Você está na página 1de 19

Escola do SESI- Campo Grande/MS

Reutilização da água insalubre para conversão


em água potável

Campo grande/MS
2020
Escola do SESI- Campo Grande/MS
Ian Pereira, Igor Queiroz, Luís Cavalcante

Campo Grande/MS
2020
Sumário
Pág 1.------------------------------------------------------------------ Introdução
Pág 2. --------------------------------------------------------------- Justificativa
Pág 3. ------------------------------------------------------------------ Objetivos
Pág 4 ao 15.------------------------------------------------ Desenvolvimento
Pág 16. ------------------------------------------------------------- Referências

Introdução
Trabalho realizado com foco em instruir a população com relação a enorme
necessidade do reaproveitamento da água, além de divulgar os meios de como
reutilizá-la, focando em aplica-los tanto em um perímetro urbano, quanto em outras
regiões. Tal conteúdo contido nele, fundamenta-se em um conjunto de informações
reunidas por meio de pesquisas referentes ao assunto.

Justificativa
Este trabalho foi realizado com o intuito de instruir a população com relação a enorme
necessidade do reaproveitamento da água, além de divulgar os meios de como
reutilizá-la, focando em aplica-los tanto em um perímetro urbano, quanto em outras
regiões.

Objetivos
- Objetivo Geral: instruir a população com relação a enorme necessidade do
reaproveitamento da água.

- Objetivo específico: divulgar os meios de como reutilizá-la, focando em aplica-los


tanto em um perímetro urbano, quanto em outras regiões.

Desenvolvimento
O problema da escassez de Água:
O planeta Terra possui uma riqueza hídrica abundante, permitindo-lhe até receber a
alcunha de planeta água, porém grande parte dos recursos hídricos não são
biodisponíveis para consumo humano. Se levarmos em conta o percentual de água
potável e o crescimento populacional, somado a isso o mau gerenciamento destes
recursos estamos à beira de um colapso. A água está presente em todas as nossas
atividades diárias. Também é a protagonista na geração de energia elétrica. O Brasil
detém um enorme percentual aquífero.
Nossas bacias hidrográficas apresentam valioso potencial de geração de energia
elétrica. A água, além de nos proporcionar a vida, também gera lucros. No entanto, ao
longo dos anos instala-se um grave desequilíbrio ambiental com consequências
desastrosas para a natureza e para seres humanos, onde estes possuem a maior
parcela de culpa (senão a única), nos prejuízos do abastecimento hídrico. Apesar do
Brasil apresentar quase um quinto dos recursos hídricos mundiais, as regiões
brasileiras enfrentam variados graus de escassez de água, como aconteceu na região
Sudeste em 2016, onde o sistema Cantareira trabalhou com seu "volume morto", fato
inédito até então, ou como na região Nordeste que sofre, ano após ano, com a
estiagem. O descontrole no gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente o
elevado consumo de água pela agricultura e indústrias, o crescimento populacional
desordenado (que tem como características, o consumo desenfreado da água), a
poluição dos leitos dos rios e o desmatamento são tipos de ações antrópicas cada vez
mais acentuadas, presentes no mundo globalizado que nos leva a uma situação grave:
a escassez deste precioso bem natural. Atualmente, vive-se sem pensar no amanhã, no
planeta do futuro.
Não estamos aprendendo com nossos erros. Dia após dia, o desperdício de água
apresenta níveis alarmantes de crescimento, apesar das terras brasileiras possuírem
cerca de 12% da água doce existente no mundo, nosso ouro líquido escorre através de
torneiras, ralos e esgotos. Sem água não viveríamos. Qual planeta vamos deixar para
nossos filhos e netos? A responsabilidade do uso consciente das fontes hídricas é
coletiva. O governo deve criar políticas de infraestrutura que possibilitem a reutilização
da água e conservação das bacias hidrográficas. Investimentos na comunicação e
educação da comunidade para o uso racional dos recursos hídricos. E, por fim, cada
indivíduo deve assumir a consciência cidadã de que a água não é um bem inesgotável,
se não houver o consumo racional em cada domicílio, vai faltar. Madre Teresa de
Calcutá disse que o que fazemos é uma gota no oceano, mas que sem ela o oceano
será menor. Mesmo fazendo o mínimo, cada boa ação de preservação ambiental é
uma gotinha no oceano do desenvolvimento sustentável.

