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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

ANA LUISA BISPO PEREIRA

MARIANA DA SILVA MORAES

RAYANNE FERNANDA QUELUCI DA SILVA

YASMIN RUSSANO DOS SANTOS

O PAPEL SOCIAL DO PROFESSOR NA CONTEMPORANEIDADE

RIO DE JANEIRO

2021
Introdução
Em face do cenário atual, no qual as mudanças acontecem de forma constante e o
senso comum muitas vezes parece se estabelecer como verdade, faz-se necessário analisar o
papel social do professor. Como mencionou LUCKESI (1990) “hoje [...] podemos dizer que,
na prática pedagógica, impera o senso comum”.

Ou seja, o senso comum, através dos pensamentos acríticos, descreve o papel do


professor como sendo aquela pessoa que estuda durante alguns anos, se forma e entra em sala
para dar aula. E esse “dar aula” é visto como meramente passar conteúdos para os alunos
copiarem e memorizarem para suas provas.

Em muitas situações, os próprios docentes são preparados com base na prática sem
reflexão, como explica SOUZA (2001)

“Os professores foram preparados – pelas instituições de ensino que


freqüentaram, pelas muitas experiências que vivenciaram enquanto alunos e
enquanto educadores – para a subserviência, para a reprodução da ordem
social vigente, para a imutabilidade das coisas.”

Ou seja, até nas instituições de ensino o que os professores aprendem é somente para a
reprodução da ordem social da época em que vivem e, por consequência, acabam utilizando
esse mesmo pensamento acrítico para seus alunos.

Sendo assim, mais do que um papel de transmissor de conteúdo, esse trabalho focará
em analisar e refletir acerca do papel social do professor.

Desenvolvimento

O professor possui sua importância a partir do momento em que a criança entra na


escola, já que vai conviver com ela durante horas, cinco vezes na semana. Logo, pode-se dizer
que ele possui um papel social muito importante. Desde atitudes à valores e éticas que são
primeiramente apresentados em casa, mas é em uma instituição de ensino que o estudante
compreende o porquê, como surgiu e como agir nas situações que envolvem essas questões.

Podemos destacar, de início, a teoria de Vygotsky (1896-1934), que fala sobre a escola
ser o local onde a aprendizagem e a interação se desenvolvem e que o professor é o mediador
desse processo por já conter mais experiência e planejar intervenções. A aprendizagem que o
professor transmite para esse aluno é por meio de alguma matéria como português,
matemática, história, geografia, ou quando a criança ainda está começando a escola, por
exemplo ensinando como ler textos e escrever, reconhecer palavras por meio de músicas etc.
Já quando falamos sobre a interação, ela pode, através de brincadeiras simples ou a passar
grande parte do dia na escola e por não querer ficar sozinha, quer conhecer as outras crianças
para se conhecer, aprender seus gostos e se divertirem juntas. Para Vygotsky, a intervenção
pedagógica, de maneira resumida, é primordial no desenvolvimento das crianças para ajudar
na formação da linguagem e do pensamento delas.

Outro importante autor que podemos citar é Piaget (1896-1980), que diz que o modelo
tradicional de professor que apenas diz “isso está certo” ou “isso está errado” sem uma
explicação ou uma observação do professor em relação ao aluno é o contrário do que pensa.
Para ele, o professor é quem incentiva e encoraja o aluno e a sua espontaneidade. Muitos
professores se mostram preocupados apenas em seguir o que é mandado ensinar, não tem a
paciência para que o aluno realmente aprenda e, com isso, o aluno não consegue concluir sua
própria linha de raciocínio caso não entenda completamente ou, no caso de a resposta pelo
educador ser dada como correta, mas não existir um incentivo para pesquisa sobre o assunto, a
atividade se encerra sem tanto compreendimento da parte de aluno.

A função social do professor é complexa pois ela engloba situações que falam sobre
valores, éticas e atitudes que começam a ser formados e se desenvolvem durante o período
escolar. O professor, por ser a ligação, tem que estar apto para tal responsabilidade de formar
indivíduos, ajudá-los a formar opiniões próprias, a ouvir os outros respeitando a diversidade,
ele só é capaz se for se dedicando, ajudando, e assumir o papel de transformar o aluno. Um
dos maiores desafios é a descoberta de construções que permitam desenvolver nos estudantes,
a confiança nas suas capacidades de criar, de construir e reconstruir a fim de que o aluno se
complete a partir de competências e habilidades e, não mais, somente, através de
conhecimentos.

Discussão
O papel do professor vem sendo criticado com o passar do tempo, pois quando se
analisa seu trabalho diário observa-se que o docente se encontra em uma rotina constante, em
que o aluno é um receptor de informações, e o mesmo é detentor de todo o conhecimento,
que é transmitido da mesma forma todos os anos sem mudanças em sua prática, o mesmo se
encontra no senso comum pedagógico como é dito por Luckesi, no seu livro Filosofia da
educação “... a ação pedagógica cotidiana escolar vem sendo realizada sem uma permanente
meditação crítica sobre o que está se fazendo...’’, ou seja, todas as definições de como se
ensina, quem é o aluno, e se o que está sendo transmitindo tem alguma relação com o
cotidiano do aluno. Quando o professor se encontra no senso comum pedagógico, o aluno se
torna um ser passivo, que precisa absorver todos os conteúdos e no final, de cada bimestre ou
período, em uma prova demonstrará todo conhecimento adquirido (Luckesi, 1990), ou seja, o
único caminho para o discente na perspectiva do senso comum pedagógico é memorizar os
conteúdos, não há espaço para questionamento.

