e v e o d i t o C o n c i l i o ; quanto p e r m i t i r e m as
d a d e á I g r e j a ? e de b e m ao Eftado.
A i i P A R -
Ejlatutos do Seminário E p i f c o p a l
P A R T E P R I M E I R A .
E c o n ô m i c a .
CAPITULO L
R
car
EFLETINDO
nas v i r t u d e s
Nós feriarnente, que a erefao dos
tes A l u n o s ; d e t e r m i n a m o s os E f t a t u t o s feguintes.
idade.
te y que feja d e e n j e n h o v i v o y e b o m p r o c e d i m e n -
nado de m a l contajiozo.
§. 3.. Q u e de todas a s F r é g u e z i a s d o B i f p a d o
í e -
de JST. S . da G r a f a âe Parnambüco. f
que p o r f e u t u r n o l h e tocar.
§. 4. Q u e as duas F r é g u e z i a s d o R e c i f e , e de
c o m o é a de u m S e m i n á r i o de e d u c a f a ò de M e n i -
( f e m e x c é f a õ da da B o a v i í t a ) n a õ fe aceitará mais
c o m os feus,
CAPITULO II.
P
que
ARA naó aver para o futuro alterafao fuítan-
cial ,
a boa
o u i n t r o d u f a õ
o r d e m e
de
juílifa
} y
abuzo
que
, que
deve
prejudi-
regular os
que
6 E j l a t u t o s do Seminário E p t f c o p a t
que v i v e m e m C o m u n i d a d e e m u m m e f m o efpirito,
e debaixo de u m a m e i m a o b f e r v a n c i a ; determinamos
o feguinte.
C o l e g i a l d o n u m e r o , o R e i t o r d o C o l é g i o fará
ta F r é g u e z i a aparefao c o m íuas p e t i f ó e s ; c u j o t e m -
P á r o c o da F r é g u e z i a ferá o b r i g á d o a publicar o d i -
to E d i t á l á eftafáô da M i f a C o n v e n t u á l , e afixálo
na porta da I g r e j a p e l o t e m p o nele d e t e r m i n a d o ;
findo o q u a l , o r e m e t e r á ao m e f m o P r o v i z o r c o m
fe declara.
§. 6. Q u e e m a t e n f a ò á grande diltancia, e m
tável i n c o m o d o n a õ p o d e r á ò os Pertendentes v i r
de t a ó l o n g e requerer a f u a entrada n o C o l é g i o
c o m á d u v i d a de f e r e m , o u n a ò a c e i t o s ; d e t e r m i -
n a m 3S
âe 2?. $ . da Gr asa âe Pamanibuco. 7
em a l g u m a das F r é g u e z i a s d o C e r t a ó , o P á r o c o
j u n t a m e n t e c o m o V i g á r i o Foraneo d o d e í l r i t o , ( e
fendo efte o p r ó p r i o P á r o c o , c o m o u t r o P á r o c o
mais v i z i n h o ) , e c o m a p r o v a f a õ dos V é r e a d o r e s d o
declarados n o E d i t á l ; e n a õ ferá p o r N ó s a d m i t i d o
ao C o l é g i o , f e m N o s arprezentar c o m . a fua p e t i f a õ
a c e r t i d ã o d o f e u b a t i f m o , e as tres ateftafões da
§• 7 Q u e n e n h u m C o l e g i a l ferá admitido n o
m i t i d o para entrar n o C o l é g i o , a p r e z e n t a r á o n o f o
CAPITULO III.
Colegiaes,
P uzo
EDE a boa economia , que os vellidos para o
g u i n t e .
§. o . Q u e á l e m da cama , e r o u p a b r a n c a ,
trarão t a m b é m u m r o u p ã o de d r u g u e t e p r e t o , a
t o d o p o r d i a n t e , d o qual u z a r á õ cotidianamente n o
C o l é g i o , e nas Aulas : n o p u b l i c o p o r é m , e n a
g u e t e
de N . S . da Gr asa de Pamamlucõé p
guete p r e t o , q u e n a õ e x c e d a õ o c o m p r i m e n t o de
dois palmos.
B bas
t o Ejlatutos do Seminário Epijcopal
C o l é g i o ,
CAPITULO IV
N
vina
AO foi iníHtuida taõ fomente para os pobres
a f u n d a f a õ dos S e m i n á r i o s :
Providencia , que a pequenos ,
á i m i t a f a õ da D i -
e grandes , a
p o b r e s , e ricos abrange g e r a l m e n t e c o m os tezoi-
ros da f u a M i z e r i c o r d i a , d e t e r m i n o u a Santa I g r e -
conformando-nos c o m as pias i n t e n s õ e s da I g r e j a
i.° e 2 . 0
, irá j u n t a m e n t e c o m f e u P a i , T u t o r , ou
teii-
âe j f V . «T. da Gr asa âe Pamamhueo. t *
na V i l a d o R e c i f e , que fe o b r i g u e , p o r efcri-
nos Eftatutos , 8 , 9 , e 11
confervar a u n i ã o , e u n i f o r m i d a d e da Sociedade, ao
e m u m a m e f m a C o m u n i d a d e , fe viítaõ dos m e f -
ás C o m u n i d a d e s .
B i i C A -
r % E j l a t u t o s do Seminário Epifcopaí
CAPITULO V.
Do Refeitório.
C de
efpirito
OMO efte Colégio é Caza de criafao de pefoas
m e n o r idade
e m
,
d e c o r a r as
que
lisões
t r a b a l h a õ
dos
c o m t o d o
feus eftudos ,
o
e
f a õ de natureza cálida , e de fácil d i g e f t a õ , é
m e f m a natureza c o m a falta de a l i m e n t o , e v e n h a ó
§. 1 6 . Q u e todos os d i a s , que n a õ f o r e m de
j e j u m de p r e c e i t o , o u S á b a d o ( d i a que é propria-
m e n t e dedicado a N o f a S e n h o r a , de q u e m d e v e m
a c c f t u m a n d o para q u a n d o a t i v e r e m .
conftará de m e n o s d e q u a t r o pratos c o m o da f o -
feitório , o R e i t o r , o u o u t r o Sacerdote de f e u m a n -
as
de N . S . da Gr asa de Pamamhucê. 13
a n t i g ü i d a d e s n o C o l é g i o ; exceto os Colegiaes ,
p i t u l o da Sagrada E f c r i t u r a , e lifaõ e f p i r i t u a l , á
recolherem.
e a o c a z i a õ de n u t r i r p a i x õ e s .
18. F i n d o o d i t o t e m p o , fe t o c a r á a íilencio , e
t a r e m ; e f e m licenfa n e n h u m p o d e r á d o r m i r c o m
lus.
CAPITULO VI.
N mais
t e n d i d o
A aíiftencia , e cuidado dos Enfermos é onde
que
fe deve efmerar
fe agrada mais
a Caridade
a D e u s
; b e m
n e í l e
en-
fervi-
§ . 2 1 . Q u e tanto q u e - f o u b e r e m que a l g u m
dos C o l e g i a e s eílá e n f e r m o , a v i z a r á õ l o g o ao R e i -
tor , o q u a l f e m perda de t e m p o m a n d a r á x a m a r o
para
de'27. S . da Çrasà de Pamamhico.
regados de afiftir ao E n f e r m o c o m f r e q ü ê n c i a ; e
p o , e c o m m u i t a l i m p e z a ; e fe na cozinha ouver
a devida providencia. O m e f m o R e i t o r , o u V i c e -
d e t e r m i n a s õ e s , encarregando ao E n f e r m e i r o a i n -
f o r e m receitados.
m e n t o s do Viatico , e E x t r e m a U n f a Õ , lhos a d m i -
d o m e f m o C o l é g i o , o R e i t o r c o m a fua C o m u n i -
dade , f e m i n t e r v e n f a õ d o P á r o c o d o l u g a r , d ê fe-
pultura ao corpo d o f e u S ú d i t o n o c e m i t é r i o da
b u i f a õ alguma ; e p o d e r á f o m e n t e levar a e f m o l a da
M i f a , o u M i f a s , que o P a i , o u T u t o r d o m e f m o
fa perpetua , ficando ao P á r o c o d o d o m i c i l i o do
O f i c i o Paroquial na f o r m a das C o n f t i t u i s ó e s d o
o
âe N . âa Gr asa âe f a r n a m l u c â l i ?
g u ê s , v i n d o r e c e b e r , e encomendar o cadáver á
CAPITULO VIL
Do Oficio do Reitor.
c u n f p é f a o , e ter todas as c o n d i s o e s , q u e
r e q u e r e m , para a boa e d u c a f a õ , e g o v e r n o da
fe
M o
cidade , t e m a f e u cargo vigiar continuamente f o -
fe executem c o m perfeifaõ.
