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Atenção Básica e Práticas de Saúde da Família –

ESF e NASF

Unidade II

Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar

1
UNIDADE II

3.2.2 Princípios e Diretrizes na Atenção Básica

Compõe os princípios e diretrizes do SUS e da Rede de Atenção à Saúde


operacionalizados na Atenção Básica:

Figura 13: Princípios e diretrizes na Atenção Básica

Princípios Diretrizes
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

UNIVERSALIDADE TERRITORIALIZAÇÃO E ADSTRIÇÃO

POPULAÇÃO ADSCRITA

CUIDADO CENTRADO NA PESSOA

EQUIDADE RESOLUTIVIDADE

LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO

COORDENAÇÃO DO CUIDADO

INTEGRALIDADE ORDENAÇÃO DA REDE

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

Fonte: O Autor, 2020

PRINCÍPIOS

A seguir são apresentados os princípios para a operacionalização da Atenção


Básica de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.
UNIVERSALIDADE na Atenção Básica

Figura 14 - Universalidade

Fonte: Site Unicef1

Partindo do preceito de saúde como direito de cidadania e dever dos governos


municipal, estadual e federal, o princípio da universalidade garante o atendimento
irrestrito, sem qualquer tipo de discriminação, garantindo que todas as pessoas
tenham direito ao atendimento e à participação.
A Atenção Básica é considerada porta de entrada para o acesso universal e
contínuo à Rede de Atenção à Saúde. Ao constituir, preferencialmente, o primeiro
contato com os serviços de saúde, deve acolher e promover a vinculação e
corresponsabilização das pessoas pela atenção às suas necessidades de saúde.
Cabe aos que atuam nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da
Família viabilizar o acesso, a atenção e o acolhimento das demandas de todas as
pessoas que procuram os serviços, de modo universal e sem diferenciações
excludentes, construindo e implementando ações resolutivas para suas
necessidades. (BRASIL, 2017a, 2019).
Na Atenção Básica o usuário terá acesso aos serviços de saúde ao procurar/
comparecer à uma unidade de saúde ou por cadastramento via visita domiciliar da
Equipe de Saúde da Família.
Ao procurar por uma unidade de saúde na Atenção Básica é realizado o
cadastramento e a geração do documento de identificação do usuário no SUS, o
Cartão Nacional de Saúde (CNS). Por meio desse cartão é possível acessar todas as
informações referentes aos atendimentos no SUS. O CNS pode ser gerado também
pelo sistema DigSUS criado pelo Ministério da Saúde para reunir todas as
informações do usuário, via aplicativo para celular ou site.

1 Disponível em: https://www.unicef.org/brazil. Acesso em 15 jun 2020.


EQUIDADE na Atenção Básica

Figura 13 – Equidade na Atenção Básica

Fonte: Sites Google2

O princípio da equidade visa, sobretudo, o reconhecimento e a valorização das


diferenças, a fim de garantir o atendimento de todos os cidadãos conforme suas
necessidades, devendo tratar desigualmente os desiguais.

Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas


condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das
pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas
diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando proibida
qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença,
nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado
de saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física,
intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam
minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos que
possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que
impacte na autonomia e na situação de saúde (BRASIL, 2017a).

Na prática, deve ocorrer a articulação entre a igualdade e a justiça, a fim de


oferecer atenção primeiro aos que mais necessitam, assim como aplicar recursos
primeiro às regiões e áreas mais necessitadas. Nesse sentido, o princípio da equidade
para ser aplicado adequadamente, preconiza o conhecimento prévio das
necessidades dos indivíduos, territórios e populações.

2
Disponível em: https://sites.google.com/site/seminariosavancadosppgics2016/. Acesso em 30 jun 2020.
INTEGRALIDADE na Atenção Básica

Figura 14 – Integralidade na Atenção Básica

Fonte: Rede humaniza SUS3

Uma equipe de saúde, ao conhecer a comunidade à qual prestará atendimento,


deve planejar os serviços de atenção à saúde de modo a atender às necessidades da
população visando o atendimento integral à saúde, programando as ações
necessárias nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da
prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos
cuidados paliativos.
A integralidade inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros
pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado das necessidades
biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das
diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da
ampliação da autonomia das pessoas e coletividade
As ações de promoção da saúde devem ser voltadas para a ampliação da
autonomia das pessoas e coletividades (BRASIL, 2017a).
O empoderamento da população deve fazer parte dos objetivos no âmbito das
ações de promoção da saúde.
Contudo, considerando que o atendimento deve ser feito para a saúde e não
somente para a doença, o princípio da integralidade visa garantir o atendimento
integral da promoção da saúde até a reinserção do indivíduo na sociedade e/ou
atenção em cuidados paliativos, sempre considerando as especificidades individuais
e coletivas. Em especial, na Atenção Básica, devem ser priorizadas as ações
preventivas, mas sem prejuízo das ações assistenciais.
O abrangente conceito de saúde apresentado na 8ª Conferência Nacional de
Saúde esclarece, também sob a perspectiva do direito, que a saúde possui múltiplos
determinantes e condicionantes, inclusive para além das ações preventivas e
assistenciais (SCABAR, 2014).
Grande parte dos fatores relacionados às condições de saúde das pessoas e
coletividades podem ser abordados na Atenção Básica. Para que as estratégias e

3
Disponível em: http://redehumanizasus.net/94461-seja-bem-vindo/. Acesso em 20 jun 2020.
ações sejam implementadas com êxito é fundamental que a dicotomia e oposição
entre assistência e promoção da saúde seja superada. (BRASIL, 2017a).

Saiba mais:
Para conhecer na integra o Conceito de Saúde da 8ª Conferência Nacional de Saúde
acesse:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/8_conferencia_nacional_saude_relatorio
_final.pdf
(CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1986)

DIRETRIZES

Para colocar em prática os objetivos da Atenção Básica no SUS são


estabelecidas as diretrizes apresentadas a seguir, tendo a Saúde da Família como
estratégia prioritária, sem deixar de reconhecer outras estratégias de organização da
Atenção Básica nos territórios, as quais também devem seguir os princípios e
diretrizes da Atenção Básica e do SUS.

REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO na Atenção Básica

A definição de recortes espaciais estratégicos, definidos como regiões de


saúde, é fundamental para o planejamento, organização e implementação das
estratégias e processos de trabalho (BRASIL, 2017a), garantindo a integralidade da
assistência aos usuários do sistema em uma escala geograficamente razoável
(TESTON et. al, 2019).
Os pontos de atenção da Rede de Atenção Saúde devem ser organizados de
forma regionalizada e hierarquizada, com fluxos e referências estabelecidos. A
Atenção Básica deve ser o ponto de comunicação entre os pontos de atenção da RAS
(BRASIL, 2017a).
Ou seja, é necessário definir as regiões de saúde para implementar os
processos de gestão dos pontos da Rede de Atenção à Saúde, em todos os níveis
(primário, secundário e terciário).
De acordo com o Decreto 7508/2011, as Regiões de Saúde são instituídas pelo
Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas
na Comissão Intergestores Tripartite (2011a).
Em casos de municípios limítrofes, poderão ser instituídas Regiões de Saúde
interestaduais.

