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Licenciatura em Engenharia de Sistemas

Departamento de Matemática

Relatório de Estágio

Aplicação de Gestão de Informação de Testes e


de Análise Experimental de Ruído em
Transformadores

Diogo Miguel Pereira Branco

Orientador ISEP: César Miguel Almeida Vasques


Supervisor Externo: César Miguel Almeida Vasques
Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Agradecimentos

À minha família, que sempre me apoiou de forma incondicional durante toda esta
caminhada o que tornou tudo sempre mais fácil.
Aos meus amigos, pela preocupação e companheirismo prestados durante todo o meu
percurso académico.
À diretora de curso, Engª Maria Teresa Costa, pelo apoio prestado sempre que foi
solicitada ao longo da Licenciatura.
A todos os docentes da LES, pela transmissão de todos os conhecimentos e
disponibilidade em ajudar sempre que necessário ao longo destes anos.
Ao Eng.º César Vasques, pelo forte contributo prestado e rigor exigido durante a
realização deste trabalho, bem como pelo auxílio e empenho prestados face aos obstáculos que
foram surgindo.
A todos os colaboradores da Efacec, que direta ou indiretamente contribuíram para a
realização deste projeto.
Aos meus colegas de estágio, João Mota e José Moura, pela companhia ao longo de todo
este percurso.
Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Resumo

O presente relatório descreve o trabalho desenvolvido na empresa Efacec, no âmbito da


unidade curricular de Projeto/Estágio relativa ao 3º ano da Licenciatura em Engenharia de
Sistemas do Instituto Superior de Engenharia do Porto, ISEP.
O projeto incidiu no desenvolvimento de uma aplicação em MATLAB que fizesse o
tratamento de dados existentes/futuros resultantes dos ensaios de ruído dos transformadores da
Efacec, bem como a compreensão da normalização existente associada a esses mesmos ensaios.
Como forma de tomar contacto com a realidade referente aos ensaios de ruído, numa
fase inicial foi estudada a normalização IEC existente que serve de suporte aquando da realização
desses mesmos ensaios, e em paralelo foi também realizada uma pesquisa aprofundada sobre as
caraterísticas dos transformadores de modo a percecionar quais os parâmetros que deveriam
estar comtemplados na aplicação.
O trabalho descrito neste documento passa pelo estudo da normalização referente à
determinação de ruído, bem como a perceção do potencial do software MATLAB no que diz
respeito ao desenvolvimento de aplicações.
O trabalho desenvolvido permitiu ampliar conhecimentos tanto ao nível do software
MATLAB, bem como à forma como se processam os testes de ruído na empresa.

Palavras Chave (Tema): Efacec /Normalização/ IEC/ Transformadores/ MATLAB/ Ruído.


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Índice
Agradecimentos ......................................................................................................................iii

Resumo ................................................................................................................................... iv

Índice .......................................................................................................................................v

Índice de Figuras..................................................................................................................... vii

Índice de Tabelas ..................................................................................................................... ix

Notação e Glossário ................................................................................................................. xi

1 Introdução ....................................................................................................................... 1

1.1 Enquadramento ............................................................................................................................ 1

1.2 Apresentação do projeto/estágio .................................................................................................. 1

1.2.1 Apresentação da empresa ......................................................................................................... 2

1.3 Calendarização .............................................................................................................................. 4

1.3.1 Descrição do cronograma .......................................................................................................... 5

1.4 Organização do relatório ............................................................................................................... 6

2 Contexto .......................................................................................................................... 9

2.1 Área de negócio ............................................................................................................................ 9

2.2 Efacec em 2016............................................................................................................................ 10

2.3 Enquadramento do problema ..................................................................................................... 11

2.4 Tecnologias utilizadas .................................................................................................................. 11

3 Atividades desenvolvidas .................................................................................................13

3.1 Normalização IEC 60076-10 e 60076-10-1 .................................................................................... 13

3.2 Ensaio de ruído ............................................................................................................................ 14

3.2.1 Automatização do cálculo de um ensaio de ruído................................................................... 16

3.2.1.1 Exportação dos dados do software BZ5503- Measurement Partner Suite .................... 19

3.2.1.2 Funções Excel utilizadas para automatizar o cálculo ..................................................... 21

3.3 Desenvolvimento Aplicação MATLAB .......................................................................................... 22

3.3.1 Análise e Especificação ............................................................................................................ 22

3.3.1.1 PBS (Product Breakdown Structure) .............................................................................. 22

iii
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3.3.2 Requisitos dos separadores ..................................................................................................... 23

3.3.3 Desenvolvimento da interface gráfica ................................................................................... 24

3.3.3.1 Utilizando o GUIDE ......................................................................................................... 24

3.3.3.2 Utilizando funções do MATLAB para se criar aplicações de forma programática ......... 25

3.3.3.3 Utilizando o App Designer .............................................................................................. 26

3.3.3.4 App Designer vs. GUIDE ................................................................................................. 27

3.3.3.5 Escolha do App Designer ................................................................................................ 28

3.3.3.6 Iniciar o App Designer .................................................................................................... 28

3.3.3.7 Componentes existentes no App Designer .................................................................... 30

3.3.3.8 Escolha de componentes para desenvolvimento da aplicação ...................................... 31

3.3.4 Implementação e testes (colocação em serviço) ................................................................... 36

3.3.4.1 Funcionalidades do separador Data............................................................................... 36

3.3.4.2 Funcionalidades do separador Specification.................................................................. 39

3.3.4.3 Funcionalidades do separador Calculated ..................................................................... 40

3.3.4.4 Funcionalidades do separador Measured ...................................................................... 42

3.3.4.5 Funcionalidades do separador Analisys ......................................................................... 42

4 Conclusões ......................................................................................................................44

Bibliografia .................................................................................... Error! Bookmark not defined.

ii
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Índice de Figuras
Figura 1- Estrutura das diversas unidades de negócio Efacec. .......................................................................... 3

Figura 2- WBS Estágio Curricular ....................................................................................................................... 4

Figura 3- Cronograma Estágio Curricular .......................................................................................................... 5

Figura 4- Receitas por unidade de negócio (em milhões de Euros) ................................................................. 10

Figura 5- Exemplo dos resultados obtidos de um Ensaio................................................................................. 16

Figura 6- Dispositivo que regista os valores das medições .............................................................................. 18

Figura 7- Visualização dos dados medidos no software BZ5503- Measurement Partner Suite ...................... 18

Figura 8- Opção exportar dados para Excel..................................................................................................... 19

Figura 9- Opções para exportação de dados ................................................................................................... 20

Figura 10- Folha de Excel exportada do software BZ5503 .............................................................................. 20

Figura 11- Product Breakdown Structure TransData....................................................................................... 22

Figura 12- MATLAB GUIDE interface ............................................................................................................... 25

Figura 13- Exemplo de uma aplicação simples desenvolvida programaticamente ......................................... 25

Figura 14- Exemplos de componentes no App Designer .................................................................................. 26

Figura 15- Interface do App Designer .............................................................................................................. 29

Figura 16- Design View com os separadores ................................................................................................... 30

Figura 17- Separador Data interface gráfica ................................................................................................... 31

Figura 18- Separador Specification interface gráfica ...................................................................................... 32

Figura 19- Separador Calculated interface gráfica .......................................................................................... 33

Figura 20- Separador Measured interface gráfica .......................................................................................... 34

Figura 21- Separador Analisys interface gráfica .............................................................................................. 35

Figura 22- Separador Data em funcionamento ............................................................................................... 36

Figura 23- Alteração de dados no separador Data.......................................................................................... 37

Figura 24- Guardar ficheiro separador Data ................................................................................................... 37

Figura 25- Novo valor guardado na base de dados ......................................................................................... 38

Figura 26- Inserção de nova linha no separador Data .................................................................................... 38

Figura 27- Novos dados guardados na base de dados .................................................................................... 39

iii
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Figura 28- Separador Specification visualização de dados .............................................................................. 40

Figura 29- Cálculo do ruído no separador Calculated...................................................................................... 41

Figura 30- Dados calculados guardados na base de dados ............................................................................. 41

Figura 31- Visualiazação de um ensaio de ruído ............................................................................................. 42

Figura 32- Representação gráfica indução vs ruído ........................................................................................ 43

Figura 33- Representação gráfica potência vs ruído ....................................................................................... 43

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Índice de Tabelas
Tabela 1- Efacec em 2016................................................................................................................................ 10

Tabela 2- Apresentação dos dados fornecidos relativos á medição observada .............................................. 17

Tabela 3- Diferenças entre o GUIDE e o App Designer .................................................................................... 27

Tabela 4- Componentes App Designer............................................................................................................. 30

