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Entrevista Lúdica

Entrevista Lúdica Diagnóstica (pp. 21-26 - Hutz, C. S., Bandeira, D.


R., Trentini, C. M., & Krug, J. S. (2017). Psicodiagnóstico. Porto
Alegre: Artmed.)

Clarissa Pinto Pizarro de Freitas


Professora, Doutora em Psicologia
Leitura recomendada
Entrevista Clínica Diagnóstica
 A entrevista clínica busca obter informações do indivíduo
que esta sendo avaliado

Comportamentos relacionados a queixa

Vivências e eventos associados a queixa

Padrões afetivos e pensamentos

Presença ou ausência de outros sintomas

 As informações são obtidas por meio da observação e


entrevistas

Analisa-se o comportamento verbal e não-verbal dos
indivíduos
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 A entrevista lúdica diagnóstica busca obter informações
do indivíduo que esta sendo avaliado por meio de jogos e
brincadeiras

 Como a criança/pré-adolescente/adolescente interage


com os brinquedos

Há receio em brincar?

Há espontaneidade?

Busca algum tipo de aprovação ou “confronto”?

Presença ou ausência de sintomas comportamentais
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 A entrevista lúdica diagnóstica busca obter informações do indivíduo
que esta sendo avaliado por meio de jogos e brincadeiras

 Como a criança/pré-adolescente/adolescente interage com os


brinquedos

Há receio em brincar?

Há espontaneidade?

Busca algum tipo de aprovação ou “confronto”?

Presença ou ausência de sintomas que podem ser observados por
meio da brincadeira

Brincadeira “coesa”

Desinteresse nas atividades

Envolve ou não o(a) entrevistador(a) na brincadeira
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Entrevista Lúdica Diagnóstica é diferente da Entrevista
Lúdica Terapêutica

Entrevista Lúdica Entrevista Lúdica


Diagnóstica Terapêutica

Tem “início-meio-fim” Ocorre ao longo do


processo psicoterápico

Focada na queixa principal Objetiva contribuir no


do(a) avaliando(a) desenvolvimento do
indivíduo
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 A entrevista lúdica diagnóstica pode ser realizada em apenas uma
sessão ou em todas as sessões

A demanda do avaliando(a) define a frequência da realização da
entrevista lúdica diagnóstica

Deve-se observar se…

Criança não brinca – Questiona-se o quê “motiva” essa
criança a não brincar

Como a criança reage ao precisar realizar uma tarefa
planejada, como responder a um teste

Como interage com os brinquedos e materiais da sala
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Contribui para investigar questões associadas ao desenvolvimento

Marcos do desenvolvimento da criança estão em conformidade com
a idade

Apresenta um pensamento mais centrado em si e fala de si na
terceira pessoa

Comum em crianças até os seis/sete anos


Consegue contar histórias “coerentes”, realizar atividades
matemáticas básicas e separar objetos por similaridades

Comum em crianças com mais de sete anos
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Por exemplo…

Caso vocês recebam uma criança com oito ou mais anos com…

Dificuldades de falar…

Dificuldades de separar objetos conforme a cor, tamanho,
forma…

Não incluem vocês na brincadeira…

Ou outros comportamentos


Há altas chances que esta criança esteja apresentando algum tipo
de prejuízo ao longo do seu desenvolvimento

Importante investigar se o prejuízo está associado

Ao processo de desenvolvimento da criança

Ao contexto, como falta de oportunidades para brincar
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Por exemplo…

Caso vocês recebam uma criança com menos de seis anos que
consegue contar uma história “coerente” e com alguma riqueza
de detalhes

Importante questionar se há um adulto contando essa história
repetidamente

Algum adulto solicitou para essa criança contar essa história

Situações de vitimizações de violência

Isso pode acontecer com crianças mais velhas também


A preocupação não é com a presença ou ausência de detalhes,
mas maior com a “coerência” e rigidez da história
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Por exemplo…

Em situações que a criança apresente uma “história” “decorada”,
podemos...