Uma Região de Saúde deve conter, minimamente, as seguintes ações e


serviços:

 Atenção primária;
 Urgência e emergência;
 Atenção psicossocial;
 Atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
 Vigilância em saúde.
As transferências de recursos entre união, estados e municípios terão as
Regiões de Saúde como referência.
As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma
Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas
Comissões Intergestores.
Os limites geográficos, população usuária das ações e serviços, rol de ações e
serviços que serão ofertados, assim como as respectivas responsabilidades, critérios
de acessibilidade e escala para conformação dos serviços das Regiões de Saúde,
serão definidos pela união, estados e municípios.
A Atenção Básica constitui porta de entrada prioritária para o SUS, de forma
ordenada e visando atender aos objetivos, princípios e diretrizes do mesmo. O acesso
às Redes de Atenção à Saúde pode ocorrer também por meio dos serviços de atenção
de urgência e emergência, de atenção psicossocial, e dos serviços especiais de
acesso aberto, os quais, quando necessário devem referenciar (encaminhar) os
usuários para os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especializados,
entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica.

TERRITORIALIZAÇÃO E ADSTRIÇÃO na Atenção Básica

Figura 15 – O território (Mapa Afetivo)

Site: São Paulo São4

Território corresponde à uma unidade geográfica única, de construção


descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas em saúde, com a

4 https://saopaulosao.com.br/. Acesso em 25 jun 2020.


finalidade de dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico,
epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de
cada unidade geográfica.
Para considerar a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural,
buscando produzir a atenção integral, conforme preconiza a PNAB, as ações setoriais
e intersetoriais de vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde
na Atenção Básica ocorrerão em territórios definidos, de acordo com as necessidades
e especificidades locais e regionais, considerando as dinâmicas e a dinamicidade do
território e de sua população, incluindo a parcela de populações específicas,
itinerantes e dispersa, as quais, enquanto presentes no território, são de
responsabilidade da equipe.
Sendo assim, para o funcionamento e planejamento das ações, faz-se
necessário, primeiramente, definir o território que será atendido e mapeá-lo para
compreender suas características geográficas e sociais.

POPULAÇÃO ADSCRITA na Atenção Básica

Deve-se levar em consideração a situação, os condicionantes e determinantes


da saúde das pessoas e coletividades daquele território (população adstrita ao
território), de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e
responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das
ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência
para o seu cuidado.
Nesse sentido, é fundamental o cadastramento da população adscrita e o
levantamento de suas necessidades, considerando que o foco na comunidade do
território para conhecer as características e reais necessidades da população,
constitui ação de suma importância para o sucesso das intervenções e envolvimento
da comunidade.

Figura 16 – Comunidade ribeirinhas Pimental e São Francisco

Fonte: Site Doc Player5

5
Disponível em: http://docplayer.com.br/80780160-Protocolo-de-consulta-das-comunidades-ribeirinhas-pimental-e-sao-
francisco.html. Acesso em 25 jun 2020.
CUIDADO CENTRADO NA PESSOA na Atenção Básica

As estratégias e ações devem ser planejadas e executadas considerando as


singularidades do indivíduo, em conjunto com o mesmo, estimulando o
desenvolvimento de suas potencialidades, afim de que esteja preparado para tomar
as melhores decisões acerca da sua vida e da sua saúde, ou seja, é necessário
viabilizar condições para que a pessoa exerça a cidadania, a autonomia e o seu direito
de participação nas decisões relacionadas à sua saúde. Esse conceito corrobora com
o conceito de empoderamento.

Figura 17 – Cuidado Centrado na Pessoa

Fonte: People Health6

A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos


relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas e, por
consequência, no cuidado (BRASIL, 2017a).
O Cuidado Centrado na Pessoa se constrói no exercício do diálogo entre os
profissionais e destes com os usuários, famílias e comunidade, requer a participação
de todos os sujeitos envolvidos nos processos de decisão acerca do cuidado à saúde,
viabilizando a construção de melhores relações (AGRELI et al., 2016).
O redirecionamento do foco dos profissionais e serviços para o indivíduo e suas
necessidades refere-se à uma nova perspectiva de modelo de atenção à saúde,
contribuindo para a melhorar assertividade e a eficácia dos sistemas de saúde, bem
como de suas estratégias e ações (ROYAL COLLEGE, 2014).

Constituem princípios que orientam a prática do cuidado centrado no paciente


são:
. dignidade
. compaixão e respeito;
. coordenação e integração do cuidado

6
Disponível em: https://peoplehealth.com.br/. Acesso em 25 jun 2020.
. cuidado personalizado
. apoio ao autocuidado
. informação, comunicação e educação
. conforto físico
. apoio emocional, alívio do medo e ansiedade
. envolvimento de familiares e amigos
. transição e continuidade; e
. acesso ao cuidado (PICKER INSTITUTE, 2017).

Na prática profissional, há de trabalhar capacidades e habilidades pessoais tais


como, empatia, capacidade de receber questionamentos e de oferecer respostas. É
necessário comprometer-se com uma ação coordenada e integrada entre os sujeitos
envolvidos. O processo de comunicação deve ser fortalecido, uma vez que a
autonomia e o empoderamento do indivíduo estão em foco, ou seja, envolve processo
de educação em saúde. Além do compromisso com o conforto físico do paciente, deve
se estabelecer estratégias para suporte emocional (PICKER INSTITUTE, 2017).
Deve se considerar a prestação de cuidado de forma respeitosa, respondendo
às necessidades, preferências e valores da pessoa assistida, com a garantia de que
tais valores norteiem todas as decisões clínicas (INSTITUTE OF MEDICINE, 2001).
Há evidências que a prática do cuidado centrado no paciente produza efeitos
positivos sobre os resultados clínicos, estimulando a cooperação e viabilizando o
apoio e a consolidação dos seus direitos. Trata-se de um modelo de atenção que se
propõe a romper paradigmas remanescentes do modelo biomédico e superar a
fragmentação do cuidado (THE HEALTH FOUNDATION, 2014; ZHAO et al., 2016).
Sendo considerada principal porta de entrada para o sistema, evidencia-se a
importância do serviço de Atenção Básica no encaminhamento e desenvolvimento das
ações coletivas e individuais. Para isso, dispõe de tecnologias de cuidado centradas
na pessoa, que objetivam, sobretudo, promover saúde por meio da autonomia de
indivíduos e grupos.

