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Válvulas

1.0 Definições

1.1 Válvulas
São dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o fluxo em uma tubulação. São
os acessórios mais importantes para a segurança e operação dos dutos. De um modo geral a
localização das válvulas deve ser estudada com cuidado, para que a manobra das mesmas seja
fácil. No caso de gasodutos e oleodutos, a localização das válvulas de bloqueio instaladas ao
longo da linha tronco é determinada por normas e deve atender a requisitos ambientais.

1.2 Diâmetro Nominal


É um número expresso em polegadas, igual ao diâmetro nominal do tubo ao qual a válvula será
acoplada.

1.3 Classe de Pressão


É um número indicativo das condições de pressão e temperatura de trabalho conforme
estabelecido em norma.

Válvulas de dutos devem atender à norma API 6D.

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2.0 Classificação das Válvulas
a) Quanto à finalidade, podem ser consideradas como:
- Válvulas de Bloqueio: válvulas de gaveta, de macho, de esfera e de comporta;
- Válvulas de Regulagem: válvulas de globo, de agulha, de controle, de borboleta e de
diafragma;
- Válvulas que permitem o fluxo em um só sentido: válvulas de retenção, válvulas de
retenção e fechamento (stop-check-valves) e válvulas de pé;
- Válvulas que controlam a pressão de montante (antes da entrada) – válvulas de segurança
e válvulas de segurança e alivio;
- Válvulas que controlam a pressão de jusante (depois da saída) – válvulas redutoras e
reguladoras de pressão.

b) Quanto ao tipo de extremidade podem ser classificadas como:


- Extremidades roscadas
- Extremidades para solda de topo
- Extremidades com encaixe para solda
- Extremidades flangeadas

c) Quanto ao meio de operação as válvulas podem ser classificadas como:


- Válvulas de Operação Manual: por meio de volante, por meio de alavanca e por meio de
engrenagens, parafusos sem-fim, etc;

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Válvulas

- Válvulas de Operação Motorizada: pneumática, hidráulica e elétrica;

- Válvulas de Operação Automática: pelo próprio fluido (por diferença de pressões gerada
pelo escoamento) e por meio de molas ou contrapesos.
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Os tipos de válvulas mais comumente encontrados em instalações dutoviárias são: as válvulas de


esfera, de gaveta, de retenção e de segurança.

Nos projetos mais recentes, a grande maioria das válvulas instaladas nos dutos é válvula de
esfera, muito usada tanto para as manobras com os recebedores e lançadores nas operações
com pigs, bem como para as Shut Down Valves (SDV) ou válvulas de bloqueio, instaladas ao
longo de gasodutos no campo para controlar o inventário (volume) contido no duto em um
eventual vazamento.

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2.1 Espaçamento Máximo entre Válvulas de Gasoduto

2.2 Válvulas Padrão

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3.0 Construção de Válvulas

Válvula gaveta pequena, castelo rosqueado Válvula gaveta grande, castelo aparafusado

Partes principais:

a)Carcaça
- Divide-se em: corpo (parte externa) e castelo (parte superior removível).
- Ligação do corpo ao castelo;
- Castelo rosqueado - utilizado para pequenas válvulas e serviços de baixa pressão;
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- Castelo de união - utilizado em válvulas de até 2" de diâmetro podendo ser aplicado a serviços
severos;
- Castelo aparafusado - utilizado em válvulas de grande diâmetro, normalmente acima de 3" de
diâmetro, admitem serviços severos e é considerado o melhor sistema em termos de vedação;

b)Mecanismos internos
- Definição:
- São peças de fechamento, sedes, obturadores e hastes. Normalmente são fabricadas
de materiais mais nobres que o corpo da válvula;

- Engaxetamento da haste.
- Caixa de gaxeta com sobreposta;
- Caixa de gaxeta com porca de união;
- Sistema especial de vedação (retentores, foles, etc).

- Rosca da haste.
- Esta pode ser externa (tipo sem-fim) ou interna. A externa apresenta a vantagem de
não entrar em contato com o fluido.
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c)Extremidades das válvulas.


- Extremidade flangeada → Sistema usado em todos os tipos de válvulas, empregados
normalmente em diâmetros acima de 2";
- Extremidade de solda de encaixe → Aplicados em válvulas de aço em tubulações com
diâmetro abaixo de 2" (tipo macarrão)
- Extremidade rosqueada → Utilizada em todos os tipos de válvulas e diâmetro inferior a 4".
- Extremidade de solda de topo → Aplicado em válvulas de aço, tubulações acima de 2" e
serviços severos.