Perguntar…

E tinha mais alguém lá

E o que sua Mãe/Pai/Tio/Tia/Irmão/Irmã achou disso?

E depois disso, o que aconteceu?

Como você se sentiu?

Lembra o que fez você se sentir assim?

E como você acha que sua Mãe/Pai/Tio/Tia/Irmão/Irmã se
sentiram?

A ideia é “interromper” a “história” para a criança compartilhar
como ela se sente ou como percebeu a situação
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Por exemplo…

Nesses casos, deve-se evitar perguntar…

Alguém te disse para falar isso?

Ou ter reações que coloquem em dúvida o que a criança falou


Demonstrar para a criança que a história que ela está contando é
uma possível versão da história e buscar por outras perguntas
entender como ela se sente

No caso de adolescentes, pode-se perguntar…

Caso sua Mãe/Pai/Tio/Tia/Irmão/Irmã contassem essa
história, como seria?
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Contribui para investigar questões associadas ao desenvolvimento

Demandas que motivaram o desenvolvimento da avaliação
psicológica

Com base na brincadeira, a criança tem a oportunidade de
expressar…

Angústias

Medos

Vivências traumáticas


As brincadeiras da criança auxiliam a entender o seu
funcionamento psicológico
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Por exemplo…

Ao brincarem com a criança, repetidamente a criança “retira” o
personagem de vocês da brincadeira

Criança: Agora o Leão foi dormir… Agora o pássaro voou…


Podemos questionar:

Terapeuta: Por quê o Leão foi dormir?
Para onde o pássaro voou?


Podemos realizar intervenções espontâneas:

Terapeuta: Agora o Leão acordou e está perguntando se
pode voltar a brincar…

Observar como a criança reage e o que ela fala
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Contribui para investigar questões associadas ao desenvolvimento

Marcos do Funcionamento
Desenvolvimento psicológico
Habilidade de fala Angústias
Motricidade Medos
Sintomas Sentimentos
comportamentais
Explora o ambiente Transferência e
contratransferência
Brincadeiras frequentes Reações
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Não há uma “fórmula’ para a entrevista lúdica diagnóstica

Importante

Avaliador deve estar “disponível” e interessado no que a criança
deseja falar

Deve-se criar um ambiente que a criança se sinta confortável
para propor o que deseja realizar ou explorar o ambiente

É possível e sugerido que sejam estabelecidas “regras” no
brincar

As regras são apresentadas conforme a demanda da criança

Por exemplo…

Não pode brincar de pular corda se o consultório fica em
uma sala que não é térreo

Não pode rasgar ou destruir os brinquedos
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 As “regras”, quando necessário, devem ser apresentadas de forma que
a criança possa entender e estarem associadas a proposição de outra
atividade
 Por exemplo…

Com certeza seria legal pular corda, mas não podemos pular
porque estamos em um prédio. Qual outra atividade podemos
fazer?


Fulano, este brinquedo é da sala e eu não gostaria que você fizesse
isso (destruir o brinquedo).

Tem alguma outra maneira que podemos brincar?

Podemos jogar outro jogo?

Por quê você está fazendo isso?
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Contribui para investigar questões associadas ao desenvolvimento

Demandas que motivaram o desenvolvimento da avaliação
psicológica

Com base na brincadeira, a criança tem a oportunidade de
expressar…

Angústias

Medos

Vivências traumáticas


As brincadeiras da criança auxiliam a entender o seu
funcionamento psicológico
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Semelhante a todo o processo de avaliação psicológica, o conteúdo
da entrevista lúdica diagnóstica deve ser mantido em sigilo

 Deve-se informar a criança quando serão realizadas entrevistas com


os Cuidadores

Deve-se “resumir” para a criança o que será discutido com os
Cuidadores

Vamos conversar sobre as dificuldades que você está
enfrentando na escola...