RESOLUTIVIDADE na Atenção Básica

A resolutividade na Atenção Básica preconiza a responsabilização de equipes,


a realização de atendimento acolhedor, com criatividade e flexibilização das ações,
tendo como base o cuidado corresponsável, em que prevaleça o protagonismo da
equipe multiprofissional, aprofundando saberes e práticas no campo da saúde,
viabilizando a produção de vínculos interpessoais e contratuais, além de autonomia
no processo de trabalho na atenção primária (COSTA et. al, 2014).
A prática da resolutividade na Atenção Básica é fortemente influenciada pelo
modelo de Redes de Atenção à Saúde, que organiza e articula os serviços nos
diferentes níveis de atenção à saúde, favorecendo o estabelecimento de vínculos e
acolhimento nos territórios. O entendimento sobre resolutividade da assistência é
fundamental para a reorganização da qualidade dos serviços de saúde, utilizando-se
a análise de satisfação do usuário. Assim, profissionais de saúde e gestores podem
realizar autoanálise de seus processos de trabalho e propor intervenções mais
adequadas, em função das necessidades e expectativas sobre o serviço (COSTA et.
al, 2014).
A Atenção Básica deve ser resolutiva e capaz de resolver a grande maioria dos
problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros
pontos da RAS, quando necessário.
Deve utilizar as diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo. Ao
centralizar o cuidado na pessoa, promovendo a autonomia e o empoderamento
individual e coletivo, deve viabilizar a construção de vínculos e intervenções clínicas
e sanitárias efetivas por meio de uma clínica ampliada (BRASIL, 2017a).

LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO na Atenção Básica

Para a prática da longitudinalidade do cuidado é prioritário que as estratégias


estejam fundamentadas no princípio da integralidade, bem como nas diretrizes de
regionalização e hierarquização, territorialização, adscrição e cuidado centrado na
pessoa.
A longitunidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação de cuidado,
com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo
do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das
intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda
de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do
desconhecimento das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado.
Ou seja, a longitudinalidade trata-se de uma prática que depende da
implementação efetiva de princípios e diretrizes que viabilizam a operacionalização
da atenção básica.
A instituição adequada das regiões de saúde deve promover o estabelecimento
e gestão eficiente das Redes de Atenção à Saúde entre os níveis de atenção,
viabilizando os processos de referência e contrarreferência a partir dos
encaminhamentos da Atenção Básica, nível de atenção prioritário para acesso ao
SUS, ponto central e ordenador das RAS.
Nesse sentido, as estratégias e ações do primeiro nível de atenção,
estruturadas territorialmente a partir de populações adstritas, devem ser elaboradas
de acordo com as necessidades de saúde da população, considerados todos os
determinantes e condicionantes da saúde, viabilizando a prática do cuidado
centralizado na pessoa, conhecendo a sua história e as suas reais necessidades,
tornando-a participe das decisões relativas ao processo de cuidado e atenção à sua
saúde, tornando possível a construção de vínculo permanente e consistente, assim
como o acompanhamento dos efeitos das intervenções, garantindo a continuidade da
referência e contrarreferência, além de minimizar as chances de falhas e erros de
intervenção.

COORDENAR O CUIDADO na Atenção Básica

Considerada a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de


Atenção à Saúde deve garantir a coordenação do cuidado e ordenadora das ações e
serviços disponibilizados na rede, cabe à Atenção Básica a responsabilidade de
elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção
das RAS, utilizando as diversas estratégias e tecnologias voltadas ao cuidado e
atenção à saúde disponíveis entre os níveis de atenção à saúde.
Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção,
responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através
de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão
compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes
de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.

ORDENAR AS REDES na Atenção Básica

As equipes na Atenção Básica devem reconhecer as necessidades de saúde


da população sob sua responsabilidade, organizando tais necessidades em relação
aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das
ações, assim como a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades
de saúde das pessoas garantindo a construção de vínculo, o uso adequado dos
procedimentos de referência e contrarreferência (encaminhamento),
acompanhamento e organização do fluxo de atendimento/tratamento, garantindo o
adequado uso das estruturas do sistema e alimentando-o com informações da
população para que seja permanentemente adequado às suas necessidades.

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE na Atenção Básica

É por meio dos conselhos de saúde que os usuários acompanham e fiscalizam


a execução da política de saúde e participam da formulação das estratégias do SUS.
A Lei n. º 8.142/1990 garantiu a participação popular permanente e instituiu os
conselhos e as conferências de saúde como instâncias de controle social do SUS nas
três esferas de governo (municipal, estadual e federal). Os Conselhos de Saúde
objetivam controlar as iniciativas do governo, assegurando a implementação de
políticas de saúde que cumpram os princípios do SUS, são constituídos de forma
tripartite, independentemente do número de conselheiros, da seguinte forma:

Figura 18 – Formação Tripartite dos Conselhos de Saúde

Formação Tripartite dos Conselhos de Saúde

Representantes dos Trabalhadores da Prestadores e


usuários do SUS Saúde (25%) Gestores (25%)
(50%)

Prestadores de
Usuários do SUS serviços, profissionais
PARIDADE de saúde e
(50%)
gestor/governo (50%)

Fonte: O autor (2020)


É garantida a paridade entre os usuários do SUS e os prestadores de
serviços, profissionais de saúde e gestores/ governo.

As Conferências de Saúde ocorrem nas esferas nacional, estadual e municipal.


São espaços institucionais importantes para o exercício do controle social. Conforme
a Lei n. º 8.142/1990, a comunidade, não apenas o governo, deve participar das
decisões, propor ações e programas para resolução de seus problemas de saúde e,
principalmente, controlar a qualidade e o modo como está sendo desenvolvida a oferta
de atenção. Deve, ainda, fiscalizar a aplicação dos recursos públicos destinados à
saúde. Dessa forma, por meio da participação popular, deve garantir a manutenção
da característica “pública” da Política Nacional de Saúde.

Figura 19 – Reunião Conselho de Saúde (ilustração)

Fonte: Agência Universitária de Notícias7

A participação da comunidade como diretriz para operacionalização da Atenção


Básica deve estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações
de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de
ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das
pessoas e coletividades do território.
Deve considerar, ainda, o enfrentamento dos determinantes e condicionantes
de saúde, através de articulação e integração das ações intersetoriais na organização
e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e
no exercício do controle social (BRASIL, 2017a).
Não há como garantir a eficácia de uma política pública sem a participação da
comunidade, pois é nela que estão os problemas – questões a serem enfrentadas
pelo sistema – assim como a solução para eles.
O SUS é produto da participação popular, foi concebido pela população, para
a população e a sua legitimidade em todos os níveis e serviços, como no caso da
Atenção Básica, está intimamente vinculada à participação popular.
A participação da comunidade nas ações de planejamento, implementação e
avaliação do SUS é fundamental para o adequado funcionamento do sistema.