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Notação e Glossário
IEC International Electrotechnical Comission

PROES Projeto/Estágio

ISEP Instituto Superior de Engenharia do Porto

MATLAB MATrix LABoratory

WBS Work Breakdown Structure

PBS Product Breakdown Structure

IDI Investigação, Desenvolvimento e Inovação

UN Nações Unidas

ID Investigação e Desenvolvimento

EBIDTA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

EBT Earnings Before Taxes

data mining processo de explorar grandes quantidades de dados

userfriendly amigável

feedback apreciação

workgroups grupo de usuários de uma rede local

UN United Nations

ONAN Óleo Natural, Ar Natural

ONAF Óleo Natural, Ar Forçado

Point-by-point Procedimento de medição de ruído ponto-a-ponto

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1 Introdução

1.1 Enquadramento

O presente documento enquadra-se no âmbito da unidade curricular de PROES,


pertencente à Licenciatura em Engenharia de Sistemas do ISEP. Tem como principal objetivo a
preparação e integração a nível profissional, permitindo a aplicação de conhecimentos que foram
apreendidos ao longo de todo o percurso académico. Como tal, o projeto de estágio permite a
integração durante um período de 3 meses numa organização, com o intuito de que sejam
aplicados conhecimentos adquiridos ao longo de todo o percurso académico, e assim mostrar a
sua utilidade no desenvolvimento da mesma. Dado o vasto número de áreas de atuação em que a
Efacec opera, energia, engenharia, mobilidade, foi fácil encontrar um ponto onde fosse possível
aplicar os vários conceitos lecionados na Licenciatura em Engenharia de Sistemas, nomeadamente
ao nível de gestão de projetos (planeamento do projeto), análise de matemática (funções de
cálculo), bem como desenvolvimento de software (interfaces gráficas, análise e especificação de
requisitos).

1.2 Apresentação do projeto/estágio

Este estágio na Efacec, teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma


aplicação utilizando para o efeito o software MATLAB.
Este aplicativo deveria ser capaz de fazer o registo dos dados de ensaios de ruído já
realizados, bem como de futuros ensaios, e posteriormente guardar este histórico numa base
de dados.
Posteriormente, os dados armazenados em histórico, seriam utilizados para a
realização de uma análise cuidada em que se pudesse verificar possíveis tendências e
padrões. Este histórico serviria também para realizar possíveis estudos a nível estatístico, e
numa última fase realizar uma análise mais extensa de dados e tentar encontrar o máximo de
correlações entre esses mesmos dados (data mining).
Finalmente, e depois de inseridos e tratados todos os dados, o aplicativo deveria estar
apto, a gerar se o utilizador assim o entender, um relatório de toda a atividade realizada ao

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longo da utilização da aplicação, num formato userfriendly de carácter visual organizado de


todo o estudo efetuado.
Foi também realizado um acompanhamento de testes de ruído, como forma de
percecionar como são realizados estes processos, e posteriormente foram tratados os dados
referentes a esses mesmos testes.

1.2.1 Apresentação da empresa

A Efacec, com mais de meio século de existência, surge de um pequeno fabricante de


motores, uma das mais antigas empresas portuguesas de material elétrico, a ELECTROMODERNA.
Posteriormente, associa-se à empresa francesa ACEC, Ateliers de Constrution Eletrique de
Charleroi, à CUF (companhia União Fabril) e ainda a um grupo de pequenos acionistas. Desta
união, surgiu a nomenclatura EFME, depois EFA, em 1949, passando a denominar-se Efacec no
ano de 1962, como combinação da sigla EFA com ACEC.

O crescimento da empresa e a constante inovação tecnológica levaram a que a 23 de


Junho de 1952 fossem inauguradas as novas instalações fabris da Arroteia, na freguesia de Leça
do Balio. Em 1969, as ações da Efacec chegam ao mercado de valores de Lisboa e as instalações
fabris são ampliadas para permitir a produção de transformadores de medida e de grande
potência. Já no novo milénio, a Efacec obtém um prémio no «Stock Awards 2005», em que foi
considerada a segunda melhor empresa cotada na Euronext Lisboa. Ficou também em segundo
lugar no «Investor Relations Awards 2005» referente ao prémio para o Melhor programa Global
de Investidores. Hoje em dia, o Grupo Efacec é considerado o maior Grupo Elétrico Nacional de
capitais portugueses. A Efacec está presente em mais de meia centena de países e exporta cerca
de metade da sua produção. A Efacec é composta por várias empresas nas mais diversas áreas de
negócio: Energia (Transformadores, Aparelhagem de Média e Alta Tensão e Servicing de Energia);
SPE Visual 2 Engenharia e Serviços (Engenharia, Automação, Manutenção, Ambiente e
Renováveis); Transportes e Logística.
Na Figura 1 apresenta-se um esquema com todas as unidades da Efacec:

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Figura 1- Estrutura das diversas unidades de negócio Efacec.

1.2.2 Motivação

Primeiramente a minha maior motivação pessoal na escolha da Efacec para a realização


do estágio curricular, foi o facto de esta ser uma grande e reconhecida empresa com muitos
campos de atuação. Tomei a iniciativa de contactar o Engenheiro César Vasques que para além de
professor no Instituto Superior de Engenharia do Porto, é também um colaborador da Efacec e
falei-lhe do que era a Licenciatura de Engenharia de Sistemas com intuito de conseguir um estágio
curricular.
Surgiu então da parte do engenheiro este grande desafio de trabalhar com o software
MATLAB algo que considerei como um desafio, uma vez que nunca tinha tido grande contato com
este software ao longo da Licenciatura. Assim, contudo, senti-me de imediato motivado para
aprender e tomei a decisão aliar este fator de motivação ao anteriormente referido.

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1.3 Calendarização

A concretização do estágio curricular referente à unidade curricular Projeto/Estágio


propunha uma duração de 3 meses, com presença na empresa todos os dias de segunda a sexta-
feira com um horário das 9h ás 18h, perfazendo um total obrigatório de 420 horas.
Para que fosse possível calendarizar e organizar o projeto, primeiramente foi solicitada a
realização de uma WBS- Work Breakdown Structure, apresentada na figura 2 e só posteriormente
se utilizou uma ferramenta de planeamento também utilizado na Licenciatura de Engenharia de
Sistemas na unidade curricular de Gestão de Projetos, o MS Project. Esse planeamento encontra-
se representado na figura 3.

Estágio Curricular

Iniciação Planeamento Execução Controlo Encerramento

Leitura Criação Interface Reuniões com


normas IEC gráfica orientador Aprovação da
Template Aplicação

Criação base de
Pesquisa sobre WBS dados Preenchimento Publicação
Transformadores Relatório Estágio
da Aplicação

Criação de funções
PBS de cálculo Testes á
Objectivos
Gerais Aplicação
Levantamento
Requisitos Análise e tratamento
de dados

Especificação
de dados
Ensaio de Ruído

Produção de
Relatórios

Figura 2- WBS Estágio Curricular

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Figura 3- Cronograma Estágio Curricular

1.3.1 Descrição do cronograma

Na fase de arranque do estágio e como forma de tomar contato com o tema em que iria
incidir o projeto final, foram facultados documentos que abordavam o tema de medição de ruído
nos transformadores (normalização IEC 60076-10- Determination of sound level e IEC 60076-10-1-
Determination of sound level- Aplication Guide). Foi realizada também uma pequena pesquisa
sobre transformadores com o intuito de se ter a perceção da constituição deste tipo de
equipamento. Posteriormente foram então especificados quais seriam os objetivos gerais do
estágio.
Depois de estar familiarizado com os objetivos gerais, procedeu-se à realização de um
planeamento em que foi realizada uma WBS- Work Breakdown Structure como forma de
organização do trabalho.
Foi também realizada uma PBS- Product Breakdown Structure como forma de demonstrar
que aspeto se pretendia para a aplicação. Como tal foi necessário fazer um levantamento de
requisitos e posteriormente uma especificação dos dados.
Depois da execução do planeamento cuidado das tarefas necessárias a realizar, passou-se
então à fase da execução da aplicação. Nesta fase começou-se por projetar uma possível interface
gráfica. Em seguida procedeu-se à criação de uma base de dados referentes aos transformadores
e à criação de funções que iriam ser responsáveis pelo cálculo referente ao ruído para condições

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distintas. Posteriormente aos cálculos serem efetuados, estes dados deveriam ser analisados e
tratados. Já numa fase final criou-se a opção de a aplicação incluir a possibilidade de exportar
toda a informação resultante em formato de relatório. Ao longo das diversas etapas, foram
realizados constantemente testes à aplicação, como forma de se garantir a fiabilidade dos
resultados obtidos assim como o bom funcionamento das suas funcionalidades.
A nível de controlo e monitorização, foram realizadas as habituais reuniões com o
orientador como forma de receber feedback tanto ao nível de relatório de estágio, bem como das
tarefas que iam sendo atribuídas, em paralelo também ia sendo feito um preenchimento do
relatório do estágio.
Para concluir, foi realizada uma demonstração seguida de uma posterior aprovação da
aplicação.