Vamos falar sobre como você tem se sentido…


Situações graves que requerem algum tipo de denúncia ao
Ministério Público e/ou Conselho Tutelar devem ser realizadas após
explicar para a criança a necessidade dessas serem realizadas
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Estrutura física

Sala ideal

Duas salas integradas e separadas por uma porta

Uma sala exclusiva para o atendimento infantil que pode ser
acessada por meio de uma porta para a sala de antedimentos
com adolescentes e adultos

Sala tem banheiro

Sala tem amplo espaço para a criança se movimentar

Sala tem um design “aconchegante”

Cores pasteis

Mesa para a criança desenhar e materiais de desenho

Brinquedos ao alcance da criança

Almofadas
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Estrutura física

Sala possível

A sala deve ter espaço para a criança brincar

Há um “espaço” destinado a criança

Almofadas (se possível)

Alguns brinquedos estejam visíveis a criança

Outros podem estar em armários ou caixas

Acesso “fácil” ao banheiro

Materiais lúdicos

Lápis de cor, giz de cera, papéis

Quadro para desenhar (se possível)

Massa de modelar e/ou argila (se possível)

Tintas (se possível)
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 O espaço físico é importante e contribui no processo dos atendimentos

Mas o espaço físico não é “o mais importante”

Um espaço em que a criança se sinta acolhida e ouvida permite que
a avaliação psicológica seja realizada de forma efetiva


Espaço garante o sigilo para a criança


Apesar do espaço físico não ser “o mais importante”, é interessante
ter um “espaço” destinado ao público infantil

Importante ter materiais lúdicos

Importante ter alguns jogos

E os jogos do celular podem ser os que o(a) avaliando(a) joga
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 O espaço físico deve ser seguro para crianças de diferentes idades

Criança deve ter acesso e fácil alcance aos brinquedos e materiais
lúdicos

Tomadas devem estar protegidas

Materiais sigilosos e outros devem estar “fora” do alcance da criança

Objetos “delicados” ou que podem machucar a criança devem estar
fora do alcance dessa
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Jogos estruturados

Utilizar ou não utilizar?

Alguns teóricos consideram que o uso de jogos estruturados
pode “impedir” o funcionamento espontâneo da criança e
permitir que a criança “esconda-se” em um processo de
resistência

“Limita” a criatividade da criança


Outros teóricos entendem que os jogos podem ser
compreendidos como uma oportunidade de entender o
funcionamento do indivíduo

Uma peça pode assumir o papel de um personagem

Podem criar novas regras para os jogos
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Novas possibilidades

Uso de computadores, tablets, celulares

Devem ser utilizados como recursos para compreender o
funcionamento do avaliando(a)


Atenção para a criança/adolescente não “evitar” interagir na sessão
devido ao jogo
Entrevista Lúdica Diagnóstica
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Jogos estruturados

Utilizar ou não utilizar?

Alguns teóricos consideram que o uso de jogos estruturados
pode “impedir” o funcionamento espontâneo da criança e
permitir que a criança “esconda-se” em um processo de
resistência

“Limita” a criatividade da criança


Outros teóricos entendem que os jogos podem ser
compreendidos como uma oportunidade de entender o
funcionamento do indivíduo

Uma peça pode assumir o papel de um personagem

Podem criar novas regras para os jogos
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Jogos estruturados

Utilizar ou não utilizar?

