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TRANSPORTES – IV

DRENAGEM RODOVIÁRIA

Prof a: Enga: Maria da Anunciação R. Araujo


Curso: Engenharia Civil - IFMA

Set. /2020-1
MÓDULO – I

set. /2020-1
“ Se tens de lidar com
água,
consulta primeiro a
experiência,
e depois a razão”

Leonardo da Vinci
FUNDAMENTO DA DRENAGEM:
“É melhor trabalhar com a água do que contra a água”
DRENAGEM DE RODOVIAS
Pode-se definir, DRENAGEM como a
ciência que tem como objetivo, através de um Sistema de
Drenagem eficaz, remover e ou impedir tecnicamente o
excesso das águas
superficiais e profundas, a fim de proteger e melhorar
tudo sobre que possam elas influir.
SISTEMA DE DRENAGEM
É o conjunto de dispositivos de drenagem que tem

como objetivos:
garantir a integridade do corpo estradal e do seu entorno -
Meio Ambiente, bem como a segurança dos usuários da via.

Objetivo do projeto de drenagem:

Afastar as águas drenadas da estrada, de forma rápida e


eficiente para a segurança do tráfego e a proteção da obra.
NORMAS / DNIT
◆MANUAIS
Manual de drenagem de rodovias - 2006
Manual de hidrologia básica para estruturas de drenagem -2005
◆ÁLBUM
Álbum de projetos-tipo de dispositivos de drenagem, 2006
◆Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários
– Escopos Básicos/Instruções de Serviço - 2006
Anexo B
IS-203: Estudos Hidrológicos
IS-210: Projeto de Drenagem
IS-239: Estudos Hidrológicos para Projeto Executivo de Engenharia
para Construção de Rodovias Vicinais
IS-242: Projeto de Drenagem para Projeto Executivo de
Engenharia para Construção de Rodovias Vicinais
◆Normas de Procedimento
DNER PRO 380/98 – Utilização de Geossintéticos em obras rodoviárias
NORMAS / DNIT
◆ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAL
◆ EM DNIT 093/2006: Tubo de dreno PEAD (polietileno de alta densidade)
◆ EM DNIT 094/2006: Tubo de dreno PRFV (poliéster reforçado com fibra de vidro)
◆ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO
◆ ES 039/71 – Muros de arrimo
◆ ES 015/2006 – Drenos subterrâneos
◆ ES 016/2006 – Drenos sub-superficiais
◆ ES 017/2006 – Dreno sub-horizontal
◆ ES 018/2006 – Sarjetas e valetas de drenagem
◆ ES 019/2004 – Transposição de sarjetas e valetas
◆ ES 020/2006 – Meios-fios e Guias
◆ ES 021/2004 – Entradas e descidas d’água
◆ ES 022/2006 – Dissipadores de energia
◆ ES 023/2006 – Bueiros tubulares de concreto
◆ ES 024/2004 – Bueiros metálicos executados sem interrupção de tráfego
◆ ES 025/2004 – Bueiros celulares de concreto
◆ ES 026/2004 – Caixas coletoras
◆ ES 027/2004 – Demolição de dispositivos de concreto
◆ ES 028/2004 – Limpeza e desobstrução de dispositivos de drenagem
◆ ES 029/2004 – Restauração de dispositivos de drenagem danificada
◆ ES 030/2004 – Dispositivos de drenagem pluvial urbana
◆ ES 086/2004 – Recuperação do sistema de drenagem
◆ ES 096/2006 – Bueiros de concreto tipo minitúnel sem interrupção do tráfego
N O R M A S / ABNT
NBR 15645 / 2009
Execução de obras de esgoto sanitário e drenagem de águas pluviais
utilizando-se tubos e aduelas de concreto

NBR 8890/2007 e errata de 2008


Tubo de concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários -
Requisitos e métodos de ensaios

NBR 15396/2006
Aduelas (galerias celulares) de concreto armado pré-fabricadas Requisitos e
métodos de ensaios

NBR 15319/2006 e errata de 2007


Tubos de concreto de seção circular para cravação - Requisitos e métodos de
ensaios.
♦ A maior parte dos problemas em obras rodoviárias advém
do mau funcionamento da drenagem.

Os riscos, associados às chuvas intensas e as enchentes, são aqueles


relativos à efetivação das seguintes ocorrências prejudiciais:
♦ danos ao corpo estradal;
♦ diminuição da segurança do tráfego;
♦ diminuição ou paralisação do tráfego;
♦ destruição completa de trecho da estrada;
♦ ameaça à vida humana na área de influência da rodovia;
♦ danos às obras de drenagem e de proteção do corpo estradal;
♦ danos a propriedades ou atividades produtivas circunvizinhas à rodovia;
♦ danos ou ameaça ao meio ambiente físico e biológico na área de
influência da rodovia.
Fonte: Globo
BOMBEAMENTO OU PUMPING
EM PAVIMENTO ASFALTICO,
SEM DRENAGEM OU COM
DRENAGEM DEFICIENTE
DRENAGEM e MEIO AMBIENTE
♦ A preocupação com o meio ambiente físico, biótico e sócio-econômico
deve estar presente no desenvolvimento dos projetos.

No encaminhamento das águas drenadas aos cursos naturais, as obras


componentes e essa ação deve ocorrer de forma a mitigar impactos ambientais.

♦ Impactação ambiental pela drenagem:


- poluição difusa conduzida pelas águas da drenagem das pistas;
- poluição ou contaminação ocasional, em decorrência de acidente;
-menores tempos de concentração - aceleração de tempos de concentração por
aumento de impermeabilização e conseqüente aumento de picos de hidrogramas;
- energia mais concentrada no escoamento e com maior potencial de erosão;
-modificação do regime de inundações a montante de bueiros e eventual
abatimento de picos de hidrogramas;
- imposição de remansos diversos dos naturais, por obras transversais; e
- modificação no trânsito de sedimentos.
SISTEMA DE DRENAGEM

• Drenagem Superficial

•Drenagem Subsuperficial/Pavimento

•Drenagem de Grota

• Drenagem Profunda
CLASSIFICAÇÃO DA DRENAGEM RODOVIÁRIA

Drenagem superficial - drena a águas precipitadas sobre a estrada, e


áreas adjacentes.

