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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

VICTOR GRANA DE LIMA Matrícula: 2185-1990


MAYCON DE CASTRO SANTANA Matrícula: 2185-1988
FRANKLIN DA COSTA OLIVEIRA Matrícula: 2185-3803

RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL III


Estudos de Circuitos Ôhmicos

Itacoatiara - AM
Setembro de 2021
INTRODUÇÃO TEÓRICA
Tensão elétrica:
A tensão elétrica é uma grandeza física que representa a diferença de potencial
elétrico entre dois pontos distintos. Por isso, a tensão elétrica também é muito conhecida
como ddp, que significa diferença de potencial. Como a tensão elétrica é uma grandeza, é
importante destacar que a sua unidade de medida é o Volt (V).
Essa diferença de potencial elétrico funciona como uma força que “empurra” os
elétrons para uma direção, fazendo eles se moverem. Esse movimento forma um fluxo de
elétrons, ou seja, uma corrente elétrica que começa a circular pelo circuito. A tensão elétrica
pode surgir a partir de qualquer fonte de tensão como por exemplo, pilhas, baterias e outros
geradores. Sendo assim, quando uma carga for conectada nesta fonte os elétrons vão fluir de
um terminal para o outro, sendo que esse fluxo de elétrons vai depender da resistência elétrica
de cada carga.

Condutores elétricos:
Condutores elétricos são materiais nos quais as cargas elétricas se deslocam de
maneira relativamente livre. Isso acontece pois possuem maior quantidade de elétrons livres,
oferecendo maior facilidade para a circulação da corrente elétrica. Em um circuito elétrico,
esses materiais ligam todos os demais componentes e possibilitam a circulação da corrente
elétrica devido a maior quantidade de elétrons livres. Um exemplo de bons condutores são os
metais.

Corrente elétrica:
Os elétrons livres, que se encontram nos meios condutores, passam a se movimentar
de maneira ordenada, transportando a energia elétrica. Esse movimento ordenado dos elétrons
é conhecido como corrente elétrica.

Resistência elétrica:
A resistência elétrica pode ser definida como a capacidade que um corpo tem de se
opor-se à passagem de corrente elétrica quando submetido a uma diferença de potencial. Ela
deve-se ao fato de que o movimento dos elétrons ocorre de forma desordenada nos
condutores, por isso eles colidem entre si e com os demais átomos que formam o condutor.
Quanto maior for o número de colisões, maior será a dificuldade que a corrente elétrica terá
de atravessar o condutor. Essa dificuldade é o que caracteriza a resistência elétrica. A unidade
de medida da resistência é o ohm, cujo símbolo é a letra grega maiúscula ômega (Ω).

● Primeira Lei de Ohm


Quando um condutor é conectado a uma fonte de tensão (V), ele passa a ser
percorrido por uma corrente elétrica de intensidade (i), que consiste no movimento
dos elétrons livres no condutor. A razão V/i denota o quanto de tensão tem de ser
aplicada para passar certa corrente em um dispositivo de circuito. Assim, quanto
maior for a dificuldade que o dispositivo impõe a passagem da corrente, maior deve
ser a tensão aplicada para estabelecer um certo valor de corrente. Logo dize-se que a
razão V/I é uma medida da dificuldade imposta pelo dispositivo à passagem da
corrente elétrica, que como vimos, se trata da resistência elétrica.
Os materiais que possuem resistência constante são chamados de resistores
ôhmicos. De acordo com a Primeira Lei de Ohm, quando temos, em um circuito, uma
resistência elétrica R constante, a diferença de potencial entre seus terminais é
diretamente proporcional à corrente que por ali passa.
𝑉
𝑅 = 𝑖

● Efeito Joule:
Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente elétrica,
ocorre a transformação de energia elétrica em energia térmica. Este fenômeno é
conhecido como Efeito Joule, em homenagem ao Físico Britânico James Prescott
Joule (1818-1889).
Esse fenômeno ocorre devido ao encontro dos elétrons da corrente elétrica
com as partículas do condutor. Os elétrons sofrem colisões com átomos do condutor,
parte da energia cinética do elétron é transferida para o átomo aumentando seu estado
de agitação e, consequentemente, sua temperatura aumenta. Assim, a energia elétrica
é transformada em energia térmica.