Alguns teóricos consideram que o uso de jogos estruturados
pode “impedir” o funcionamento espontâneo da criança e
permitir que a criança “esconda-se” em um processo de
resistência

“Limita” a criatividade da criança


Outros teóricos entendem que os jogos podem ser
compreendidos como uma oportunidade de entender o
funcionamento do indivíduo

Uma peça pode assumir o papel de um personagem

Podem criar novas regras para os jogos
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Caixa Lúdica ou Caixa Individual

A caixa lúdica simboliza que o material discutido no espaço
terapêutico será sigiloso e compartilhado entre o paciente e o
terapeuta

Utilizada como um recurso concreto para auxiliar a criança a
compreender o processo psicoterápico e/ou de avaliação
psicológica

Demonstra o cuidado do profissional de psicologia com as
produções do paciente

Contribui para fortalecer o vínculo entre a criança e o paciente

Contribui para a criança projetar conteúdos internos ou “repetir”
o seu funcionamento psicológico

Paciente que misturou todas as tintas
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Caixa Lúdica ou Caixa Individual

Caixa “construída” com a criança com materiais exclusivos da
criança


A “caixa” pode ser desde uma caixa arquivo, caixa de sapato, gaveta
com chave, caixa de madeira

Algum material que permita guardar os materiais da criança em
“segurança” e privacidade
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Materiais da Caixa Lúdica

Idealmente…

Em uma caixa lúdica ideal são incluídos todos os materiais e
brinquedos de interesse da criança

Brinquedos

Família terapêutica

Tinta, lápis de cor, giz de cera, papéis

E outros que possam ser guardados na caixa


Importar estar atento que o material inserido na caixa lúdica
individual só poderá ser acessado por aquele paciente

Nem sempre é possível ter a caixa lúdica ideal
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Materiais da Caixa Lúdica

Caixa Lúdica possível…

O terapeuta pode separar materiais que serão de uso exclusivo
da criança

Lápis de cor, massa de modelar, papéis, giz de cera


Não há consenso teórico sobre o “nível” de liberdade que a
criança pode ter no espaço terapêutico e sobre os materiais
coletivos

Há teóricos que defendem que a criança “deve” ter uma
liberdade total

Há outros teóricos que defendem uma diferenciação entre o
espaço coletivo e a caixa individual
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Apresentação da Caixa Lúdica

Não há consenso sobre o processo de inserção da caixa lúdica

Há teóricos que recomendam que a criança “descubra” a caixa
lúdica

Deixar a caixa e/ou gaveta visível para a criança questionar
sobre esse objeto ou a função desse

Após o questionamento da criança, explicar a função da caixa

Caso a criança não questione, pode-se “apresentar” a caixa
ao final da sessão
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Apresentação da Caixa Lúdica

Não há consenso sobre o processo de inserção da caixa lúdica

Há teóricos que recomendam “apresentar” a caixa lúdica como
uma estratégia de fortalecer o vínculo com a criança

Na primeira sessão, ou quando considerar oportuno, mostrar
que a criança tem uma caixa e que pode guardar suas
produções naquela caixa
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Apresentação da Caixa Lúdica

Não há consenso sobre o processo de inserção da caixa lúdica

Há teóricos que recomendam “apresentar” a caixa lúdica como
uma estratégia de fortalecer o vínculo com a criança

Na primeira sessão, ou quando considerar oportuno, mostrar
que a criança tem uma caixa e que pode guardar suas
produções naquela caixa

Explicar a “função” da caixa como essa será utlizada
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Caixa Lúdica ou Caixa Individual

Utilizar ou não utilizar?

Extremamente recomendado no processo psicoterápico infantil


Deve ser utilizada no processo de avaliação psicológica?

Qual a duração do processo de avaliação psicológica?

Dificuldades ou facilidade de criar vínculo com a criança?

Percepção do profissional sobre a contribuição desse recurso
no processo da avaliação psicológica?
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Materiais coletivos

Os materiais coletivos são todos os brinquedos e outros materiais
disponíveis na sala


Os materiais coletivos “prejudicam” ou “retiram” o foco das
produções internas da criança?

Alguns teóricos são favoráveis ao uso “exclusivo” ou
“predominante” de materiais exclusivos da caixa lúdica, para
diminuir o número de estímulos aos quais a criança é exposta


Outros teóricos entendem que a interação da criança com
diferentes materiais coletivos e/ou individuais contribuem para
compreender o funcionamento interno da criança
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Materiais coletivos

Há regras para o uso dos materiais coletivos

Busca-se a preservação desses materiais

“Qual” o “nível” de regra?