Drenagem Subsuperficial - retira as águas infiltradas nas camadas do


pavimento.

Drenagem de transposição de talvegues - possibilita a passagem da


água de um para outro lado da estrada, usada na travessia de cursos
d’água.

Drenagem profunda ou subterrânea - drena a água situada abaixo da


superfície do terreno natural.
PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE DRENAGEM:
1) DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL:
Valetas / Canaletas - de proteção de corte,
Valetas / Canaletas - de proteção de aterro,
Sarjetas de corte,
Sarjetas de aterro,
Saídas e descidas d’água,
Caixas coletoras,
Bueiros de greide,
Dissipadores.

2) DISPOSITIVOS DE DRENAGEM DO PAVIMENTO:


Camada drenante do pavimento,
Drenos laterais de base (sangras),
Drenos rasos longitudinais,
Drenos transversais de pavimento.
3) DISPOSITIVOS DE TRANSPOSIÇÃO DE TALVEGUES:
Bueiros,
Pontilhões e
Pontes.

4) DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUBTERRÂNEA OU PROFUNDA:

Drenos profundos, verticais e horizontais


Drenos em espinha-de-peixe,
Camadas drenantes,
Valetões laterais,
Reservatórios de acumulação
DISPOSITIVOS DE DRENAGEM RODOVIÁRIA
DISPOSITIVOS DE DRENAGEM RODOVIÁRIA
AÇÃO DA ÁGUA & TIPO DE DRENAGEM

Águas Tipo Drenagem


superficial
por precipitação pluvial urbana
sub-superficial
( do pavimento )
por infiltração
de taludes e encostas
pelos lençóis subterrânea ou profunda
freáticos
(artesianos)
conduzida de transposição
pelos de
talvegues talvegues
Um Sistema de Drenagem Eficaz
depende:

• Projeto

• Construção

• Manutenção
Sistema de Drenagem – Inadequado

Conseqüências?
• Drenagem de Grota
• Drenagem de Grota

• Drenagem Superficial
DRENAGEM
SUPERFICIAL
• Drenagem de Grota

• Drenagem Superficial

• Drenagem Profunda

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DRENAGEM PROFUNDA
• Drenagem de Grota

• Drenagem Superficial

• Drenagem Profunda

• Drenagem Subsuperficial
“Projeto de Drenagem de
Rodovias”

1 - Estudos Hidrológicos
2 - Projeto de Drenagem
1 - ESTUDOS HIDROLÓGICOS
• Conceituação .
• Coleta de dados .
• Processamento dos Dados Pluviométricos e
Fluviométricos;
• Curvas de Intensidade x Duração x Frequência .
• Tempo de Recorrência;
• Tempo de Concentração .
• Coeficiente de Deflúvio;
• Cálculo das Descargas de Bacias;
HIDROLOGIA

É a ciência que trata da água da terra, sua


ocorrência, circulação e distribuição, suas
propriedades físicas e químicas, e suas reações
com o meio ambiente, incluindo suas relações
com a vida. (definição recomendada pelo United
States Federal Council of Science and
Technology, Commitee for Scientific Hidrology,
1962)
O ciclo hidrológico é
uma sucessão de
vários processos na
natureza, pelos quais a
água começa sua
jornada de um estágio
inicial até voltar a
posição primitiva.
SENTIDO ATMOSFERA-SUPERFÍCIE
Onde a transferência de água
ocorre em qualquer estado
físico, sendo mais significativas,
em termos mundiais, as
precipitações de chuva e neve.
Em qualquer tempo e
local por onde circula a água
na superfície terrestre, seja nos
continentes ou nos oceanos, há
evaporação para a atmosfera,
fenômeno que fecha o ciclo
hidrológico.
ESTUDOS HIDROLÓGICOS
PARA
PROJETO DE RODOVIAS
ESTUDOS HIDROLÓGICOS

Têm como objetivo, a obtenção de elementos e o estabelecimento


de critérios para a determinação das vazões para o
dimensionamento das obras de drenagem novas e verificação da
suficiência das obras de drenagem existentes.
Os Estudos Hidrológicos
são Desenvolvidos em 2 fases:

• Fase Preliminar
• Fase de Ante Projeto

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1 – Fase Preliminar.
• Coleta de dados hidrológicos junto aos órgãos oficiais;
• Informações junto aos moradores mais próximos das obras,
informações do histórico das ocorrências mais significativas, tais
como: máxima cheia, bacias de acumulação, locais onde o sistema
de drenagem possa interferir no ambiente.
2 – Fase Ante Projeto
Tem como objetivo a conclusão e apresentação dos Estudos
Hidrológicos.
Informações Utilizadas:
• Atlas Climatológicos
• Cartas Geográficas – IBGE / Ministério do Exército
• Imagens de Satélites
• Dados Pluviométricos – ANA
• Classificação climática – Wladimir Koppen
• Inspeção de Campo
• Diretrizes básicas para elaboração de estudos e
• Projetos Rodoviários – DER/ DNIT.
2 – Fase Ante Projeto

Dados Pluviométricos – Coleta e Processamento


Equação de Chuvas

Método da Média Aritmética;


Método de Thiessen e
Método das Isoietas.
Cálculo das Vazões, Q = CIA
BACIA HIDROGRÁFICA

Definição

É uma área de captação natural de água da precipitação que faz


convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório.

A bacia hidrográfica compõe-se basicamente de um conjunto de


superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de
água que confluem até resultar um leito único no exutório (TUCCI, 2009).
Área da Bacia Hidrográfica

Compreende, então, toda a área de captação natural da água da


chuva que proporciona escoamento superficial para o canal principal e seus
tributários.

PARÂMETOS FÍSICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

Consideram-se dados fisiográficos de uma bacia todos aqueles dados


que podem ser extraídos de mapas, fotografias aéreas e imagens de
satélite.