A r e f p e i t o da o b r i g a f a õ de fora de C a z a , de-
a gravidade , e c o m p o f t u r a , que é p r ó p r i a da C a z a
v o r , e o p r ê m i o , a r e p r e e n f a õ , e o caftigo : o
p r u d ê n c i a , d e p o n d o t o d o o efpirito de parcialida-
de , e t e m e n d o a o m i f a õ a r e f p e i t o das t r a n f g r e s õ e s
M o c i d a d e , e f a z e m c o m que os S ú d i t o s y alentados
p r e e n f a ó , o b e d i ê n c i a , e d o c i l i d a d e ; e p o r i f o dif-
poflos para fe m o v e r e m m a i s p e l o s i m p u l f e s do
niente.
o g o v e r n o , aíim t e m p o r a l , c o m o e i p i r i t u a l . d e t o d o
p r i m e i r o Superior , e p r ó p r i o P á r o c o do n o f o C o -
l e g i o ' , f e m f u b o r d i n a f a ô a l g u m a ao P á r o c o d o def-
t r i t o , ainda m e f m o quanto á d e z o b r i g a q u a r e f m a l
jeitos a N ó s , e ao n o f o P r o v i z o r , ao qual o R e i t o r
C o n f i f a õ , e C o m u n h ã o na f o r m a que c o f t u m a õ , e
n e m o R e i t o r , n e m o P á r o c o d o deftrito, n e m dosi
C i d o
2 0 E j l a t u t o s ão Seminário E p i f c o p a l
da C i d a d e f e m n o f a e f p e c i a l licenfa , da q u a l n a ó
p o d e r á õ uzar f e m que p r i m e i r o a a p r e z e n t e m ao
ve$ nos o c u l t o u o C o l e g i a l .
F i n a l m e n t e terá o R e i t o r n o f e u c u b í c u l o o
A r q u i v o d o C o l é g i o e m a r m á r i o f e x a d o , onde ef-
t e j a õ d e p o z i t a d o s , e b e m acondicionados todos os
l é g i o , n a õ f ó os que e f t j v e r e m f e r v i n d o , mas t a m -
C A -
V
de N , S . da Gr as a de Parnambuco. u
C A P I T U L O V I I I .
Do Oficio do Fice-Reitor.
O
vernar
Vice-Reitor deve fer um Sacerdote feparado
d o C o r p o L i t e r á r i o , e que
o C o l é g i o
feja capas
nas faltas d o R e i t o r . E l e
de
é
g o -
p r o -
priamente o C o a d j u t o r , A j u d a n t e , e Suítituto d o
R e i t o r , e m cuja auzencia , o u i m p e d i m e n t o t o m a
a i n f p é f a õ fobre os criados do C o l é g i o , e f p e c i a l -
ao R e i t o r todos os S á b a d o s , e m os quaes d e v e m
Q u a n t o ao exterior do C o l é g i o , pertence a©
y i c e - R e i t o r , p ô r t o d o o cuidado e m cobrar , e
arre-
%i Ejlatutos d o Seminário E p i f ç o p a l
arrecadar todos os r e n d i m e n t o s d o C o l é g i o ; e fe
e defpeza d o C o l é g i o .
CAPITULO IX.
Do Oficio do SacriftaÕ.
ferá o b r i g a d o o S a c r i J k õ a fervir á M e z a n o R e -
tutos Ç a p . 25-, C A -
d è Jf. <?. da G r a f a âe Parnámluco. 2 3
C A P I T U L O X .
Do Porteiro*
c u r a d o na portaria a l g u m C o l e g i a l , o u vindo-fe-
C o l e g i a l f e m p r i m e i r o dar parte ao R e i t o r , o u V i *
e m u i t o p r i n c i p a l m e n t e mulheres : defpidirá c o m
f o i
2 4 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a i
CAPITULO XI.
Do Barbeiro , e Refeitoreiro.
tenha
m e n f a l ,
B a r b e i r o de caza , que
e m o r a d o r n o
feja t a m b é m
m e f m o C o l é g i o : o
co-
qual
c u i d a d o o fervir de R e f e i t o r e i r o , trazendo f e m p r e
l i m p o , e aceado o R e f e i t ó r i o , p r o v e n d o - o de t u d o
candieiro d o R e f e i t ó r i o , q u a n d o f o r a oras de c ê a ,
e os dos d o r m i t ó r i o s , provendo-os p r i m e i r a m e n t e do
fôr a lavar.
Do Cozinheiro.
que
de N . S . da Gr asa de Pamambuco. i $
do as p o r s õ e s c o m i g u a l d a d e , e tratando t u d o c o m
verter o r e g u l a m e n t o da C o m u n i d a d e .
Da Ajudante da Cozinha.
para as tálhas da C o m u n i d a d e - , e R e f e i t ó r i o ; e de
m e z a , e C o z i n h a , e ir bufcar á D i f p e n f a o necefa-
Do Cerqueiro.
tanto da i n t e r i o r , c o m o da exterior.
Do Comprador.
ra c u j o oficio f e e f c o l h e r á u m ó m e m fiel,e de sã
D con-
2 6 ÉJlatutos do Seminário E p i f c o p a i
e m p r e g o , que fes.
CAPITULO XII.
p o d e r d o R e i t o r do m e f m o C o l é g i o ; a fegunda
terá o V i g á r i o G e r a l d o B i f p a d o , e a terceira o
D e a õ da C a t e d r a l , n a õ f e n d o efte o V i g á r i o G e r a l ;
r e m v a g a s , o u i m p e d i d o s os que as p o f u i r e m .
a p o d e r á entregar o R e i t o r ao V - i c e - R e i t o r ; o D e a ò
à o Teu i m e d i a t o C o l e g a da C a t e d r a l \ e o V i g á r i o
Geral
de N . S . da Gr asa âe Parnambuco. 2 7
C o f r e , i n t i m a d a pelo R e i t o r .
N e f t e C o f r e fe g u a r d a r ã o , n a ó f ó os dinheiros
e m o qual eílará i n f e r t o o A l v a r á O r i g i n a l da R e a l
geitade á M i t r a de P a r n a m b u c o , c o m o t a m b é m as
D i i C o -
2 8 E j l a t u t o s do Seminário EpiJcopai
C o l é g i o , p o n d o - f e e m f e u l u g a r outro n o v o para
o primeiro.
CAPITULO XIII.
receita, e â e j p e z a do Colégio.
inifituir ao m e f m o t e m p o u m f e g u r o m é t o d o de
n u a vigilância.
e inftituimos u m a J u n t a de M i n i f t r o s , q u e e m o mef-
n o v o ax^rem fe devao d e t e r m i n a r a b e m d o C o l é g i o .
E f t a J u n t a , que terá o f o b r e n o m e da E c o n o -
d e p r o m o v e r , quanto e m N ó s f o r , o adiantamento do
n o f o S e m i n á r i o .
M a s
de N . <S\ da Gr as a de Parnamhuco. 29
p o r a f a õ do n o f o C l e r o , eleitos deftributivamente
p o r N ó s , e pelo m e f m o C a b i d o . Para o p r i m e i r o
a D i g n i d a d e , o u C o n e g o , que f o r Claviculario d o
d o dele f a l á m o s ; e para D e p u t a d o da C o r p o r a f a ó
O s outros dois na f o r m a do m e f m o C o n c i l i o ,
conftituido e m a l g u m e m p r e g o p u b l i c o , o u B e n e -
ficio do n o f o B i f p a d o .
f e l h o da J u n t a da E c o n o m i a , n o m e a m o s o R e i t o r do
3 o E j l a t u t o s do Seminário F^pifcopal
t a m e n t e antes d o P r e z i d e n t e ; e n o m e a m o s o nofo
para o u t r o D e p u t a d o n o m e a m o s o V i c e - R e i t o r do Co-
l é g i o , o q u a l a l é m de ter v o t o n o C o n f e l h o da Jun-
d e t e r m i n a m o s , que a J u n t a fe c o n g r e g u e quatro
n a c i m e n t o de S. J o a õ Batifta ; a I V n o p r i m e i r o dia
A l é m das fobreditas a v ê r á ó t a m b é m C o n f e r ê n -
p e z o da c o n t i n u a vijilancia e m c o n í e r v a r n o feu
p r i m i t i v o v i g o r a o b f e r v a n c i a da e c o n o m i a , cujas
mate-
âe N . S . da Gr asa âe Parnamhuco. 31
matérias f ó r m a õ o principal o b j e t o da J u n t a da E c o -
n o m i a ; á cujos D e p u t a d o s p o r efte n o f o E f t a t u t o
para b e m , e a u m e n t o d o C o l é g i o , f e m atende-
congrefos particulares.