Reutilização da Água:
A reutilização ou reuso de água ou, ainda em outra forma de expressão, o uso de águas
residuais, não é um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo há muitos
anos. Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a disposição de esgotos e
sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda crescente por água tem feito do
reuso planejado da água um tema atual e de grande importância. Neste sentido, deve-
se considerar o reuso de água como parte de uma atividade mais abrangente que é o
uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e
desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água.
Dentro dessa ótica, os esgotos tratados têm um papel fundamental no planejamento e
na gestão sustentável dos recursos hídricos como um substituto para o uso de águas
destinadas a fins agrícolas e de irrigação, entre outros.
Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para abastecimento público e outros
usos prioritários, o uso de esgotos contribui para a conservação dos recursos e
acrescenta uma dimensão econômica ao planejamento dos recursos hídricos. O reuso
reduz a demanda sobre os mananciais de água devido à substituição da água potável
por uma água de qualidade inferior. Essa prática, atualmente muito discutida, posta
em evidência e já utilizada em alguns países é baseada no conceito de substituição de
mananciais. Tal substituição é possível em função da qualidade requerida para um uso
específico. Dessa forma, grandes volumes de água potável podem ser poupados pelo
reuso quando se utiliza água de qualidade inferior (geralmente efluentes pós-tratados)
para atendimento das finalidades que podem prescindir desse recurso dentro dos
padrões de potabilidade.

Águas Residuais:
As águas residuais transportam uma quantidade apreciável de materiais poluentes que
se não forem retirados podem prejudicar a qualidade das águas dos rios,
comprometendo não só toda a fauna e flora destes meios, mas também, todas as
utilizações que são dadas a estes meios, como sejam, a pesca, a balneabilidade, a
navegação, a geração de energia, etc. É recomendado recolher todas as águas
residuais produzidas e transportá-las até a Estação de Tratamento de Águas Residuais
(ETAR). Depois de recolhidas nos coletores, as águas residuais são conduzidas até a
estação, onde se processa o seu tratamento. O tratamento efetuado é, na maioria das
vezes, biológico, recorrendo-se ainda a um processo físico para a remoção de sólidos
grosseiros. Neste sentido a água residual ao entrar na ETAR passa por um canal onde
estão montadas grades em paralelo, que servem para reter os sólidos de maiores
dimensões, tais como, paus, pedras, etc., que prejudicam o processo de tratamento.
Muitos destes resíduos têm origem nas residências onde, por falta de instrução e
conhecimento das consequências de tais ações, deixa-se para o sanitário objetos
como: cotonetes, preservativos, absorventes, papel higiênico, etc.
Estes resíduos, devido às suas características, são extremamente difíceis de capturar
nas grades e, consequentemente, passam para as lagoas prejudicando o processo de
tratamento. A seguir a água residual, já desprovida de sólidos grosseiros, continua o
seu caminho pelo mesmo canal onde é feita a medição da quantidade de água que
entrará na ETAR. A operação que se segue é a desarenação, que consiste na remoção
de sólidos de pequena dimensão, como sejam as areias. Este processo ocorre em dois
tanques circulares que se designam por desarenadores. A partir deste ponto a água
residual passa a sofrer um tratamento estritamente biológico por recurso a lagoas de
estabilização (processo de lagunagem). O tratamento deverá atender à legislação
(Resolução do CONAMA nº 020/86) que define a qualidade de águas em função do uso
a que está sujeita, designadamente, águas para consumo humano, águas para suporte
de vida aquática, águas balneárias e águas de rega.

