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TUPINIQUINS

E
CAÉTES
SUMÁRIO

01 _INTEGRANTES
TUPINIQUINS

02 _Definição da tribo e interferência no meio


natural
03 _Características das aldeias e função e forma
04 _Materiais e técnicas utilizadas na constru-
ção
06 _diferenças das construções primitivas com
as atuais
06 _elementos da cultura indígena presentes na
arquitetura atual
06 _atualidade e problemas enfrentados pelas
tribos
07 _abrigo residencial
09 _Soluções para os problemas verificados

CAetés

10 _Localização
10 _cultura
11 _história
13 _arquitetura
14 _atualidade
15 _bibliografia
16 _bibliografia

17 _ACERCA
Alunos

Rafael cerqueira 20192102271


Maria thais 20201101025
diogo montilla 20131100373

01
Definição da tribo e interferência no meio natural

Os tupiniquins - ou topinaquis, tupinaquis, tupinanquins e tupinikins -


constituem um grupo indígena brasileiro, integrante da nação Tupi. Eti-
mologicamente Tupiniquim deriva da expressão tupin-i-ki, significando
“tupi ao lado, vizinho lateral” (in: Dicionário Etimológico Brasileiro) ou
da expressão tupinã-ki, ou “tribo colateral, o galho dos tupi” (in: Dicio-
nário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa). Atualmente a pa-
lavra tupiniquim passou a ser usada como adjetivo para referenciar de
forma pejorativo aquilo que é próprio do Brasil ou do brasileiro. Anti-
gamente falavam a língua Tupi litorânea, da família Tupi-Guarani, hoje os
Tupiniquim usam apenas o português.

Os tupis habitavam principalmente o litoral brasileiro, do Rio Grande do


Sul ao Amazonas. Habitaram também trechos do interior do país. Desta-
camos entre as tribos que formavam esta nação: os tupinambás, os tupi-
niquins, os mundurucus e os parintintins.

Os tupiniquins habitavam, até o século XVI, o sul do atual estado da Bahia


e o litoral do atual estado de São Paulo, entre Santos e Bertioga. No
presente, habitam terras do município de Aracruz, ao norte do estado do
Espírito Santo.

Quando a esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral chegou ao Bra-


sil, em 23 de abril de 1500, foi este grupo indígena que eles encontraram.
Os tupiniquins tiveram grande atuação na colonização portuguesa da
região de Santos e Bertioga no século XVI e também na fundação da cida-
de de São Paulo, em 1554, realizada pelo padre jesuíta Manuel da Nóbrega.
Podemos afirmar que eles foram aliados dos colonizadores portugue-
ses.

Carlos Augusto da Rocha Freire, um pesquisador, afirmou que os tupini-


quins ocupavam, no século XVI, terras situadas entre o atual município
baiano de Camamu até o Rio São Mateus - ou Rio Cricarê, no atual estado
do Espírito Santo. Em 1556 foi fundada pelo jesuíta Afonso Brás a Aldeia
Nova, região do rio Piraquê-Açu, onde esses índios também viviam.

Foram catequizados por jesuítas em Aldeia Nova. Foram atingidos por


doenças como a varíola e pragas como as formigas, que destruíram
suas plantações. Entretanto, em 1580, o assolamento pelas pragas asso-
ciadas à criação do aldeamento dos Reis Magos, levaram à decadência
da Aldeia Nova. Por isso, os jesuítas e os indígenas passaram então a se
concentrar no aldeamento dos Reis Magos, que tornou-se populoso.
Conforme o autor, Serafim Leite, na obra História da Companhia de Jesus
no Brasil, afirma que no acampamento dos Reis Magos quase todos os
índios eram tupiniquins. A aldeia dos Reis Magos daria origem à Vila de
Nova Almeida, e a Aldeia Nova, à Vila de Santa Cruz.

A região habitada pelos Tupis era de mata virgem, antes da exploração


da madeira a comunicação entre as localidades era estabelecida por
trilhas florestais, a maioria das famílias indígenas eram encontradas
dispersas pela mata. As relações comerciais e a forma como ocupavam o
solo quase que tornavam duas localidades como uma área só.

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A organização dos indígenas era em aldeias que tinham a disposição de
ruas. As casas eram de pau-a-pique e sapê, cercadas pelo mato ou capo-
eira, utilizados na medida da necessidade. Frequentemente, os Tupiniquim
mudavam de casa e roçado, por motivos variados como a realização de
um casamento ou em busca de melhores condições de sobrevivência.