1.4 Organização do relatório

O presente relatório é composto por 4 capítulos. Foi desenvolvido um método de


estrutura sequencial para facilitar a compreensão de toda a evolução do projeto e do trabalho
desenvolvido.
O capitulo 1, que diz respeito à introdução, apresenta de forma introdutória como se foi
desenvolvendo e processando o estágio curricular. Nele é apresentado o projeto, bem como os
seus principais objetivos, a empresa no qual decorreu e a forma como foi planeado ao longo do
tempo, bem como a organização deste mesmo documento.
O capitulo 2 refere-se ao contexto em que está inserido o projeto de estágio, ou seja, é
feita uma breve explicação do departamento onde foi realizado o trabalho, bem como a situação
da organização no ano de 2016 e as suas receitas relativas às diferentes unidades de negócio.
Neste capítulo é também feito um enquadramento do problema e as diversas tecnologias
utilizadas de apoio ao trabalho realizado.
O capítulo 3 é referente às atividades que foram desenvolvidas ao longo do estágio
curricular, nomeadamente a leitura e perceção dos aspetos mais importantes da normalização
IEC, a posterior realização de um relatório em Excel que automatizasse o cálculo de um ensaio de
ruído, seguindo a normalização existente, e por último o desenvolvimento da aplicação em
MATLAB.
O capítulo 4, refere-se às conclusões de todo o trabalho desenvolvido, dos objetivos
cumpridos e sugestões de trabalho futuro que trariam vantagens para a Efacec.

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2 Contexto

2.1 Área de negócio

O projeto decorreu na EFACEC, mais concretamente no Departamento de Investigação e


Desenvolvimento de Transformadores que é responsável por:

• Monitorizar os desenvolvimentos tecnológicos do mercado e propor uma visão


tecnológica para o futuro do negócio dos Transformadores, antecipando tendências de
mercado;

• Coordenar projetos de IDI e estudos especiais para conceção de novos projetos;

• Promover a relação com os Clientes e Fornecedores durante o desenvolvimento de novos


produtos;

• Criar conhecimento técnico em áreas consideradas de interesse para a estratégia da UN,


designadamente via acompanhamento/ participação em Comités Técnicos e workgroups;

• Participar na definição da estratégia de Tecnologia e Inovação, e a validação do Plano


Estratégico de Desenvolvimento Tecnológico (PEDT), em articulação com a Gestão de
Tecnologia (Serviços Corporativos);

• Identificar e gerir financiamento para propostas de investigação, em articulação com a


Gestão de Tecnologia (Serviços Corporativos);

• Desenvolver, coordenar e implementar metodologias, processos e aplicações de apoio ao


ID, em articulação com a Gestão de Tecnologia (Serviços Corporativos);

• Coordenar a atividade de ID de novas soluções/produtos;

• Participar em grupos externos de desenvolvimento de tecnologia, em articulação com a


Gestão de Tecnologia (Serviços Corporativos).

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2.2 Efacec em 2016

Pela observação da tabela 1 e da figura 4, pode-se ter uma perspetiva da situação da


organização no ano transato, bem como quais são as unidades de negócio que geram mais
receita.

Tabela 1- Efacec em 2016

Em Em receitas De EBITDA De EBT Nível de


encomendas satisfação de
clientes

406,2 M€ 431,5 M€ 34,9 M€ 8,0 M€ 77%

Figura 4- Receitas por unidade de negócio (em milhões de Euros)

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2.3 Enquadramento do problema

Este trabalho surgiu sobretudo de uma necessidade que se verificou existir na


organização, que foi o simples fato de existir informação bastante dispersa relativamente aos
ensaios de ruído de transformadores.
Como tal, surgiu a ideia de se elaborar uma aplicação em MATLAB que fosse capaz
organizar e armazenar toda essa informação anteriormente mencionada.
Um dos maiores problemas aquando da realização de algo desta envergadura é perceber
a importância de quais os requisitos fulcrais para análise, uma vez que existe bastante
informação, mas com inferior relevância para o processo.

2.4 Tecnologias utilizadas

O software maioritariamente utilizado foi o MATLAB versão 2017, uma vez que esta
versão dispunha de uma funcionalidade que não existia em versões anteriores que era o App
Designer.
O App Designer, permitia desenvolver interfaces gráficas mais ricas, apesar de que o
MATLAB já dispunha também de uma funcionalidade para esse efeito que era o GUIDE (Guide
User Interface Development Environment), contudo este ambiente de desenvolvimento não se
encontrava equipado com determinados componentes mais recentes já presentes no App
Designer. Para a realização de outras atividades paralelas à aplicação foram utilizadas outras
tecnologias como:

• MS Project (Planeamento do trabalho);


• Microsoft Excel (automatização de dados referentes ao ensaio de ruído);
• BZ5503- Measurement Partner Suite (software utilizado para processar dados medidos);

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3 Atividades desenvolvidas

3.1 Normalização IEC 60076-10 e 60076-10-1

No âmbito do estágio curricular, como forma de tomar contacto com a normalização


existente no que diz respeito a medições de ruído, foi solicitada a realização de uma apresentação
em formato PowerPoint (Anexo 1), que demonstrasse de maneira geral o conteúdo e aplicação
destas normas internacionais.

A normalização estudada foi:


• IEC 60076-10- Determination of sound level;
• IEC 60076-10-1- Determination of sound level- Aplication Guide;

A norma IEC 60076 define os métodos de medição de pressão e intensidade de ruído


pelos quais os transformadores de potência e os seus dispositivos de refrigeração são
determinados.
Estes métodos são aplicáveis quer os dispositivos de refrigeração estejam acoplados ou
separados dos transformadores.
Esta norma é maioritariamente direcionada para as medições realizadas em fábrica. As
condições no local podem ser diversas, dependendo da proximidade dos objetos, incluindo
também a presença de outros transformadores. Esta norma é também aplicável a
transformadores em serviço.
Por sua vez a norma IEC 60076-10-1 serve de suporte informativo, como forma de apoio
aos compradores ao aplicarem as técnicas de medição descritas na norma IEC 60076-10. Para
além de uma introdução de alguns termos básicos da acústica, também são descritas as
características e as fontes de ruído dos transformadores.
Serve também de guião prático quando são realizadas medições, e possíveis fatores que
possam influenciar a precisão dos resultados obtidos. Este guião também indica o porquê da
discrepância que por vezes possa ocorrer nos valores medidos em fábrica e em serviço.

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3.2 Teste de ruído

Como forma de tomar contato com a parte laboratorial, foi realizada uma visita ao
laboratório, onde foi possível assistir a um teste de ruído de um transformador.
Estes testes são realizados com o intuito de se perceber se o ruído associado a um
determinado transformador se encontra dentro dos parâmetros especificados como garantidos.
Previamente à realização de um ensaio, são especificados determinados parâmetros que
irão constar posteriormente no relatório do ensaio de ruído sendo eles:

• Referência do transformador;
• Norma;
• Tipo de arrefecimento;
• Frequência;
• Distância;
• Tensão nominal;
• Altura à tampa;
• Perímetro;
• Equipamento de medição.

Estes parâmetros podem variar de ensaio para ensaio consoante o que é especificado em
fase de proposta, nomeadamente:

• A norma que foi adotada para a efetuação da medição do ruído;

• Tipo de arrefecimento que pode ser (ONAN/ONAF), sendo que ONAN refere-se a um
regime de arrefecimento de óleo natural e ar natural, enquanto que ONAF é referente a
óleo natural e ar forçado;

• Frequência de excitação que tipicamente toma valores de 50 ou 60 Hz;

• Distância, diz respeito à distância de cada ponto em relação ao objeto de medição


tomando tipicamente valores de (0.3 m, 1 m, 2 m);

• Tensão nominal, é o valor a que um determinado aparelho deve ser ligado para operar
corretamente e tipicamente é expresso em volts (V) ou quilovolts (kV). Este parâmetro é
definido pelo fabricante do equipamento;

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• Altura à tampa, varia consoante o transformador em questão e diz respeito à altura desse
mesmo transformador da base ao topo;

• Perímetro, é o número de pontos que irão ser percorridos pelo microfone;

• Equipamento de medição, diz respeito ao modelo de microfone utilizado para efetuar a


medição.

