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Curso de Biomedicina
Vários termos poderiam ser empregados para descrever sobre o que o documentário
SICKO se trata. O primeiro termo que poderíamos citar sem muita enrolação é
“saúde”, e como a premissa do documentário é ligada a este fator, é mais que correto
dizer o mesmo. Porém, vários outros termos se encaixariam para dizer sobre o
documentário: que é sobre ética, moral, e até mesmo sobre o “sonho americano”, e
nenhum deles ainda estariam errados. Apesar do foco principal do documentário é
mostrar a dificuldade enfrentada todos os dias pelos americanos e seu sistema de
saúde, o filme vai muito além disso, e sem intenção (ou com), torna-se um filme sobre
o nosso sistema econômico atual, ele se torna um filme sobre capitalismo.
O documentário SICKO SOS SAÚDE, dirigido por Michael Moore, mostra para gente
um pequeno mundo que está contido em solo americano. Pessoas que compartilham
suas histórias sobre suas dificuldades e suas relações com o sistema de saúde atual
da grande nação americana e nelas encontram uma verdade cruel: você vale o que
você pode pagar.
A forma mais comum de obter o plano de saúde nos EUA é através do trabalho, onde
a empresa irá fornecer o benefício aos funcionários. No entanto, nem todas as
empresas oferecem esse tipo de serviço, e no documentário, pessoas sem dinheiro
suficiente para recorrer a um convênio, ficam à mercê da vida, passam humilhações
e constrangimentos quando adoecem, não obtendo hospitais públicos para atender a
seus cidadãos. Como o controle não é do poder público e sim das empresas privadas
que cobram pelos planos, as mesmas encontram maneiras de não pagar
procedimentos que os pacientes necessitam, culpabilizando o cidadão por doenças
preexistentes não informadas.
O documentário então mostra uma outra realidade, dessa vez de países que possuem
um sistema de saúde mais humanitário, como no Canadá, que permite que a pessoa
seja atendida por quem ela escolhe. Ou na Inglaterra, que possuem profissionais
capacitados, que têm incentivos quando a população adscrita a eles apresentam
menos fatores de riscos de doenças, como por exemplo, parar de fumar. E na França,
que o sistema de saúde oferece pessoas para ajudar as famílias em suas casas com
assistência domiciliar. E claro, não podia faltar o país onde os americanos do filme
encontram sua “salvação”: Cuba, onde a oferta é equânime, todos tem acesso à
educação saúde, esporte, lazer, etc., de forma gratuita, apesar de ser tão mal vista,
resultado da própria especulação capitalista e bloqueio econômico do EUA.
Por fim, o documentário mostra o que é o valor da vida para o capital. Em nome desse
modelo econômico deixamos de lado o que há de mais importante para todos: a vida.
A saúde deve ser considerada mais que uma máquina de lucrar, e a vida merece ser
muito mais que uma pilha de dinheiro. Devemos defender aquilo que já temos e lutar
pelo o que precisamos, devemos ser melhores, um dia de cada vez.