D e z e m b r o para fe t o m a r e m as contas da r e c e i t a ,
f a l á m o s no capitulo antecedente: o da d e f p e z a , q u e
do C o l é g i o : e o livro e m que j u d i c i a l m e n t e fe a õ -
qual
3 2 Ejlatutos do Seminário Epifcopai
lo n o f o P r o v i z o r ; e o E f c r i v a õ da n o f a C â m a r a ferá
V i g á r i o G e r a l , ao qual n o m e a m o s , e conftituimos
t i m a m e n t e pelo R e i t o r , e V i c e - R e i t o r , fendo as
P A R -
de N . S . da Gr asa de Tarnambuco. 3 5
P A R T E S E G U N D A .
M o r a l .
m e n t e criftãos.
m o s a p r e n d a õ os Educandos do n o f o C o l é g i o : ele
I g r e j a de Jezus C r i f t o por t o d o o m u n d o .
E fe-
3 4 E j l a t u t o s âo Seminário Epij"copai ,
c o r r e f p o n d e m ; e v e m a fer a r e f p e i t o de D e u s , de
CAPITULO I.
O NEGOCIO
fobre a
c o n f e g u e f e m
mais importante ,<iue os ómens tem
terra, é a falvafaó
o c o n h e c i m e n t o de
; e e í t a n a ó ©fe
D e u s e de Jezus
5
p e i t o , N ó s daremos a p r o v i d e n c i a e m o Catecif-
mentaes da R e l i g i ã o , d e v e m f e m p r e trazer na
m e m ó r i a .
Q u e D e u s é o f e u p r i m e i r o p r i n c i p i o , e ul-
m e n t e felices. D e p o i s de t e r e m p e r c e b i d o eíta
gran-
de N . $ . da Gr asa âe Parnamhuco. 3 ç
D e u s n a õ fe e n c o n t r a õ fenaõ d e í g r a f a s , i n q u i e t a s õ e s ,
e mizerias.
C o n h e c i d a a f u m a d e p e n d ê n c i a , que o ó m e m
e quanto p o f u e ; e p o r i f o m a n d a m o s
o final d o C r i f t a õ , adoraráõ a D e u s e m e í p i r i t o , e
E i i p o ,
3 6 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
o r a , p o u c o m a i s , o u menos. E n o s . D o m i n g o s , e
f e g u n d a parte deites E í í a t u t o s .
r ã o d o C o r o ,
e a fua devofao.
M i f a
âe N . S*. da Cr asa de Parnamhuco. 3 7
dirá ás n o v e oras.
M a r i a s , rezaráõ no C o r o da Igreja , o u na C a p e l a
interior d o C o l é g i o o T e r f o do R o z a r i o de N o f a Se-
C u l t o 5 e implorar o f e u grande p a t r o c í n i o , e m u i -
fe c o n f e f a r e m , e v o l t a r e m a t e m p o de comungai 1
d a m a õ d o R e i t o r na M i f a c o n v e n t u a l da Igreja do
f a ó d e v e m t a m b é m , c o m u n g a r da m a õ d o m e í m o
n a õ afetarem i g n o r â n c i a .
A q u i t a m b é m r e c o m e n d a m o s fe d i f p o n h a õ de
d i f p e n f a v e l a p r e p a r a f a õ antecedente, a c o m p a n h a d a
ra receber c o m p r o v e i t o t a õ importantes r e m é d i o s ,
c o m as g r a f a s , c o m que o E f p i r i t o d o S e n h o r e n x e ,
CAPITULO II.
^ t e m o trabalho de cultivar a
f a õ , iíto é de arrancar as e r v a s
terra d o
venenozas
f e u cora-
dos v i -
c i o s ,
de J S f . S . da Gr asa de Parnamhico. 3 o
e da felicidáde eterna.
O ó m e m naturalmente ama a l i p r ó p r i o c o m
p o r u m a intrinfeca l e i da N a t u r e z a é o b r i g a d o a
c u l t u r a , e perfeifaõ da vida r a c i o n a l , o u m o r a l ,
e m defterrar os erros d o e n t e n d i m e n t o ? e c o m p r i -
trario fe declara i n i m i g o de íi p r ó p r i o .
a f u f o c a r os refentimentos , e r e p r i m i r a paixão da
d o m p r ó p r i o de D e u s ; a v i v e r e m n o m u n d o , e
fe dele n a õ u z a f e m .
Eis-aqui a r e t i d ã o do a m o r p r ó p r i o , o f u f -
p o d e r á j á m a i s c o n f e g u i r a verdadeira Sabedoria,
fa na outra vida.
CAPITULO III.
A
aos
Terceira obrigafaõ do ómem é a de amar ao
p r ó x i m o : ifto é ,
outros ó m e n s feus
que o a m o r ,
i r m ã o s , á d e
que
fer
deve
i g u a l
ter
aa
que
âe 27. $. da Gr asa de Parnambuco. 4 l
ó m e n s .
f e m Sociedade n a õ p ô d e fuliftir o j e n e r o u m a n o , da
u m m e f m o e f p i r i t o , m u t u a m e n t e c o n c o r r e m , e tra-
F fim
4 & E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
te ; e v e m a f e r ^ a reverencia , o b z e q u i o , e obe-
Soberanos & c .
D a q u i fe dedus p o r l e g i t i m a c o n c l u z a õ : Que
o b e m p u b l i c o da C o m u n i d a d e naturalmente deve
b o m Criítaõ,
E
âe J V . S . da G r a f a âe Parnamhucõ. 43
E p o r q u e a eíte r e f p e i t o o b e m c o m u m da no-
guintes Eftatutos
de m a n h ã ; e ao p ô r d o f o i , fendo de tarde.
§. 8. Q u e no t e m p o do íilencio n e n h u m fale,
n e m v á ao cubiculo de o u t r o , n e m á I g r e j a , Por-
f e m u r g e n t e necefidade.
Atos
E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
4 4
A T O DE F E\
M
l i c a ,
EU DEUS , e Senhor ; eu creio firmemente tu-
do o que
A p o f t o l i c a
c r ê , e enfina a Santa I g r e j a Cató-
R o m a n a ; p o r q u e fois V ó s , O ' meu
D e u s o que difefte ; e p o r q u e fois a m e f m a Verda-
ATO DE ESPERANSA.
zericordias.
ATO DE CARIDADE.
m e n t e b o m : e a m o ao m e u p r ó x i m o c o m o a m i m
m e f m o p o r a m o r de V ó s ,
P A R -
d e N . S . da Grasa de Parnamluco. 4 ?
P A R T E T E R C E I R A .
Da obfervancia Literária.
A
que
OBSERVÂNCIA
ral é a
ele enxe
Literária afentando fobre a Mo-
que r e p õ e m
perfeitamente
o ó m e m n o
toda a idéa
e f t a d o ,
de
e m
ó m e m :
ela é a que defterra a i g n o r â n c i a , e introdus as l u -
que fe a õ de aprender n o n o f o C o l é g i o , e d a m o s
as o u v e r e m de enfmar, na f o r m a feguinte.
4>£ Ejlatutos do Seminário E p i f c o p a l
C A P I T U L O L
L
tos ,
ER é conhecer, e pronunciar o íom , e ílgnifíca-
na f u a arte ; mas t a m b é m u m m o d e l o de v i r t u d e ,
f o r m a r D i c i p u l o s abeis , e bons C i d a d õ e s ; e c o m o
meircTdas regras da A r t e de L e r , E f c r e v e r , e C o n -
tar, e d e p o i s da R e l i j i a õ .