7
Disponível em: https://paineira.usp.br/aun/index.php/2017/04/10/nova-pesquisa-estuda-contribuicoes-de-escolas-
democraticas-para-o-ensino-publico/. Acesso em 10 jun 2020.
3.2.3 Infraestrutura e Ambiência das UBS e USF

Para adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos humanos das UBS e


USF às necessidades de saúde da população de cada território, devem ser adotados
procedimentos que garantam o dimensionamento adequado de acordo com o
quantitativo de população adscrita e suas especificidades, bem como aos processos
de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários.

Os parâmetros de estrutura devem levar em consideração os seguintes


aspectos relacionados ao território:

. densidade demográfica
. composição das equipes
. atuação e tipos de equipes
. perfil da população
. ações e serviços de saúde a serem realizados.

Para adequada infraestrutura das UBS e USF devem ser considerados os


seguintes itens:

. Existência de espaços físicos e ambientes adequados destinados à formação em


saúde, tanto para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde de nível médio
e superior, quanto para a educação permanente e formação em serviço.
. Atendimento às normas sanitárias e tendo como referência as normativas de
infraestrutura vigentes.
. Possuir identificação segundo os padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
. Cadastramento no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(SCNES), de acordo com as normas em vigor.

As UBS e USF poderão ter pontos de apoio para o atendimento de populações


dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras, etc.), com
reconhecimento no SCNES, bem como nos instrumentos de monitoramento e
avaliação. A estrutura física dos pontos de apoio deve respeitar as normas gerais de
segurança sanitária.

A ambiência de uma UBS e/ou USF refere-se ao espaço físico (arquitetônico),


entendido como lugar social, profissional e de relações interpessoais, que deve
proporcionar uma atenção acolhedora e humana para as pessoas, além de um
ambiente saudável para o trabalho dos profissionais de saúde.
Para um ambiente adequado, existem componentes que atuam como modificadores
e qualificadores do espaço, nesse sentido, recomenda-se contemplar aos ambientes
dos estabelecimentos de Atenção Básica (UBS e USF):

. recepção sem grades (para não intimidar ou dificultar a comunicação e também


garantir privacidade à pessoa)
. identificação dos serviços existentes
. escala dos profissionais
. horários de funcionamento
. sinalização de fluxos,
. conforto térmico e acústico
. espaços adaptados para as pessoas com deficiência em conformidade com as
normativas vigentes.

Além da garantia de infraestrutura e ambiência apropriadas, a realização da


prática profissional na Atenção Básica requer a disponibilização de:

. equipamentos adequados
. recursos humanos capacitados
. materiais e insumos suficientes à atenção à saúde

3.2.4 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde

No âmbito da Atenção Básica, são considerados unidades ou equipamentos de saúde:

. Unidade Básica de Saúde e/ou Unidade de Saúde da Família


. Unidade Básica de Saúde Fluvial
. Unidade Odontológica Móvel

a) Unidade Básica de Saúde e/ou Unidade de Saúde da Família

Ambientes recomendados conforme PNAB 2017:

. consultório médico e de enfermagem


. consultório com sanitário
. sala de procedimentos
. sala de vacinas
. área para assistência farmacêutica
. sala de inalação coletiva
. sala de coleta/exames
. sala de curativos
. sala de expurgo
. sala de esterilização
. sala de observação
. sala de atividades coletivas para os profissionais da Atenção Básica
. consultório odontológico com equipo odontológico completo (caso a equipe seja
composta por profissionais de saúde bucal)
. área de recepção
. local para arquivos e registros
. sala multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea
. sala de administração e gerência
. banheiro público e para funcionários

Demais ambientes devem ser incorporados de acordo com as necessidades do


território, serviços oferecidos e população atendida.

b) Unidade Básica de Saúde Fluvial


Ambientes recomendados conforme PNAB 2017:

. consultório médico
. consultório de enfermagem
. área para assistência farmacêutica
. laboratório
. sala de vacina
. sala de procedimentos
. consultório odontológico com equipo odontológico completo (caso a equipe seja
composta por profissionais de saúde bucal)
.área de recepção
. banheiro público
. banheiro exclusivo para os funcionários
. expurgo
. cabines com leitos em número suficiente para toda a equipe
. cozinha
. demais de acordo com as necessidades do território, serviços oferecidos e população
atendida.

c) Unidade Odontológica Móvel

Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a finalidade de atenção à saúde


bucal, equipado com:

. compressor para uso odontológico com sistema de filtragem


. aparelho de raios-x para radiografias periapicais e interproximais
. aventais de chumbo
. conjunto peças de mão contendo micro-motor com peça reta e contra ângulo, e alta
rotação
. gabinete odontológico
. cadeira odontológica
. equipo odontológico
. refletor odontológico
. unidade auxiliar odontológica
. mocho odontológico
. autoclave
. amalgamador
. fotopolimerizador
. refrigerador

3.2.5 Funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e Unidades de


Saúde da Família

Recomendação da PNPS 2017:

Carga horária mínima: 40 horas semanais.


No mínimo 5 (cinco) dias da semana.
Nos 12 meses do ano.

Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das


instâncias de participação social, desde que atendam expressamente a necessidade
da população, observando, sempre que possível, a carga horária mínima descrita
acima.
Com o objetivo de ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família, bem
como de ampliar o número de usuários nas ações e nos serviços promovidos nas
USF, e de reduzir o volume de atendimentos de usuários com condições de saúde de
baixo risco em unidades de pronto atendimento e emergências hospitalares, a Portaria
930/2019 instituiu o Programa "Saúde na Hora", dispondo sobre o horário estendido
de funcionamento das Unidades de Saúde da Família para as unidades que
aderissem ao programa, permitindo a realização de ações e serviços de saúde,
durante todo o horário estendido de funcionamento da USF (BRASIL, 2020a).
As adesões ao Programa "Saúde na Hora" foram desativadas pela Portaria nº
99/2020 e posteriormente reestabelecidas por meio da Portaria nº 397 de 16 de março
de 2020 que instituiu novamente o Programa Saúde na Hora no âmbito da Política
Nacional de Atenção Básica, com objetivo de implementar o horário estendido de
funcionamento das Unidades de Saúde da Família no SUS, com os seguintes
objetivos (BRASIL, 2020b):
I - ampliar o horário de funcionamento das USF e UBS, possibilitando maior
acesso dos usuários aos serviços;
II - ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família; e
III - ampliar o acesso às ações e serviços considerados essenciais na
Atenção Primária à Saúde (APS);
IV - ampliar o número de usuários nas ações e nos serviços promovidos nas
USF e UBS; e
V - reduzir o volume de atendimentos de usuários com condições de saúde
de baixo risco em unidades de pronto atendimento e emergências
hospitalares."