4.0 Tipos de Válvulas

4.1 Válvulas de Gaveta


Estas válvulas são classificadas como de bloqueio (fechamento lento e não estanque no
escoamento interno) porque se destinam apenas a estabelecer ou interromperem o fluxo e,
conseqüentemente, devem funcionar completamente abertas ou completamente fechadas. O
fechamento destas válvulas é feito pelo deslocamento de um componente chamado gaveta ou
cunha e é obtido através da rotação de uma haste. A gaveta desloca-se perpendicularmente ao
sentido do fluxo, assentando-se entre duas sedes.

Uma característica deste tipo de válvula é que são sempre de fechamento lento, especialmente
em grandes diâmetros devido ao longo curso que a gaveta deve percorrer. Válvulas gavetas
dificilmente dão uma vedação “absolutamente estanque” (bubble-tight closing), característica
importante para as válvulas instaladas em dutos. Válvulas “absolutamente estanques” são
válvulas que quando completamente fechadas, submetendo-se um dos lados da válvula à
máxima pressão de serviço, não há queda de pressão, que seria causada por qualquer
vazamento ou gotejamento através da válvula ainda que insignificante. Para emprego ao longo da
linha tronco de dutos, devem ter construção especial para conferir tanto a estanqueidade absoluta
quanto à característica de ser pigável, isto é, quando completamente abertas não devem obstruir
a passagem dos pigs. Alguns fabricantes de válvulas de gavetas dispõem de construções
especiais para atender estas características, porém não são muito usadas.

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Válvula de Gaveta
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4.2 Válvulas de Esfera


São classificadas como válvulas de bloqueio, devendo operar na mesma condição que as
válvulas de gaveta, completamente aberta ou completamente fechada. Industrialmente aplicam-se
principalmente a bloqueio de gases. Neste tipo de válvula o fechamento é feito pela rotação de
uma peça (esfera), onde há um orifício vazado de formato cilíndrico, encaixada no interior do
corpo da válvula. São válvulas de fecho rápido, porque são fechadas com ¼ de volta da haste
ou da esfera. O emprego de válvulas de esfera tem aumentado muito, principalmente como
substitutas das válvulas de gaveta, tanto no bloqueio de líquido quanto de gases. As válvulas
de esfera são de menor peso e tamanho, apresentam melhor vedação e maior facilidade de
operação que as válvulas de gaveta.

Aspectos construtivos importantes para válvulas de esferas atualmente usadas em dutos:

- São geralmente com sede metálicas atuadas por efeito de pistão hidráulico e retorno por
molas. Seu sistema de vedação é um sistema misto de vedação metálica (metal-metal) para
atuação em altas pressões e vedação macia (por elastômero), para atuação em baixas
pressões.
- Sua forma construtiva lhe confere a característica de ser pigável, sem modificações no projeto.
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- Devem ser do tipo duplo bloqueio, isto é, devem possuir vedação estanque (borracha
vedante) em ambas as sedes simultaneamente, conseqüentemente a cavidade do corpo
permanece estanque com a esfera posicionada tanto na posição completamente aberta
quanto na posição completamente fechada, em relação ao fluido que escoa na tubulação.
- Devem possuir sistema de bleed (sistema de drenagem), isto é, o fluido aprisionado na
cavidade durante a abertura ou fechamento da válvula, pode ser drenado através do dreno de
corpo em qualquer das posições extremas da válvula, tanto na parte superior como na inferior.
- Para prevenir sobrepressões do fluido isolado na cavidade do corpo, as válvulas devem ser
equipadas com dispositivos de alívio de pressão.

Válvula de esfera em funcionamento

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Válvula de esfera de pequeno porte

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Válvula de Esfera Duplo Bloqueio

4.3 Válvulas de Globo


São válvulas de regulagem e se destinam especificamente a regular o fluxo, podendo operar
parcialmente abertas. Nestas válvulas o fechamento é feito por meio de um tampão que se ajusta
em uma sede, com orifício paralelo ao sentido do fluxo e não são pigáveis. As válvulas de
globo dão uma vedação bem melhor que as de gaveta, porém devido a sua forma construtiva
podem causar um considerável acúmulo de sujeira embaixo do tampão de fechamento. São
usadas basicamente para serviço de regulagem.