Quanto d JLrte de L e r .
fer-
âe N . S , da Grasa de Parnamhuco. 4 7
v e m lugar de b , n e m h e m lugar de v , c o m o
v e m p ô r e m f e g u n d o ,. c o m o v. gr. treato e m l u -
a v o g a i e da palavra f e b r e , cujo p r i m e i r o e é l o n -
fofeok
4 ^ E j l a t u t o s do Seminário Epifcopal
f a õ m u i t o fáceis de fe e m e n d a r e m , e de fe corriji-
r e m ; c o m t u d o depois f a õ m u i t o d i í i c u l t o z o s , e
§. 4. D e v e t a m b é m e x p l i c a r o q u e é , e o
a i n t e r r o g a f a õ , a a d m i r a f a õ & c . , e os f o n s , que
f a õ , e de a d m i r a f a õ , ferá b o m que os a n t e p o n h a õ i n -
d a q u e l e , que efcreveu.
Quan-
de N . S . da Gr asa de Vamambuco. 49
Quanto â Arte de E f c r e v e r .
a f o r m a r os caratéres f o r m o z o s , fimplices, e d e
de u m a figura particular d o g o f t o de q u e m a f e s ,
ra os conhecimentos umanos.
formarem os caratéres c o m f a c i l i d a d e , c o m p o í h i r a ,
G c o m o
$ o Ejlatutos do Seminário Epijcopal
parte dos P o r t u g u e z e s n a õ e f t u d a ó a l i n g u a L a t i n a ,
ra b e m efcrever c o m u n i f o r m i d a d e , e perfeifaõ a
m a n d o u o Senhor R e i D . J o z é na L e i de 28 de
Quanto d Aritmética.
a conhecer , e f o r m a r os caratéres y e a l g a r i f m o s , o u
m a i o r u z o na p r a t i c a , ficando as o u t r a s regras de A r i t -
Quanto d Religião.
cipulos p o r a l g u m c o m p ê n d i o claro , c o n c i z o , e p r ó -
San-
de N . S . da Gr asa de Parnambuco. $ i
amar a D e u s f e m amar ao p r ó x i m o , n e m ao p r ó -
D e u s de corafaõ , e fazer ao p r ó x i m o t o d o o b e m
de virtude , e de o n r a , n a õ d e f o n r a , n e m defacredita
interefe.
aprovados de l e r , e f c r e v e r , e c o n t a r ., p e l o i n c o m o -
G i i c o n -
ç 2 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
R e i t o r m a n d a r m o s , o u que dele t e n h a õ p e r m i f a õ ;
e f c r e v e r , contar , e de D o u t r i n a C r i í t ã a todos os
q u e q u i z e r e m ir c o m ele aprender.
CAPITULO II.
Do Canto.
O
enfina
C a n t o , o u
A r m o n i c a , e e m
a c o m b i n a r as
a M u z i c a fe divide j e r a l m e n t e
A r t i f i c i a l : a A r m o n i c a é a que
v o z e s , e os f o n s , e a f o r m a r
e m
p o r m i l m o d o s as confonancias , e armonias : a A r -
t a õ os p e n f a m e n t o s de q u e m efcreve. O s A n t i g o s d i -
vidiaõ a M u z i c a e m R i m i c a , M é t r i c a , O r g â n i c a ,
fe
de N - S . da Grasa de Parnambuco. $ 3
m o indignas da fantidade d o C u l t o , e da m a j e í t a d e
t a ó f ó m e n t e a A r m o n i c a , que m o v e n d o á c o m p u n -
Do Profefor do Canto.
D i c i p u l o s , n a õ f ó a f o r m a r os f o n s , e a facar as
raõ
$T 4 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a L
t e m c o m u m e í t r o n d o a f é t a d o ; n e m c o m uma vos
e m e f p i r i t o , e verdade.
§. 2. O P r o f e f o r d o C a n t o ferá t a m b é m das
para o P r o f e f o r de T e o l o g i a M o r a l , e L i t u r g i c a ,
d o S e m i n á r i o aos E H u d a n t e s , que N ó s , o u o R e i t o r
mas oras.
C A -
de N . S . da Gr asa de Pamambuco. 5 $
CAPITULO III.
Da Gramática.
A
dos
Gramática é a que enfina a falar , e ler cor-
r é t a m e n t e , e
termos e das
?
c o m acerto
frazes.
? e a que d á a regra
de v a ó percebendo os principios da G r a m á t i c a L a -
gueza t e m a l g u m a analogia c o m a L a t i n a 9 e p r i n -
a faber y N o m e , V e r b o y A d v é r b i o s ? e particulas
P r e t é r i t o s , e Sintaxe , p o r a l g u m a A r t e moderna ,
ou-
5" 6 E f t a t u t o s do Seminário E p i f c o p a t
u z o da m e m ó r i a , mas t a m b é m d o j u i z o , e do d i f -
§. 2. A o s D i c i p u l o s da f e g u n d a c l a f e , que j á
S u l p i c i o Severo , C e z a r , e C i c e r o , e de nenhuma
mais f r e q ü e n t e u z o as l i n g u a s L a t i n a 5 e Portugueza.
§. 3. A o s D i c i p u l o s da terceira c l a f e , que j á
T i t o L i v i o y e T e r e n c i o , e o P r o f e f o r lhes expli-
f o b r i e d a d e , t a õ f o m e n t e para n a õ i g n o r a r e m a ver-
m e d i f a ó , o u z o das figuras p o é t i c a s , e t u d o q u a n -
§. 4. M a s c o m o para c o m p o r e m L a t i m é ne-
cefa-
âe N . S . âa Gr asa âe Parnamíiícâ. £ 7
m e n t e o j e n i o d e u m a , e outra lingua.
d o m e f m o m o d ó para a t o d o o t e m p o as corrésões
G r a m á t i c a L a t i n a fe p o d e r á c o n c l u i r e m tres anos.
CAPITULO IV.
Da Rétorica.
A
das
Rétorica é a que enfina a falar bem , fupon-
as vontades.
Do P r o f e f o r da Retórica.
L a t i n i d a d e , ao de pafar a aprender R é t o r i c a ; e o P r o -
t i n -
âe 1$. S . âa Gr as a âe Pamamhucú. $ 9
m e n t o , ê a c o r t e z i a , e a civilidade c o m o c o n -
educado.
§. 2. D e p o i s de b e m exercitados os E f t u d a n -
c o m o t a m b é m a c o n h e c e r , e a aprender a executar
c o n t u d o o P r o f e f o r n a õ o b r i g a r á os feus D i c i p u l o s
g o f t o , e j e n i o para os fazer.
§. 3. O P r o f e f o r de R é t o r i c a ferá t a m b é m
m e n t o s da Iftoria univerfal p o r a l g u m r e z u m o f u -
grafia c o m u m ordinário c o n h e c i m e n t o da E s f e r a ,
H i i f a m o -
6 o E f t a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
v e r á concluir e m u m ano.
CAPITULO V.
Da Filozofia*
A
divide
Filozofia é a ciência , que enfina a indagar
as
e m
coizas pelas fuás cauzas , e e f e i t o s ; e
tres grandes p a r t e s , que faô a
fe
R a c i o n a l ,
M o r a l , e N a t u r a l : na Filozofia R a c i o n a l fe com-
ta a P n e u m a t o l o j i a , na qual fe c o m p r e e n d e a ciên-
pios , e da N a t u r e z a Efpiritual. N a M o r a l fe c o m -
p l a f a õ da N a t u r e z a ; mas c o m o f a õ m u i t o s os ra-
f a õ da N a t u r e z a , e N ó s n o n o f o S e m i n á r i o , n a õ
p r i n -
âe N* S , âa Cr asa âe Parnambuco. 61
princípios e l e m e n t a r e s , p r ó p r i o s nao f ó de u m b o m ,
u m b o m C i d a d ã o , e de u m indagador da N a t u r e -
L o j i c a , M e u f i z i c a , e É t i c a , e parte da Fiziea E x -
p e r i m e n t a l ; e na f e g u n d a da Iítoria N a t u r a l , e
Q u í m i c a .
Do P r o f e f o r de Filozofia.
ca , M e t a f i z i c a , e É t i c a por a l g u m c o m p ê n d i o m o -
d e r n o , e f c o l h e n d o , e explicando c o m clareza f ó -
n h e c i m e n t o s umanos , J u í z o s , D i f c u r f o s , Critica ,
E r m e n e u t i c a , O n t o l o j i a , Pficolojia , T e o l o j i a
t o d o A n a l í t i c o ; c o m o fe enfina , e convence p e l o
tico.