Definições e Características:

Águas Residuais:
Águas residuais ou residuárias, também vulgarmente denominadas de esgoto e águas
servidas, é o termo usado para as águas que, após a utilização humana, apresentam as
suas características naturais alteradas, resultando na utilização para diversos
processos. Exemplos destas águas são:
Águas residuais domésticas:
- Provenientes de banhos
- Provenientes de cozinhas
- Provenientes de lavagens de pavimentos domésticos.
Águas residuais industriais:
- Resultantes de processos de fabricação.

Águas de infiltração:
- Resultam da infiltração nos coletores de água existente nos terrenos.

Águas urbanas:
-Resultam de chuvas, lavagem de pavimentos, regas, etc.

Água de Reuso:
A água de reuso está dentro dos padrões estabelecidos para a reutilização da água em
edificações. Como já dito antes, ela pode ser de reuso indireto, sendo utilizada pelo
homem e descartada novamente nos corpos hídricos com ou sem tratamento prévio. E
reuso direto, que não é lançada no meio e passa por tratamentos. As instalações
hidrossanitárias de uma edificação geram águas residuárias que são provenientes do
descarte de água de banho; descargas de vasos sanitários; lavagem de mãos;
cozimento de alimentos; descargas pluviais dos telhados; etc. É possível fazer a
reutilização de todas as águas de reuso. É claro que, para isso, tudo deve passar por
um determinado grau de tratamento para o uso que se queira dar. Assim, a viabilidade
econômica dos processos é um fator determinante para a reutilização da água.
Deve-se também considerar a tendência de completa escassez de água no planeta. Em
um planejamento de longo prazo, as edificações devem ter vida útil maior do que 30
anos. Considerando os aspectos climáticos adversos e a escassez de água potável,
precisamos incorporar o reuso para seguir em frente. Assim, é uma necessidade
imediata repensar a engenharia das instalações hidrossanitárias prediais para
racionalizar o consumo, otimizando oferta, consumo, desperdício e reaproveitamento.
Em relação à utilização da água de reuso, podemos citar diversos exemplos: irrigação
de plantações, rega de jardins, lavagem de pisos e carros, descarga de vasos sanitários,
reaproveitamento em processos industriais, como os que requerem resfriamento. Há
também a possibilidade de retorno de 100% ao uso, dependendo de um processo mais
caro e avançado de tratamento.

Tipos de Reuso:

Reuso indireto NÃO planejado da água:


Ocorre quando a água, utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio
ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não
intencional e não controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo
usuário, a mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição,
autodepuração).
Reuso indireto planejado da água:
Ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são descarregados de forma
planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizadas a
jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico. O reuso
indireto planejado da água pressupõe que exista também um controle sobre as
eventuais novas descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente
tratado estará sujeito apenas a misturas com outros efluentes que também atendam
ao requisito de qualidade do reuso objetivado.
Reuso direto planejado das águas:
Ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são encaminhados diretamente de
seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio
ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria ou
irrigação.
Aplicações da Água Reciclada:
- Irrigação paisagística:
Parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de autoestradas, campus
universitários, cinturões verdes, gramados residenciais.
- Irrigação de campos para cultivos:
Plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de
plantas ornamentais, proteção contra geadas.
- Usos industriais:
Refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento.
- Recarga de aquíferos:
Recarga de aquíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de
subsolo.
- Usos urbanos não-potáveis:
Irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar
condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus, etc.
- Finalidades ambientais:
Aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas,
indústrias de pesca.
- Usos diversos:
Aquicultura, construções, controle de poeira, dessedentação de animais.
Reutilização geral da Água- análise e variáveis:
É preciso avaliar algumas variáveis para chegar a um resultado eficiente de
reaproveitamento ou até mesmo chegar à conclusão de que não existe viabilidade
técnica e econômica para a reutilização da água:
- Grau de potabilidade requerido ao uso;
- Custo para atingir o grau de potabilidade ao uso;
- Alternativas técnicas de engenharia possíveis para aplicar na utilização destas águas;
- Quantidade de água disponibilizada requerida para o uso que se queira aplicar;
- Grau de escassez de água potável de médio a longo prazo;
- Período de planejamento requerido: curto, médio ou longo prazo;
- Legislação aplicável ao reuso, posto que é obrigatória em certas cidades.