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4.4 Válvulas de Retenção


São válvulas que permitem o fluxo em um só sentido fechando-se automaticamente por
diferença de pressões, exercidas pelo fluido em conseqüência de uma tendência de inversão no
sentido do fluxo. São válvulas de operação automática. São usadas quando se quer impedir o
retorno do fluido, normalmente em possíveis paradas da linha. Podem ser de vários tipos: de
portinhola, de pistão e de esfera. São usadas geralmente em linhas de recalques de bombas para
proteção das mesmas ou para manter a escorva (ausência de ar na linha).
Em dutos podem ser usadas para proteção ambiental, desta forma podem ser instaladas antes da
travessia de rios em oleodutos ou para controle do inventário em gasodutos. Válvulas de retenção,
usadas nas linhas-tronco de dutos, são normalmente do tipo portinhola, em que o fechamento é
feito por uma portinhola articulada que se assenta na sede da válvula. Para uso em dutos devem
ter construção especial. para permitir a passagem de pigs, a portinhola deve ter uma face
côncava. Deve ainda ter uma alavanca externa que permita abrir plenamente ou fechar a válvula,
para não comprometer as operações com os mesmos.

Válvula de retenção tipo portinhola

4.5 Válvulas de Segurança


São válvulas que aliviam a pressão à montante quando a pressão atinge níveis perigosos para
integridade do equipamento ou duto. As válvulas devem abrir automaticamente em um valor de
pressão para o qual foi calibrada, chamada pressão de abertura da válvula. A válvula fecha-se
também automaticamente quando a pressão atingir níveis normais de operação, geralmente
abaixo da pressão de abertura. São válvulas angulares, têm os bocais de entrada e saída a 90º
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um em relação ao outro. O obturador é mantido assentado sobre a sede pela ação de uma mola,
com porca e regulagem. A válvula é calibrada regulando-se a tensão da mola de modo que a
pressão de abertura alcance o valor especificado em projeto. As válvulas são chamadas “de
segurança” quando destinadas a trabalhar com fluidos compressíveis como gases e vapor, e “de
alívio” quando destinadas a trabalhar com líquidos que são fluidos incompressíveis. Existem
válvulas desenvolvidas para trabalhar tanto com líquidos como para gases, válvulas de “alívio e
segurança”. As válvulas de segurança descarregam direto para um sistema fechado, disposição
que irá influir diretamente no projeto da válvula e na regulagem da pressão de abertura. Em dutos,
podem fazer parte do sistema de proteção e são instaladas nos terminais e estações de
bombeio. São instaladas também nos lançadores e recebedores para proteção dos dutos durante
as operações com pigs.

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Válvula de Segurança

Válvulas de Alívio de Pressão (PSV)

4.6 Extremidades das Válvulas


Válvulas são, de uma forma geral, peças sujeitas à manutenção periódica, ou eventual
substituição, portanto em princípio deveriam ser desmontáveis da tubulação. Tanto válvulas
rosqueadas como válvulas flangeadas são desmontáveis para reparo ou substituição. Com o
desenvolvimento dos processos de soldagem passaram também a serem empregadas válvulas
com extremidade soldada, em que o risco de vazamento pela ligação com a tubulação é
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significativamente menor. Em dutos as válvulas instaladas na linha-tronco enterrada, muito


comum atualmente estão em constante substituição pelas SDV afloradas no campo, podem ser
especificadas com ligação soldada ou flangeada conforme a especificação de material definida
pelo projetista do duto.

Válvulas com extremidades flangeadas – é o sistema mais usado em tubulações industriais


aéreas.

Válvulas com extremidade para solda de topo – sistema mais usado quando se deseja segurança
absoluta contra vazamentos.
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Válvula controladora de pressão flangeada

5.0 Meios de Operação das Válvulas

a) Operação manual
É o sistema mais barato e mais comumente usado. O fechamento corresponde sempre à rotação
da haste no sentido dos ponteiros do relógio, para quem olha a haste do extremo para o corpo da
válvula. Para operação manual de válvulas situadas fora do alcance do operador utilizam-se
volantes ou alavancas com correntes. Para válvulas que estejam relativamente próximas, porém
fora do alcance do operador são usadas hastes de extensão. Em projetos de dutos este tipo de
operador pode ser especificado para as válvulas aéreas nas estações de recebimento e
lançamento.

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Operação Manual de Válvulas

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b) Operação motorizada
É o sistema em que a válvula é operada por uma força motriz externa (não manual), é empregada
nos seguintes casos:
- Válvulas comandadas por instrumentos automáticos;
- Válvulas situadas em locais inacessíveis (caso típico de válvulas enterradas em dutos)
- Válvulas de operação freqüente;
- Válvulas de grande diâmetro para cuja operação seja exigido um grande conjugado motor ou
um número muito grande de voltas no volante (sistemas utilizados: hidráulico, pneumático,
elétrico);
- Válvulas em que a operação deva ser feita por comando remoto, permitindo operação do
sistema em um único local (tendência dos projetos de dutos atuais),
- Válvulas com operação automática – dispensam qualquer atuação externa.