§. 2. E x p l i c a r á t a m b é m u m dos ramos da F i -
pertence t a õ f o m e n t e á M e c â n i c a , e a Idroft-iti-
grandes c o r p o s , e c o n d u z i r as á g u a s e m u m pais,
c u j o f u n d o principal coníifte na A g r i c u l t u r a , e n o
neraes & c .
§ . 3 . O P r o f e f o r de Filozofia enfinará t a m b é m
ra da C i d a d e c o m os feus D i c i p u l o s e m algumas
m o a o b f e r v a f a õ p o r 11 f ó n a õ baila f e m a experiên-
m e i o da arte os p r i n c i p i o s deles , e e x a m i n a n d o
vas, que r e z u l t a õ da m i í t u r a , e a p l i c a f a õ i n t i m a de
da u m dos p r o d u t o s da N a t u r e z a , p r i n c i p a l m e n t e
daqueles, que f a õ p r ó p r i o s da Z o n a T o r r i d a , o u m u i -
çirçunftanciadas,para q u e os S á b i o s , q u e a b i t a õ fóra d a
Z o -
dè N . 8 . da Grasa de Tarnambuco, 6 3
Z o n a T o r r i d a , que o u n a õ t e m , o u n a õ p o d e m ter
fe p o f a õ aproveitar d o n o f o t r a b a l h o , e n ó s t a m -
p e l o P r o f e f o r , que as e n t r e g a r á ao R e i t o r d o C o -
CAPITULO VI.
Da Jeometria,
todas as fuás d i m e n s õ e s .
Do Profefor de Jeometria.
c o m b i n a s õ e s dos n ú m e r o s ; e explicará as n o s õ e s
feus D i c i p u l o s ; p o r q u e f e m i f o n a õ p o d e r ã o j á m a i s
6 4 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
p r o c e d e r c o m acerto na p r á t i c a : p r o c u r a r á , que os
p r o p o r s õ e s , e p r o g r e s ò e s , t a n t o a r i t m é t i c a s , c o m o
g e o m é t r i c a s , e as regras de mais u z o , e i m p o r t â n -
s ô e s poíiveis , e f e r v e de acoftumar o e n t e n d i m e n -
a e x a t i d ã o , e o r i g o r j e o m e t r i c ô das d e m o n f t r a -
s õ e s , e difcorrer m e t o d i c a m e n t e e m qualquer m a t é -
os d i f c u r f o s , n a Ó avendo p r o p o z i f a õ a l g u m a f o l h a -
j u n t a r a teórica c o m a p r á t i c a , m o l l r a n d o diítinta-
m e n t e o u z o , e a p l i c a f a õ das p r o p o z i s ó e s , q u e
explicar.
§. 3. A c a b a d a a J e o m e t r i a , p a f a r á a enfinar a
T r i g o -
de N . S . da Gr asa de Parnamhtcõ. é $
T r i g o n o m e t r i a p l a n a , que dela fe d e r i v a , e é de
e m u m ano.
CAPITULO VII.
Da Teolojia.
A
que
Teolojia Revelada , ou Crifta ainda que ver-
dadeiramente
toda
n a õ feja mais do que
proceda do m e f m o principio, que
u m a
é
f ó ;
D e u s
A u t o r da R e v e l a f a õ ; que toda fe derive das m e f -
c o m t u d o para m a i o r c o m o d i d a d e do feu e f t u d o ,
c o m que a trataõ os m e f m o s T e ó l o g o s ,
I C o n -
6 £ E j l a t u t o s do Seminário E p f c õ p a F
C o n í i d e r a d a e m r a z ã o dos o b j é t o s imediatos ,
e p r ó x i m o s , d i v i d e - í e a T e o l o j i a e m T e o r e t i c a , o u
E f p e c u l a t i v a , e e m Prática , ou M o r a l . A T e o r e t i c a ,
ou E f p e c u l a t i v a t e m por o b j e t o i m e d i a t o , e próxi-
m o a explicafaõ da F é , e dos D o g m a s d a R e l i j i a õ ,
C r i f t ã o s d e v e m o s crer. A P r á t i c a , ou M o r a l ocupa-
v e m o s obrar.
pecies : a T e o l o j i a T e o r e t i c a , o u E f p e c u l a t i v a fe
fubdivide e m D o g m á t i c a , S i m b ó l i c a , P o z i t i v a , e
P o l e m i c a : D o g m á t i c a e m quanto t e m por o b j e t o a
e x p l i c a f a õ dos D o g m a s da F é : S i m b ó l i c a e m quan-
tos p o z i t i v o s da E f c r i t u r a , e da T r a d i f a õ : P o l e m i -
f e n d e os D o g m a s contra eles.
A T e o l o j i a P r á t i c a fe fubdivide e m M o r a l , D i -
á Sociedade N a t u r a l , C i v i l , e R e l i j i o z a : D i c i p l i n a r
t u m e s :
âe N . S. âa Gr as a âe Varnãmluco. 6 7
na I g r e j a a refpeito d o C u l t o .
A l é m deítas principaes d i v i z õ e s , e f u b d i v i -
que compreende o A n t i g o , e N o v o T e í t a m e n t o a t é
á g l o r i o z a A c e n f a õ de Jezus C r i í t o : a Ecleziaítica
desde a A c e n f a õ de C r i í t o a t é o prezente.
o u t r o l i g a m e n t o d o que o da Cronolojia , e o da í i m -
I i i crer ,
6 t "Ejlatutos do Seminário E p i f c o p a l
p ô r e m p r i m e i r o lugar.
*
Do P r o f e f o r da Ijloria Ecleziajlica.
te 3. deftes E f t a t u t o s , d e v e o P r o f e f o r da I f t o r i a Ecle-
cipulos dos E l e m e n t o s da C r o n o l o j i a , e da J e o -
t o s , e da I g r e j a .
de J V . S . da Gr asa âe Parnambucô. 6 y
§. 2. D i f p o f t o s c o m eftesnecefarios p r e l ú d i o s ,
na creafaõ d o ó m e m , e acaba na A c e n f a õ d o O r n e m
fe eftende a t é o N a c i m e n t o de Jezus C r i f t o , e fe
E v a n j e l h o .
c o m o a c o n t i n u a f a õ da Iftoria Sagrada , f e g u i r - f e - á
r a ó a I g r e j a ; quaes os C o n c i l i o s , q u e fe celebráraõ ;
c o m p ê n d i o a Iftoria particular da I g r e j a L u z i t a n a
e m correfpondencia a cada S é c u l o , e t a m b c m a da
N ò f a D i o c e z e .
tera-
3
f ò E j l a t u t o s ão Seminário Epifccpat-
partes da T e o l o j i a D o g m á t i c a , o u E f p e c u l a t i v a ,
critura, e a T r a d i f a õ , e que os S e c u n d á r i o s f a õ os
C o n c i l i o s , p r i n c i p a l m e n t e o s j e r a e s , e o c o n f e n f o
m do f e u P r i m a d o de o n r a , jurisdifaõ e autoridade.
M o f -
de N . S . da Gr as a de Parnambuco. 7 1
Moftrará t a m b é m que os S a n t o s P a d r e s , e D o u t o r e s
t u e m u m lugar d e r i v a t i v o : e da m e f m a f o r t e os S í m -
C o m p ê n d i o s da D o u t r i n a , que a I g r e j a p r o p õ e m á
que eles fe c o n t é m , c o m o f a õ o A p o f t o l i c o , o N i -
ceno j o C o n f t a n t i n o p o l i t a n o , o A t a n a z i a n o , o L a -
teranenfe , o V i e n e n f e , e a C o n f i f a õ da F é de P i o
I V acomodada á D o u t r i n a do C o n c i l i o de T r e n t o .
§. 2. M o f t r a r á e m f i m , que f ó a I g r e j a é y e
da i n t e r p r e t a f a õ da palavra D i v i n a , defprezando a
A u t o r i d a d e p u b l i c a da I g r e j a y á qual D e u s p r o m e -
m o infelismente t e m m o f t r a d o a experiência de
de d e f p r c z a r e m a A u t o r i d a d e p u b l i c a da Santa I g r e -
j a C a t ó l i c a .
de D e u s , e de fuás P e r f e i s ò e s D i v i n a s , ou A t r i b u -
c o m o i m a j e m de D e u s ; onde fe e x p o r á o primei-
r o eltado do ó m e m , que é o da I n f t i t u i f a õ , ou da
p e i t o da Creatura R a c i o n a l .
tragos d o pecado do p r i m e i r o ó m e m . D a R e v e l a f a õ
da e m todas as idades , q u e p r e c e d e r ã o ao N a c i -
m e n t o do M e í i a s p r o m e t i d o .