Os fatores que influem no escoamento superficial como áreas,


comprimentos, declividades, etc.
Dentre esses fatores os mais importantes são:

Área da bacia,
Forma da bacia,
Altitude média,
Declividade media da bacia,
Densidade de drenagem,
Sinuosidade da bacia,
Sistema de drenagem e
Relevo da bacia.
ÁREA DA BACIA

A determinação da área de drenagem de uma bacia é feita com o


auxílio de uma planta topográfica, de altimetria adequada traçando-se uma
linha divisória (figura abaixo) que passa pelos pontos de maior cota entre
duas bacias vizinhas.
DELIMITAÇÃO DE UMA BACIA ÁREA DA BACIA DO CÓRREGO SERRINHA
HIDROGRÁFICA

Utilizando o divisor
topográfico.. Na figura
está individualizada a
Bacia do Córrego da
Serrinha.

Obs: o divisor de águas


(linha tracejada)
acompanha os pontos com
maior altitude (curvas de
nível de maior valor).
BACIA HIDROGRÁFICA
DELIMITADA SOBRE UM
MAPA TOPOGRÁFICO
PLANTA E SEÇÃO TRANSVERSAL DE UMA BACIA
HIDROGRÁFICA
Determinação da área da bacia utilizando o software
AUTOCAD CIVIL, ferramenta WATERDROP.

A partir das curvas de nível,


aplica-se waterdrop para
delimitar os caminhos da
água de forma automática

Representação contínua das


áreas que recebem maior
solicitação do escoamento
superficial
FORMA

GRANDES BACIAS HIDROGRÁFICAS - em geral apresentam forma


de leque ou pêra;

PEQUENAS BACIAS HIDROGRÁFICAS - apresentam formas mais


variadas possíveis em função da estrutura geológica dos terrenos.
A FORMA DA BACIA INFLUENCIA NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL E
CONSEQÜENTEMENTE O HIDROGRAMA RESULTANTE DE UMA
DETERMINADA CHUVA.

Índices de caracterização da forma da bacia;

FATOR DE FORMA
ÍNDICES DE COMPACIDADE
CONFORMAÇÃO.

Estes índices são utilizados para comparar bacias e para comporem


parâmetros das equações empíricas de correlações entre vazões e
características físicas das bacias.
FATOR DE FORMA
O Fator de Forma ou índice de Gravelius - é a razão entre a largura
média da bacia e o comprimento axial da mesma.

Comprimento Axial - é medido da saída da bacia até seu ponto mais


remoto, seguindo-se as grandes curvas do rio principal (não se consideram
as curvas dos meandros ).

Largura Média - divide-se a área da bacia em faixas perpendiculares,


onde o polígono formado pela união dos pontos extremos dessas
perpendiculares se aproxime da forma da bacia real.
EXEMPLO: Cálcule o fator de forma para a bacia abaixo
Para expressar em forma numérica a forma de uma bacia
hidrográfica, Gravelius propôs dois índices:

· COEFICIENTE DE COMPATIBILIDADE (Kc )

É a relação entre os perímetros (P) da bacia e de um círculo de área


(A) igual a da bacia:

Um coeficiente mínimo igual a 1 corresponderia à bacia circular.


QUANTO MAIOR O MENOS PROPENSA À ENCHENTE É A BACIA.
OBS: Como o círculo é a figura geométrica plana que comporta uma dada
área com o menor perímetro, este índice nunca será menor que 1 (um).

OBS: Bacias que se aproximam geometricamente de um círculo convergem


o escoamento superficial ao mesmo tempo para um trecho relativamente
pequeno do rio principal.

OBS: Caso não exista outros fatores que interfiram, os menores valores de
Kc indicam maior potencialidade de produção de picos de enchentes
elevados.
• ÍNDICE DE CONFORMAÇÃO (FC)

Compara a área da bacia com a área do quadrado de lado igual ao


comprimento axial. Caso não existam outros fatores que interfiram, quanto
mais próximo de 1 (um) o valor de Fc, isto é, quanto mais a forma da bacia
se aproximar da forma do quadrado do seu comprimento axial, maior a
potencialidade de produção de picos de cheias.

onde:
A: área da bacia
L: comprimento axial
OBS: Quanto mais a área da bacia se aproximar da área do quadrado do
comprimento axial do seu rio principal, provavelmente mais próxima será
da forma de um quadrado, convergindo todo escoamento ao mesmo
tempo para uma
mesma região.
Exemplo : Calcular o índice de conformação das bacias abaixo :
Observe que as três bacias possuem a mesma área, entretanto são
dispostas de maneiras diferentes com relação ao rio principal.

OBS: A bacia 2 possui índice de compacidade próximo de UM, o que indica


forma próxima de um quadrado e alto potencial de produção de picos de
cheia.
Comparando tipos diferentes de bacias pelos seus índices de forma:
diferentes com relação ao rio principal
DECLIVIDADE DA BACIA

É um dos fatores mais importantes que controla o tempo do


escoamento superficial e da concentração da chuva e tem uma importância
direta em relação à magnitude da enchente.

A declividade da bacia tem uma relação importante e complexa com


a infiltração, o escoamento superficial, a umidade do solo e a contribuição
de água subterrânea ao escoamento do curso d’água.

Quanto maior a declividade, maior a variação das vazões


instantâneas.
São definidas as declividades dos pontos de intersecção da malha,
desenhando-se a um segmento de reta (linha de maior declive que passa
pelo ponto) perpendicular às duas curvas de nível anterior e posterior à
cota do ponto e que passe pelo ponto.

A declividade do ponto será a diferença de cotas das curvas de


nível dividida pelo comprimento desse segmento de reta.
A média das declividades desses pontos será considerada a média
das declividades dos terrenos da bacia.
Pode-se medir a declividade média dos terrenos da bacia, aplicando uma
malha quadrada (ou eventualmente uma malha triangular irregular – TIN) sobre
a planta planialtimétrica da bacia, figura anexa.
ELEVAÇÃO

A variação da elevação e também a elevação média de uma bacia são


fatores importantes com relação à temperatura e à precipitação.