Após a definição de todos estes parâmetros estarem definidos, dá-se início ao ensaio de
ruído utilizando o procedimento point-by-point, que consiste em realizar medições de ruído
posicionando um microfone ao longo do perímetro previamente especificado, e em pontos
igualmente espaçados e a não mais que um metro de distância.
Primeiramente é feita a medição do ruído ambiente inicial (𝐿𝑏𝑔𝐴𝑖𝑛 ), expresso em dB
(decibel), onde são medidos apenas dez pontos, isto por se tratar de um mínimo de pontos que a
norma especifica para a medição do ruído de fundo.
Depois de realizada a medição do ruído ambiente inicial, é feita então a medição do ruído
do transformador (𝐿𝑃𝐴0 ), sendo que esta medição já é realizada passando por todos os pontos
previamente estabelecidos no perímetro, começando no ponto inicial e terminando no último
ponto sendo registado o valor associado a cada ponto. Relativamente a esta medição, poderá
existir a necessidade de realizar uma medição a 1/3 de altura e a 2/3 de altura respetivamente,
caso o transformador tenha uma altura acima dos 2,5 metros, caso contrário a medição é feita a
1/2 de altura, isto seguindo a normalização existente.
Por último é realizada a medição do ruído ambiente final (𝐿𝑏𝑔𝐴𝑓𝑖𝑛 ), sendo adotado o
mesmo princípio de medição do ruído ambiente inicial (𝐿𝑏𝑔𝐴𝑖𝑛 ), ou seja, volta-se a medir os
mesmos de pontos previamente medidos.

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Na figura 5, pode-se verificar um exemplo típico dos resultados obtidos de um ensaio.

Figura 5- Exemplo dos resultados obtidos de um Ensaio

Pela observação da figura 5, é possível notar que são apresentados uns valores na secção
dos resultados do ensaio. Para se proceder ao cálculo desses mesmos resultados do ensaio
apresentados na figura 5, é necessário utilizar o formulário existente na norma IEC 60076- 10 –
Determination of sound level, apresentado no anexo 2.

3.2.1 Automatização do cálculo de um ensaio de ruído

No âmbito do estágio, como anteriormente referido depois de ter sido possível assistir a
um teste de ruído, foi proposta a realização de uma folha de cálculo Excel de forma a automatizar
os dados referentes a esse mesmo ensaio observado e que de replicasse um relatório modelo da
norma IEC 60076-10 – Determination of sound level, apresentado no anexo 3.

16 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

O relatório de ensaio facultado para análise, representado na tabela 2, dispunha das


seguintes especificações:

• Referência do transformador
• Norma (IEC 60076-10)
• Tipo de arrefecimento (ONAN)
• Frequência (50 Hz)
• Distância (1 m)
• Tensão nominal (21000 V)
• Altura à tampa (2,5 m)
• Perímetro (19 m)
• Equipamento de medição (BRUEL & KJAER tape 2270 nºP78102 – microfone B&K 4190 nº
P78309)

Tabela 2- Apresentação dos dados fornecidos relativos à medição observada

Pela observação da tabela 2, é possível denotar que os valores fornecidos para o ruído de
fundo inicial são apresentados por (M1 até M10), aplicando-se o mesmo para o ruído de fundo
final (M61 até M70), bem como para o ruído do transformador (M231 até M249).

Diogo Miguel Pereira Branco 17


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Estes valores surgem das medições realizadas através do microfone que se encontra
ligado a um dispositivo representado na figura 6, que é responsável por registar essas medições
em determinadas posições de memória, para que posteriormente possam ser visualizadas num
software BZ5503- Measurement Partner Suite.

Figura 6- Dispositivo que regista os valores das medições

O software BZ5503- Measurement Partner Suite, é o principal aplicativo para processar


dados medidos com o Tipo 2250, Tipo 2250-L (2250 Light), Tipo 2250-M (2250 usado com
MATRON 3 Light) ou Tipo 2270. O aplicativo pode exportar para todos os principais Brüel & Kjær
Environmental aplicações de software como o Noise Explorer Type 7815, o Evaluator Type
7820/21, o Protector Type 7825 ou o Qualifier Type 7830/31.
Os dados medidos visualizados neste software encontram-se representados na figura 7.

Figura 7- Visualização dos dados medidos no software BZ5503- Measurement Partner Suite

18 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Como se pode verificar na figura 7, os dados encontram-se associados a determinadas


posições de memória (a001…etc…), e são essas posições de memória que vão servir de suporte
para retirar a informação necessária para tratar os dados fazendo-se assim corresponder o valor
a001 a M1 representado na tabela 2, e assim em diante.
Também pela observação da figura 7, podemos também verificar que os resultados são
apresentados em bandas de 1/3 de oitava (desde 12.5 Hz até 20KHz).

3.2.1.1 Exportação dos dados do software BZ5503- Measurement Partner Suite

O software BZ5503- Measurement Partner Suite, permite ao utilizador que seja feita a
exportação dos dados para uma folha de Excel, como se pode verificar na figura 8, permitindo
também ao utilizador selecionar o que pretende exportar como demonstrado na figura 9, o que
torna tudo mais amigável no que diz respeito a ter acesso aos dados pretendidos para análise.

Figura 8- Opção exportar dados para Excel

Diogo Miguel Pereira Branco 19


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Figura 9- Opções para exportação de dados

Pela observação da figura 10, podemos verificar que depois de se realizar a exportação
dos dados do software BZ5503- Measurement Partner Suite para o Excel, são fornecidas 4 sheets
de acordo com o que foi previamente selecionado para exportação (TotalBB, TotalSpectra, Setup,
TotalLN), contudo para a construção da folha de cálculo apenas se utilizou a sheet TotalSpectra,
que fornece os valores medidos para cada banda de frequência (𝐿𝐴𝑒𝑞 ).

Figura 10- Folha de Excel exportada do software BZ5503

20 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Ultrapassada esta fase de exportação dos dados necessários para a realização da folha de
cálculo no Excel, foi então criada a respetiva folha Excel seguindo o formato apresentado na
norma IEC 60076-10, com as respetivas folhas auxiliares que iriam servir como cálculos auxiliares
para o preenchimento da folha principal apresentada no anexo 4.

3.2.1.2 Funções Excel utilizadas para automatizar o cálculo

As funções Excel maioritariamente utilizadas para aceder aos valores provenientes da exportação
dos dados provenientes da folha de Excel TotalSpectra necessários para proceder ao cálculo final
representado na figura 9 foram:

• PROCV (valor_procura, matriz_tabela, índice_col, procurar_intervalo);


• PROCH (valor_procura, matriz_tabela, índice_lin, procurar_intervalo);

Em que os argumentos são:

valor_procura

O valor a encontrar na primeira coluna da matriz.

matriz_tabela

A tabela de informações na qual os dados são procurados.

índice_col

O número da coluna na matriz_tabela para o qual o valor correspondente deve ser devolvido.

índice_lin

O número da linha na matriz_tabela para o qual o valor correspondente deve ser devolvido.

procurar_intervalo

É um valor lógico que especifica se quer localizar uma correspondência exata ou aproximada.

Se VERDADEIRO ou omitido, será devolvida uma correspondência aproximada, por outras


palavras, se não for encontrada uma correspondência exata, o maior valor seguinte inferior ao
valor_procura será devolvido. Se FALSO, PROCV irá encontrar uma correspondência exata. Se uma
correspondência exata não for encontrada, será devolvido o valor de erro #N/A.

Diogo Miguel Pereira Branco 21


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3 Desenvolvimento Aplicação MATLAB


3.3.1 Análise e Especificação

3.3.1.1 PBS (Product Breakdown Structure)

Depois de discutido o aspeto que deveria tomar a interface gráfica da aplicação, foi
desenvolvida uma PBS (Product Breakdown Structure) que se encontra representada na figura 11,
que é uma árvore hierárquica de todos os componentes que constituem o produto objeto do
projeto.

TransData

Data Specification Calculated Measured Analysis Report

Dados Cálculo Resultados


Abrir Ficheiro
Especificação Dados Ensaio Gráficos
load PDF

Ref. Cálculo
Alterar dados
Transformadores No-load

Visualizar/Alterar Guardar dados


dados

Guardar dados

Diretório Ficheiro

Figura 11- Product Breakdown Structure TransData

Pela observação da PBS, ficou então definido que a aplicação deveria ser constituída por seis
separadores:

• Data;
• Specification;
• Calculated;
• Measured;
• Analysis;
• Report.