● Segunda Lei de Ohm:


Alguns fatores que determinam a resistência elétrica de um condutor são:
➔ Área de secção transversal: Quanto maior for esta área do condutor,
mais facilmente os elétrons passarão por ele, o que causará diminuição
na resistência.
➔ Comprimento: se um condutor for muito extenso, maior será o
caminho a ser percorrido pelos elétrons, aumentando a possibilidade de
choques e causando perda de energia durante o percurso. Dessa forma,
quanto maior for o comprimento, maior será a resistência.
➔ Material que o constitui: os materiais que possuem maior quantidade
de elétrons livres são os que oferecem maior facilidade para a
passagem da corrente, portanto, uma menor resistência elétrica.
Esses fatores são todos relacionados em uma equação conhecida como
Segunda Lei de Ohm:

ρ𝐿
𝑅= 𝐴
Onde ρ é a resistividade do material, L é o comprimento do condutor e A é a
área de seção transversal.

Leis de Kirchhoff

As leis de Kirchhoff se baseiam no princípio da conservação de carga elétrica e de


energia. Elas são utilizadas para encontrar as intensidades das correntes em circuitos elétricos
que não podem ser reduzidos a circuitos simples. Recebem esse nome devido ao fato de
terem sido apresentadas pelo físico Gustav Robert Kirchhoff. Para uma boa compreensão
dessas leis, precisamos entender bem os seguintes conceitos:
Para o uso destas leis são necessárias algumas definições:
Nó é o encontro de dois ou mais fios em um ponto de um circuito. Ramo é um trecho
de um circuito compreendido entre dois nós consecutivos. Malha é um trecho de circuito que
forma uma trajetória eletricamente fechada.

Na figura acima, identificamos dois nós, B e F, três ramos, BAEF, BDF e BCGF, e
duas malhas internas: ABDFEA, BCGFDB e uma malha externa ABCGFEA.
Kirchhoff elaborou duas leis, a primeira e a segunda, que são:

● Primeira Lei de Kirchhoff:


A 1ª Lei estabelece que:
“A soma algébrica das correntes em um nó é sempre igual a zero.”
Isso significa que a soma das correntes que chegam a um nó é igual à soma
das correntes que saem do nó, independentemente do fenômeno. Trata-se de uma
consequência da conservação da carga total existente no circuito.

● Segunda Lei de Kirchhoff:


Afirma que, ao percorrer uma malha em um determinado sentido, partindo e
chegando ao mesmo ponto, a soma algébrica das tensões elétricas é igual a zero. É
conhecida como Lei de Kirchhoff nas tensões, lei de conservação de energia.
APLICAÇÃO 1: EXPERIMENTO DE REPRODUÇÃO DO EFEITO JOULE
● Objetivos
Mostrar a propriedade física da transformação de energia elétrica em energia térmica,
conhecida como Efeito Joule.

● Descrição do Experimento:
Para a realização deste experimento, foram utilizados os seguintes materiais:
● 2 pilhas
● 2 fios condutores
● Palha de aço
● Fita isolante
A montagem do experimento ocorreu a partir dos seguintes passos. Primeiramente,
usando fita isolante, foram colocadas as duas pilhas em série, através da junção de seus pólos
opostos, em seguida foi conectado cada um dos fios condutores nas extremidades da série de
pilhas. Por fim, encostou-se as extremidades livres dos fios em um pequeno pedaço de palha
de aço, fechando o circuito e estabelecendo a passagem da corrente elétrica.
Observou-se que se formaram faíscas na palha de aço, fazendo com que pegasse fogo

● Análise e discussão:
As pilhas são geradores elétricos que fazem a transformação de energia química em
energia elétrica. Elas são usadas para garantir que a diferença de potencial elétrico (ddp), ou
tensão elétrica, dure mais tempo e não interrompa o circuito. O circuito elétrico é percorrido
entre os dois polos existentes no gerador. Em um desses polos, o potencial elétrico é negativo
e sua tensão é menor, enquanto no outro polo o potencial elétrico é positivo e sua tensão é
maior.

Deste modo, temos um circuito elétrico fechado formado pela pilha, pelos fios
condutores e pela palha de aço. Sabemos que os receptores transformam a energia elétrica em
outra forma de energia. A movimentação de elétrons provoca um aumento de temperatura na
palha de aço, que acaba pegando fogo. Isso acontece pois a área da seção transversal da palha
de aço é muito pequena.
Imagem 1: Pilha antes do contato do fio Imagem 2: Depois do contato.
com a palha de aço.

Pela Segunda Lei de Ohm, sabemos que quanto menor for esta área do condutor, mais
dificilmente os elétrons passarão por ele, o que causará aumento na resistência elétrica,
fazendo com que os elétrons colidem entre si e com os átomos do condutor ao entrarem em
movimento. A corrente elétrica em um fio de palha de aço o aquece, provocando o Efeito
Joule. Devido à intensidade desse efeito, a palha de aço queima. Como esta é um emaranhado
de filamentos, cada fio queima o outro sucessivamente até que todo o pedaço de palha esteja
queimado.