Como no cálculo das declividades dos terrenos da bacia, pode-se


utilizar as cotas dos pontos de intersecção de uma malha aplicada sobre a
planta planialtimétrica da bacia ou as cotas das quadrículas. Ambos os
processos são muito simples quando se utilizam ferramentas SIG.
DECLIVIDADE DO CURSO D’ÁGUA

Um primeiro valor aproximado da declividade de um curso d’água


entre dois pontos pode ser obtido pelo quociente entre a diferença de
suas cotas extremas e sua extensão horizontal.

onde:
ΔH: variação da cota entre os
dois pontos extremos
L: comprimento em planta do rio
Pode-se definir a declividade de um curso d’água traçando um
gráfico do perfil longitudinal do curso d’água e definir uma uma linha tal
que, a área compreendida entre ela e o eixo das abscissas (extensão
horizontal) seja igual à compreendida entre a curva do perfil e abscissa.

onde:
Abp : área abaixo do perfil
L: comprimento em planta do rio
CÁLCULO DA DECLIVIDADE A PARTIR DA ÁREA ABAIXO DO PERFIL
Além do dois valores de declividade definidos acima, têm-se a
declividade que utiliza o conceito cinemático, de que o tempo de
translação acumulado ao longo de trechos do curso d’água seja igual ao
tempo de translação de uma linha de declividade constante, que fornece
um valor mais preciso. Parte-se da hipótese que a velocidade em um
trecho é inversamente proporcional à declividade .

onde:
L: comprimento em planta do rio
Li: extensão horizontal em cada um dos n trechos
Ii: declividade em cada um dos n trechos ( Ii = Hi / Li )
CÁLCULO DA DECLIVIDADE PELO PRINCÍPIO CINEMÁTICO

A linha S1 da figura não representa o desenvolvimento real do curso d’água, pelo fato de
considerar apenas os pontos extremos. É fácil imaginar qualquer outro desenvolvimento do
curso d’água, cujos pontos extremos sejam os mesmos

Um rio que possui um grande declive


no início de seu percurso e logo depois
percorre uma planície, apresenta considerável
discrepância entre os valores de declividade
calculados pelos diferentes métodos.

Assim, o valor que melhor simula o


comportamento do rio a uma declividade
constante é o S3.
SISTEMA DE DRENAGEM

O sistema de drenagem de uma bacia é formado pelo rio principal e


seus afluentes.

As características de uma rede de drenagem podem ser descritas:

Ordem dos Cursos d’água,


Densidade de Drenagem,
Extensão Média do Eescoamento Superficial e Sinuosidade do
Curso d’água.
TIPO DA REDE DE DRENAGEM
Ordem dos Cursos D’água
A ordem dos rios é uma classificação que reflete o grau de
ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia.

Os cursos de água maiores possuem seus tributários, que por sua


vez possuem outros até que se chegue aos minúsculos cursos de água da
extremidade.
• Todos os afluentes que não se ramificam (que desembocam no rio
principal ou em seus ramos) são chamados de primeira ordem (1).

• Os cursos de água que apenas recebem afluentes e que não se


subdividem são chamados de segunda ordem (2).

• Os de terceira ordem (3) são formados pela união de dois cursos


d’água de segunda ordem e assim por diante.
Definir a ordem dos rios da rede de drenagem da bacia abaixo:
DENSIDADE DE CURSOS D’ÁGUA
É a relação entre o número de cursos d’água e a área total da bacia.
São incluídos apenas os rios perenes e os intermitentes.

onde:
Ns: número de cursos d’água
A: área da bacia

O rio principal é contado apenas uma vez


de sua nascente até a foz e os tributários de
ordem superior, cada um se estendendo da sua
nascente até a junção com o rio de ordem
superior.
OBS: A densidade de cursos d’água não indica a eficiência da drenagem,
pois a extensão dos cursos d’água não é levada em conta.

Exemplo: Calcular a densidade de cursos d’água para a bacia abaixo,


supondo área de 40 km2
DENSIDADE DE DRENAGEM
A densidade de drenagem indica a eficiência da drenagem na
bacia.

É definida pela relação entre o comprimento total dos cursos


d’água (pode ser medido na planta topográfica com um barbante ou com
um curvímetro) e a área de drenagem.

onde:
L: Comprimento total dos cursos d’água
A: área de drenagem (área da bacia)
Quanto maior a densidade de drenagem da bacia, mais
rapidamente a água do escoamento superficial originada da chuva chegará
à saída da bacia, gerando hidrogramas com picos maiores e em instantes
mais cedo.
Exemplo: Calcular a densidade de drenagem da bacia abaixo.
Áreas de Baixa Densidade de Drenagem:
Quando constituídas por relevo plano e suave, cuja condição de
alta permeabilidade permite rapidez de infiltração de água e
conseqüente formação de lençóis aqüíferos.

O regime pluvial apresenta escoamento superficial pouco


significativo, gerando mecanismos de erosão hídrica ligados ao processo
inicial da gota de chuva e provocando a erosão laminar ou em lençol,
decorrente do atrito do próprio escoamento superficial que conduz
material erodido dos pontos abaixo das encostas para as calhas fluviais.

Geralmente são áreas abaixo de 5 km/km².


As áreas de alta densidade de drenagem:

São maiores de 13 km/km², apresentam terrenos com relevo de


maior movimentação topográfica.

O escoamento superficial mais rápido nas encostas provoca o


aparecimento da ação erosiva em sulco ou voçoroca, que em épocas de
chuvas abrem grandes fendas, por onde o escoamento concentrado tende
a alargar a escavação, progredindo e aumentando a voçoroca formada,
até transformá-la em ravina.
Extensão Média do Escoamento Superficial (l )
É a distância média que a chuva teria que escoar sobre os terrenos
da bacia (em linha reta) do ponto onde ocorreu sua queda até o curso
d’água mais próximo.
Para isso transforma-se a bacia em estudo em um retângulo de
mesma área, onde o lado maior é a soma dos comprimentos dos rios da
bacia
Extensão média de escoamento superficial

Extensão média de escoamento superficial


(Vilela, 1975)
De acordo com a figura anterior temos que:
4 x L = A , desse modo

· Sinuosidade do Curso da Água (SIN)

É a relação entre o comprimento do rio principal ( L) e o comprimento


do talvegue ( Lt) que é a medida em linha reta entre o ponto inicial e o final
do curso de água principal. Ver figura anexa.
Comprimento principal (L) e comprimento talvegue (Lt)
COMPRIMENTO AXIAL
É o comprimento do rio desconsiderando-se os meandros, isto é, o
comprimento que o rio assume durante uma enchente.
DECLIVIDADE MÉDIA DA BACIA

A declividade de uma bacia hidrográfica tem relação importante com


vários processos hidrológicos, tais como:

infiltração,
escoamento superficial,
umidade do solo e
contribuição de água subterrânea ao escoamento do curso da água.
É um dos fatores mais importantes que controla:
tempo do escoamento superficial e
concentração da chuva,
tendo uma importância direta em relação à magnitude da enchente.
DIVISOR DA REDE DE
DRENAGEM
OBS:
Quanto maior a declividade maior a variação das vazões
instantâneas.