Em oposição ao que foi dito anteriormente, é impossível negar que o professor que é
encontrado em salas de aula não é fruto de uma sociedade que não questiona, muitas vezes
esse educador só adentrou nesse padrão porque antes na sua formação e com seus professores
aprendeu essa forma de se ensinar, como é dito por SOUZA (2001) “Os professores foram
preparados – pelas instituições de ensino que frequentaram, pelas muitas experiências que
vivenciaram enquanto alunos e enquanto educadores – para a subserviência, para a
reprodução da ordem social vigente, para a imutabilidade das coisas’’, essa mudança
pedagógica não é interessante para o padrão social atual que seu único interesse é manter as
coisas como elas estão como é mencionado por MELO (2012)

"A forma escolar de educação, que passa a ser prevalecente na modernidade,


representa o resultado de um percurso histórico de um tipo de educação
própria para as sociedades, na qual a divisão social encontra-se
fundamentalmente em duas classes sociais: uma de proprietários, minoritária,
mas dominante; e a outra, majoritária, mas dominada."

Ou seja, o padrão hoje que nos conhecemos não é somente responsabilidade do


professor, pois o mesmo com uma longa jornada de trabalho exaustiva e salário impróprio a
sua função que muitas vezes não é aquela que foi contratado para exercer, para a qual não
possui uma formação adequada (Luckesi, 1990) dificulta e inviabiliza as mudanças de serem
feitas, embora muitos docentes consigam sair do senso comum pedagógico, isso só é
alcançado por meio de uma autocorreção que prejudica o psicológico do professor, como em
uma pesquisa feita pela Nova Escola em 2018, em que 28% dos professores sofrem ou já
sofreram de depressão.

O trabalho do professor, como foi demonstrado mesmo que muitas vezes sua prática
esteja pautada no senso comum, não seria possível a mudança de seu papel só por ele mesmo,
a sociedade em conjunto com a educação, ao longo do tempo auxiliaria na saída desse
professor do senso comum pedagógico, já que o senso comum em que o professor está se
mantendo, foi instalado pela própria sociedade.

Conclusão

O senso crítico busca a verdade analisando e questionando de forma racional, não


aceita apenas o que é imposto, diferentemente do senso comum. É necessário usar o senso
crítico na atualidade e nas escolas, é importante modernizar métodos de ensino para criar
questionamentos e analisar de forma racional e inteligente, buscando informações para que
futuramente não fiquem desinformados. Buscando entender melhor o que foi recebido para ter
sua própria conclusão sobre o assunto.

Desse modo, o principal trabalho do educador é estimular o senso crítico, propondo


debates e reflexões em seus alunos baseados em fatos comprovados cientificamente,
transformando-os em seres pensantes.

As modificações no papel do professor e o cenário em que o professor atua, marcado


por constantes transformações e sobre suas relações estabelecidas entre o saber e o fazer,
prática e planejamento. Deste modo, a compreensão dos desafios enfrentados pelo professor
demonstra que esse profissional necessita ser flexível e criativo para se adaptar ao cenário
atual, lidando com as alterações proporcionadas pela contemporaneidade. A importância do
estudo de práticas pedagógicas, para que possa desenvolver um trabalho adequado aos
interesses e aos propósitos da demanda existente.

Percebemos que o professor tenta constantemente fugir do método tradicional, mas na


maioria das vezes é obrigado a usá-lo devido ao fato da escola ainda utilizar métodos mais
antigos. Desta forma, percebemos que o professor enfrenta inúmeros desafios e dificuldades
em sua rotina escolar e no seu dia a dia, e que as condições não atendem às suas necessidades,
mas, suas práticas são fundamentais para a construção da educação e processo de ensino.

Ocorrendo desde a situação social da escola e dos alunos ao processo educacional,


assim, nota-se que o professor ainda tenta interagir com as condições que são propostas para
poder dar continuidade ao processo de ensino.

Nesse processo o docente é o mediador dessa interação, do aluno com o


conhecimento, proporcionando ao aluno um mundo da informação, com técnica, tradição e
linguagem, para que ele possa construir seu próprio pensamento, suas habilidades e atitudes.
Proporcionando aprendizagens significativas. O papel do professor deve ser o de ajudar o
aluno a pensar, através do diálogo, estimulando a capacidade cognitiva do aluno através do
saber aprender, saber fazer, saber agir, saber conviver e se conhecer. O educando deve
aprender a se conhecer, buscando informações de maneira prática e analítica. O professor
deve aprender a gostar dos alunos, transformando a sua aula mais agradável, motivadora e
prazerosa.

Referências

LUCKESI, C. C. Filosofia da Educação. 21. ed. São Paulo: Cortez Editora, 1990. 181p.

SOUZA, N. A. A relação teórica- prática na formação do educador. 5 Semina: Ci. Soc.
Hum., Londrina, v. 22, p. 5-12, set. 2001.

MELO, A. Os fundamentos socioculturais da educação. Curitiba: Intersaberes, 2012.


capítulo 1: Educação como fenômeno humano. p. 24-42.
LUCKESI, C. C. Filosofia da Educação. 21. ed. São Paulo: Cortez Editora, 1990. 181p.

CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas, SP: Papirus, 1989. 182p.

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