As casas e os roçados podiam ser feitos em qualquer lugar havendo re-


gras de acesso à terra: não se permitia cercá-la ou detê-la com exclusi-
vidade. Porém, a realização de casamentos, preferencialmente entre mo-
radores de localidades vizinhas, e as sucessões, os grupos domésticos
acabavam sendo identificados aos roçados, como acontecia nas aldeias
de Cantagalo e Araribá.

Havia um sistema de posse coletivo da terra nessas aldeias, já que os


cultivos em extensões podiam ser utilizados à vontade por cada grupo
familiar. Também matas, rios, fontes eram domínios coletivos que possibi-
litavam a reprodução das famílias Tupiniquim. O sistema de posse coletiva
de terras e outros domínios, aliado à apropriação doméstica e individu-
al do produto do trabalho, permitia a sobrevivência dos Tupiniquim.

Características das aldeias e função e forma

Os índios viviam em tribos, isto é, organização de um grupo de pessoas


ligadas entre si por laços de sangue, com costumes e interesses comuns.
Construíam sua aldeia em uma mesma área, falavam a mesma língua, ti-
nham os mesmos costumes e hábitos entre si.

Os indígenas se organizavam em Aldeias ou Tabas que eram formadas por


um conjunto de 04 a 10 ocas, onde habitam várias famílias indígenas po-
dendo chegar à 400 pessoas.

Esse sistema arquitetônico, foi utilizado em larga escala pelos índios


tupis e guaranis do sul do Brasil.

As formas de organização das aldeias indígenas são distintas de um


povo para outro. Algumas tribos preferiam construir suas aldeias em
forma de ferradura; outras escolhiam a forma circular; outros, ainda,
construíam uma única habitação coletiva. Podiam ainda ser organizadas
e dispostas de forma ortogonal com objetivo de formar uma grande
praça central, que era utilizada para as atividades cotidianas, festas,
cerimônias e rituais sagrados.

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Cada uma dessas habitações é denominada de “oguassu, maioca ou malo-
ca (casa grande)”, A maloca era dividida internamente pela estrutura do
telhado em espaços quadrados de 6m x 6 m, residindo em cada uma delas,
uma família.

Vale esclarecer que uma Aldeia possuía várias Ocas, a unidade arquite-
tônica que era uma habitação unifamiliar. E a maloca era a unidade mul-
tifamiliar que consistia na junção dessas ocas, com toda a comunidade
vivendo nela. Tratava-se de construção singular mas que não significa-
va que fosse a única solução arquitetônica.

Os povos indígenas habitavam construções denominadas Ocas. Trata-se


de habitação típica destes povos. A palavra vem da língua tupi-guarani.

A construção das ocas era feita coletivamente, com a participação de


vários membros da tribo. Várias famílias habitavam as ocas.

A casa era o lugar onde as mulheres exerciam atividades do lar. No cor-


redor central, próximo aos pilares que sustentavam a cumeeira, prepara-
vam o alimento da tribo. No final deste corredor havia uma entrada em
cada extremidade da maloca, e no meio da casa, no lado que dava para
o pátio, havia um terceiro acesso. Esses acessos eram baixos, obrigando
que as pessoas a se abaixassem em sinal de respeito. Toda construção era
realizada pelos homens, as mulheres apenas socam o barro.

Materiais e técnicas utilizadas na construção

As Ocas eram construções grandes, podendo variar de tamanho: 40


metros a mais de 200 metros de comprimento, porque várias famílias de
índios habitavam uma mesma oca. Geralmente, não passavam de 150 me-
tros de comprimento, por cerca de 12 metros de largura. Não há divi-
são interna neste tipo de habitação. No interior da oca são colocadas
diversas redes, que são usadas para dormir. O sistema estrutural das
ocas é bastante resistente, porque são construídas com a utilização de
taquaras e troncos de árvores. Possuem cobertura feita de folhas de
palmeiras ou palha. Tem boa duração: aproximadamente, mais de 20 anos.
Não possuem janelas e a ventilação se faz através de portas e dos frisos
entre as taquaras da parede. Em geral, apresentam de uma a três portas.
A construção de uma oca de tamanho grande pode levar de 10 a 15 dias
com o trabalho de 20 a 30 índios.