Isso será definido pelo profissional que está realizando a avaliação
e as possibilidades da criança compreender


Os materiais coletivos contribuem para compreender se a criança
apresenta…

Ciúmes dos materiais coletivos

Não se interessa pelos materiais coletivos

Tem maior interesse por determinados brinquedos ou não tem
um padrão
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Materiais coletivos – Não Estruturados

“Necessários”

Lápis de cor, giz de cera

Papéis

Apontador, borracha

Cola, tesoura, fita adesiva


“Caso possível”

Tintas, glitter, purpurina

Argila e massa de modelar

Barbantes, lã, cordas, pedaços de tecido, algodão

Quadro para desenho

E outros
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Materiais coletivos – Estruturados

“Necessários”

Brinquedos de diferentes tamanhos e “tipos”

Bonecos, animais, carros, bola

Livros infantis

Jogos com algum tipo de regras

Pode ser do jogo de dama ao jogo do Candy Crush


Como escolher os brinquedos e jogos?

Orçamento disponível

Durabilidade e “atemporalidade” do jogo

Compreensão que vocês têm sobre esse brinquedo
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Brinquedos que devem ser mantidos fora do alcance

Jogos de bola de gude e jogos com pequenas peças

Crianças podem engolir as peças


Jogos que podem ser “estragados” se a criança molhar ou rasgar


A criança deve se sentir em um espaço seguro

Não há necessidade de “controlar” tudo o que ela faz

Não necessariamente ela pode fazer “tudo” que desejar
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Iniciando a Entrevista Lúdica Diagnóstica

1° passo

Convidar a criança para acompanhar o terapeuta até a sala


2° passo

Realizar o rapport com a criança

Profissional de psicologia deve apresentar-se

Explicar de forma ampla o processo da avaliação psicológica

Serão realizados alguns encontros

Duração da sessão

Sigilo
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Iniciando a Entrevista Lúdica Diagnóstica

Ainda no 2° passo - Rapport

Caso possível, perguntar se a criança sabe o que motivou o processo
de avaliação psicológica

Por exemplo…

Terapeuta: Nós vamos nos reunir alguns dias, geralmente das 14 às
15 horas na segunda-feira. Você sabe o porquê é importante termos
esse momento para conversar?


Criança: Sim…


Terapeuta: Isso, por isso vamos nos reunir e conversar. Aqui
podemos brincar, desenhar e tu podes falar sobre como tem se
sentido.
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Iniciando a Entrevista Lúdica Diagnóstica

Ainda no 2° passo - Rapport

Por exemplo…

Terapeuta: Nós vamos nos reunir alguns dias, geralmente das 14 às
15 horas na segunda-feira. Você sabe o porquê é importante termos
esse momento para conversar?


Criança: Não…


Terapeuta: Você está vindo aqui para que possamos saber melhor
como você está se sentindo, como tem sido a escola e para
conversarmos sobre o que tu gostas de fazer.
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Iniciando a Entrevista Lúdica Diagnóstica

Ainda no 2° passo - Rapport

Não há consenso sobre a quantidade de informações compartilhadas
no rapport

O referencial teórico de vocês irá auxiliar a “medir” a quantidade
de informações compartilhadas


Recomendações gerais

Evitar “acusar” a criança

Evitar discutir temas que podem ser sensíveis e a criança pode não
desejar falar na primeira sessão

Evitar falas do tipo “O “Adulto Z” disse que você é preguiçoso…”,
melhor falar “O “Adulto Z” comentou que tu tens tido dificuldades
na escola...”
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Iniciando a Entrevista Lúdica Diagnóstica

2° passo

Após o rapport, ou junto com o rapport, pode-se realizar o contrato
com a criança