A declividade dos terrenos de uma bacia controla em boa parte a


velocidade com que se dá o escoamento superficial (VILELA,1975).

Quanto mais íngreme for o terreno, mais rápido será o escoamento


superficial, o tempo de concentração será menor e os picos de enchentes
maiores.
A diferença entre a elevação máxima e a elevação mínima define a
chamada “amplitude altimétrica” da bacia. Dividindo-se a amplitude altimétrica
pelo comprimento da bacia obtém-se uma medida do gradiente ou declividade
geral da bacia.

B Amplitude Altimétrica

É diferença entre a elevação máxima e a elevação mínima.


MÉTODOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR A DECLIVIDADE DA BACIA

a) Método do Gradiente ou Declividade Geral


b) Método das Quadrículas

a) Gradiente ou Declividade Geral

É a razão entre a amplitude altimétrica e o comprimento da bacia


Método das Quadrículas

Consiste em lançar sobre o mapa


topográfico da bacia, um papel transparente
sobre o qual será trançada uma malha
quadriculada, com os pontos de intersecção
assinalados. A cada um desses pontos associa-
se um vetor perpendicular à curva de nível mais
próxima (orientado no sentido do escoamento).

As declividades em cada vértice são obtidas, medindo-se na planta, as


menores distâncias entre curvas de níveis subseqüentes; a declividade é o
quociente entre a diferença de cota e a distância medida em planta entre as
curvas de nível.
Após a determinação da declividade dos vetores, constrói-se uma
tabela de distribuição de freqüências, tomando-se uma amplitude para
as classes. A declividade média será:
Onde:
S = é a declividade média (%)
Fi =é a freqüência de ocorrência
PM = é o ponto médio da classe
OBS:
Quando a declividade é menor que 5% o declive é plano e suave
com escoamento lento ou médio.

Quando da declividade está entre 5% e 10% obtém-se superfícies


inclinadas, geralmente em relevo ondulado nos quais o escoamento
superficial é médio.
Os solos são facilmente erodíveis.

As declividades entre 15% e 20%, são fortemente inclinadas, cujo


escoamento superficial é rápido. Apresenta problemas de erosão.

ALTITUDE MÉDIA

A variação de altitude e também a altitude média de uma bacia


hidrográfica são importantes fatores relacionados com a temperatura e
precipitação.

Bacias Hidrográficas Grandes


A altitude, média pode ser mais facilmente determinada pelo
Método das Intersecções.
Métodos das Interseções

Sobrepondo-se uma transparência reticulada sobre o mapa da


bacia, contam-se as intersecções que se encontram dentro da área da
bacia (para o sucesso desse método deve haver no mínimo 100
intersecções).

Desse modo, a altitude média é obtida por:

Onde:

H = é a altitude média da bacia


h = é a altitude das intersecções
n = é o número das intersecções
Onde:

S = é a declividade média (%)


D = é a distância entre as curvas de nível (m)
L = é o comprimento total das curvas de nível (m)
A = é a área da bacia hidrográfica (m²)
MODELO DIGITAL DE TERRENO
Existem três formas principais de representar o relevo em um
computador.
1) o relevo pode ser representado em um computador utilizando
linhas digitalizadas representando as curvas de nível. Esta forma de
representação é muito útil para a geração de mapas.
2) o relevo pode ser representado utilizando faces triangulares
inclinadas formadas a partir de três pontos com cotas e coordenadas
conhecidas.

Esta forma de representação


é muito utilizada para ferramentas
de visualização em três dimensões
do terreno.
MODELO NO AUTO-CAD CIVIL 3D
CURVAS DE NÍVEL
NO AUTO-CAD CIVIL 3D
APLICAÇÃO DO WATER DROP
– AUTO-CAD CIVIL 3D
SETAS INDICANDO O
SENTIDO DA DRENAGEM
– AUTO CAD CIVIL 3D
MODELO DIGITAL DE TERRENO - forma de armazenar dados topográficos é
baseada na utilização de uma grade ou matriz em que cada elemento contém
um valor que corresponde à altitude local.

Esta forma de armazenar dados topográficos, denominada Modelo


Digital de Elevação (MDE), é a forma de representação do relevo mais utilizada
para extrair informações úteis para estudos hidrológicos.
Para a visualização, as altitudes são convertidas em cores, ou níveis de
cinza.

Um MDE pode ser obtido a partir da digitalização e interpolação de


mapas em papel, através da interpolação de dados obtidos em levantamentos
topográficos de campo (GPS); ou com sensores remotos, a bordo de aviões ou
satélites.
Uma característica fundamental de um MDE é sua resolução
espacial, que corresponde ao tamanho do elemento em
unidades reais do terreno.

Um MDE de alta resolução de uma bacia urbana poderia ter


uma resolução espacial de 2m. Isto significa que cada célula representaria
um quadrado de 2 m por 2 m de extensão.

Em grandes bacias rurais não há necessidade de informações tão


detalhadas, neste caso um MDE de resolução espacial de 100 m seria, em
geral, adequado.
RELEVO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA E AS ENTRADAS E SAÍDAS DE
ÁGUA:

Relevo de uma bacia hidrográfica e as entradas e saídas de água: P é a precipitação;


ET é a evapotranspiração e Rs é o escoamento (adaptado de Hornberger et al., 1998).
Utilizando um MDE é possível
identificar, para cada elemento da
matriz, qual é a direção preferencial de
escoamento.

Admite-se que a água deve escoar de


uma célula para uma das oito células
vizinhas, de acordo com o critério de
maior declividade.

Este cálculo é repetido para todas as


células de uma matriz.