§. E x p l i c a d a a E c o n o m i a D i v i n a a r e f p e i t o
4 o
de 2T. <T. da Gr asa de Tarnambuco. 73
faó da m e f m a E c o n o m i a D i v i n a a refpeito d o ó m e m ,
J e z u s de N a z a r é . D a I n c a r n a f a ó do V e r b o , e con-
feguintemente da D i v i n d a d e de J e z u s C r i f t o . D o
O r n e m D e u s , c o m o M e d i a d o r entre D e u s , e os ó m e n s ,
e j u n t a m e n t e da i n v o c a f a ó , e culto dos S a n t o s ,
que f a ó os M e d i a d o r e s fubalternos. D o m e f m o O r n e m
D e u s ^ c o m o L e g i s l a d o r , e A u t o r do N o v o T e f t a -
§. 6. D e p o i s de confiderar as principaes p r o -
a G r a f a M e d i c i n a l , e os Sacramentos. E m quanto á
f e m fe t o m a r partido p o r a l g u m d e l e s , n e m fe de-
m o r a r a refuta-los , tratará da G r a f a da V o c a f a ó , da
G r a f a A d j u v a n t e i n t e r n a , da n e c e í i d a d e da G r a f a ,
R e d e n t o r , fe p a í e a tratar da m e f m a juftificafaõ,
e do m e r e c i m e n t o d o ó m e m n o eftado da G r a f a , da
Eterna.
R e f u r r e i í a õ dos corpos , a f e g u n d a V i n d a de J e z u s
C r i f t o , o J u i z o u n i v e r f a l , a C o n f u m a f a õ d o m u n -
dada c o m as luzes da F é p ô d e c o m p r e e n d e r , a g r a n -
Oj e n f i n o da T e o l o j i a E f p e c u l a t i v a fe d e v e r á concluir
em. u m ano.
E r i u -
âe N . $ . âa G r a f a âe Parnàmbuco. y f
p r i n c i p i a r as f u á s l i s õ e s p e l a explicafaõ da É t i c a E v a n -
ó m e m f e g u n d o a L e i da G r a f a , que J e z u s C r i f t o
debilidade da N a t u r e z a : a lus da F é ás f o m b r a s
e e m Particular.
trina m o r a l d o E v a n j e l h o : das L e i s c o m o n o r m a
u m a d m i r á v e l c o m p ê n d i o de toda a m o r a l criftã. N a
d o ó m e m a refpeito de D e u s , e j u n t a m e n t e as vir-
f a õ os ofícios do m e f m o ó m e m C r i f t a õ , tanto a b f o l u -
K i i § . 3 .
7 6 Ejlatutos do Seminário E p i f c o p a l
§. 3. D e p o i s tratará e m c o m p ê n d i o das p r i n -
fe funda na A u t o r i d a d e L e g i s l a t i v a da I g r e j a , e que
da T e o l o j i a D i c i p l i n a r , de cuja f u b d i v i z a ò , c o m o
D o u t r i n a i , a faber T e o l o j i a C a n o n i c a , e T e o l o j i a
L i t u r j i c a .
depois de d á r u m a c o m p e n d i o z a noticia da p r o p a -
e m j e r a l , e e m particular d o R o m a n o P o n t i f í c e ;
biteros, A r c i p r e t e s , Protopapas , D i a c o n o s , A r c e -
t i d o j
âe N S. da Qraèa de Tarnambuco. 77
nos , e da fua a d m i f a õ . U l t i m a m e n t e da D i c i p l i n a
r e m correspondentes.
§ . 5 À refpeito da T e o l o j i a L i t u r j i c a dará
la I g r e j a de celebrar o C u l t o publico da R e l i j i a õ ,
f a õ , e D e d i c a f a õ ; da o r i j e m , e uzo da Liturjía
p r e c e d i a õ , a c o m p a n h a v a õ , e fe f e g u i a õ na adminif-
m o n i a s
7 2 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
C o n f t i t u i s ó e s d o n o f o B i f p a d o , e dará u m a fuficien-
n o s ò e s da M o r a l E v a n j e l i c a , e da T e o l o j i a C a n o -
na m a i o r e v i d e n c i a , de que elas f o r e m f u c é t i v e i s ,
d e m o n í t r a n d o - a s pelos p r i n c í p i o s da E f c r i t u r a , e da
ditos p r i n c í p i o s , e A x i o m a s , o u da c o m b i n a f a õ de-
les fe d e d u z e m . Deftas e x p e n d e r á f o m e n t e as q u e
f o r e m mais n o t ó r i a s , e t i v e r e m u m u z o mais u n i -
mentos.
§ . 7 E por n a õ t r a n f g r e d i r os termos de u m
C o m p ê n d i o o m i t i r á as c o n c l u z õ e s , que f o r e m mais
fingulares, e de u m u z o menos f r e q ü e n t e : p o r q u e
exercício ; c o m t u d o n a õ é pofivel , n e m p r e c i z o
que todas fe a p r e n d a õ l o g o j u n t a m e n t e c o m a p r i -
m e i r a doutrina da C i ê n c i a \ p o i s que b e m f a b i d ô s
os
d e ~ N . S . da Gr ara de Parnambueo. 7 9
de m e d i a n o talento , e de a l g u m exercicio da L o -
v e r e m p o r l i f ó c o m a í i m p l e s l e i dos p r i n c i p i o s ,
e f e m Siftema , inabilkando-os p o r i f o de p o d e r e m
n a õ t e n h a ó eftudado , o u n a õ feja e m t u d o f e m e -
p e n d e da R e v e l a í à õ , claramente manifeftada na E f -
Ua M o r a l Filozofica : p o r q u e a r a z a õ eníina a t o -
£ o E j l a t u t o s cio Seminário E p i f c o p a l
que á u m E n t e S u p r e m o C r e a d o r d o U n i v e r f o , a
firmados p e l a R e v e l a f a õ na L e i Efcrita , e d e p o i s
verdadeira L o j i c a .
fefores de T e o l o j i a p o r f e u t ü r n o , p r i n c i p i a n d o pe-
lo de T e o l o j i a P r á t i c a , nos primeiros D o m i n g o s
inftruír na T e o l o j i a M o r a l , fafa c o n f e r ê n c i a f o b r e
a l g u m , o u alguns C a p i t u l o s da Efcritura S a g r a d a ,
N o v o T e f t a m e n t o ; e pafando aos L i v r o s M o r a e s d o
m i n e m c o m a n t e f i p a f a õ , e v e n h a õ preparados a dar
per-
de N . $ . da Cr asa de Parnambucô. 8 r
tuah
§. 1 1 . E e m todos os D o m i n g o s da Q u a r e f m a ,
e do A d v e n t o fe explicarão alguns T r a t a d o s A c é t i -
I g r e j a , c o m o f a õ p o r e x e m p l o os T r a t a d o s de S.
CAPITULO VIII.
Dos Compêndios.
m a C o n g r e g a f a õ fe c o n f o r m e c o m o m é t o d o j á pro-
d e r á õ os Profefores f u p r i - l o , o u extraindo-o de o u -
tros C o m p ê n d i o s j á i m p r e f o s , o u c o m p o n d o - o eles
CAPITULO IX.
Das Lisões.
O
m e n t e
Método de expor , e ouvir as Lisões é outro
objeto i m p o r t a n t i í i m o , p o r q u e dele
nace o b o m , o u m á o fruto d o
principal-
enfino. Pelo
p õ e m , iluftra-las c o m e x e m p l o s c o n h e c i d o s , e c o m
apli-
de N . S . da Gr asa de Parnambuco. $3
a p l i c a s õ e s , e cazos p a r t i c u l a r e s , e ó b v i o s I I . D e -
v a ô aprendendo , e c o n h e í a õ d i í t i n t a m e n t e o uzo ,
CAPITULO X.
CAPITULO XI.
E
tinas
M todos os Sábados de cada femana averáó exer-
c i d o s
j nas
e difputas particulares , xamadas Saba-
y
S á b a d o f e r i a d o , fe faráo n o u l t i m o dia l é t i v a de
pre p e l o m é t o d o Socratico , o u D i a l o j i í t i c a .