Desafios encontrados no reutilização da Água:


Desafio 1- alinhar expectativas entre os profissionais:
Para alguns ambientalistas da administração pública, o reuso deve ser aplicado. Os
engenheiros, por sua vez, ao fundamentar os argumentos em conhecimento hidráulico
e tratamento de efluentes, acreditam que nem sempre a reutilização da água é viável.
Isso porque, na interação das variáveis citadas, existe um desequilíbrio que tende ao
negativo. Muitas vezes, a legislação obrigatória retira do engenheiro a real condição de
dar uma solução eficaz ao caso. Nas cidades em que a lei obriga o reuso, sem entrar no
mérito técnico-econômico, o profissional de engenharia fica de mãos atadas.
Importante lembrar que todo o sistema de reuso que demanda o consumo de energia
elétrica está diretamente conectado aos recursos hídricos e o seu uso sustentável.
Todas as tecnologias praticadas atualmente para a reutilização da água residuária nas
edificações estão em evolução e em um processo crescente de criação. Quanto mais
energia elétrica consumimos, uma maior quantidade de recurso hídrico é demandada
também. Afinal, as usinas hidroelétricas são os meios geradores de energia elétrica
empregados em maior escala no Brasil. Sendo assim, temos uma equação de equilíbrio
não tão simples de se resolver. A questão ambiental, portanto, não pode ser apenas
uma moda e uma mera tendência de mercado, na qual a reutilização da água não se
baseia em critérios técnicos de viabilidade.
Desafio 2- mudar hábitos de consumo:
A reutilização da água requer uma mudança no consumo em edificações. Os usuários
acostumados a usar água potável, muitas vezes, encontram resistência em usar águas
de reuso, que são mais oxidativas e mineralizadas. Embora elas devam ser cloradas e
estão aptas para consumos não potáveis, a aparência desagrada os usuários.
Desafio 3- evolução de sistemas de reutilização da água:
A engenharia precisa evoluir ainda mais para compor sistemas de reuso viáveis nos
aspectos técnico e econômico. Ainda tem muito a ser criado para equilibrar a
economia com o reuso da água e o consumo de energia elétrica e custo de operação e
manutenção dos sistemas de reuso. As instituições de ensino colaboram com
pesquisas sobre o tema, mas ainda falta uma maior integração dos estudos feitos e em
andamento para que uma fundamentação e consolidação técnica estejam
disponibilizadas. Assim, é possível difundir a aplicação de sistemas eficazes e criar
legislações sobre o tema, que sejam mais condizentes com a realidade técnica e
ambiental. A multidisciplinaridade entre as engenharias também se faz mais necessária
para um resultado criativo de sistemas de reuso mais eficazes. Arquitetos, engenheiros
sanitarista, civil e elétrico devem interagir para chegar a soluções que inovem as velhas
práticas.

Desafio 4- criar instalações mais seguras:


Os projetistas também devem garantir instalações hidráulicas que não propiciem
contaminação cruzada entre água de reuso e água potável. As redes hidráulicas de
ambas as águas devem ser regiamente separadas, de forma a garantir que a água
potável não seja contaminada com água de reuso. Assim, o tema do reuso é
multidisciplinar, com muitas variáveis a serem consideradas. Pensar diferente é o
desafio que se requer para esta “reengenharia criativa” e sustentabilidade do planeta.
A figura abaixo resume o fluxo de informações que devemos levar em conta em um
projeto de reaproveitamento de água:
Projetos de reaproveitamento de Água:

1. Águas pluviais- resultantes da chuva que escoa sobre os telhados, coberturas,


terraços, varandas:
Esse tipo é o mais recomendado para o projeto de reaproveitamento de água, devido
as suas características e por ser culturalmente mais aceito pelos usuários. A NBR 15527
já normatizou o uso e aproveitamento das águas pluviais, dando aos profissionais da
área o respaldo técnico para a concepção de um sistema mais eficaz de
reaproveitamento.
Aspectos qualitativos:
As qualidades físicas, químicas e microbiológicas, além dos aspectos estéticos, podem
limitar a aceitabilidade do recurso para reuso de água em edificações. Para usos
menos nobres, como a irrigação urbana ou para a descarga de vasos sanitários, no
caso das edificações, a aparência da água não deve ser diferente daquela apresentada
pela água potável, ou seja, deve ser clara, sem cor e sem odor. Se o uso da água da
chuva se destina à recreação, a água recuperada não deve estimular o crescimento de
algas. A água deve ser percebida como segura e aceitável para o uso pretendido e os
órgãos de controle devem divulgar tal garantia. Esta diretriz pode ocasionar a
imposição de limites conservadores para a qualidade da água. É importante lembrar
que a Organização Mundial da Saúde define os critérios de saúde para o reuso potável:
não deve existir nenhum coliforme fecal em 100ml, nenhuma partícula virótica em
1000ml ou nenhum efeito tóxico para seres humanos, entre outros critérios de
potabilidade da água. Esta água deve ser, de forma imprescindível, clorada para seu
reuso em edificações, quando ele se destina a lavagem de pisos, lavagem de carros,
uso em descargas de vasos sanitários, ou seja, em todos os processos em que o reuso
tenha contato humano. Isto porque esta água contém inúmeros agentes
infectocontagiosos e coliformes fecais, provindos dos telhados, onde pássaros, ratos,
insetos dos mais variados defecam.
Vantagens de reutilização da água pluvial:
– reduz o consumo de água da rede pública e o custo de fornecimento da mesma;
– evita o consumo de água potável onde o uso não é imprescindível, como na descarga
de vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc.;
– os investimentos são de baixo custo e a obra é rápida;
– manutenção e operação mínimas para adotar a captação de água pluvial;
– o retorno do investimento ocorre a partir de dois anos e meio;
– ajuda a conter as enchentes, represando parte da água que seria drenada para
galerias e rios.
2. Águas cinzas: efluente doméstico que não possui contribuição da bacia sanitária e
pia de cozinha:
As águas cinzas são geradas a partir de processos domésticos como lavar louça e roupa
e tomar banho. Assim, esse tipo de água corresponde entre 50 a 80% de esgoto
residencial. Importante não confundir com as águas negras, que são residuais de vasos
sanitários. O projeto de reaproveitamento de água cinza acarreta benefícios
ambientais e financeiros, pois substitui volumes de água potável onde esta não é
necessária. No entanto, é fundamental que as águas cinzas atendam a alguns
requisitos básicos de qualidade. Isso porque, quando estão fora dos padrões
desejados, as águas tratadas podem causar problemas de odor e de saúde pública,
comprometendo todo um conceito de reuso.
Aspectos qualitativos:
A composição das águas cinzas têm influência direta com as características regionais e
culturais dos usuários, tais como: localidade e ocupação; faixa etária dos usuários,
estilo de vida, classe social, uso de produtos de limpeza, medicamentos e cosméticos,
horário de uso da água, etc. Esse tipo de água possui sólidos suspensos, compostos
nitrogenados, fósforos totais, compostos de enxofre, DBO, DQO e coliformes fecais
para serem considerados em seu tratamento de remoção. Quanto aos aspectos físicos,
turbidez, cor, temperatura e concentração de sólidos dissolvidos são os mais
importantes a serem considerados.
A temperatura contribui para o desenvolvimento de microrganismos, enquanto a
turbidez e a concentração de sólidos dão pautas importantes para possíveis
entupimentos nas tubulações que transportam os efluentes. O costume de urinar