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Os indígenas eram sedentários. Quando uma casa ficava velha e a cober-
tura de palha extremamente seca, era queimada e outra de igual forma-
to era construída em seu lugar. A maneira de residir era muito controla-
da, respeitava-se ainda a vivência dos demais habitantes da casa, antes de
tomar qualquer decisão. O que diferencia o sistema estrutural de uma
aldeia e outra nas tribos indígenas brasileiras, é a condição climática
e a disponibilidade de materiais regionais, como elementos e detalhes
construtivos. A maior parte das aldeias utilizava a amarração de cipós
nas estruturas de madeira. Seguem alguns exemplos.

Utilizavam entalhes no madeiramento das estruturas para facilitar o en-


caixe das peças, e a amarração com os cipós.

Alguns termos indígenas foram incorporados na arquitetura, tais


como: biboca (casa pequena), caiçara (palhoça), capuaba(casa da roça),
copé (cabana de palha), copiar(varanda), favela (casa miserável cujo
significado indígena é urtiga), jirau (armação para guardar apetrechos,
cama de varas), maloca (o mesmo que favela; e, em tupi quer dizer casa
grande), oca(cabana ; em tupi significa casa), poperi (abrigo provisório),
taba (aldeia indígena), tapiri (choça), tijupá ou tijupara

(cabana de índio), urupema(peneira; por extensão, ramado semelhante


usado na vedação de portas, janelas e de forro).

O colonizador adotou tipos de construções da cultura indígena: cari-


jó, barbaquá: (instalações para produção de erva-mate).

Uma das características das casas indígenas é sua construção integral


com materiais vegetais, fato que tem levado alguns autores a identificar
qualquer tipo de construção vegetal como sendo de influência indíge-
na. Entretanto, é preciso ter muito cuidado com estas qualificações, pois
precisamos estar atentos para a natureza e a etnia das ocupações, para
não nos confundirmos informaçoes.

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Diferenças das construções primitivas com as atuais

É hábito da maioria dos índios, inclusive nos dias atuais, passar boa parte
do dia do lado de fora das casas, realizando as suas atividades ao ar li-
vre. Assim, o objetivo das construções, nessa cultura, sempre teve como
finalidade a proteção das pessoas de fenômenos naturais, como os ven-
tos e as chuvas, bem como dos ataques de animais.

Mesmo sem o uso tecnologias avançadas ou conhecimento técnico, os


índios brasileiros conseguiram, por anos, fazer construções impressio-
nantes. Cada tribo desenvolveu seu próprio sistema estrutural, adotan-
do suas particularidades em relação ao modo de construir, a forma e o
tamanho das habitações. Entretanto, em comum, todos usaram materiais
vegetais, sendo a sua arquitetura, portanto, vernacular.

Elementos da cultura indígena presentes na arquitetura atual

A arquitetura atual pode trazer muito da influenciada da cultura indí-


gena em termos de elementos que podem ser vistos nas ocas e malocas.
Isso inclui desde o uso de técnicas de construção, como é o caso das
amarrações feitas com cipó e o uso de elementos naturais, até desenhos
de obras inspiradas nas construções tradicionais desenvolvidas pelos
índios.

As amarrações, por exemplo, são uma técnica presente em praticamente


todas as tribos indígenas. De tal maneira, os elementos construtivos,
como pedaços de pau, eram amarrados por cipós, num trabalho total-
mente artesanal. Apesar disso, os encaixes eram muito resistentes e as
cabanas indígenas mantinham-se em pé, mesmo em estações do ano em
que ocorrem muitos ventos e chuvas”.

Os índios também se preocupavam com o chão das malocas. Eles traba-


lhavam a terra para que o piso fosse argiloso. Ou seja, para não machu-
car os pés, quando se realizavam danças e cultos religiosos no local.

A decoração também pode “beber da fonte” da arquitetura indígena, uti-


lizando elementos típicos dessa cultura para desenvolver ornamentos
ou enfeites, que deem um aspecto elegante ao ambiente, como os jardins
verticais.

A cultura e a arquitetura indígena fazem parte da história do nosso país


e ainda sobrevive em obras de muitos arquitetos. Por isso, você pode se
inspirar nesses elementos e desenvolver obras que resgatem componen-
tes genuinamente brasileiros. Certamente tudo ficará muito bonito e
carregará um pouco da nossa história.

Atualidade e problemas enfrentados pelas tribos

Foram expulsos de suas terras,resultando no acampamento em protesto,


junto a índios guaranis do Espírito Santo, defronte ao Ministério da Jus-
tiça. Eles reivindicavam a efetivação da reserva indígena.