Válvula Soldada de comando remoto

Por sistemas - atuam pela ação do próprio fluido, através de diferencial de pressão.
Ex: Válvula de retenção.
Por meio de molas e contrapesos
Ex: Válvula de segurança e alívio.

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Válvula de controle pneumático

Nos sistemas de operação hidráulica ou pneumática, a haste da válvula é comandada diretamente


por um êmbolo ou por um diafragma, sujeitos à pressão de um líquido ou de ar comprimido,
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respectivamente.

Nos sistemas de operação elétrica, dois tipos de operadores são de uso mais corrente: motor
elétrico, acionando o volante da válvula por meio de engrenagens de redução e solenóides cujo
campo magnético movimenta diretamente, por atração, a haste da válvula, abrindo ou fechando a
válvula,

Válvula de esfera aberta com acionador elétrico

Na Operação Automática o sistema é auto-suficiente, dispensando qualquer ação externa para


seu funcionamento. A operação automática pode ser conseguida pela diferença de pressão do
fluido circulante (em válvulas de retenção, por exemplo) ou pela ação de molas ou contrapesos,
integrantes da própria válvula (válvulas de segurança e alívio).

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Painel de acionamento automático de uma válvula da linha de gás

Observação: é preciso não confundir válvulas comandadas por instrumentos automáticos


com válvulas de operação automática. Nas válvulas comandadas por um instrumento, o que é
automático é o conjunto instrumento-válvula, e não a válvula em si, que é de operação
motorizada, isto é, necessita uma força motriz externa para sua operação.

Para uso em dutos foram desenvolvidos operadores chamados operadores inteligentes, que
quando montados na válvula, conferem ao conjunto válvula-operador a capacidade de
desempenhar as seguintes funções:
- A partir de uma conexão com o fluido escoando na linha, perceber queda de pressão ou
velocidade de queda da pressão fazendo o operador (elétrico ou mais comumente em dutos,
pneumático) da válvula atuar;
- Enviar sinais de saída para um controlador lógico programável (CLP);
- Enviar sinal indicando deslocamento da haste;
- Permitir operação manual (local) da válvula;
- Permitir operação motorizada (local) da válvula;
- Permitir operação remota da válvula;

Atenção! Válvulas equipadas com este operador são válvulas motorizadas e não válvulas
automáticas, já que apesar de fecharem com a pressão do fluido da linha, necessitam de um
sistema hidráulico ou elétrico para fazer atuar a haste. Os operadores inteligentes combinam a
atuação da haste com o controle por instrumento.

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Componentes adaptados para movimentação do obturador

5.1 Principais Normas


PETROBRAS N-12 - Acondicionamento e embalagem de válvulas;
PETROBRAS N-464 – Construção, montagem e condicionamento de dutos;
PETROBRAS N-2444 - Padronização de material para dutos e terminais;
PETROBRAS N-2232 - Válvula gaveta de aço fundido e forjado;
PETROBRAS N-2247 - Válvula esfera em aço para uso geral e fire-safe;
PETROBRAS N-2296 – Válvula de retenção tipo portinhola de aço fundido;
PETROBRAS N-2668 – Válvula industriais;

ABNT NBR 5426 - Planos de Amostragem e Procedimentos na Inspeção por Atributos;


ABNT NBR 5427 - Guia para Utilização da norma ABNT NBR 5426;

ANSI/ASME B 16.5 - Dimensões de flanges e válvulas;


ANSI /ASME 16.34 - Válvulas flangeadas;

API SPEC 6D -Specification for Pipeline Valves (Gate, Plug, Ball and Check Valves);
MSS - SP-44 - Steel pipe line flanges;
MSS SP-55 - Quality Standard for Steel Castings for Valves, Flanges and Fittings and other Piping
Components.
ASME B 31.4 -Liquid Transportation Systems for Hydrocarbons, Liquid Petroleum Gas, Anhydrous
Ammonia and Alcohols;
ASME B 31.8 -Gas Transmission and Distribution Piping Systems;

6.0 Identificação e Marcação


a) As válvulas deverão estar marcadas, preferencialmente no corpo em relevo, com as seguintes
marcações: Marca ou símbolo do fabricante; Especificação do material do corpo; Diâmetro
Nominal (DN); Classe de pressão.

b) As válvulas deverão estar identificadas através de uma placa de identificação em aço inox ou
alumínio com as seguintes informações: Marca ou símbolo do fabricante; Especificação do
material do corpo; Especificação do material dos internos; Diâmetro nominal; Classe de pressão;
Número de série de fabricação.

