Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
RIO DE JANEIRO
2021
Introdução
Em face do cenário atual, no qual as mudanças acontecem de forma constante e o
senso comum muitas vezes parece se estabelecer como verdade, faz-se necessário analisar o
papel social do professor. Como mencionou LUCKESI (1990) “hoje [...] podemos dizer que,
na prática pedagógica, impera o senso comum”.
Em muitas situações, os próprios docentes são preparados com base na prática sem
reflexão, como explica SOUZA (2001)
Ou seja, até nas instituições de ensino o que os professores aprendem é somente para a
reprodução da ordem social da época em que vivem e, por consequência, acabam utilizando
esse mesmo pensamento acrítico para seus alunos.
Sendo assim, mais do que um papel de transmissor de conteúdo, esse trabalho focará
em analisar e refletir acerca do papel social do professor.
Desenvolvimento
Podemos destacar, de início, a teoria de Vygotsky (1896-1934), que fala sobre a escola
ser o local onde a aprendizagem e a interação se desenvolvem e que o professor é o mediador
desse processo por já conter mais experiência e planejar intervenções. A aprendizagem que o
professor transmite para esse aluno é por meio de alguma matéria como português,
matemática, história, geografia, ou quando a criança ainda está começando a escola, por
exemplo ensinando como ler textos e escrever, reconhecer palavras por meio de músicas etc.
Já quando falamos sobre a interação, ela pode, através de brincadeiras simples ou a passar
grande parte do dia na escola e por não querer ficar sozinha, quer conhecer as outras crianças
para se conhecer, aprender seus gostos e se divertirem juntas. Para Vygotsky, a intervenção
pedagógica, de maneira resumida, é primordial no desenvolvimento das crianças para ajudar
na formação da linguagem e do pensamento delas.
Outro importante autor que podemos citar é Piaget (1896-1980), que diz que o modelo
tradicional de professor que apenas diz “isso está certo” ou “isso está errado” sem uma
explicação ou uma observação do professor em relação ao aluno é o contrário do que pensa.
Para ele, o professor é quem incentiva e encoraja o aluno e a sua espontaneidade. Muitos
professores se mostram preocupados apenas em seguir o que é mandado ensinar, não tem a
paciência para que o aluno realmente aprenda e, com isso, o aluno não consegue concluir sua
própria linha de raciocínio caso não entenda completamente ou, no caso de a resposta pelo
educador ser dada como correta, mas não existir um incentivo para pesquisa sobre o assunto, a
atividade se encerra sem tanto compreendimento da parte de aluno.
A função social do professor é complexa pois ela engloba situações que falam sobre
valores, éticas e atitudes que começam a ser formados e se desenvolvem durante o período
escolar. O professor, por ser a ligação, tem que estar apto para tal responsabilidade de formar
indivíduos, ajudá-los a formar opiniões próprias, a ouvir os outros respeitando a diversidade,
ele só é capaz se for se dedicando, ajudando, e assumir o papel de transformar o aluno. Um
dos maiores desafios é a descoberta de construções que permitam desenvolver nos estudantes,
a confiança nas suas capacidades de criar, de construir e reconstruir a fim de que o aluno se
complete a partir de competências e habilidades e, não mais, somente, através de
conhecimentos.
Discussão
O papel do professor vem sendo criticado com o passar do tempo, pois quando se
analisa seu trabalho diário observa-se que o docente se encontra em uma rotina constante, em
que o aluno é um receptor de informações, e o mesmo é detentor de todo o conhecimento,
que é transmitido da mesma forma todos os anos sem mudanças em sua prática, o mesmo se
encontra no senso comum pedagógico como é dito por Luckesi, no seu livro Filosofia da
educação “... a ação pedagógica cotidiana escolar vem sendo realizada sem uma permanente
meditação crítica sobre o que está se fazendo...’’, ou seja, todas as definições de como se
ensina, quem é o aluno, e se o que está sendo transmitindo tem alguma relação com o
cotidiano do aluno. Quando o professor se encontra no senso comum pedagógico, o aluno se
torna um ser passivo, que precisa absorver todos os conteúdos e no final, de cada bimestre ou
período, em uma prova demonstrará todo conhecimento adquirido (Luckesi, 1990), ou seja, o
único caminho para o discente na perspectiva do senso comum pedagógico é memorizar os
conteúdos, não há espaço para questionamento.
Em oposição ao que foi dito anteriormente, é impossível negar que o professor que é
encontrado em salas de aula não é fruto de uma sociedade que não questiona, muitas vezes
esse educador só adentrou nesse padrão porque antes na sua formação e com seus professores
aprendeu essa forma de se ensinar, como é dito por SOUZA (2001) “Os professores foram
preparados – pelas instituições de ensino que frequentaram, pelas muitas experiências que
vivenciaram enquanto alunos e enquanto educadores – para a subserviência, para a
reprodução da ordem social vigente, para a imutabilidade das coisas’’, essa mudança
pedagógica não é interessante para o padrão social atual que seu único interesse é manter as
coisas como elas estão como é mencionado por MELO (2012)
O trabalho do professor, como foi demonstrado mesmo que muitas vezes sua prática
esteja pautada no senso comum, não seria possível a mudança de seu papel só por ele mesmo,
a sociedade em conjunto com a educação, ao longo do tempo auxiliaria na saída desse
professor do senso comum pedagógico, já que o senso comum em que o professor está se
mantendo, foi instalado pela própria sociedade.
Conclusão
Referências
LUCKESI, C. C. Filosofia da Educação. 21. ed. São Paulo: Cortez Editora, 1990. 181p.
SOUZA, N. A. A relação teórica- prática na formação do educador. 5 Semina: Ci. Soc.
Hum., Londrina, v. 22, p. 5-12, set. 2001.
CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas, SP: Papirus, 1989. 182p.