As USF ou UBS participantes do Programa Saúde na Hora deverão possuir:

I - quanto ao horário de funcionamento

a) USF 60h: com funcionamento mínimo de 60 (sessenta) horas semanais, sendo:


. 12 (doze) horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, durante os 5
(cinco) dias úteis na semana; ou
. 11 (onze) horas diárias ininterruptas, de segunda a sexta-feira, durante os 5 (cinco)
dias úteis da semana, e 5 (cinco) horas aos sábados ou domingos;

b) USF 60h com saúde bucal: com funcionamento mínimo de 60 (sessenta) horas
semanais, sendo:
. 12 (doze) horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, durante os 5
(cinco) dias úteis na semana; ou
. 11 (onze) horas diárias ininterruptas, de segunda a sexta-feira, durante os 5 (cinco)
dias úteis da semana, e 5 (cinco) horas aos sábados ou domingos; e

c) USF 75h com saúde bucal: com funcionamento mínimo de 75 (setenta e cinco)
horas semanais, sendo:
. 15 (quinze) horas diárias ininterruptas de segunda-feira a sexta-feira, durante 5
(cinco) dias úteis na semana; ou
. 14 (quatorze) horas diárias ininterruptas, de segunda a sexta-feira, durante os 5
(cinco) dias úteis da semana, e 5 (cinco) horas aos sábados ou domingos; ou

d) USF ou UBS 60h simplificado: com funcionamento mínimo de 60 (sessenta) horas


semanais, sendo:
. 12 (doze) horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, durante os 5
(cinco) dias úteis na semana; ou
. 11 (onze) horas diárias ininterruptas, de segunda a sexta-feira, durante os 5 (cinco)
dias úteis da semana, e 5 (cinco) horas aos sábados ou domingos.

Quanto ao quantitativo mínimo de equipes de saúde:


a) USF 60h: 3 (três) equipes de Saúde da Família;
b) USF 60h com saúde bucal: 3 (três) equipes de Saúde da Família e 2 (duas) equipes
de Saúde Bucal;
c) USF 75h com saúde bucal: 6 (seis) equipes de Saúde da Família e 3 (três) equipes
de Saúde Bucal; ou
d) USF ou UBS 60h simplificado: mínimo de 60 (sessenta) horas somada a carga
horária de todas as equipes de saúde da unidade, podendo ser uma combinação de
eSF (40 h) e eAP (20h ou 30h).

As USF e UBS participantes do Programa Saúde na Hora deverão ofertar os


mesmos serviços de saúde em todos os turnos de funcionamento. Todos os critérios
para adesão e implementação estão definidos na Portaria 397/2020 (BRASIL, 2020b).

Garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica, salvos os casos em


que haja recomendação diferenciada, considerando eventuais peculiaridades da
população atendida, recomenda-se que as equipes sejam instituídas da seguinte
forma:

Figura 20 – Constituição das eSF e eAB

Municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes


01 (uma) única equipe de Saúde da Família (eSF) ou Atenção Básica (eAB)
Municípios ou territórios com mais de 2.000 habitantes
Cada equipe deve se responsabilizar pelo acompanhamento de
2.000 a, no máximo, 3.500 habitantes

Fonte: O autor (2020).

Quanto ao número de equipes, a recomendação da Política Nacional de


Atenção Básica é de quatro equipes de Saúde da Família ou Atenção Básica por
unidade de saúde, sendo o teto máximo de equipes definido pela fórmula
(população/2.000).
Tais critérios e parâmetros populacionais são válidos tanto para Unidades de
Saúde da Família quanto para Unidades Básicas de Saúde, as quais não dispõem de
equipes de Saúde da Família e sim de Equipe de Atenção Primária (eAP).

As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões essenciais e


ampliados:
Figura 21 – Padrões Essencial e Ampliado das ações e serviços da Atenção Básica

Padrão Essencial Padrão Ampliado


(obrigatório a todas as (recomendado a todas as
Equipes) Equipes)
Ações e procedimentos
considerados estratégicos
para se avançar e alcançar
Ações e procedimentos
padrões elevados de acesso
básicos relacionados a
e qualidade na Atenção
condições básicas/essenciais
Básica, considerando
de acesso e qualidade na
especificidades locais,
Atenção Básica.
indicadores e parâmetros
estabelecidos nas Regiões
de Saúde.

Fonte: O autor (2020).

Todas as equipes que atuam na Atenção Básica deverão garantir a oferta de


todas as ações e procedimentos do Padrão Essencial e recomenda-se que também
realizarem ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando as necessidades e
demandas de saúde das populações em cada localidade.
Os serviços dos padrões essenciais, bem como os equipamentos e materiais
necessários, devem ser garantidos igualmente para todo o país, buscando
uniformidade de atuação da Atenção Básica no território nacional.
As ações e procedimentos ampliados deve contemplar de forma mais flexível
às necessidades e demandas de saúde das populações em cada localidade, sendo
definido a partir de suas especificidades locorregionais.
Caberá a cada gestor municipal realizar análise de demanda do território e
ofertas das UBS para mensurar sua capacidade resolutiva, adotando as medidas
necessárias para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das equipes e
serviços da sua UBS.
A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá estar disponível aos
usuários de forma clara, concisa e de fácil visualização, conforme padronização
pactuada nas instâncias gestoras.

As seguintes informações devem ser afixadas em local visível, próximo à


entrada da UBS/USF:

- Identificação e horário de atendimento;


- Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe;
- Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos componentes de cada
equipe;
- Relação de serviços disponíveis; e
- Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe.
As unidades devem organizar o serviço de modo a otimizar os processos de
trabalho, bem como o acesso aos demais níveis de atenção da RAS.
O nível de satisfação dos usuários deve ser monitorado. Devem ser oferecidos
meios para o registro de elogios, críticas e reclamações, tais como livros de registros,
caixas de sugestões ou por meios eletrônicos.
O acolhimento e a escuta ativa e qualificada devem ser assegurados,
independente do usuário ser da área de abrangência. Deve ocorrer a classificação de
risco e encaminhamentos resolutivos.