O resultado é uma nova matriz em que


cada célula recebe um valor que é um
código de direção de escoamento.
Determinação das direções de
escoamento sobre o relevo
representado na forma de uma
grade (Modelo Digital de Elevação):

a) altitudes;
b) códigos utilizados para definir
as direções de fluxo;
c) grade com direções de fluxo
codificadas;
d) grade com direções de fluxo
indicadas por setas.
Supondo que o objetivo da análise seja determinar a área da bacia a montante
da célula localizada na penúltima linha e na penúltima coluna, conforme indicado na
Figura, seria fácil identificar as células que conduzem a água até este local,
simplesmente analisado as direções das setas.

Este tipo de procedimento pode ser automatizado em um programa de


computador, permitindo a análise de bacias muito mais complexas.
DELIMITAÇÃO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA SOBRE UMA GRADE COM DIREÇÕES DE
FLUXO CALCULADAS A PARTIR DO MDE.

A figura a) mostra a célula


definida como o exutório da
bacia.

A figura b) mostra a área da bacia


até este exutório.
A representação do relevo em grade obviamente resulta numa aproximação
da forma real que pode conduzir a erros.

A Figura abaixo mostra a diferença entre o contorno de uma bacia hidrográfica


real e o contorno aproximado para duas resoluções espaciais diferentes.

Observa-se que quanto maior a resolução espacial, menores os quadrados e


melhor é a aproximação do contorno real da bacia.
APROXIMAÇÃO DO CONTORNO REAL
DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA SOBRE
UMA GRADE.
(a) baixa resolução

(b) alta resolução espacial. (a região hachurada


é a área da bacia real e a linha escura apresenta
o contorno aproximado sobre a grade regular).
EXEMPLO:
1) Determine as direções de escoamento para as células do MDE da figura abaixo,
considerando que a resolução espacial é de, aproximadamente, 90 x 90 m e que as
altitudes estão em metros.

SOLUÇÃO:
Considerando que as células do contorno drenam para o interior da figura. Assim,
para a primeira célula (canto superior esquerdo) é necessário definir qual é a direção de
maior declividade.
A altitude da primeira célula é de 355 m.
A altitude da célula localizada ao leste é de 359m, o que significa que a água não
pode escoar para o leste. As duas células localizadas ao sul e a sudeste apresentam
altitudes mais baixas. A declividade a partir da primeira célula para o sul pode ser
calculada por:
A declividade a partir da primeira célula para o sudeste pode ser
calculada por (considera-se que a distância no sentido diagonal é igual
à resolução vezes a raiz de 2):

Portanto a direção de fluxo na primeira célula (canto superior esquerdo)


é para sudeste.
Este procedimento é repetido para cada uma das células. Para as
células centrais é preciso calcular a declividade para um número maior
de vizinhas antes de escolher a direção de maior declividade.

A figura abaixo mostra o MDE original e as direções de fluxo


determinadas para todas as células.
DADOS PLUVIOMÉTRICOS

REGISTRO E COLETA

12
1
Em um evento isolado pode-se considerar estas perdas e analisar a
transformação de chuva em vazão, através do HIDROGRAMA (saída) e do
HIETOGRAMA (entrada).

HIETOGRAMA

HIDROGRAMA
O papel hidrológico da bacia hidrográfica consiste em
transformar uma entrada de volume concentrada no tempo
(precipitação) em uma saída de água (escoamento), de
forma mais atribuída no tempo.
RESPOSTA HIDROLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA

Na figura é feito uma diferença entre um escoamento mais lento e


outro mais rápido, identificável pela forte elevação das vazões em um
curto espaço de tempo que, após atingir um pico, decresce rapidamente,
porém em tempo maior que o da elevação.
HIDROGRAMA DE SAÍDA

A bacia hidrográfica pode ser considerada um sistema físico onde a


entrada é o volume de água precipitado e a saída é o volume de água
escoado pelo exutório, considerando-se como perdas intermediárias os
volumes evaporados e transpirados e também os infiltrados
profundamente (TUCCI,2009).

O limite superior de uma bacia hidrográfica é o divisor de água


(divisor topográfico), e a delimitação inferior é a saída da bacia
(confluência, exutório).
O comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica é função
de suas características morfológicas, ou seja, área, forma, topografia,
geologia, solo, cobertura vegetal etc..
Ao escoamento rápido atribui-se com escoamento superficial e,
ao escoamento lento, escoamento subterrâneo.

OBS: Esta diferenciação permite quantificar e analisar separadamente


o escoamento superficial, geralmente de maior magnitude em uma
cheia, explicado pela relação de causa e efeito com a precipitação.
DISPERSÃO DO HIDROGRAMA NO TEMPO

É explicada de forma consistente pelo efeito translação.


Analisando-se uma lâmina L precipitada sobre uma bacia de área
A em um pequeno intervalo de tempo, é razoável supor que a
precipitação ocorrida perto do exutório gerará um escoamento que
chegará mais cedo a este ponto, enquanto que o escoamento gerado em
locais mais distantes passará mais tarde pelo mesmo exutório.
Com isso, há um escalonamento de chegada dos volumes à seção
de saída, que reproduz, em parte, o efeito de espalhamento das vazões
no tempo.

Outro fenômeno que contribui para a conformação do hidrograma


de saída da bacia é o fenômeno hidráulico do armazenamento.
Nas condições naturais, com atrito, quanto maior o volume a
escoar na bacia tanto maior é a carga hidráulica necessária para haver
o escoamento e, portanto, tanto maior é o volume armazenado
temporariamente na bacia.

Tanto a translação como o armazenamento dependem


profundamente da topologia da bacia hidrográfica, isto é, de como
estão dispostos no espaço as vertentes e a rede de drenagem.

OBS: Os métodos clássicos da hidrologia para cálculo do hidrograma de


saída não explicitam os papéis das vertentes e da rede de drenagem,
preferindo tratar a bacia como um sistema que funciona à base da
translação e/ou armazenamento.
BALANÇO HÍDRICO

Definição e Cálculos

O Balanço Hídrico é a contabilidade das entradas e saídas de água


de um sistema.
Há várias escalas espaciais a serem consideradas para se
contabilizar o balanço hídrico, como:
a macro, a intermediária e a local

Escala Macro - o banco hídrico é o próprio ciclo hidrológico. Desse


modo, o resultado fornecerá a água disponível em um sistema.
Escala Intermediária - representada por uma micro-bacia
hidrográfica, o balanço hídrico resulta na vazão (Q) de água nesse
sistema.
Escala Local - O balanço hídrico estabelece a variação de
armazenamento e, conseqüentemente, a disponibilidade de água no
solo.