22 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3.2 Requisitos dos separadores

No separador Data, deveria ser possível o utilizador abrir um ficheiro e receber de


imediato o diretório correspondente a esse ficheiro como forma de orientação da localização do
ficheiro em que está a trabalhar.
Tendo sido então selecionado o ficheiro de dados em questão, o utilizador deveria ser
capaz de visualizar os dados referentes a um determinado transformador, e se assim o desejasse
poderia alterar dados e voltar a guardá-los no ficheiro respectivo.
No separador Specification, um pouco à semelhança do que se verifica no separador Data,
deveria ser possível visualizar dados de um determinado transformador, mas ao contrário do que
sucede no separador Data onde todos os dados podem ser visualizados, no separador
Specification, apenas devem surgir dados relativos à especificação. De realçar que neste
separador é também permitido ao utilizador alterar e voltar a guardar os dados.
Por sua vez, o separador Calculated, deveria estar habilitado a fazer o cálculo do ruído
para um determinado transformador servindo-se das caraterísticas desse mesmo transformador
anteriormente visualizadas tanto no separador Data, como no separador Specification. O cálculo é
realizado para dois tipos de condições: load e no-load (carga e sem carga), seguindo a
normalização existente.

A formulação utilizada para estimar o nível de potência sonora dos transformadores em


condições de carga:

LW = 39 + 18x log(TR/RR)

Em que:

TR – Transformer rating
RR – Reference rating

A formulação utilizada para estimar o nível total de pressão sonora dos transformadores a uma
distância de 0,3 m em condições de carga foi a seguinte.

dB0,3m = D + S - FC - MS - YL
D = 21xB + 31.9
S = -27 + 20log(E/25.4)

Diogo Miguel Pereira Branco 23


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Em que:

B – Magnetic flux density (Tesla)


E – Clearance between axis (mm)
FC – Frequency correction (50Hz => 3 dB)
MS – Magnetic sheet correction (M0H30 => 5 dB)
YL – Yoke diameter to leg diameter relation (fyoke /fleg = 1 => 2 dB)

O separador Measured, seria o responsável por permitir a visualização de um ensaio de


ruído.
O separador Analysis, era o separador em que deveria ser possível verificar tendências da
potência e da indução dos transformadores com o ruído tando calculado como medido.
Por último o separador Report, deveria permitir ao utilizador se este assim o desejar fazer
um relatório em formato PDF do que visualizou na aplicação.

3.3.3 Desenvolvimento da interface gráfica

Posteriormente a estar encerrado o capítulo que dizia respeito aos requisitos que
deveriam constar a aplicação, procedeu-se ao desenvolvimento da mesma utilizando o MATLAB.
Depois de alguma pesquisa efetuada chegou-se à conclusão que era possível desenvolver
aplicações no MATLAB de algumas maneiras distintas:

• Utilizando o GUIDE;
• Utilizando funções do MATLAB para se criar aplicações de forma programática;
• Utilizando o App Designer;

3.3.3.1 Utilizando o GUIDE

GUIDE é um ambiente onde se pode arrastar e soltar determinados componentes para se


criar interfaces gráficas. Permite que seja feita a codificação desses mesmos componentes, no
editor MATLAB para que estes tenham determinados comportamentos. O GUIDE permite exibir
qualquer tipo de gráfico MATLAB e fornece vários componentes interativos, incluindo menus,
barras de ferramentas e tabelas. Use esta abordagem para criar aplicações simples.

24 Diogo Miguel Pereira Branco


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Figura 12- MATLAB GUIDE interface

3.3.3.2 Utilizando funções do MATLAB para se criar aplicações de forma


programática

Outra solução em detrimento do uso do GUIDE, passa pela utilização de código para
projetar o layout e o comportamento da aplicação, usando para o efeito funções do MATLAB.
Nesta abordagem, o responsável pela criação da aplicação cria um figura e componentes
interativos para serem colocados nessa mesma figura programaticamente.

Figura 13- Exemplo de uma aplicação simples desenvolvida programaticamente

Diogo Miguel Pereira Branco 25


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3.3.3 Utilizando o App Designer

O App Designer introduzido apenas nas versões R2016a e R2017a, à semelhança do


GUIDE, é também um ambiente rico onde se podem arrastar e soltar diversos componentes
consoante o necessário. As visualizações do layout e do código encontram-se vinculadas para que
as alterações que sejam feitas num afetem de imediato o outro.
O App Designer apresenta um conjunto maior de componentes interativos incluindo:
medidores, lâmpadas, botões e interruptores. A maioria dos gráficos e imagens 2D são
suportados, contudo outros recursos gráficos não estão disponíveis por se tratar de uma versão
ainda muito recente no MATLAB.

Figura 14- Exemplos de componentes no App Designer

Uma vez que seria mais acessível construir a aplicação escolhendo os componentes e
programando de acordo com o que seria necessário, exclui-se a opção de utilizar as funções
MATLAB para programar tudo de raiz.
Sobraram então as opções de utilizar o GUIDE ou o App Designer para o desenvolvimento
da aplicação.

26 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3.3.4 App Designer vs. GUIDE

O App Designer como anteriormente referido, é um ambiente bastante rico no que diz
respeito a conceber aplicações. Apesar de disponibilizar componentes semelhantes aos dos
fornecidos no GUIDE, o processo de desenvolvimento de aplicações é um tanto diferente em
termos de gráficos suportados, código gerado, acesso aos componentes, código dos callbacks (são
funções que fazem um componente responder à interação com o utilizador como por exemplo
clicar num botão), e o próprio plot (representações gráficas de dados) dos componentes é
diferente. A tabela 3 é representativa de algumas diferenças verificadas entre o GUIDE e o App
Designer.

Tabela 3- Diferenças entre o GUIDE e o App Designer

Diogo Miguel Pereira Branco 27


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3.3.5 Escolha do App Designer

Depois de bem definidos os requisitos da aplicação e analisadas as diferenças entre o


GUIDE e o App Designer, optou-se por utilizar o App Designer, muito por força de ser um
ambiente mais rico em componentes e também por se mostrar ser um ambiente acessível de
trabalhar.
Outra das grandes razões que influenciou na escolha do App Designer em detrimento do
GUIDE para desenvolver a aplicação foi o fato de um dos pré-requisitos para a aplicação ser esta
comtemplar separadores, o que depois de bastante pesquisa se mostrou ser bastante mais
complexo de realizar utilizando o GUIDE, isto porque apesar de ser possível fazer os separadores
no GUIDE era bem mais complicado uma vez que estes tinham de ser programados de raiz e
mesmo assim não eram tão apelativos em termos de design. Ao contrário do GUIDE o App
Designer já trazia os separadores como um componente o que era muito mais acessível, e daí
também a razão maioritária de se optar pelo App Designer.

3.3.3.6 Iniciar o App Designer

Existem dois métodos para iniciar o App Designer:

• Na linha de comandos do MATLAB, escrevendo appdesigner.


• Na Home tab, selector New > App > App Designer.

Depois de iniciar o App Designer, o aspeto da interface que irá surgir será o que se encontra
representado na figura 15.

28 Diogo Miguel Pereira Branco


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Figura 15- Interface do App Designer

Pela observação da figura 5 podemos reparar que o App Designer apresenta no seu ambiente:

1. Component Library, é a lista de componentes disponíveis para desenvolver uma


aplicação;

2. Layout, é a zona onde devem ser colocados os componentes selecionados;

3. Design View/ Code View, é esta secção que torna tudo mais acessível uma vez que é
permitida uma rápida transição entre o design e o código que vai sendo gerado aquando
da colocação dos diferentes componentes para posterior alteração consoante as
necessidades;

4. Component Browser, são aqui visualizados todos os componentes que estão a ser
utilizados e onde o utilizador pode alterar o nome desses mesmos componentes de forma
a perceber com que componente está a trabalhar;

5. Component Properties, aqui é onde é permitido especificar diferentes propriedades para


cada componente;

Diogo Miguel Pereira Branco 29


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3.3.3.7 Componentes existentes no App Designer

O App Designer providencia bastantes componentes para o desenvolvimento da interface


gráfica de uma aplicação. A tabela 4 sugere que componentes devem ser utilizados baseado no
que se pretende atingir com determinado componente.

Tabela 4- Componentes App Designer

Objetivos Componentes sugeridos


Dados Gráficos Axes (2D)
Obter entrada numérica Numeric edit field or spinner
Obter entrada de texto Text edit field or text area
Exibir tabela de dados Table
Permitir execução de um comando Button
Permitir seleção entre estados exclusivos Check box, state button, switch components
Permitir seleção entre 2 ou mais opções Drop-down, list box, radio or toggle button
group, or discrete Knob
Indicar o estado visualmente Lamp
Fornecer exibição numérica Gauge
Organizar componentes Label, Tab Group or panel

Como anteriormente especificado começou-se então por colocar os separadores,


utilizando o componente Tab Group no Design View como os títulos associados como se pode
verificar na figura 16.