3.2.6 Tipos de Equipes, parâmetros para composição e implementação

As equipes responsáveis pelas ações e serviços na Atenção Primária à Saúde


são instituídas conforme a seguir (BRASIL, 2017b, 2019c; 2020a):

Equipe de Atenção Primária (eAP)


Equipe de Saúde Bucal (eSB)
Equipe de Saúde da Família (eSF)
Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária (eNASF-
AP)
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS)

EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA (eAP)

Figura 22 – Composição Mínima das eAP

Fonte: O autor, 2020.


As eAP poderão ser de duas modalidades, de acordo com a carga horária:
Figura 23 – Modalidades das eAP

Fonte: O autor, 2020.

Não se aplica aos profissionais da eAP a vedação à participação em mais de


uma eAP ou eSF, não sendo hipótese de suspensão de repasse a duplicidade de
profissional.
As citações à Equipe de Atenção Básica - eAB feitas em todos os atos
normativos devem ser interpretadas, no que couber, como referências à Equipe de
Atenção Primária - eAP.

EQUIPE DE SAÚDE BUCAL (eSB)

Figura 24 – Composição Mínima das eSB

Fonte: O autor, 2020.


Conforme PNAB 2017, os profissionais de saúde bucal que compõem as
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Primária (eAB) devem estar
vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo se organizar em
modalidades I e II, conforme mostra a figura 23.

No entanto, a Portaria n. 99 de 07 de fevereiro de 2020, a qual redefiniu o


registro das Equipes de Atenção Primária, propõe que as Equipes de Saúde
Bucal deverão ser desvinculadas das outras estratégias de atenção primária
(BRASIL, 2020a).

Figura 25 – Modalidades das Equipes de Saúde Bucal, conforme PNAB 2017

Fonte: O autor (2020).

De modo a atender às características e necessidades de cada município,


poderão também ser compostas Equipes de Saúde Bucal (eSB) na modalidade I com
carga horária diferenciada, nos seguintes termos (BRASIL, 2019c), conforme a seguir:
Figura 26 – eSB Modalidade I com carga-horária diferenciada

Fonte: o Autor (2020)

Não se aplica aos profissionais da eSB na modalidade I com carga horária


diferenciada a vedação à participação em mais de uma eSB ou eSF, não sendo
hipótese de suspensão de repasse a duplicidade de profissional.
A PNAB 2017 manteve a obrigatoriedade de vinculação dos profissionais de
Saúde Bucal a uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família
(eSF), independente da modalidade adotada, devendo compartilhar a gestão e o
processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela mesma
população e território adstrito que a equipe de Saúde da Família ou Atenção Básica a
qual integra.

ATENÇÃO: Conforme mencionado, a Portaria n. 99 de 07 de fevereiro de 2020,


propõe que as Equipes de Saúde Bucal deverão ser desvinculadas das outras
estratégias de atenção primária. Até o momento da elaboração deste livro não
obtinha-se dados publicados à respeito da implementação da Portaria 99/2020.
EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (eSF)

Figura 27 – Composição Mínima das eSF

Fonte: o Autor, 2020

O número de agentes comunitários de saúde por equipe deverá ser definido de


acordo com a base populacional, os critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, conforme definição local.
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade
social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750
pessoas por Agente Comunitário de Saúde (ACS).
Caberá a cada gestor municipal realizar a análise de demanda do território e
ofertas das unidades de saúde para mensurar sua capacidade resolutiva, adotando
as medidas necessárias para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das
equipes e serviços da sua UBS ou USF (BRASIL, 2017).

Todos os profissionais de saúde membros da ESF devem cumprir a carga


horária de 40 (quarenta) horas semanais, sendo assim, os profissionais da ESF
poderão vincular-se a apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES
vigente.

Estratégia Saúde da Família

A Estratégia Saúde da Família é prioritária para expansão e consolidação da


Atenção Primária, visa à sua reorganização no país a partir dos preceitos do SUS.
Também existem outros modos de organização da Atenção Primária nos territórios
que, assim como a ESF, devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Primária
do SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as
especificidades locorregionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência
de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são de
responsabilidade da equipe enquanto estiverem no território, em consonância,
inclusive, com a política de promoção da equidade em saúde.
É considerada como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da
Atenção Básica, por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior
potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e
coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Figura 28 – Logomarca da Estratégia Saúde da Família

Fonte: Manual de identidade visual, 2012.8

A Estratégia Saúde da Família teve origem em 1991, quando foi lançado o


Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Com os bons resultados do
PACS, principalmente na redução dos índices de mortalidade infantil, buscou-se uma
ampliação e maior resolutividade das ações e, a partir de 1994, começaram a ser
formadas as primeiras equipes de Saúde da Família.
O Programa Saúde da Família, hoje, Estratégia Saúde da Família, foi
introduzido pelo Ministério da Saúde em 1994.
Objetivando consolidar as diretrizes e princípios do SUS como universalidade,
integralidade e equidade, a Estratégia Saúde da Família (ESF) busca aliar a prática
do cuidado individual à abordagem populacional na perspectiva da vigilância em
saúde, integrar vigilância epidemiológica e sanitária, territorialização/distritalização,
atenção clínica e políticas intersetoriais, ações programáticas e reorganização do
atendimento à demanda espontânea com acolhimento centrado no usuário (TEIXEIRA
CF, 2020; GIOVANELLA L e MENDONÇA M.H., 2012).
A Estratégia Saúde da Família supera a antiga proposição de caráter
exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em
equipes dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem
responsabilidade.
Mediante a adstrição de clientela, as equipes de Saúde da Família estabelecem
vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a corresponsabilidade
desses profissionais com os usuários e a comunidade.
Seu desafio é ampliar suas fronteiras de atuação visando uma maior resolubilidade
da atenção, em que a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal,

8
Disponível em: http://www.saude.gov.br/images/pdf/2013/outubro/21/d6-211013.pdf. Acesso em 15 jun 2020.
que deverá sempre se integrar a todo o contexto de reorganização do sistema de
saúde.
Trata-se de uma estratégia de reorientação do modelo assistencial,
operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em UBS e
USF. Essas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido
de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com
ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e
agravos mais frequentes, além da manutenção da saúde das comunidades.
O trabalho das equipes de Saúde da Família é o elemento-chave para a busca
permanente de comunicação, troca de experiências e conhecimentos entre os
integrantes da equipe e desses com o saber popular do agente comunitário de saúde.
A atuação das equipes ocorre nas USF, nas residências e na mobilização da
comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado
e regionalizado de saúde por ter território definido e com uma população delimitada
sob sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a
comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de
qualidade; por realizar atividades de educação e de promoção da saúde.

EQUIPE DO NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO


PRIMÁRIA (eNASF-AP)

O serviço de Atenção Primária à Saúde conta também com as equipes do


Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária (eNasf-AP), o qual constitui
uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de
profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica.
A equipe do eNasf-AP é formada por diferentes ocupações (profissões e
especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte
(clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família e
de Atenção Primária.