Lei da Continuidade

“Num certo período de tempo, o volume de água de entrada


menos o volume de água de saída deve igualar a variação dos estoques
de água na área”.

Assim, são definidas as variáveis de entrada e saída de água


conforme figura anexa.
DETERMINAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ENTRADA E SAÍDA DE ÁGUA

Equacionando as entradas (+) e as saídas de água (-) de água do sistema,


temos que a variação de armazenamento (ΔARM) de água no solo é:
∆ARM = P + O + Ri + DLi + AC – ET – Ro – Dlo - DP
OBS: A chuva representa a principal entrada da bacia.
As entradas do orvalho só são consideradas importantes em
regiões muito áridas, assim como da ascensão capilar são muito
pequenas, exceto em locais onde como lençol freático superficial e em
períodos muito secos, mesmo assim é uma variável pequena.
Os fluxos de água (Ri, Ro, Dli e DLo) para áreas homogêneas se
compensam, portanto se anulam.

A ET (evapotranspiração) é a principal saída de água do sistema,


especialmente nos períodos secos, ao passo que DP (drenagem
profunda) constitui-se em outra via de saída de água do volume de
controle de solos nos períodos excessivamente chuvosos.

Com isso, podemos considerar que Ri ≈ Ro , Dli ≈ DLo , O e AC são


desprezíveis, resultando na seguinte equação:
∆ARM = P – ET - DP
O balanço hídrico de uma bacia exige que seja satisfeita a equação:

ou, num intervalo de tempo finito:


onde
∆V = é a variação do volume de água armazenado na
bacia (m3);
∆t = é o intervalo de tempo considerado (s);
P = é a precipitação (m3.s-1);
E = é a evapotranspiração (m3.s-1); e
Q = é o escoamento (m3.s-1).
Em intervalos de tempo longos, como um ano ou mais, a
variação de armazenamento pode ser desprezada na maior parte das
bacias, e a equação pode ser reescrita em unidades de mm.ano-1, o
que é feito dividindo os volumes pela área da bacia.

P = ET + DP ou P = E + Q

Onde
P= é a precipitação em mm.ano-1;
ET= é a evapotranspiração em mm.ano-1 e
Q = é o escoamento em mm.ano-1.

As unidades de mm são mais usuais para a precipitação e para a


evapotranspiração.
OBS:
Uma lâmina de 1 mm de chuva corresponde a um litro de água
distribuído sobre uma área de 1 m2.

Coeficiente de Escoamento de Longo Prazo


É o percentual da chuva que se transforma em escoamento:
C = P /Q

O coeficiente de escoamento tem, teoricamente, valores entre 0 e


1.
Na prática os valores vão de 0,05 a 0,5 para a maioria das bacias.
CARACTERÍSTICAS DE BALANÇO HÍDRICO DAS GRANDES REGIÕES
HIDROGRÁFICAS DO BRASIL (VALORES EM MM CORRESPONDEM ÀS LAMINAS
MÉDIAS PRECIPITADAS, ESCOADAS E EVAPORADAS AO LONGO DE UM ANO).
EXEMPLO:
A região da bacia hidrográfica do rio Taquari recebe precipitações
médias anuais de 1600 mm. Em Muçum (RS) há um local em que são
medidas as vazões deste rio e uma análise de uma série de dados diários
ao longo de 30 anos revela que a vazão média do rio é de 340 m3.s-1.
Considerando que a área da bacia neste local é de 15.000 Km2, qual é a
evapotranspiração média anual nesta bacia? Qual é o coeficiente de
escoamento de longo prazo?

O balanço hídrico de longo prazo de uma bacia é dado por


P=E+Q
onde
P= é a chuva média anual; E = é a evapotranspiração média anual e Q = é o
escoamento médio anual.
A vazão média de 340 m3.s-1 em uma bacia de 15.000 km2 corresponde ao
escoamento anual de uma lâmina dada por:
PRECIPITAÇÃO

DEFINIÇÃO
É a água proveniente do meio atmosférico que atinge a
superfície terrestre. Existem várias formas de precipitação, como
neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada e neve.
A mais importante é a chuva uma vez que possui capacidade de
produzir escoamento.

Classificação - De acordo com o fator responsável pela ascensão do ar


úmido.
As precipitações são classificadas como:
chuvas frontais,
chuvas orográficas e
chuvas convectivas
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS PRECIPITAÇÕES

São necessários alguns parâmetros básicos para definir uma


precipitação, as principais são:

altura pluviométrica (r),


duração (t) e
freqüência de ocorrência ou probabilidade (p)
Intensidade de precipitação

Altura pluviométrica

Corresponde à espessura média da lâmina da água que se


formaria no solo como resultado de uma chuva, caso não houvesse
escoamento, infiltração ou evaporação de água precipitada.
As medidas realizadas nos pluviômetros são expressas em mm
de chuva.
Duração
É o período de tempo contado desde o início até o fim da chuva,
expresso geralmente em horas ou minutos.

Freqüência de Ocorrência
É a quantidade de ocorrências de eventos iguais ou superiores
ao evento de chuva considerado.

Intensidade de Precipitação
É a relação entre a altura pluviométrica e a duração da chuva.
Expressa-se em (mm/h) ou (mm/min).
Existem três tipos básicos de aparelhos para medir-se a
precipitação em forma de chuva:
Pluviômetros, pluviógrafos e radares meteorológicos.
No Brasil a maioria das estações de medição utiliza os pluviômetros.
PLUVIÔMETRO

Cálculo da Precipitação

Onde:
P = precipitação em mm;
V = volume recolhido em
cm³ ou ml;
A = área da captação do anel
em cm²
Pluviógrafos
Os pluviógrafos são aparelhos que fazem o registro contínuo das
variações das alturas pluviais ao longo do tempo.
Existem vários tipos de pluviógrafos
que armazenam a informação de forma
análoga ou digital.