Figura 16- Design View com os separadores

30 Diogo Miguel Pereira Branco


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3.3.3.8 Escolha de componentes para desenvolvimento da aplicação

Posteriormente aos separadores estarem inseridos, partiu-se para o desenvolvimento da


interface gráfica referente a cada separador.

Separador Data

Posteriormente aos separadores estarem inseridos, partiu-se para o desenvolvimento do


separador Data, demonstrado na figura 17.
Este separador encontra-se equipado com os seguintes componentes: Radio Button
Group (Menu), 3 Buttons (Open, Save Data e Add Row), um Drop-down onde irão surgir opções
para seleção, um EditField onde irá surgir um texto referente à localização de um determinado
ficheiro, um Label com o nome de diretório, e uma Table onde irão ser visualizados dados.

Figura 17- Separador Data interface gráfica

Diogo Miguel Pereira Branco 31


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Separador Specification

Um pouco à semelhança do que se verifica no separador Data, e por se tratar de um


separador que irá ter funções semelhantes ao do separador Data, este separador Specification
contém: um Radio Button Group (Options), uma List Box onde irão surgir também opções para
escolha, uma Table para visualização de dados, e também um EditField com texto referente à
localização de um determinado ficheiro, e um Label com o nome de diretório.
Na figura 18, pode-se verificar a interface gráfica relativa ao separador Specification.

Figura 18- Separador Specification interface gráfica

32 Diogo Miguel Pereira Branco


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Separador Calculated

Neste separador, representado na figura 19, que estará associado ao cálculo optou-se
pela utilização dos seguintes componentes: Drop-down para seleção de uma opção, um Button
(Save Data), um Panel (Results) que irá conter dois Buttons (Sound Pressure/Power Level), dois
labels com o nome de no-load e load conditions, e por último dois Numeric Edit Fields onde irão
surgir os resultados de cálculos.

Figura 19- Separador Calculated interface gráfica

Diogo Miguel Pereira Branco 33


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Separador Measured

Sendo este o separador responsável pela demonstração dos dados de ensaios optou-se
por colocar os seguintes componentes: Button (Open File) que servirá para abrir o ficheiro que se
pretende observar, e uma Table para que possam ser reproduzidos os dados referente a esse
mesmo ficheiro.
Pode-se verifica o aspeto do separador Measured na figura 20.

Figura 20- Separador Measured interface gráfica

34 Diogo Miguel Pereira Branco


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Separador Analisys

Com o intuito de se fazer representações gráficas comparativas de determinados


parâmetros, optou-se por colocar neste separador os seguintes componentes: um Panel, dois
Buttons (Flux vs. Noise e Power vs. Noise) inseridos no Panel, e um Axes onde irão surgir umas
representações gráficas. Pode-se observar a interface gráfica deste separador na figura 21.

Figura 21- Separador Analisys interface gráfica

Diogo Miguel Pereira Branco 35


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3.4 Implementação e testes (colocação em serviço)

Posteriormente ao encerramento, no que diz respeito à interface gráfica de cada


separador, foram voltadas as atenções para a implementação das funcionalidades de cada
componente associado a um determinado separador, e ao longo deste processo foram testadas
as diversas funcionalidades. O código associado a cada componente encontra-se apresentado do
anexo 5 ao anexo 9.

3.3.4.1 Funcionalidades do separador Data

O utilizador depois de ter selecionado o ficheiro que pretende trabalhar, irão surgir as
diferentes referências relativas a um determinado transformador (E1110383A, E1110382A), bem
como o diretório do ficheiro que foi selecionado.
Posteriormente ao utilizador tomar a opção da referência do transformador, irão então
surgir todos os dados referentes a esse mesmo transformador como se pode verificar na figura
22.

Figura 22- Separador Data em funcionamento

36 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

O utilizador tem então a opção de alterar os valores que desejar na tabela e guardar esses
mesmos valores no ficheiro em que está a trabalhar, exemplo verificado na figura 23.

Figura 23- Alteração de dados no separador Data

Pressionando o botão “Save Data” surge uma janela como demonstrado na figura para que possa
ser guardada a nova informação posteriormente inserida.

Figura 24- Guardar ficheiro separador Data

Diogo Miguel Pereira Branco 37


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Essa nova alteração é então guardada no ficheiro Excel (base de dados), como se pode verificar na
figura 25.

Figura 25- Novo valor guardado na base de dados

Pressionando o botão “Add Row” uma nova linha é criada onde podem ser acrescentados novos
dados, como representado na figura 26.

Figura 26- Inserção de nova linha no separador Data

38 Diogo Miguel Pereira Branco


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Pela observação da figura 27, pode-se verificar que os dados são corretamente guardados na base
de dados.

Figura 27- Novos dados guardados na base de dados

3.3.4.2 Funcionalidades do separador Specification

Neste separador o utilizador pode apenas visualizar os dados referentes apenas à


especificação dos transformadores, sendo o princípio o mesmo do separador Data onde o
utilizador seleciona a referência do transformador que quer trabalhar e posteriormente são
apresentados os dados, como verificado na figura 28, sendo também possível adicionar e guardar
novos dados à semelhança do que sucede no separador Data.

Diogo Miguel Pereira Branco 39


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Figura 28- Separador Specification visualização de dados

3.3.4.3 Funcionalidades do separador Calculated

Neste separador é onde são realizados os cálculos do ruído dos transformadores tendo
por base dois tipos de condições: load (condição de carga) e no-load (condição sem carga),
anteriormente mencionados no capítulo 3.3.2- Requisitos dos separadores.

Na figura 29, posteriormente ao utilizador optar por um transformador segundo a sua


referência, são então calculados os valores de ruído para o transformador em questão, tendo por
base as suas caraterísticas, sendo que os valores apresentados se encontram expressos em dB
(decibel).

40 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Figura 29- Cálculo do ruído no separador Calculated

Posteriormente ao cálculo ser efetuado, os utilizadores dispõem da opção de guardar esses


valores previamente calculados na base de dados, como se representado na figura 30.

Figura 30- Dados calculados guardados na base de dados

Diogo Miguel Pereira Branco 41


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

3.3.4.4 Funcionalidades do separador Measured

Neste separador é a secção onde se pode visualizar os dados relativos aos ensaios de ruído de um
determinado transformador, como demonstrado na figura 31.

Figura 31- Visualiazação de um ensaio de ruído

3.3.4.5 Funcionalidades do separador Analisys

Neste separador o utilizador tem as opções de verificar o comportamento da indução e da


potência de um transformador com o ruído (calculado e medido), como apresentado na figura 32
e 33 respetivamente.

42 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Figura 32- Representação gráfica indução vs ruído

Figura 33- Representação gráfica potência vs ruído

Diogo Miguel Pereira Branco 43


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4 Conclusões

Após a conclusão do Projeto/Estágio e como forma de reflexão pretende-se fazer uma


análise sobre o trabalho desenvolvido, bem como os resultados obtidos e as maiores dificuldades
que foram surgindo ao longo do projeto.

O trabalho desenvolvido ao longo do Projeto/Estágio tinha como grande desafio a


aplicação de conhecimentos, adquiridos ao longo de todo o percurso académico, assim como a
compreensão dos vários processos que decorrem na empresa Efacec ao nível dos
transformadores, de forma a detetar oportunidades de melhoria às necessidades da organização.
Foi possível tomar contato com a normalização que tem de ser cumprida aquando da realização
de testes de ruído nos transformadores, bem como percecionar como são realizados os relatórios
desses mesmo ensaios, e desenvolver uma aplicação que conjugasse alguns desses conceitos.
O Projeto/Estágio apresentava como principais objetivos o desenvolvimento de uma
aplicação em MATLAB que cumprisse determinados requisitos previamente definidos, tendo por
base alguns aspetos abordados na normalização IEC 60076-10- Determination of sound level e no
próprio relatório relativo aos ensaios de ruído também apresentado nessa mesma normalização.
Concluído o projeto e fazendo uma introspetiva do trabalho realizado, pode-se considerar
que os objetivos inicialmente definidos foram quase todos atingidos, isto porque não foi possível
a implementação de um dos requisitos da aplicação (implementação do separador Report), pelo
simples fato de o tempo de estágio ser finito. Deste modo, levando em consideração o tema de
projeto proposto e os objetivos gerais a ele subjacentes pode-se considerar que foram cumpridos
os seguintes pontos:

• Compreensão da normalização IEC 60076-10 e 60076-10-1;


• Realização de uma folha Excel seguindo o modelo de relatório da normalização referente
aos ensaios de ruído como forma de automatização do cálculo;
• Compreensão do software MATLAB em termos de desenvolvimento de aplicações;
• Implementação na aplicação em MATLAB dos requisitos solicitados para os separadores:
Data, Specification, Measured, Calculated e Analysis;
• Melhor compreensão do procedimento experimental de realização de testes de ruído em
transformadores através do acompanhamento dos mesmos.