C A -
âe N . S . âa Gr as a âe Parnamluco.
C A P I T U L O X I I .
p i a r ã o e m u m caderno , c o m as m e f m a s emendas
C a p . 5 §. 4. defta T e r c e i r a Parte.
CAPITULO XIIL
vereiro i n c l u z i v a m ç n t e
C o l é g i o t o d o s os C o l e g i a e s
; e d e v e r á õ
desde o dia
axar-fe n o
anteceden-
t e , e m o qual fe terá cantado folenemente a M i f a
d o E f p i r i t o Santo c o m afiftencia de t o d o o C o r p o
L i t e r á r i o . D u r a r á efte t e m p o létivo a t é o S á b a d o de
R a ~
8 6 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
da m a n h ã . T e r á õ os eftudos f e g u n d a v ê s principio
i n c l u z i v a m e n t e , a t é o dia de N o v e m b r o , e m que
za s p o r t o d o o t e m p o de ferias , tanto as m a i o r e s ,
c o m o as menores. M a s p o r q u e o t e m p o que é j u f -
Eftudantes , que f r e q ü e n t a r e m as A u l a s d o C o l é g i o ;
m a n d a m o s que l o g o n o principio d o m ê s de N o v e m -
b r o aja u m a Se.faõ da C o n g r e g a f a õ L i t e r á r i a , e m a
das.
nas A u l a s ..feráõ. d i f t r i b u i d a s na f o r m a f e g u i n t e . O s
Profefores de G r a m á t i c a L a t i n a , e de R é t o r i c a te-
des-
de J V . $ . da G r a f a de Parnamhucâ. 2 7
CAPITULO XIV.
C
das
Oncluidas que fejaõ as lisões em cada ano fe-
ráõ os m e f m o s E f t u d a n t e s examinados e m
as D i c i p l i n a s , q u e d e r a o m a t é r i a á s l i s õ e s ,
t o -
que
a c a b a r ã o de ouvir , e fe lhes afinaráõ vinte quatro
a faber os Profefores de G r a m á t i c a , e de R e t ó r i c a
t a m b é m os de T e o l o j i a , e o f e u Suftituto.
m e , o B e d e l a p r e z e n t a r á ao R e i t o r , ao P r e z i d e n t e ,
t i v e r e m feito d o m e r e c i m e n t o d o á t o . D e f t r i b u i d o s
t o s ,
âe N . S . âa Gr asa âe "Parnanibuco, t o
a p r o v a s õ e s de cada u m dos E x a m i n a d o s ; e os q u e
f a i r e m aprovados d e v e r á õ c o m certidão d o B e d e l ,
CAPITULO XV.
D i o c e z a n o s fe p o f a matricular no C u r f o T e o l o j i c o
C e r t i d ã o d o f e u B a t i f m o , reconhecida pelo E f c r i v a õ
M inabi-
9 o E f t a t t i t o s do Seminário E p i f c o p a l
da D i c i p l i n a d o C o l é g i o , e d o efpirito de u m ver-
dadeiro E c l e z i a f t i c o , p o d e r ã o fer a d m i t i d o s ás O r -
dens Sacras.
CAPITULO XVI.
S e r m ã o , e
d e D e z e m b r o , os
o u t r o
quaes
n o dia de N . Senhora a 8
feráõ recitados por Eftudan-
tes T e ó l o g o s , que ao m e n o s t e n h a õ a O r d e m de
l o V i c e - D i r é t o r dos E f t u d o s , o qual j u n t a m e n t e c o m
e x a m i n a r á os ditos S e r m õ e s , e os e m e n d a r á n o cazo
n o
âe 27. S . âa Gr asa de Pamamluco. 9 1
trabalho.
CAPITULO XVII.
O
vor ,
S Profefores fe devem portar de tal modo dian-
N o s i n f o r m a r á p o r efcrito, e c o m ateftafao do P r o -
M i i C A -
9 2 E j l a t u t o s do Seminário E p i f c o p a l
C A P I T U L O X V I I I .
E
ler
M todos os Atos Literários terá o primeiro lu-
o
g a r , depois
que
de N ó s , o R e i t o r d o C o l é g i o ,
f a s as n o f a s v e z e s n a C a z a , e m q u e
por
t e m
t o d o o g o v e r n o ; e imediatamente o V i c e - D i r é t o r ,
Suftitutos p o r f a z e r e m c o m eles o m e f m o C o r p o . E f -
m u i t o explendor a m o d e f t i a ; e c o m p o í t u r a d o C o r -
p o Literário.
C A »
de N . S . da Gr asa de Parnamhüco. 9 3
C A P I T U L O X I X .
te o e m p r ç g o de enfinar a M o c i d a d e é u m o b j é t o
d o f e g u i n t e .
•afim C a n o n i c a e s , c o m o Paroquiaes d o n o f o B i í p a d o .
A p r e z e n t a d o s os ditos d o c u m e n t o s , N ó s , ou .o
o u v e r , e quando n a õ , l h e n o m e a r á a l g u m dos P r o f e -
D i f e r t a f a õ L a t i n a fobre as m a t é r i a s de u m deles ,
e d o d i a , m ê s , e ano.
O p o z i t o r D e f e n d e n t e f u b i r á á C a d e i r a , e depois d e
ma-
d e N . S ' . da Gr asa âe Parnamhtc$.
trando os p r i n c i p i o s , d e d u z i n d o d e l e s as p r o p o z i s õ e s ,
c e d e r á o t e m p o de m e i a ora. O O p o z i t o r A r g u e n t e
p o d e r á i m p u g n a r o u t o d o o Siftema d o T r a t a d o f o -
correr o E f c r u t i n i o a r e f p e i t o d o m e r e c i m e n t o l i -
m a i o r n u m e r o de votos de e l e i f a õ , e c o m preferen-
z ô e s lhe f o r mandado.
CAPITULO XX.
d i r é f a õ , i n f p é f a õ , e adminiftrafaò d o d i t o S e m i n á -
^penfaveis o b r i g a f ó e s , n e m f e m p r e N o s p e r m i t i r á ò t o -
d o o t e m p o para v i j i a r m o s de perto , c o m o d e z e -
zes,
âe % $ . âa Gr asa âe Parnamíucõ* 9 7
videncia.
CAPITULO XXI.
A
t u d o
O Vice-Dirétor dos Eftudos, que ferá a pefoa,
que N ó s n o m e a r m o s ,
o q u e fe c o n t é m
pertence fazer obfervar
na parte Literária deftes E f -
f e r á õ fubordinados na f ô r m a feguinte.
r e m i n t r o d u z i n d o ,p r o p o n d o - n o s ao m e f m o t e m p o os
adiantamento dos E f t u d o s .
Q u a n d o a l g u m Profefor deixar de c u m p r i r c o m
p o r é m de fe n a õ emendar , N o s i n f o r m a r á p o r eferi-
to , para o c a f t i g a r m o s , a t é m e f m o c o m a p r i v a f a õ
d o e m p r e g o incluzivamente.
E p o r q u e as d i f c o r d i a s p r o v e n i e n t e s da contra-
p r o d u z i r e m na M o c i d a d e o efpirito de o r g u l h o , e
de d i f c o r d i a ; terá o V i c e - D i r é t o r t o d o o cuidado
N de
9 8 E f l d t u t o s Jto Seminário E p t f c o p a i
paça o p r o g r e f ó da lua p r o f i f a õ , e a p r o v e i t a m e n t o
dos feus D i c i p u l o s .
as fuás o b r i g a s õ e s , m a n d a m o s que o V i c e - D i r è t o r
d e z e m p e n h a d o as o b r i g a s õ e s impoftas neftes E f t a t u -
O f í c i o s , e o c u p a s õ e s do n o f o C o l é g i o .
CAPITULO XXII.