Os aparelhos análogos registram


graficamente a chuva acumulada (nas
ordenadas) contra o tempo (abscissas).
Pluviógrafo P 300 - Irri Plus
“O P300 é um equipamento eletromecânico que tem por
finalidade medir e registrar, de hora em hora, os dados referentes
à precipitação, fornecendo na tela a precipitação diária.

O acesso as informações é feito diretamente no visor da estação,


com possibilidade de verificação do dado diário ou de qualquer
dia armazenado.

Também permite o acesso através de cabo e software para baixar


e visualizar através de um software exclusivo, neste caso com
valores horários e diários”.
Radares Meteorológicos

A medição de chuva por radar está baseada na emissão de


pulsos de radiação eletromagnéticos que são refletidos pelas
partículas de chuva na atmosfera, e na medição da intensidade do
sinal refletido (figura anexa).

A relação entre a intensidade do sinal enviado e recebido,


denominado refletividade, é correlacionada à intensidade de chuva
que está caindo em uma região. Pode-se estabelecer a distribuição
espacial da chuva em cada instante e dentro de um raio de até 200 km.

No Brasil são poucos os radares para uso meteorológico.


No estado de São Paulo existem alguns em operação. Em países
desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha a
cobertura por radar, para estimar a chuva, é completa.
ESCOLHA DO POSTO
REPRESENTATIVO PARA O
PROJETO

O posto pluviométrico/pluviográfico a ser utilizados nos

estudos, deverá possuir um número de observações (série

histórica) igual ou superior a 15 anos.

15
2
COLETA DOS DADOS PLUVIMÉTRICOS

• Agencia Nacional de Águas – www.ana.gov.br


HIDROWEB)

15
3
COLETA DOS DADOS PLUVIMÉTRICOS

• Agencia Nacional de Águas – www.ana.gov.br

• Informações Hidrológicas

15
4
COLETA DOS DADOS PLUVIMÉTRICOS

• Agencia Nacional de Águas – www.ana.gov.br

• Informações Hidrológicas

• Sistemas de Informações Hidrológicas( hidroweb)

15
5
COLETA DOS DADOS PLUVIMÉTRICOS

• Agencia Nacional de Águas – www.ana.gov.br

• Informações Hidrológicas

• Sistemas de Informações Hidrológicas( hidroweb)

• Dados Hidrológicos – Séries Históricas

15
6
PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE UMA REGIÃO
Para calcular a precipitação média numa superfície qualquer é
necessário utilizar das observações dentro dessa superfície e nas suas
vizinhanças.
PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE UMA REGIÃO

Considera-se como precipitação média, a lâmina de água de


altura uniforme sobre toda a área considerada, associada a um
período de tempo dado.

Existem vários métodos para se determinar a precipitação


média em uma área. Os mais usuais são:

• Método da Média Aritmética;


• Método de Thiessen e
• Método das Isoietas.
Método da Média Aritmética

Compreende a média aritmética dos valores médios de


precipitação.

OBS:
O método ignora variações geográficas da precipitação e,
portanto, é aplicável apenas em regiões planas com variação gradual
e suave gradiente pluviométrico e com cobertura de postos de
medição bastante densa.

Exemplo:
Calcular a precipitação média da bacia mostrada na figura
anexa.
Método dos Polígonos de Thiessen ou Método do Vizinho Próximo

É um dos métodos mais utilizados. O método compreende:


• Definir a área de influência de cada posto pluviométrico dentro
da bacia hidrográfica, traçando-se, primeiramente, linhas que
unem os postos pluviométricos mais próximos;
Determinar o ponto médio em cada uma destas linhas, e a partir
desse ponto traçar uma linha perpendicular.
A intercepção das linhas médias entre si e com os limites da bacia vão
definir a área de influência de cada um dos postos. Com isso mede-se a área
de cada posto.
EXEMPLO:
Tendo uma bacia hidrográfica com valores médios de precipitação
(figura anexa), contendo uma área total de 100km².
Temos que:
A área sobre a influência do posto com 120mm é de 15 km²;
A área sobre a influência do posto com 70mm é de 40 km²;
A área sobre a influência do posto com 50mm é de 30 km²;
A área sobre a influência do posto com 75mm é de 5 km²;
A área sobre a influência do posto com 82mm é de 10 km²;

Logo, a precipitação média da bacia será dada por:

Ai = a área de influência do posto i;


Pi = a precipitação registrada no posto i
A = é a área total da bacia
Desse modo,

OBS:
Se o método da média aritmética fosse utilizado teríamos
apenas dois postos no interior da bacia, logo a média seria 60 mm.
Se a média fosse calculada com os postos que estão fora da bacia
chegaríamos a 79,5mm.
Método das Isoietas
O método constitui-se:
• Criar linhas que unem pontos de igual precipitação;
• Escrever os valores de chuva em cada posto, unir a estes com
linhas retas nas quais se interpolam linearmente os valores para
os quais se pretende traçar as isolinhas.

EXEMPLO:
Considerando a bacia da figura X, com área total de 100km².
Primeiro traça-se linhas que unem os postos pluviométricos mais
próximos entre si.
Em seguida se divide as linhas escrevendo os valores da
precipitação interpolados linearmente, conforme a figura anexa.
O próximo passo será em traçar as isolinhas.
Após a determinação das isolinhas determina-se a precipitação
média na bacia hidrográfica.
Calcula-se a área Ai (figura abaixo), delimitada por duas isoietas e
essa área é utilizada como ponderador, segundo a seguinte equação:
BACIAS
HIDROGRÁFICAS
DO MARANHÃO
PLATAFORMAS AUTOMÁTICAS DE COLETA DE DADOS DO ESTADO DO
MARANHÃO:

DADOS COLETADOS PELA PLATAFORMA:

Temperatura (T) média do ar (°C),


T máxima diária, T mínima diária,

Umidade (U) relativa média do ar (%), U


máx diária, U minima diária,

Precipitação Acumulada (P) mensal,

Velocidade (V) média do vento (m/s), V


máxima diária,

Radiação Solar acumulada(cal/cm2.dia),

Pressao Atmosferica (P) (mbar), P Máxima


diária, P mínima diária
CARTAS TOPOGRÁFICAS
DO MARANHÃO

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