Número de sessões estimados

Sigilo

Caso desejarem discutir “regras” da “sala”

Não há consenso se deve haver regras na sala

Além disso, não há consenso se deve-se discutir as regras gerais
antes, ou conforme a criança “quebra” a regra

Novamente, o referencial teórico e a interação com a criança
vão “orientar” a melhor forma para vocês agirem
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Iniciando a Entrevista Lúdica Diagnóstica

Um breve rapport sempre é realizado no início da primeira sessão


O contrato pode ser realizado ao final da sessão

Por exemplo…

A criança entra na sala e rapidamente começa a brincar

Seria pouco recomendado interromper a brincadeira da criança para
realizar o contrato terapêutico
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Fim da sessão da Entrevista Lúdica Diagnóstica

Deve-se solicitar ou não a criança para “guardar” ou “arrumar” os
brinquedos

Não há consenso se isso seria uma regra e nem se deve ser
realizado na sessão


Solicitar a criança para guardar os brinquedos pode contribuir para
criança

Entender que a sessão está terminando

“Criar” estratégias de como “organizar” seus conteúdos
inconscientes

“Criar” estratégias para entender limites

Diferenciar o espaço da sessão e outros espaços
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Postura do terapeuta na sessão da Entrevista Lúdica Diagnóstica

O brincar é o processo de associação livre da criança

Nas primeiras sessões o terapeuta pode assumir uma postura mais
“passiva” e aos poucos realizar intervenções que contribuam para
compreender a interação com a criança


Caso a criança não brinque ou não se envolva em qualquer atividade

Psicoterapeuta pode “assumir” uma postura mais direta e convidar a
criança a desenhar, escolher um brinquedo, escolher uma atividade
para eles realizarem e sempre conversar com a criança
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Postura do terapeuta na sessão da Entrevista Lúdica Diagnóstica

Interpretações e comentários sobre as brincadeiras podem ser
realizadas ao longo da sessão

O terapeuta deve assumir o papel do personagem da brincadeira que a
criança criou

Se há um ataque contra o personagem, espera-se que o personagem
fique com medo

A expressão do medo ou de outros sentimentos sempre deve ser
realizada acompanhada de perguntar que contribuam a solucionar a
situação

Por exemplo:

Criança: Agora os monstro vai atacar a casa.

Terapeuta: Que medo! O que podemos fazer?
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Postura do terapeuta na sessão da Entrevista Lúdica Diagnóstica

Comentários sobre a brincadeira podem ser realizados também

Como o exemplo do capítulo na página 33 que o terapeuta comenta
após a criança derrubar todos os brinquedos

“Upa, caíram todos!”


Os comentários do terapeuta buscam contribuir no processo de
elaboração da criança e “diminuir” a hostilidade ou angústia da
brincadeira

A ideia não é negar a angústia, mas demonstrar como podemos
gerenciar essa angústia
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Postura do terapeuta na sessão da Entrevista Lúdica Diagnóstica

As entrevistas lúdicas diagnósticas são uma das principais ferramentas
para trabalhar com as crianças


Priorizar os benefícios da avaliação psicológica à criança é relevante, pois
a avaliação psicológica também se caracteriza como uma intervenção
realizada ao longo do processo


As habilidades de observação do terapeuta são essenciais para realizar
uma entrevista lúdica que permita a compreensão do funcionamento da
criança
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Ao término da avaliação psicológica são realizadas entrevistas de
devolução

Devolução aos cuidadores e a criança


Ao término da avaliação, a entrevista lúdica pode ser utilizada como uma
estratégia para explicar para a criança que o processo de avaliação
psicológica será concluído
Entrevista Lúdica Diagnóstica
 Enquanto psicoterapeutas…

Importante se questionar se…

Tem interesse em trabalhar com crianças?


Tem disponibilidade emocional para trabalhar com crianças?


Consegue gerenciar os limites de intervenções com crianças?

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