Da Congregafaõ Literária,
C
ta de
Omo para o bom governo , e eonfervafaõ da
o b f e r v a n c i a l i t e r á r i a f e fas i n d i f p e n f a v e l
pefoas doutas , que congregadas e m
u m a J u n -
C o n f e l h o
C o n f t i t u i f a ó . , c r e a m o s , e inftituimos u m a C o n g r e g a -
faõ c o m o n o m e de L i t e r á r i a , da qual f e r á õ os V o -
gaes t o d o s os P r o f e f o r e s das A u l a s do n o í b C o l é g i o ;
e N ó s , ou o V i c e - D i r é t o r e m n o f o lugar feremos o
c o n v o c a r á a C o n g r e g a f a õ , na q u a l , a l é m dos oUtros
ano antecedente fe t e n h a õ c o m e f a d o a i n t r o d u z i r :
t i g ü i d a d e s advirtiraõ , o u de p a l a v r a , o u p o r efcrito
cididas a í. m e f m o , o u v o c a l m e n t e o u p o r efcrito ,
c o n f o r m e determinar o m e f m o Prezidente.
b é m C o n g r e g a f a õ , na qual fe i n d a g a r á e f p e c i a l m e n -
te o f r u t o , que p r o d u z i r ã o as a d v e r t ê n c i a s feitas n o
j e n i o , o u de p r e o c u p a f a õ , o u de partido t e m con-
f a õ a n t e c e d e n t e ; o Prezidente o a d m o e f t a r á na p r e -
ra N ó s o m a n d a r m o s f u f p e n d e r , e a t é m e f m o excluir
f e m a qual t u d o fe reduzirá a c o n f u z a õ y e d e z o r d e m .
N i i N a s
I O O Ejlatutos do Seminário EpiJcopai
N a s ditas C o n g r e g a s õ e s p o d e r á t a m b é m cada
da A u l a .
CAPITULO XXIII.
P
res
Ara o emprego de Secretario fe elegerá a vo-
,
tos
o u
da C o n g r e g a f a õ
Suftitutos que
Literária u m dos P r o f e f o r
efcreva b e m , que feja ativo ,
e que faiba p ô r os livros , e papeis e m boa o r d e m .
da m e f m a o c u p a f a õ e m quanto a d e z e m p e n h a r , e
m e a r m o s para Vice-Secretario*
âe N . S . âa Gr asa âe P a r n a m b u c f f . 101
n o f o R e i n o , á particular da nofa D i o c e z e , e á p a r t i c u -
lariíima d o n o f o S e m i n á r i o . E m todas as C o n g r e -
vraria.
CAPITULO XXIV
Do Bibliotecário.
O to
preferirá
Bibliotecário do Seminário ferá também elei-
a votos
f e m p r e
da C o n g r e g a f a õ L i t e r á r i a , a
aquele Profefor , o u Suftituto , que
qual
q u a n d o f ô r necefario.
G u a r d a r á todos os T e m a s , D i f e r t a s ó e s , O r a -
nário.
C A -
de N . S . da Gr asa de Parnambuco. 103
CAPITULO XXV
Do Oficio do Bedel.
S
ra
Erá o Bedel do Colégio ,0 que fe*rvir de Sacrif-
taõ da I g r e j a c o m o fica d e t e r m i n a d o na P r i m e i -
Parte deites E f t a t u t o s C a p . I X . ; a f e u oficio per-
E c o n ô m i c a , e L i t e r á r i a , eftando f e m p r e p r o n t o para
q u a n d o f o r x a m a d o , c o m o fe d e t e r m i n a na I . Part.
m e a r m o s .
Eq u e
Todos os cazos , que neftes nofos Eftatutos naõ
f o r e m efpecialmente p r o v i d e n c i a d o s , m a n d a m o s
fe r e g u l e m p e l o que fe axa d e t e r m i n a d o nos
N o v o s Eftatutos da U n i v e r f i d a d e de C o i m b r a .
F I M
C O P I A D A R E A L C A R T A ,
P E L A Q V A L
A R A I N H A N . S E N H O R A
f ê s p e r p é t u a D o a s a o d o C o l é g i o d e O l i n d a á
S, I g r e j a C a t e d r a l d e P a r n a m b u c o
p a r a S e m i n á r i o E p i f c o p a L
D O N A M A R I A p o r G r a ç a de D e o s R a i n h a
de P o r t u g a l , e dos A l g a r v e s , d ' a q u e m , e d ^ l é m
M a r , - e m Á f r i c a Senhora de G u i n é , e da C o n q u i f t a ,
N a v e g a ç ã o , C o m m e r c i o da E t h i o p i a , A r á b i a , Períia ,
D ò a ç a ó , e perpetua firmidaõ v i r e m : Q u e f e n d o - m e
prefente a r e q u e r i m e n t o , e p o r parte d o R e v e r e n -
d o B i f p o de Pernambuco D o m J o z é J o a q u i m da
C u n h a de A z e r e d o C o u t i n h o , que na C i d a d e de
d o - f e o m e n c i o n a d o C o l l e g i o , I g r e j a , Alfaias , e
O C e r -
t o 6 C A R T A
d e í t i n o , o u a p p l l c a ç a ó a l g u m a ; e n a õ fe lhe p o -
jeitos h á b e i s para d e í e m p e n h a r e m os M i n i f t e r i o s r l
e O b r i g a ç õ e s do S a c e r d ó c i o , e do I m p é r i o : M e pe-]
do p e l o Santo C o n c i l i o de T r e n t o , r e c o m m e n d a d o í
pelas Bullas da C r e a ç a õ d o m e f m o B i f p a d o , e l e m -
brado na da C o n f i r m a ç ã o d e l í e R e v e r e n d o B i f p o *
M e u s fieis YaíTallos y e o n f o r m a n d o - m e c o m as m e n -
praz fazer p u r a , l i v r e , p e r p e t u a , e i r r e v o g á v e l
JJ)paçaõ á Santa I g r e j a C a t h e d r a l de P e r n a m b u c o d o
( J o l l c g i o , ; I g r e j a c o m t o d a s as fuás A l f a i a s , e C e r c a ,
fe eftabeleça o S e m i n á r i o E p i f c o p a l na f o r m a f u p r
E n c a r r e g o m u i t o a d i r e c ç a õ , i n f p e c ç a õ , e a d m i n i f -
ínftituiçaÕ.
P e l o q u e M a n d o ao C o n f e l h o U l t r a m a r i n o ;
M à r q u e z M e u M o r d o m o M ó r , Prefidente d o R e a l
E r á r i o , d o C o n f e l h o da F a z e n d a , e da R e a l J u n -
ta d o C o m m e r c i o ; M e z a d o D e f e m b a r g o d o P a ç o ;
C o n f e l h o da M i n h a F a z e n d a ; M e z a da C o n f c i e n c i a ,
e O r d e n s ; V i c e - R e i , e C a p i t ã o G e n e r a l de M a r ,
é T e r r a d o E f t a d o d o B r a z i l ; G o v e r n a d o r e s , e C a -
p i t ã e s Generaes dos M e u s D o m i n i o s U l t r a m a r i n o s ;
D e f e m b a r g a d o r e s , M a g i f t r a d o s , e mais Juizes, J u f -
p r a ó , g u a r d e m , façaõ c u m p r i r , e guardar t a õ i n -
v i o l a v é l m e n t e , c o m o nella fe c o n t é m , e n a õ obftan^
tes quaesquer L e i s , A l v a r á s , R e g i m e n t o s , P r o v i -
s õ e s , D e c r e t o s ^ R e f o l u ç õ e s , e Eftyllos c o n t r á r i o s ;
m e n ç ã o . E ao D o u t o r J o z é A l b e r t o L e i t ã o , d o M e u
C o n f e l h o , D e f e m b a r g a d o r d o P a ç o , e Chanceller
M ó r deftes R e i n o s , e feus D o m i n i o s , O r d e n o , q u e
ginal 1
defta para o M e u R e a l A r q u i v o da T o r r e d o
tiíàs d o m e z de M a r ç o d o A n n o d o N a f c i m e n t o de
O i i N o í f o
I o 8 C 'A R -¥ A
N o í T o Senhor J e z u s C h r i f t o de m i l fetecentos n o *
venta e feis.
O PRÍNCIPE-
M a r q u e z M o r d o m o M ó r .
do ao mejmo P r e l a d o , e a f e u s Succejfores no . B i f p a d o
R e -
D E D o A Ç A . 6 . 1 0 ^
L i s b o a 14 de J u l h o de 1 7 9 6 .
Lourenço J o z é da M o t t a M a n j o %
geftade. L i s b o a 10 de J u l h o de 1796.
R e i n o no L i v r o das L e i s a f o i . 6 y verf. L i s b o a 1 6
de J u l h o de 1 7 9 6 .
R e i n o n o L i v r o de P a d r õ e s , e D o a ç õ e s de J u r o a
oi
tenhaõ
? ue
or
eftaõ
deles
ainda
tenhaõ
alumíand*
eftaõ alüminando
«7 6 o Profeíor os Profefores