44 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Durante o período de estágio foram surgindo algumas limitações e dificuldades que por
sua vez, foram sendo contrariadas recorrendo a outros caminhos para chegar ao mesmo fim.
Estas limitações deveram-se ao fato de o MATLAB ser uma ferramenta poderosa e com a qual
nunca tinha tido grande contato, e como tal foi sempre necessário um esforço adicional
primeiramente para me ambientar com o software e assim cumprir com as tarefas que iam sendo
solicitadas. Outra das limitações bem patentes ao longo do estágio, foi interpretar o conteúdo
que seria mais relevante, mencionado na normalização, que seriam fulcrais tanto para o
desenvolvimento da aplicação como para a construção do relatório de ensaio de ruído em Excel.
Como trabalho futuro, fica a implementação do separador Report, que seria o responsável
por gerar relatórios do que foi visualizado ao longo da aplicação, bem como melhorias ao nível do
design da aplicação em geral. Ao nível do relatório de ensaio de ruído desenvolvido em Excel,
como forma de automatização do cálculo, existem sempre possíveis melhorias que podem ser
implementadas de forma a automatizar cada vez mais o processo em questão.

Em modo de apreciação final, apesar de todas as limitações e dificuldades, considera-se


que toda a experiência foi sem dúvida única e enriquecedora, não só pela experiência, mas
também pela oportunidade de integrar um ambiente empresarial e tomar contato com algumas
das situações que diariamente ocorrem, e aliado a isso o fato de se puder aplicar alguns dos
conceitos adquiridos ao longo de todo o percurso académico e mostrar o que um futuro
Engenheiro de Sistemas pode acrescentar de valor no mercado de trabalho.
Relativamente à Efacec, e fazendo uma apreciação geral, considera-se que a experiência
foi bastante enriquecedora visto que permitiu um desenvolvimento tanto ao nível profissional,
como a nível pessoal em termos de autonomia.
Tendo em conta o trabalho desenvolvido, este pode ser avaliado como vantajoso para a
empresa, uma vez que automatiza processos que são realizados numa fase diária e que tornou
célere o processo de tomada de decisão.

Diogo Miguel Pereira Branco 45


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

5 Bibliografia

[1] IEC, IEC 60076-10 - Determination of sound level (ed2), 2016.

[2] IEC, IEC 60076-10 - Sound level applic guide (ed2), 2016.

[3] "The MathWorks, MATLAB App Building, 2017.

[4] [Online]. Available: http://www.efacec.pt/en/.

[5] “Mathworks,” [Online]. Available: https://www.mathworks.com.

46 Diogo Miguel Pereira Branco


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Anexo 1
Apresentação PowerPoint
normalização IEC

Diogo Miguel Pereira Branco 47


Notação e Glossário

48 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 2
Formulário normalização IEC
60076-10- Determination of
sound level

Diogo Miguel Pereira Branco 49


Notação e Glossário

50 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 3
Relatório modelo da norma
60076-10- Determination of
sound level

Diogo Miguel Pereira Branco 51


Notação e Glossário

52 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 4
Folha final do cálculo de um
ensaio de ruído

Diogo Miguel Pereira Branco 53


Notação e Glossário

Rated Rated In operation Excitation Prescribed Surface area Surface


voltage current Tap Position Distance [m] Height [m]
frequency [Hz] contour [m] [m2] measure [dB]
[%] [%]
Fans Pumps
50 1 19 2.5 59.4 17.7

initial LbgA- LpA0- higher


Frequency initial LbgA final LbgA LpA0 A* K LpA LWA
final LbgA LbgA

[Hz] dB[A] dB[A] dB[A] dB[A] dB[A] [m2] [dB] dB[A] dB[A]

Total sound level 50.4 50.2 0.2 66.0 36.6 64.9 82.6

63
125
250
Octave band

500
1 000
2 000
4 000
8 000
50 23.1 22.2 0.9 25.7 2.5 788.5 1.1 24.2 41.9
63 25.3 24.1 1.2 27.4 2.2 788.5 1.1 26.1 43.8
80 29.8 30.0 -0.2 30.2 0.2 788.5 1.1 28.9 46.7
100 30.8 31.2 -0.4 36.5 5.3 788.5 1.1 35.3 53.1
125 33.2 33.0 0.1 34.9 1.7 788.5 1.1 33.7 51.4
160 37.8 37.5 0.3 39.7 1.9 788.5 1.1 38.5 56.2
200 40.2 40.0 0.2 42.7 2.5 788.5 1.1 41.6 59.3
250 38.6 39.2 -0.6 43.9 4.7 788.5 1.1 42.8 60.5
315 39.3 39.0 0.3 49.2 9.9 788.5 1.1 48.1 65.8
400 41.1 41.1 0.0 50.1 9.0 788.5 1.1 49.0 66.7
500 40.7 40.8 -0.1 53.8 13.0 788.5 1.1 52.7 70.4
630 39.8 39.3 0.5 57.6 17.8 788.5 1.1 56.4 74.2
1 / 3 Octave band

800 40.2 40.4 -0.2 53.2 12.7 788.5 1.1 52.0 69.8
1000 38.8 39.4 -0.7 53.5 14.1 788.5 1.1 52.3 70.1
1250 37.3 36.7 0.6 53.8 16.5 788.5 1.1 52.7 70.4
1600 38.8 37.7 1.1 53.9 15.1 788.5 1.1 52.8 70.5
2000 34.8 34.1 0.7 56.6 21.8 788.5 1.1 55.5 73.2
2500 33.1 30.1 3.0 53.2 20.1 788.5 1.1 52.1 69.8
3150 29.9 26.9 2.9 55.2 25.4 788.5 1.1 54.1 71.8
4000 26.9 23.4 3.6 56.5 29.6 788.5 1.1 55.3 73.1
5000 24.1 19.5 4.6 57.2 33.1 788.5 1.1 56.1 73.8
6300 20.7 16.2 4.5 47.4 26.7 788.5 1.1 46.3 64.0
8000 17.1 15.3 1.8 36.4 19.3 788.5 1.1 35.2 52.9
10000 9.9 8.6 1.3 29.4 19.5 788.5 1.1 28.2 45.9
12500 6.0 5.2 0.8 25.6 19.6 788.5 1.1 24.4 42.1
16000 2.4 2.1 0.3 19.4 17.0 788.5 1.1 18.1 35.9
20000 -0.8 -0.8 0.0 11.5 12.2 788.5 1.1 10.6 28.4

* if there is only one value for the sound absorbing area avaiable, this value applies to all frequencies

54 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 5-
Código referente ás
funcionalidades separador Data

Diogo Miguel Pereira Branco 55


Notação e Glossário

Callback Button Open:

% fixa o diretório
cd ('C:\Users\diogo\Desktop\Database MATLAB')
% abre um ficheiro e recebe a sua localização
[FileEx, PathEx] = uigetfile ('*.xlsx','Select File');
ExPath = [PathEx FileEx];
% O campo editfield recebe sob a forma de texto o diretório do ficheiro
app.EditField.Value = ExPath
% lê um ficheiro Excel e respetivas sheets
[status, sheets] = xlsfinfo(FileEx)
% coloca o nome das sheets nos diferentes componentes de seleção
set (app.DropDown2,'Items’, sheets)
set (app.SelectListBox,'Items’, sheets)
set (app.SelectDropDown,'Items’, sheets)

Callback Dropdown:

value = app.DropDown2.Value;
% ciclo if que lê um valor no dropdown e procede à leitura da sheet correspondente
if (strcmp(value,'E1110383A'));
[~, ~, raw] = xlsread('Referencia.xlsx',1);
raw = raw (:,1:2);
stringVectors = string (raw (:,[1,2]));
stringVectors(ismissing(stringVectors)) = '';
% coloca os dados dessa sheet na tabela
set (app.UITable3,'Data', raw);

else
(strcmp(value,'E1110382A'));
[~, ~, raw] = xlsread('Referencia.xlsx',2);
raw = raw (1:25,1:2);
stringVectors = string (raw (:,[1,2]));