Compete especificamente ao eNasf- AP:


a) Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na
Atenção Básica à que estão vinculadas;
b) Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS
principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento
da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades
de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; e
c) Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado,
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação
permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais
de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das
equipes, dentre outros, no território (BRASIL, 2017).

Atuando em parceria com as equipes que atuam na Atenção Primária à Saúde,


os Nasf-AP oferecem atenção e retaguarda especializada, de acordo com as
necessidades do território, dispondo de tecnologias específicas e profissionais
especialistas.
A criação dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) - atuais eNASF-
AP - ampliou a perspectiva do atendimento integral, com base nas ações específicas
priorizadas pela Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) (SCABAR, 2012).

Poderão compor as eNASF-AP as ocupações do Código Brasileiro de


Ocupações (CBO) na área de saúde:
 médico acupunturista
 assistente social
 profissional/professor de educação física
 farmacêutico
 fisioterapeuta
 fonoaudiólogo
 médico ginecologista/obstetra
 médico homeopata
 nutricionista
 médico pediatra
 psicólogo
 médico psiquiatra
 terapeuta ocupacional
 médico geriatra
 médico internista (clínica médica)
 médico do trabalho
 médico veterinário
 profissional com formação em arte e educação (arte educador)
 profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de
saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em
uma dessas áreas.

A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local,


devendo ser escolhida de acordo com as necessidades dos territórios.
O perfil dos profissionais da rede de Atenção Básica, deve contemplar posturas
que superem a perspectiva individualizante e fragmentária que tradicionalmente
abordam os modos de viver e coloca os sujeitos e as comunidades como responsáveis
únicos pelas várias mudanças ocorridas no processo saúde-doença (SCABAR, 2012).
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), atuais Núcleos Ampliados
de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AP) foram concebidos na ótica da
interprofissionalidade, multiprofissionalidade, interdisciplinaridade, matriciamento,
educação permanente, comunicação, planejamento conjunto, decisões, saberes e
responsabilidade compartilhados, para uma maior resolutividade do cuidado.

NASF-AP e o Programa Previne Brasil

Em novembro de 2019, por meio da Portaria nº 2.979/2019, o Ministério da


Saúde instituiu o Programa Previne Brasil, estabelecendo um novo modelo de
financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único
de Saúde (BRASIL, 2019e).
A regulamentação desse novo modelo de financiamento de custeio da Atenção
Primária delega ao gestor municipal a autonomia para compor as equipes
multiprofissionais, definindo a carga horária e os arranjos de equipe, o que na prática
revoga a implementação dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção
Primária (NASF-AP), uma vez que equipes multiprofissionais não mais devem ser
cadastradas, deixando de existir equipes do tipo NASF. O gestor municipal poderá
cadastrar esses profissionais diretamente nas equipes de Saúde da Família (eSF) ou
equipes de Atenção Primária (eAP), ampliando sua composição mínima. Poderá,
ainda, manter os profissionais cadastrados como equipe NASF-AB ou cadastrar os
profissionais apenas no estabelecimento de atenção primária sem vinculação a
nenhuma equipe. Sendo assim, o Ministério da Saúde não tem realizado o
credenciamento de novas equipes de NASF-AP e as solicitações que estavam em
análise foram arquivadas (BRASIL, 2019e).
Conforme Nota Técnica nº 3/2020 do Departamento de Saúde da Família da
Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, os profissionais
atuantes nos diversos modelos de atenção multiprofissional na APS, permanecerão
trabalhando, serão monitorados e contratações do tipo poderão ocorrer considerando
a autonomia dos gestores municipais, levando-se em consideração o perfil
epidemiológico regional (BRASIL, 2020c).

Até o momento da edição deste livro, não há resultados publicados


relativos à implementação do recente programa Previne Brasil, estando em fase
de transição da capitação ponderada do Programa Previne Brasil, referente à
Portaria nº 2.979/GM/MS, de 12 de novembro de 2019, para as equipes de Saúde
da Família e equipes de Atenção Primária. O prazo para implementação do
programa foi prorrogado considerando o contexto da emergência de saúde
pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus (covid-19)
(BRASIL, 2020d).

Saiba Mais:
Nota Técnica nº 3/2020 do Departamento de Saúde da Família da
Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, disponível no
link: https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/01/NT-NASF-AB-e-
Previne-Brasil-1.pdf
Portaria nº 2.979/2019, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Previne
Brasil, disponível no link: http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.979-de-12-
de-novembro-de-2019-227652180

ESTRATÉGIA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (eACS)

Em territórios onde as equipes de Saúde da Família ainda não são uma


realidade é prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
nas UBS como uma possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Primária à
Saúde com vistas à implantação gradual da Estratégia Saúde da Família ou como
uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da
Atenção Básica.
São itens necessários à implantação dessa estratégia:

a. a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no SCNES


vigente que passa a ser a UBS de referência para a equipe de agentes
comunitários de saúde;
b. o número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de acordo
com base populacional (critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos), conforme legislação vigente.
c. o cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais por
toda a equipe de agentes comunitários, por cada membro da equipe;
composta por ACS e enfermeiro supervisor;
d. o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no
SCNES vigente, vinculados à equipe;
e. cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamentações
vigentes e nesta portaria e ter uma microárea sob sua
responsabilidade, cuja população não ultrapasse 750 pessoas;
f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do planejamento do
processo de trabalho a partir das necessidades do território, com
priorização para população com maior grau de vulnerabilidade e de
risco epidemiológico;
g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralidade do
cuidado no território; e
h. cadastrar, preencher e informar os dados através do Sistema de
Informação em Saúde para a Atenção Básica vigente (BRASIL,
2017a).

EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES ESPECÍFICAS

Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica, são


responsáveis pela atenção à saúde de populações que apresentem vulnerabilidades
sociais peculiares e, por consequência, necessidades de saúde específicas, assim
como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica
possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determinado território,
considerando suas singularidades, o que possibilita intervenções mais oportunas
nessas situações específicas, com o objetivo de ampliar o acesso às Redes de
Atenção à Saúde e ofertar uma atenção integral à saúde.
Assim, toda equipe deve realizar atenção à saúde de populações distintas. Em
algumas realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, além das equipes
descritas anteriormente, de equipes adicionais para realizar as ações de saúde a
populações específicas no âmbito da Atenção Básica, que devem atuar de forma
integrada para a qualificação do cuidado no território.
Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam na Atenção Básica
possam incorporar as tecnologias dessas equipes específicas, de modo que se faça
uma transição para um momento em que as equipes específicas não serão
necessárias e todas as pessoas e populações serão acompanhadas pela equipe de
Saúde da Família. Contudo, essa ainda não é uma realidade no Brasil. Nesse sentido,
são consideradas equipes para Populações Específicas, conforme a PNAB 2017:

 Equipe dos Consultório na Rua (eCR).


 Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP).
 Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) (BRASIL, 2020e)
 Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF)

Considerando as especificidades locorregionais, os municípios da Amazônia


Legal e Pantaneira podem optar entre 2 (dois) arranjos organizacionais para equipes
Saúde da Família, além dos existentes para o restante do País, os quais eSFR ou
eSFF.

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA RIBEIRINHA (ESFR)

São equipes que desempenham parte significativa de suas funções em UBS


construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à área adstrita e cujo
acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão territorial, necessitam de
embarcações para atender as comunidades dispersas no território. As eSFR são
vinculadas a uma UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma
comunidade ribeirinha localizada na área adstrita.
A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por, no mínimo: 1
(um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um)
enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou
técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da
equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um)
cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família e 1 (um) técnico
ou auxiliar em saúde bucal.
Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as ESFR podem contar,
ainda, com: até 24 (vinte e quatro) Agentes Comunitários de Saúde; até 12 (doze)
microscopistas, nas regiões endêmicas; até 11 (onze) Auxiliares/Técnicos de
enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde bucal. As ESFR poderão, ainda,
acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua
composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos nas equipes de
Nasf-AB.
Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técnicos de enfermagem
extras e os auxiliares/técnicos de saúde bucal cumprirão carga horária de até 40
(quarenta) horas semanais de trabalho e deverão residir na área de atuação.
As eSFR prestarão atendimento à população por, no mínimo, 14 (quatorze) dias
mensais, com carga horária equivalente a 8 (oito) horas diárias.
Para as comunidades distantes da UBS de referência, as eSFR adotarão
circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as comunidades
assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações
de Atenção Básica. Caso necessário, poderão possuir unidades de apoio,
estabelecimentos que servem para atuação das eSFR e que não possuem outras
equipes de Saúde da Família vinculadas.
Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribeirinhas dispersas
no território de abrangência, a eSFR receberá incentivo financeiro de custeio para
logística, que considera a existência das seguintes estruturas:
a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será
realizada a atenção de forma descentralizada; e
b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para
o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s)
vinculada(s) ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica.
Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações devem estar
devidamente informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente,
a qual as eSFR estão vinculadas (BRASIL, 2017a).

EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA FLUVIAIS (ESFF)

São equipes que desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde


Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes
à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial.
A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por, no mínimo: 1
(um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um)
enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou
técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da
equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal: 1 (um)
cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família e 1 (um) técnico
ou auxiliar em saúde bucal.
Devem contar também, com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquímico.
Estas equipes poderão incluir, na composição mínima, os profissionais de saúde
bucal, um (1) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família,
e um (01) Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal.
Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível
superior à sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos para
os NASF-AB
Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saúde de referência, a
eSFF adotará circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as
comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a
execução das ações de Atenção Básica.
Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribeirinhas dispersas
no território de abrangência, onde a UBS Fluvial não conseguir aportar, a eSFF poderá
receber incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a existência das
seguintes estruturas:
a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será
realizada a atenção de forma descentralizada; e
b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para
o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s)
vinculada(s) ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica
(BRASIL, 2017a).

EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA (ECR)


Trata-se de uma equipe de saúde com composição variável, responsável por
articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com
características análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel,
podendo ter as modalidades e respectivos regramentos descritos em portaria
específica.

São itens necessários para o funcionamento das equipes de Consultório na


Rua (eCR):

a. Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo


ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e
também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do
território onde está atuando, sempre articuladas e
desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes que
atuam na atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e Nasf-
AB), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de
Urgência/Emergência e dos serviços e instituições componentes
do Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições
públicas e da sociedade civil;
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém
seu horário de funcionamento deverá ser adequado às
demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em
período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana; e
c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais
especificadas em portaria específica (BRASIL, 2017a).

Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o máximo de dois


profissionais da mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas
as modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitários de saúde.
O agente social, quando houver, será considerado equivalente ao profissional
de nível médio. Entende-se por agente social o profissional que desempenha
atividades que visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas em
situação de risco pessoal e social, assim como aproximar as equipes dos valores,
modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua.

Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes requisitos:


I - demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e
II - alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção Básica vigente,
conforme norma específica.

Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua, o cuidado


integral das pessoas em situação de rua deve seguir sendo de responsabilidade das
equipes que atuam na Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e os
Núcleos Ampliados à Saúde da Família e equipes de Atenção Básica (Nasf-AB) do
território onde estas pessoas estão concentradas.
Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de cada município,
serão tomados como base os dados dos censos populacionais relacionados à
população em situação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos pelo
Ministério da Saúde.
As regras estão publicadas em portarias específicas que disciplinam
composição das equipes, valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamento,
monitoramento e acompanhamento das equipes de consultório na rua entre outras
disposições (BRASIL, 2017a).

EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA PRISIONAL (EABP)

São compostas por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no


Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, e com responsabilidade de
articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade.
Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no
sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto na Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
(PNAISP), que os serviços de saúde no sistema prisional passam a ser ponto de
atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção
Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações
e serviços de saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas
Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme portaria específica
(BRASIL, 2017a).
RESUMO

Os serviços e estratégias de Atenção Básica ou Atenção Primária à Saúde (APS) se


constituem no principal meio para organização e fortalecimento da Política Nacional
de Saúde. A APS como o ponto central das Redes de Atenção à Saúde do SUS,
procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, da qualificação
e da reorientação das práticas de saúde, propondo uma nova atitude frente aos
processos de saúde-doença da comunidade, com ações de maior amplitude,
concebidas a partir da noção do cuidado e dos princípios e diretrizes que buscam
interferir diretamente nos determinantes e condicionantes da saúde da população,
baseadas no ampliado conceito de saúde. Nesse sentido a implementação das ações
e estratégias do Serviço de Atenção Primária à Saúde, entre as quais a Estratégia
Saúde da Família, pressupõem uma atenção integral e centrada no indivíduo,
propõem ações e estratégias voltadas à promoção da saúde de indivíduos e grupos,
ao cuidado centrado na pessoa e consequente desenvolvimento da autonomia. Para
que os objetivos da APS se concretizem, a PNAB 2017 apresenta princípios e
diretrizes da Atenção Básica que devem orientar o trabalho das equipes e
profissionais na APS. Atualmente, novos modelos de financiamento e organização
propostos pelo Ministério da Saúde para a APS estão em fase de implementação. Tais
modelos alteram a formação das equipes dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família
(eNASF-AP) propondo um novo modelo multidisciplinar de suporte à eSF.
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