durante o banho impacta em níveis mais altos de compostos nitrogenados no efluente
a ser considerado no tratamento. Quanto aos compostos de enxofre, cabe destacar a
ocorrência de gás sulfídrico, gerador de maus odores.
A alcalinidade e a dureza podem, assim como a turbidez e a concentração de sólidos
dissolvidos, dar indicações sobre possíveis problemas com entupimentos das
tubulações. Óleos e gorduras são importantes, podendo ser parâmetro crítico de
controle do sistema de tratamento. As águas cinzas normalmente contêm organismos
patogênicos, dentre eles, bactérias, vírus e parasitas, em concentrações menos
elevadas do que em esgotos domésticos convencionais, mas elevadas o suficiente para
causar riscos à saúde.
Vantagens de reuso:
Criar um projeto de reaproveitamento de água cinza resulta em economia de água
potável, economia de energia elétrica e menor produção de esgoto sanitário nas
edificações. Em uma visão macro, resulta em preservação dos mananciais, por diminuir
a quantidade de água captada e por reduzir o lançamento de esgoto pelas áreas
urbanas, além de reduzir o consumo de energia elétrica no tratamento da água e do
esgoto.
3. Águas de drenagem de fundação (lençol freático): água resultante do processo de
drenagem feito na etapa de fundação da obra para rebaixamento do lençol freático
através de poço de bombeamento:
Essas águas ainda são pouco utilizadas no projeto de reaproveitamento de água,
principalmente porque a maioria dos projetistas não dão atenção ao seu potencial de
utilização. Quando o lençol freático é aflorante, ou em edificações que fazem uso de
subsolo de garagens, a execução das fundações prediais passam necessariamente pelo
rebaixamento do lençol freático. Este rebaixamento pode ser feito com um olhar
voltado para o reaproveitamento destas águas provindas do lençol freático.
Neste caso, o uso de um poço drenante, que seria provisório para a etapa de fundação
da obra, passa a ser concebido para atuar de forma permanente na edificação,
recalcando futuramente estas águas também para o reaproveitamento. A água pode
ser usada em vasos sanitários, regas de jardins e lavagem de pisos. No entanto, vale a
pena um estudo qualitativo para definir o seu reaproveitamento, bem como uma
análise de interferência no lençol freático sobre fundações de prédios vizinhos. Isso
evita o risco de desmoronamentos.
Mas existe um potencial bastante promissor e permanente neste tipo de
reaproveitamento. Em grandes centros urbanos, onde as edificações possuem subsolo
de vários pavimentos e o volume de água do lençol freático é grande, este
reaproveitamento já está sendo recomendado de forma vantajosa.
Aspectos qualitativos:
A qualidade dependerá do tipo de lençol freático captado. Pode ser mais frequente a
presença de cor, principalmente se for retirada de solos argilosos. Assim, um
tratamento de remoção da cor deve ser considerado, sempre e quando seus usuários
objetem o seu uso quanto a esta qualidade. Se o lençol freático for contaminado,
também demanda desinfecção. É sempre recomendável encaminhar amostras desta
água para análise laboratorial a fim de comprovar a sua qualidade e definir no projeto
o correto reaproveitamento com medidas de tratamento.
Vantagens de reutilização da água de lençol freático:
Uma das principais vantagens é a constante oferta, não sendo limitada a períodos de
estiagem como as águas pluviais, garantindo uma economia substancial em poupar
água potável.
Representação ilustrativa dos projetos citados:

1-Águas pluviais:

2- águas das cinzas:

3- Águas de drenagem de fundação (lençol freático):


Referências

- https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/informacoes-basicas/tpos-de-
agua/reuso-de-agua/#:~:text=Reuso%20indireto%20planejado%20da
%20%C3%A1gua,atendimento%20de%20algum%20uso%20ben
%C3%A9fico.
- https://www.infoescola.com/meio-ambiente/reuso-da-agua/
- https://cebds.org/reuso-da-agua-saiba-como-essa-pratica-pode-ajudar-
sua-empresa/
- https://brasilescola.uol.com.br/biologia/Agua-reuso.htm
- https://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/reuso_agua.htm

Você também pode gostar