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As normas Petrobrás específicas para as válvulas e a norma API 6D, principal norma construtiva
de válvulas aplicadas a dutos, orientam as marcações e identificações aplicáveis.

7.0 Inspeção de Recebimento


A inspeção de recebimento das válvulas é feita basicamente para conferência da conformidade do
material recebido com os documentos de compra e conseqüentemente com as normas
construtivas e de testes aplicáveis, e ainda para verificação de possíveis danos causados pelo
transporte e manuseio das válvulas até a chegada no local de armazenamento no canteiro.

A inspeção de recebimento deve estar descrita em procedimento aplicável ao contrato e deve


abranger os itens 7.1 a 7.4 abaixo.

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Inspeção por LP no recebimento

7.1 Documentação
Verificação dos certificados dos materiais aplicados aos principais componentes das válvulas:
corpo, haste, sedes e elastômeros (se aplicável). Os certificados devem confirmar que o material
aplicado está conforme as especificações de material estabelecidas nos documentos de projeto e
normas aplicáveis;

Verificação dos relatórios de inspeção de solda (no caso de válvulas com extensões soldadas no
fabricante), confirmando que o procedimento de soldagem, aplicado às extensões soldadas
(pups), está de acordo com o previsto. A EPS deve ter sido qualificada por Inspetor de Soldagem
Nível 2. Deverá ter sido realizada também a inspeção visual da junta soldada.

Verificação dos certificados de teste hidrostático e de vedação, feitos no fabricante. Os


certificados devem confirmar que os testes aplicados estão conforme a norma construtiva da
válvula, indicando as pressões aplicadas, o tempo de espera, e as seqüências utilizadas na
pressurização da válvula. Devem indicar também o laudo de aceitação e os números de séries
das válvulas testadas.

Verificação dos relatórios de pintura. Os certificados devem confirmar que o sistema de pintura
aplicado foi o especificado nos documentos de compra e está conforme os documentos de projeto
e normas aplicáveis. A espessura de película deve estar conforme a norma aplicável. Devem
indicar também o laudo de aceitação do Inspetor de Pintura Nível 1 e os números de séries das
válvulas inspecionadas.

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Verificação dos certificados dos parafusos e porcas. Deve ser verificado se os certificados de
qualidade do material de todos os lotes de parafusos e porcas estão conforme especificação
ASTM aplicável.

Os certificados devem ter um modo formal de serem rastreados à cada válvula inspecionada, é
comum ser fornecido junto com o “ data- book” das válvulas, um relatório definindo a associação
dos certificados de material e de testes com o número de série das válvulas.

7.2 Inspeção Visual

a)Verificação da identificação
Deve ser verificado se todas as válvulas estão com as placas de identificação.

b)Verificação da pintura
Deve ser verificado visualmente se a pintura aplicada sofreu algum dano. A pintura deve ser
efetivamente inspecionada no canteiro nos seguintes casos:
- Caso esteja definido no plano de inspeção do contrato, a inspeção de pintura na chegada ao
canteiro, deverá ser realizada por Inspetor de Pintura Nível 1 qualificado.
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- Caso de dúvidas surgidas a partir da verificação dos relatórios no fabricante, ou na


inexistência destes relatórios.

c) Verificação visual das extremidades e dos componentes usinados


- Válvulas com conexão por solda de topo - devem estar com a extremidade preservada com
graxa ou verniz na sua chegada ao canteiro. Pode ser retirado a graxa ou o verniz, se
necessário, e verificado se houve algum dano no transporte e manuseio. Após a verificação a
conexão deverá novamente ser preservada com graxa ou verniz para armazenamento, até
sua montagem no duto.
- Válvulas com conexão flangeada - devem estar com os flanges protegidos por uma capa
plástica na sua chegada ao canteiro. Deve ser retirada a capa e verificada se a superfície está
preservada e se houve algum dano devido ao manuseio e/ou transporte. Danos mecânicos na
região de vedação usinada (área de contato com junta) são considerados não
conformidades graves, pois podem influenciar na capacidade de estanqueidade da ligação.
Após a verificação a conexão deverá novamente ser preservada com graxa ou verniz e
recoberta com a capa para armazenamento, até sua montagem.
- Componentes usinados: gavetas, esferas, extremidades das hastes, canais de vedação em
flange de vedação por anel, etc. devem estar preservados por graxa ou verniz em sua
chegada ao canteiro. Deve, se necessário, ser retirada a graxa ou o verniz e verificado
eventuais danos mecânicos devido ao transporte e manuseio. Devem ser verificados
empenamentos da haste e aspecto geral do volante (se aplicável). Após a verificação o
componente deverá novamente ser preservado com graxa ou verniz para armazenamento, até
sua montagem.