06
Em 28 de agosto de 2007, o governo demarcou as terras reivindicadas pe-
los tupiniquins, que ficaram acampados em área usada para a plantação
de eucaliptos da empresa Aracruz Celulose.

Atualmente alguns projetos foram elaborados a partir de uma consul-


toria técnica na terra Indígena Tupiniquim Guarani, no município de Ara-
cruz. Esse programa acabou se estendendo por sete aldeias

Foram elaborados vários tipos de alojamentos dentre as sete tribos, no


caso dos tupiniquim foi realizada a construção de duas cozinhas indus-
trial, uma obra entregue aos Tupiniquim Irajá e a outra para os Tupini-
quim Areal e uma casa de mulheres e um galpão agrícola para os mora-
dores de Tupiniquim Pau Brasil.

Nesses projetos os próprios indígenas decidiram quais os materiais, usos,


necessidades, formas e distribuições espaciais seriam atribuídas às respec-
tivas obras. Atualmente os projetos estão em fase de agravamento pela
Fundação Nacional do Índio FUNAI

Abrigo residencial

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Soluções para os problemas verificados

Uma das soluções para os problemas territoriais não só para os tupini-


quim mas também para as demais tribos indígenas, é fazer uma reorgani-
zação territorial visando o bem estar da comunidade, não só organizá
los com embasamentos econômicos, mas sim povoando eles como era
antes das grandes navegações quando então foram separados por
conta da exploração e desmatamento da mata atlântica.

Restaurar as antigas comunidades que antes viviam dispersas pelo ter-


ritório, conectadas pela sua própria cultura indígena e práticas de co-
mércio local como citado anteriormente, além dos cultos religiosos
que eram uma das formas que as tribos se socializavam entre si.

No campo da arquitetura não se tem muito a dizer com a pesquisa feita,


já que hoje em dia a arquitetura vernacular dos tupiniquim não sofreu
grandes alterações ao longo dos séculos, os materiais se mantiveram
os mesmo com raras exceções de uso da alvenaria, pois os indígenas no
geral estão mais acostumados a manusear materiais mais “brutos” como
a madeira, palha, folhas secas e argila.

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Localização

No início do século XVI, os caetés habitavam uma extensa faixa da costa


leste do Brasil, entre a ilha de Itamaracá, na Foz do Rio Paraíba, na Pa-
raíba e o Rio São Francisco, em Alagoas. A língua local era tupi antigo,
também usada pelos portugueses, negros e descendentes. Apesar de se-
rem da mesma família tupi, os Caetés eram rivais das tribos que limitavam
sua ocupação: os Tabajaras, ao norte e os Tupinambás, ao sul. Logo que
os europeus chegaram a costa do país, a tribo se moveu para o Pará, po-
rém logo voltaram a habituar o litoral nordestino, ocupando então a
região de São Miguel dos Campos, em Alagoas.

Cultura

As características dos índios nativos eram de altura mediana, cabelos


pretos e lisos, olhos escuros e penetrantes, os pés achatados e finos na
parte superior e inferior, motivados pelas grandes caminhadas.

Na religião adoravam um Deus que se chamava Tupã. Respeitavam com


veneração a lua e o sol, e também acreditavam em seres sobrenaturais,
como caipora, a coruja considerada por eles de mau agouro. Tinham no
Pajé o elemento de ligação entre eles e a divindade, que era também o
médico e o curandeiro. Nas suas curas utilizavam as raízes como remédio.

Na caça usavam o alçapão para pegar passarinhos, e a arapuca para


pegar animais quadrúpedes e ainda o arco e a flecha. Na pesca usavam a
rede de pesca, a linha de anzol feita de osso, o arpão e a própria flecha.

Cultivavam frutas e raízes: mamão, banana, caju, jaboticaba, batata doce,


mandioca, milho, feijão, inhame. Comiam peixes e carnes de animais sobre
brasa ou moqueados.

Dos utensílios domésticos, destacamos a rede de dormir, a gamela, a


cabaça e a cuia que usavam como prato. Fabricação de cestas de palha de
bananeira ou de palmeira e outros utensílios de barro. Eram navegado-
res de canoas costeiras, sendo considerados, portanto, um dos povos
canoeiros, sendo, também, construtores desse tipo de embarcação.