CONCLUSÃO
Portanto, a partir da montagem e execução do experimento, foi possível observar o
Efeito Joule em um circuito ôhmico e, a partir do estudo da teoria do funcionamento de
circuitos elétricos, compreender, de maneira mais completa, os fenômenos físicos envolvendo
este efeito.
APLICAÇÃO 2: LEIS DE KIRCHHOFF

● Correntes em um nó:
O esquema abaixo mostra quatro correntes (mA) em um ramo fluindo para dentro e
fora de um nó distribuído. A corrente i não é conhecida.

De acordo com a primeira Lei de Kirchhoff, no nó P, temos:


5 mA = 2 mA + j ⇒ j = (5-2) mA ⇒ j = 3 mA.
Usando o mesmo raciocínio, no nó Q, temos:
3 mA + 1 mA = i ⇒ i = 4 mA.
Logo, i = 4 mA.

● Lei de Kirchhoff das tensões:


O desenho abaixo representa um circuito elétrico composto por resistores ôhmicos,
um gerador ideal e um receptor ideal. Qual a potência elétrica dissipada no resistor de
4 Ω do circuito?

Para responder a esta pergunta, precisamos calcular a corrente elétrica que passa pelo
resistor. Para isso, usaremos a 2ª lei de Kirchhoff, percorrendo o circuito no sentido
horário.
O sinal que encontramos na resposta indica que o sentido da corrente que adotamos é
contrário ao sentido real da corrente, portanto, para calcularmos a potência dissipada
no resistor, basta utilizarmos a fórmula da potência:

Logo, a resposta é 0,16 W.

RESISTÊNCIAS EQUIVALENTE NOS CIRCUITOS EM SÉRIE E EM PARALELO

Circuito em paralelo:

Em um circuito em paralelo, sabemos que a intensidade da corrente elétrica total será dada
pela soma das intensidades do circuito:

𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 + ... + 𝐼𝑛

Pela primeira Lei de Ohm, temos:

𝑈𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑈1 𝑈2 𝑈3 𝑈𝑛
𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
= 𝑅1
+ 𝑅2
+ 𝑅3
+ ... + 𝑅𝑛
(1)

Para uma mesma ddp (tensão), temos:


𝑈𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑈1 = 𝑈2 = 𝑈3 = ... = 𝑈4 = 𝑈

Substituindo na equação (1):

𝑈 𝑈 𝑈 𝑈 𝑈
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
= 𝑅1
+ 𝑅2
+ 𝑅3
+ ... + 𝑅𝑛


𝑈
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
= 𝑈 ( 1
𝑅1
+
1
𝑅2
+
1
𝑅3
+ ... +
1
𝑅𝑛 )

1
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
= ( 1
𝑅1
+
1
𝑅2
+
1
𝑅3
+ ... +
1
𝑅𝑛 )
Para um circuito com 2 resistores, teremos:

1
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
= ( 1
𝑅1
+
1
𝑅2 )

1
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
= ( ) 𝑅1+𝑅2
𝑅1*𝑅2
⇒ 𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = ( )
𝑅1*𝑅2
𝑅1+𝑅2

Circuito em série:

Em um circuito em série, a tensão total é igual à soma das tensões

𝑈𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3 + ... + 𝑈𝑛

Aplicando a Lei de Ohm, temos:

𝑈𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒. 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

⇒ 𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒. 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅1𝐼1 + 𝑅2𝐼2 + 𝑅3𝐼3 +.... + 𝑅𝑛𝐼𝑛

Como, em um circuito em série, a intensidade da corrente elétrica é a mesma, ou seja

𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3 = ... = 𝐼𝑛, temos o seguinte desenvolvimento:

⇒ 𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒. 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅1𝐼 + 𝑅2𝐼 + 𝑅3𝐼 +.... + 𝑅𝑛𝐼

⇒ (
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒. 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 +.... + 𝑅𝑛 )
⇒ (
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 +.... + 𝑅𝑛 )
REFERÊNCIAS

HALLIDAY, D., Resnick, R. Walker, J. Fundamentos de Física 3. Tradução BIASI


Ronaldo Sérgio de, - Rio de Janeiro: Livros técnicos e Científicos Editora, 7a Edição, 2007.

ALVES, Pedro. Manual da Eletrônica. Tensão e Corrente Elétrica. 2015. Disponível em


<https://www.manualdaeletronica.com.br/tensao-eletrica-definicao-caracteristicas/>

HENNES, Marcos. Laboratório de Projetos. Leis de Kirchhoff. 28 de Agosto, 2019.


Disponível em <https://laboratoriodeprojetos.com.br/leis-de-kirchhoff/>

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