d) Verificação dos acessórios


- Acessórios tais como drenos, válvulas de alívio, graxeiras, dispositivo para injeção de selante,
conexões para instrumentos, etc. se montados na válvula devem estar condicionados
adequadamente para evitar danos. Deve ser feita inspeção visual para verificação quanto a
possíveis danos durante transporte e manuseio.
- Anéis de vedação tipo RTJ - não devem apresentar corrosão, amassamento, avarias
mecânicas e trincas.
- Parafusos e porcas devem estar identificados com as seguintes características: especificação,
tipo de parafuso e dimensões. Deverão estar devidamente protegidos, livres de
amassamentos, trincas e corrosão.

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7.3 Inspeção Dimensional


Conforme definido no plano de inspeção do contrato devem ser verificados:

Nas válvulas: espessura do corpo, a distância face a face das válvulas, as dimensões do bisel no
caso de válvulas com ligação por junta soldada, e as dimensões dos flanges no caso de válvulas
com ligação por flanges. Devem estar conforme as normas aplicáveis.

Nas juntas de vedação não metálicas devem ser verificados: o material, os diâmetros interno
e externo, tipo de junta, material de enchimento, classe de pressão e padrão dimensional de
fabricação. Devem ser armazenadas em locais planos, evitando quedas e choques contra sede
retificada em seu interior.

Nas juntas de vedação metálicas conforme NORMA ASME B 16.20: espessura, diâmetro
interno e externo, código de cor; diâmetro, classe de pressão e norma dos flanges (com superfície
espiralada ou corrugada) e dureza tipo e número (para as juntas tipo anel – RTJ). Devem ser
armazenadas com graxa anticorrosiva não solúvel em água e em locais planos e cobertos sobre
pallet ou prateleiras.

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Nos parafusos e porcas: comprimento do parafuso, diâmetro do parafuso e porca, altura e
distancia entre faces e arestas da porca, e tipo e passo da rosca, conforme normas ASME B 1.1,
ASME B 16.5 ou MSS SP-44.Os parafusos devem estar livres de amassamentos, trincas e
corrosão e devidamente protegidos (com graxa anticorrosiva não solúvel em água, ficando
protegidos de intempéries e longe do solo) em local coberto. Os dois deverão ficar roscados um
no outro.

7.4 Testes Hidrostáticos e de Vedação


Conforme definido no plano de inspeção do contrato, devem ser feitos testes hidrostáticos e de
vedação nas válvulas recebidas na obra antes da instalação na linha tronco. Os testes deverão
ser realizados conforme a norma construtiva da válvula em bancada apropriada. Imediatamente
após os testes as válvulas devem ter os seus internos (inclusive a cavidade interna do corpo)
drenados e secos, com utilização de nitrogênio ou ar seco, e mantidos limpos secos e engraxados
e protegidos. As hastes devem ser condicionadas e mecanicamente protegidas.

7.4.1 Testes hidrostáticos


Tem como objetivo, testar a resistência do corpo da válvula. A pressão e o tempo de teste devem
ser conforme a norma construtiva da válvula. O teste hidrostático deve ser conduzido com a
válvula parcialmente aberta, para não danificar o sistema de vedação. Deve ser conduzido
conforme procedimento específico para teste da válvula.

7.4.2 Teste de vedação ou teste de estanqueidade


Tem como objetivo avaliar a condição de estanqueidade das sedes das válvulas nas pressões
máximas de operação. As pressões e tempos de teste devem ser conforme a norma construtiva
da válvula. O critério de aceitação da estanqueidade de válvulas para dutos é “absolutamente
estanque”, não pode haver vazamentos.

De uma forma geral os testes devem ser conduzidos com aplicação da pressão:
- com a válvula fechada, em um dos lados, estando o outro lado aberto para atmosfera;
- com a válvula fechada, no outro lado da válvula não testado, estando o primeiro lado aberto para
atmosfera;
- com a válvula aberta, verificando a condição de vazamento para a cavidade;

A sequência de pressurização deve estar conforme a norma para válvulas de simples e de duplo
bloqueio.