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História

Os indígenas Caeté mantinham negócios com franceses no contrabando


de pau-brasil escoados para Europa, através do rio São Miguel na Praia
dos Franceses, onde se tinha uma extensa barreira de corais, criando a
divisão do mar em uma área de fácil comunicação. O donatário da capi-
tania de Pernambuco, Duarte Coelho (português) resolveu acabar com o
contrabando do pau-brasil, que servia de matéria prima para a produção
de tinta e seus derivados. O solo de São Miguel dos Campos era repleto
dessa madeira, e por essa razão os índios caetés passaram a serem inimi-
gos dos portugueses.

Os índios Caetés exerciam a antropofagia, ou seja, comiam carne huma-


na. Não como fonte de alimentação em si, mas sim por rituais e crenças,
pois ao comer o inimigo, após os conflitos que ali ocorriam, as caracte-
rísticas intelectuais do ser eram absorvidos através da carne pela tribo.

O mais conhecido caso de antropofagia dessa tribo, foi a morte do Bispo


Sardinha (Dom Pero Fernandes Sardinha). No ano de 1556, o bispo discu-
tiu seriamente com Duarte Coelho, não aprovava os métodos de domínio
sendo aplicados na região, o bispo decidiu ir falar à corte em Portugal.
Na caravela “Nossa Senhora da Ajuda” viajavam da Bahia com destino a
Olinda e depois Lisboa, Dom Pero Fernandes Sardinha, com mais 100 pesso-
as aproximadamente no dia 16 de junho de 1556, por infelicidade a carave-
la naufragou nas imediações da foz do rio Coruripe. Eles saíram praia a
fora em direção a parte leste e se depararam com os índios Caetés.

Visto que eram portugueses, e os


mesmos eram inimigos dos Caetés
, os índios prepararam uma armadi-
-lha para os náufragos. Dizendo
que iam ajudá-los a chegar a Oli-
-nda, cerca de 100 índios guiavam o
grupo de portugueses, e mais 100
índios ficavam na retaguarda.
Na travessia do rio, os portugue-
-ses são surpreendidos com fle-
-chadas. Muitos mortos, porém,
ainda vivos o Bispo Sardinha e
Antônio Cardoso de Barros, o
provedor mor da Fazenda do Brasil,
ficaram para o ritual de canibalis-
-mo da tribo dos Caetés.

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Esse fato lamentável provocou tempo depois uma grande perseguição
aos índios e sua quase total dizimação, determinada pela coroa portu-
guesa. No entanto, os caetés foram condenados por uma bula papal a
extinção pelo sacrilégio de terem matado e devorado um bispo, e por um
edito da Rainha de Portugal, Catarina da Áustria, em 1557, que tornava
todos os índios e seus descendentes condenados, também a escravidão.
Mem de Sá chega e cumpre à risca, declara guerra justa aos Caetés, que
acaba por matar também os Tabajara e Potiguar.

Esta sentença real desencadeou em 1560, a chamada guerra dos Caeté,


que culminou com a extinção da grande nação indígena. Assim os índios
sobreviventes fugiram para áreas distantes do litoral.

Jerônimo de Albuquerque, certa


vez, mandou colocar na boca de
canhões, alguns índios prisionei-
-ros e dispará-los à vista dos de-
-mais para que os mesmos voassem
em pedaços. À bala e o fogo despo-
-voou inteiramente as terras lito-
-râneas e os que escaparam nunca
mais tentaram enfrentar o coloni-
-zador, tendo que se adaptarem os
novos rumos determinados pela
ocupação branca.

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Arquitetura

Por falta de informações mais precisas e específicas sobre a tribo dos


Caetés, assim como os Tupiniquins, eles usavam técnicas construtivas de-
rivadas de seus ancestrais com a população organizadas por aldeias/ta-
bas, que abrigavam cerca de 10 ocas, contendo várias famílias podendo
chegar a ter até 400 pessoas.

As aldeias poderiam ser em forma de ferraduras, circular, ortogonal


ou um único coletivo com praça central para cerimônias e rituais. As
ocas tinham a estrutura do telhado de 6mx6m com cada família num
quadrado. Na formação de 40m-200m de comprimento por 12m de largu-
ra, não havia divisão interna. Eram colocadas várias redes para dormir.
O sistema estrutural das ocas eram resistentes por taquaras e troncos
de árvores.