56 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

stringVectors(ismissing(stringVectors)) = '';
set (app.UITable3,'Data', raw);

end

Callback Save Data:

value = app.DropDown2.Value;
% ciclo if que lê o valor do dropdown para guardar dados na sheet correspondente
if (strcmp(value,'E1110383A'));
[filename, pathname] = uiputfile ('*.xlsx','Save as');
data=get(app.UITable3,'data');
num=[data];
xlswrite ([pathname filename], num,1);
else
(strcmp(value,'E1110382A'));
data=get(app.UITable3,'data');
num=[data];
[filename, pathname] = uiputfile ('*.xlsx','Save as');
xlswrite ([pathname filename], num,2);
end

Callback AddRow:

% faz a leitura das linhas da tabela e acrescenta uma nova linha na última posição da tabela
oldDat = get(app.UITable3,'Data');
nRows = size(oldDat,1)
dat = cell(nRows+1,2);
dat (1: nRows, :) = oldDat;
set (app.UITable3,'Data', dat)

Diogo Miguel Pereira Branco 57


Notação e Glossário

Anexo 6-
Código referente às
funcionalidades separador
Specification

58 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Callback ListBox:

value = app.SelectListBox.Value;
%ciclo if que faz a leitura do valor da listbox e mostra os dados referentes de um dado intervalo
na tabela
if (strcmp(value,'E1110383A'));
[num, text, raw] = xlsread ('Referencia',1,'A11:B18')
set (app.UITable4,'Data', num);
set (app.UITable4,'Data', raw);

else
(strcmp(value,'E1110382A'));
[num, txt, raw] = xlsread ('Referencia',2,'A11:B18')
set (app.UITable4,'Data', num);
set (app.UITable4,'Data', raw);

end

Callback Save Data:

value = app.SelectListBox.Value;
%ciclo if que lê o valor da listbox para guardar dados na sheet e no intervalo correspondente
if (strcmp(value,'E1110383A'));
[filename, pathname] = uiputfile ('*.xlsx','Save as');
data=get(app.UITable4,'data');
num=[data];
xlswrite ([pathname filename], num,'A11:B18',1);

else
(strcmp(value,'E1110382A'));
data=get(app.UITable4,'data');
num=[data];
[filename, pathname] = uiputfile ('*.xlsx','Save as');
Xlswrite ([pathname filename], num,2,'A11:B18');

Diogo Miguel Pereira Branco 59


Notação e Glossário

end

Callback AddRow:

% faz a leitura das linhas da tabela e acrescenta uma nova linha na última posição da tabela
oldDat = get(app.UITable4,'Data');
nRows = size(oldDat,1)
dat = cell(nRows+1,2);
dat (1: nRows, :) = oldDat;
set (app.UITable4,'Data', dat)

60 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 7-
Código referente às
funcionalidades separador
Calculated

Diogo Miguel Pereira Branco 61


Notação e Glossário

Callback Sound Pressure Level:

value = app.SelectDropDown.Value;
% ciclo if que lê um valor do dropdown e faz leitura correspondente do ficheiro Excel
if (strcmp(value,'E1110383A'));
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
% filtro que encontra uma string e lê o seu valor
lline = find (strcmpi ('Magnetic flux density (Tesla)', text),1);
data1 = nums(lline);
%cálculo auxiliar
d= 21*data1+31.9;
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline1 = find (strcmpi ('Clearance between axis (mm)', text),1);
data2 = nums(lline1);
s= -27+20*log (data2/ (25.4));
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline2 = find (strcmpi ('Frequency (Hz)', text),1);
data3 = nums(lline2);
if data3 == 50
data3 = 3
end

[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');


lline3 = find (strcmpi ('Metal Type (M0H30=5dB) ', text),1);
data4 = nums(lline3);
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline4 = find (strcmpi ('Width of the yoke iron (mm)', text),1);
sline = find (strcmpi ('Width of the yoke leg (mm)', text),1);
data5 = nums(lline4);
data6 = nums(sline);
if data5/data6 == 1
data = 2
end

%coloca o valor final calculado no numeric edit field


app.dB.Value = d+s-data3-data4-data;

62 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

else
(strcmp(value,'E1110382A'));

[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx',2);


lline = find (strcmpi ('Magnetic flux density (Tesla)', text),2);
data1 = nums(lline);
d= 21*data1+31.9;
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline1 = find (strcmpi ('Clearance between axis (mm)', text),2);
data2 = nums(lline1);
s= -27+20*log (data2/ (25.4));
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline2 = find (strcmpi ('Frequency (Hz)', text),2);
data3 = nums(lline2);
if data3 == 50
data3 = 3
end
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline3 = find (strcmpi ('Metal Type (M0H30=5dB) ', text),2);
data4 = nums(lline3);
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
lline4 = find (strcmpi ('Width of the yoke iron (mm)', text),2);
sline = find (strcmpi ('Width of the yoke leg (mm)', text),2);
data5 = nums(lline4);
data6 = nums(sline);
if data5/data6 == 1
data = 2
end
% coloca o valor final calculado no numeric edit field
app.dB.Value = d+s-data3-data4-data;

Callback Sound Intensity Level:

value = app.SelectDropDown.Value;
%ciclo if que lê o valor do dropdown e faz corresponder à folha de Excel em causa

Diogo Miguel Pereira Branco 63


Notação e Glossário

if (strcmp(value,'E1110383A'));
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx');
% filtro para ler uma string e retirar o valor numérico associado
lline = find (strcmpi ('transformer rating (mVA)', text),1);
sline = find (strcmpi ('Reference rating (mVA)', text),1);
data = nums(lline);
data1 = nums(sline);
% coloca o valor final calculado no numeric edit field
app.LW.Value = 39+18*log(data/data1)
else
(strcmp(value,'E1110382A'));
[nums text] = xlsread('Referencia.xlsx',2);
lline = find (strcmpi ('transformer rating (mVA)', text),1);
sline = find (strcmpi ('Reference rating (mVA)', text),1);
data = nums(lline);
data1 = nums(sline);
app.LW.Value = 39+18*log(data/data1)

end

64 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 8-
Código referente às
funcionalidades separador
Measured

Diogo Miguel Pereira Branco 65


Notação e Glossário

Callback Open File:

% abre um ficheiro
uigetfile ('*.xlsx','Choose File');
ExPath = [ans];
%lê os dados de um determinado intervalo
[~, ~, raw] = xlsread(ExPath,'A9:E35')
%se uma linha estiver vazia deixar em branco
raw(cellfun(@(x) ~isempty(x) && isnumeric(x) && isnan(x), raw)) = {''};
% coloca os dados na tabela
set (app.UITable5,'Data', raw);

66 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

Anexo 9-
Código referente às
funcionalidades separador
Analisys

Diogo Miguel Pereira Branco 67


Notação e Glossário

Callback Flux vs Noise:

cla (app.UIAxes2,'reset')
load power;
load flux;
load meas;
load calc;
hold(app.UIAxes2);
plot (app.UIAxes2, flux, meas,'bo');
plot (app.UIAxes2, flux, calc,'ro');
p= polyfit (flux, meas,1);
% obtém um polinómio de grau 1 (reta) que melhor aproxima
% a=p(1) b=p(2) y=a*x+b
y= polyval (p, flux);
plot (app.UIAxes2, flux, y,'b');
p = polyfit (flux, calc,1);
y= polyval (p, flux);
% avalia a reta nos pontos de flux dados
plot (app.UIAxes2, flux, y,'r');
hold(app.UIAxes2);
legend(app.UIAxes2,'measured','calculated','Location','southeast')
xlabel (app.UIAxes2,'Magnetic flux density B (T)')
ylabel (app.UIAxes2,'LpA, Un / dB (A)')

Callback Power vs Noise:

cla(app.UIAxes2,'reset')
data = xlsread('calculated.xlsx','analise','B3:B24') %power
data1 = xlsread('calculated.xlsx','analise','D3:D24') %calculated
data2 = xlsread('calculated.xlsx','analise','E3:E24') %measured
hold(app.UIAxes2);
plot (app.UIAxes2, data, data2,'bo');
plot (app.UIAxes2, data, data1,'ro');
% reta do measured

68 Diogo Miguel Pereira Branco


Bibliografia

p= polyfit (data, data2,1);


y= polyval (p, data);
plot (app.UIAxes2, data, y,'b');
% reta do calculated
p = polyfit (data, data1,1);
y= polyval (p, data);
plot (app.UIAxes2, data, y,'r');
hold(app.UIAxes2);
legend (app.UIAxes2,'measured','calculated','Location','southeast')
xlabel (app.UIAxes2,'Rated power Sr (MVA)')
ylabel (app.UIAxes2,'LpA, Un / dB (A)')

Diogo Miguel Pereira Branco 69


Aplicação de Gestão de Informação de Testes e de Análise Experimental de Ruído em Transformadores

Diogo Miguel Pereira Branco 71

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