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Sendo os testes de baixa pressão requisitos adicionais à norma, devem ser conduzidos
quando especificados na compra. Deverão estar mencionados nos documentos de projeto anexos
à autorização de fornecimento do material.

Os tempos de testes deverão ser considerados após a estabilização do ponteiro do manômetro.

A bancada deve ter um dispositivo para verificação de vazamento, por exemplo, um tubo de
pequeno diâmetro em forma de “U” conectado ao dreno do corpo. Estando a cavidade cheia com
o fluido de teste (não pressurizado) qualquer vazamento para cavidade fará com que o fluido
contido no tubo derrame permitindo verificação visual. O dispositivo deverá estar conectado em
todas as fases de aplicação da pressão de teste.

Os manômetros de teste, ou qualquer outro meio de medição de pressão, devem estar calibrados,
isto é, o valor do erro encontrado no processo da calibração deve estar conforme o valor aceitável
(precisão) definido no procedimento. O manômetro deve estar identificado de modo a permitir a
verificação do seu status de calibração e sua identificação deve permitir rastreabilidade aos
certificados de calibração. Geralmente a data limite da validade da calibração está registrada em
uma etiqueta colada no instrumento.
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O teste de vedação deve ser conduzido conforme procedimento específico para teste da válvula.

7.4.3 Procedimento de teste hidrostático e de vedação


O procedimento de testes deverá abranger no mínimo:
- Fluido de teste (geralmente água) e requisitos de qualidade aplicáveis;
- Pressões e tempos de teste;
- Sequenciamento das etapas do teste;
- Diagrama da bancada;
- Características dos instrumentos de medição, manômetros. Devem ser informadas as
dimensões do manômetro, o range (intervalo mínimo entre divisões da escala), e precisão
aceitável para o manômetro. Os manômetros devem ser especificados de modo que a
leitura de pressão seja feita no terço médio da escala.
- Os requisitos de segurança aplicáveis, especialmente os cuidados com a proximidade de
pessoas ao local onde está sendo pressurizada a válvula. O local deve ser cercado para
evitar transito de pessoas próximas à válvula em teste, e um aviso de teste de pressão
deve ser colocado. (perigo de parafusos de fixação se romperem).

A posição onde será fixado o manômetro também deve ser estudada para evitar a exposição do
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pressurizada.

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Teste de Estanqueidade

8.0 Armazenamento, Manuseio e Preservação

8.1 Válvulas Flangeadas

8.1.1 Válvulas até diâmetro de 4”


Após a aplicação da graxa, todas as válvulas devem receber um tampão de plástico em cada uma
das extremidades.

Todas as peças devem ser marcadas, em alto relevo com a classe de pressão e o diâmetro
nominal da válvula. As peças de diâmetro de 1/2”, 3/4”, 1”, 1 1/2”, 2”, 2 1/2” e 3” das classes 300 e
600, conforme a norma ASME B16.5, devem ter marcação dupla por servirem para as duas
classes.

Devem ser armazenadas em galpão coberto contra intempéries e o estoque controlado contra
furto.

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8.1.2 Válvulas de diâmetro de 6” e maiores


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Após a aplicação da graxa, todas as válvulas devem receber uma placa de borracha fixada nas
superfícies externas dos flanges, de modo a impedir a entrada de poeira e umidade. Em seguida,
as válvulas que não dispuserem de condições próprias para permanecerem na posição vertical,
devem receber uma tábua aparafusada a cada flange de modo que permita o seu posicionamento
na vertical, montadas sobre a proteção de borracha ou filme de plástico, podendo ou não ficar
expostas a intempéries, de acordo com sua posição na linha, conforme a FIGURA A-3 do ANEXO
A.

8.2 Válvulas com Extremidades Roscadas ou com Encaixe para Solda


Após a aplicação da graxa, estas válvulas devem receber um tampão de plástico, encaixando
internamente com pressão.

8.3 Válvulas “Wafer” (Qualquer Diâmetro)


Após a aplicação da graxa, estas válvulas devem receber uma placa de borracha colada nas
superfícies externas, de modo a impedir a entrada de poeira e umidade, similar à usada nas
válvulas flangeadas de diâmetro de 6” e maiores.

Válvula wafer
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8.4 Tampão
Os tampões citados devem ser fabricados em polietileno de baixa densidade ou material similar,
capaz de resistir ao tempo por um período mínimo de dois anos, normalmente nas cores azul ou
preto e com o diâmetro correspondente em polegadas.

Observação: Acessórios tais como: drenos, extensões, tubulações auxiliares para injeção de
selante, conexões de vents e válvulas de alívio se montados no corpo deverão ter proteção
especial para evitar danos no transporte.