A cobertura era feita por palmeiras ou palhas que duravam até 20 anos.
Após seu envelhecimento, eram queimadas e prontamente substituídas
pelo mesmo sistema.

A ventilação era feita pelas portas, cerca de uma a três por oca, e fre-
chas entre as taquaras, pois não haviam janelas.

A construção de tudo durava de 10 a 15 dias, por 20 a 30 índios. As amar-


rações eram feitas com cipós, e havia entalhes no madeiramento das es-
truturas para facilitar o encaixe das peças.

O acesso aos pátios eram baixos, obrigando os habitantes a se curvarem


indicando respeito. Nos pilares centrais era feito o alimento pelas mu-
lheres. O piso precisava ser argiloso para não machucar os pés ao reali-
zarem as danças e cultos religiosos.

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Cada tribo desenvolveu sua técnica de construção, pois dependiam das
condições climáticas e da disponibilidade de materiais na região habita-
da, porém todos usavam dos materiais vegetais, da natureza, adequada
ao ambiente, ou seja, tinham a arquitetura vernacular.

Atualidade

Ainda hoje, apesar de terem sido dados como extintos após as persegui-
ções portuguesas, existem descendentes da Tribo Caetés em aldeias de
terras alagoanas.

A grande maioria resolveu aderir ao modelo de vida urbano, até mesmo


pela rejeição aos povos indígenas historicamente adotada no estado
devido aos relatos famosos sobre os rituais da tribo como os citados
acima.

Ainda assim, mesmo que às escondidas, em periferias urbanas ou peque-


nos espaços rurais, a população indígena tenta preservar e manter viva
suas tradições.

Unidos a outras tribos, os descendentes dos caetés seguem na luta pelo


resgate e manutenção da própria cultura e a demarcação de terra que
permanece em processo.

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bibliografia

Tupiniquins

Descobrimento do Brasil - Organização dos índios


Disponível em: https://www.sohistoria.com.br/ef2/descobrimento/p3.php
Acesso em 12/04/2021

A história da arquitetura no Brasil mais completa que você já viu! Dos


povos indígenas até aos dias de hoje
Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquite-
tura-no-brasil/
Acesso em 12/04/2021

Arquitetura indígena: qual a lição que ela nos ensina?


disponível em: https://archtrends.com/blog/arquitetura-indigena-qual-
-licao-que-ela-nos-ensina/
acesso em 12/04/2021

Tupiniquins/wikiversity
disponível em: https://pt.m.wikiversity.org/wiki/Wikinativa/Tupiniquins
Acesso em 12/04/2021

Projetos em aldeias do espírito santo


disponível em: https://www.grupofresta.com.br/Projetos-em-Aldeias-no-
-Espirito-Santo
acesso em 11/04/2021

oca
disponível em: https://knoteditor6.wixsite.com/lamnaspesquisas/ocabra-
sileira
acesso em 12/04/2021

arquitetura indígena no brasil


disponível em: https://www.caurn.gov.br/?p=10213
acesso em 12/04/2021

CAEtés

tRIBO CAETÉS: CONHEÇA A HISTÓRIA DOS ÍNDIOS NATIVOS DO LITORAL DE ALAGO-


AS
disponível em: https://hotelportojatiuca.com.br/2019/12/02/tribo-caetes-
-alagoas/
acesso em 12/04/2021

arquitetura indígena no brasil


disponível em: https://www.caurn.gov.br/?p=10213
acesso em 12/04/2021

índios caetés
disponível em: http://historiaremtudo.blogspot.com/2016/05/indios-cae-
tes-caete-e-originario-do.html
acesso em 12/04/2021

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bibliografia

CAEtés

Povos Indígenas Brasileiros


disponível em: https://indigenasbrasileiros.blogspot.com/2020/07/
acesso em 12/04/2021

Os Índios Caetés - Primeiros Habitantes de São Miguel dos Campos


Disponível em: https://www.portalescritores.com.br/texto/2540#
acesso em 12/04/2021

Índios em Pernambuco
disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?op-
tion=com_content&view=article&id=649:indios-em-pernambuco&catid=-
44:letra-i
acesso em 12/04/2021

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Acerca

trabalho avaliativo 01 para a disciplina arquitetura no brasil, MINISTRADA


NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021, da faculdade de arquitetura e urbanismo da
universidade veiga de almeida, situada na cidade do rio de janeiro, sob a
orientaÇÃO DO PROFESSOR PAULO EDUARDO VIDAL LEITE RIBEIRO.

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