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Sistema de armazenamento e proteção (Norma 464-H)

É expressamente proibido, em válvulas de grande porte, o manuseio ou o transporte,


fixando cabos de aço ou laços com cinta fora dos olhais de içamento.

Anéis de vedação metálicos para uso em flanges tipo RTJ, devem estar acondicionados
adequadamente em prateleiras, protegidos do tempo, e deverão estar identificados e rastreados
pelos seus certificados. Devem estar protegidas com graxa anticorrosiva não solúvel em água.

Todas as válvulas, acessórios e componentes que forem recebidos não montados ao corpo da
válvula devem estar identificados, preservados e armazenados conforme procedimento escrito,
gerado no canteiro.

Parafusos (estojos) e porcas deverão estar adequadamente armazenados em locais abrigados do


tempo e sem contato com o solo, engraxados com graxa anticorrosiva não solúvel em água e
identificados, conforme procedimento escrito gerado no canteiro. As porcas devem ser
armazenadas fixadas aos parafusos.

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9.0 Procedimento de Inspeção de Recebimento

9.1 Deve ser verificado se todas as válvulas estão embaladas e acondicionadas de acordo com a
norma API Specification 6D.

9.2 Deve ser verificado se todas as válvulas estão identificadas por plaqueta, de acordo com a
codificação de projeto.

9.3 Em todas as válvulas dotadas de acionadores, devem ser realizados, previamente à


montagem, testes de funcionamento. Quando aplicável, deve ser verificada a calibração do curso
do obturador.

9.4 Os certificados de qualidade do material devem estar de acordo com a especificação ASTM
aplicável, e em conformidade com a especificação do projeto.

9.5 Deve ser verificado se as seguintes características das válvulas estão de acordo com as
especificações do projeto:
a) características dos internos e sistema de vedação;
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b) flanges (item 5.1.3);


c) características e distância entre flanges;
d) diâmetro interno e nominal;
e) dreno, respiro e alívio do corpo;
f) Classe ANSI;
g) Revestimento externo.

9.6 O estado da superfície do corpo da válvula deve ser verificado quanto à corrosão,
amassamento e falhas de fundição, empenamento da haste e aspecto geral do volante, segundo
critérios da norma MSS SP-55.

9.7 Devem ser realizados na obra, logo após o recebimento, os testes hidrostáticos do corpo e da
sede para todas as válvulas de bloqueio conforme procedimento do fabricante. A pressão de
teste, tempo de duração e o critério de aceitação devem estar de acordo com a norma API
Specification 6D. A água a ser utilizada deve ter qualidade compatível.

9.8 Imediatamente após o teste hidrostático na obra, as válvulas devem ter os seus internos
(inclusive a cavidade interna do corpo) drenados e secos, com utilização de nitrogênio ou ar seco
e mantidas limpas, secas, engraxadas e protegidos. As hastes devem ser condicionadas e
protegidas mecanicamente.

10.0 Considerações Gerais

10.1 Após o teste hidrostático, todas as válvulas devem ser sopradas com ar comprimido seco, na
posição totalmente aberta, até ficarem totalmente secas.

Em seguida, as válvulas devem ser fechadas e suas superfícies internas recobertas com graxa
antioxidante, bem como todas as partes externas não pintadas como roscas, porcas, parafusos e
biséis. As válvulas tipo esfera e macho devem ser acondicionadas na posição totalmente aberta.

10.2 Não é necessário proteger com graxa as válvulas de bronze, aço inoxidável e outras ligas
metálicas não oxidáveis, desde que todos os componentes da válvula sejam não oxidáveis, caso
contrário esses componentes devem ser protegidos com graxa. De qualquer modo as válvulas de

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bronze, aço inoxidável e outras ligas metálicas não oxidáveis devem receber a proteção contra
poeira e umidade.

10.3 A graxa antioxidante deve ter as seguintes características:


Ponto de fulgor (ASTM D92) 218ºC (mínimo);
Penetração (sem agitação) (ASTM D217) 130 a 160;
Ponto de fluidez (ASTM D127) 3ºC a 71ºC;
Cinzas % (ASTM D482) 0,40 a 0,60;
Índice de Saponificação (ASTM D94) 6 a 10.

Nota: O manuseio e transporte das válvulas devem ser feitos sob as condições de segurança e
cuidados, estando o pessoal envolvido portando os EPI’s adequados e utilizando um plano de
içamento de cargas (Rigger) de acordo com as especificações de projeto e procedimentos
aprovados da executante.

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Aplicação de graxa nas principais válvulas

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