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EDIFICAÇÕES

NI CA

TECNOLOGIA DE MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO I
SUMÁRIO

Introdução ............................................................................................................ 02

Argamassas ......................................................................................................... 03

Aglomerante......................................................................................................... 07

Agregados............................................................................................................ 08

Cimento e Areia ................................................................................................... 10

Matérias-Primas................................................................................................... 13

Areia .................................................................................................................... 16

TEXTO DE APOIO: “Areia para Construção Civil”............................................... 19

Tijolos e Blocos.................................................................................................... 21

Uso racional da água na construção civil............................................................. 27

Material hidráulico e sanitário .............................................................................. 29

Lajes .................................................................................................................... 30

Dispositivos Elétricos ........................................................................................... 35

Orçamento ........................................................................................................... 26

Acabamento......................................................................................................... 39

Produto “Fora de Linha”....................................................................................... 41

Bibliografia ........................................................................................................... 43

Técnico em Edificações

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
INTRODUÇÃO

Comprar material de
construção requer alguns
cuidados. O Técnico em
Edificações, deve ser um
profissional da área, capaz de
orientar os construtores nessa
difícil tarefa através do
conhecimento técnico e da
constante atualização na
pesquisa do desenvolvimento de
novos matérias e técnicas.
Realize sempre uma pesquisa de
preços junto às lojas ou por meio
de cadernos especializados de
jornais e revistas ou na internet.
É muito grande e variada a
quantidade de materiais
empregados na construção civil.
Vejamos abaixo algumas dicas
sobre materiais que compõem a
estrutura da construção.

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ARGAMASSAS

Iniciemos o nosso estudo sobre materiais de construção com o conceito de argamassa:

Chama-se argamassa (pré-lat. arga + latim massa) à


mistura feita com pelo menos um aglomerante,
agregados miúdos e água. O aglomerante pode ser a
cal, o cimento ou o gesso. O agregado mais comum é
a areia, embora possa ser utilizado o pó de pedra.

As argamassas são empregadas com as seguintes finalidades:

• assentar tijolos e blocos, azulejos, ladrilhos, cerâmicas e tacos de madeira;


• impermeabilizar superfícies;
• regularizar (tapar buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar)
paredes, pisos e tetos;
• dar acabamento às superfícies (liso, áspero, rugoso, texturizado, etc.).

Características das Argamassas

As argamassas mais comuns são constituídas por cimento, areia e água. Em


alguns casos, costuma-se adicionar outro material como cal, saibro, barro, caulim, e
outros para a obtenção de propriedades especiais. Chama-se proporção a proporção em
volume ou em massa entre os componentes das argamassas (cimento, cal e areia), que
varia de acordo com a finalidade e as características desejadas da argamassa.

Assim como o concreto, as argamassas também se apresentam em estado


plástico nas primeiras horas de confecção, e endurecem com o tempo, ganhando
resistência, resiliência e durabilidade. Este processo chama-se cura da argamassa.

A argamassa é uma cola que permite unir diversos materiais de construção. Em


muitos casos, pode-se utilizar argamassas com características especiais para melhorar
as características de adesão. Também são importantes as características de
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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
impermeabilização, embora haja necessidade de adição de produtos especiais para
obter as propriedades impermeabilizantes da argamassa.

Tipos de Argamassa

As argamassa são classificadas, segundo a sua finalidade, em


argamassas para assentamento de alvenerias, para revestimento e para
assentamento de revestimentos.

Argamassas para assentamento

As argamassas para assentamento são usadas para unir blocos ou tijolos das
alvenarias.

Dependendo do tipo de bloco ou tijolo, podem ser utilizadas


diversas técnicas de assentamento com argamassa. Normalmente
ela é colocada com colher de pedreiro, mas podem ser utilizadas
também bisnagas.

As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser revestidas
inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização, que protege a
parede contra a penetração da umidade.

Argamassas para revestimento

Usualmente são aplicadas três camadas de argamassa em uma parede a ser


revestida:

• Chapisco: primeira camada fina e rugosa de


argamassa aplicada sobre os blocos das paredes e nos
tetos. Sem o chapisco, que é a base do revestimento, as
outras camadas podem descolar e até cair.

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
• Emboço: sobre o chapisco é aplicada uma camada de
massa grossa ou emboço, para regularizar a superfície.

• Reboco: é a massa fina que dá o acabamento final. Em


alguns casos não é usado o reboco, por motivo de economia.
Geralmente tem em seu traço areias mais finas, pois servem para
dar o acabamento ao revestimento.

Em alguns casos, como em muros, o chapisco pode ser o único revestimento.

Por sobre as argamassas de revestimentos podem ser aplicados outros


acabamentos como textura, massa corrida, pintura, areias quartzo, estuque veneziano
etc.

O acabamento destes revestimentos pode ser sarrafeado ou desempenado.

Argamassa para assentamento de revestimentos

Revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre o


emboço. Para esta aplicação, também são utilizadas argamasssas.

No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o acabamento por


sobre esta camada. Este acabamento é conhecido como cimentado. O contrapiso é uma
camada de argamassa de regularização e de nivelamento.

Argamassas industrializadas

Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de


argamassas industrializadas, ou seja, a mistura dos componentes
secos é realizada em uma planta industrial. Assim, na obra,

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apenas deve ser acrescentada água à mistura prévia.As argamassas industrializadas
para aplicação de revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes.
Elas apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.

A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de saunas,


churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes externos com
tensões normais de cisalhamento. A AC-III é recomendada para pisos e paredes
externos com elevadas tensões de cisalhamento. A AC-IIIE é recomendada para
ambientes externos, muito ventilados e com insolação intensa.

Propriedades das Argamassas

Para a obtenção de uma argamassa de boa qualidade, deve-se levar em conta:

• A qualidade do cimento e da cal, principalmente verificando se é de um


fabricante certificado;
• A qualidade da areia, que deve apresentar grãos duros e limpeza, livre de
torrões de barro, galhos, folhas e raízes antes de ser usada (areia lavada).
• A água, que também deve ser limpa, livre de barro, óleo, galhos, folhas e
raíz.

Outro ponto a ser observado é a forma como se faz a mistura, que pode ser feita de
forma manual, em betoneiras ou em centrais de mistura. Para a obtenção de uma boa
mistura, devem-se utilizar preferencialmente meios mecânicos (betoneira ou centrais).

Uma característica importante da argamassa ainda fresca é a trabalhabilidade,


que é uma composição da plasticidade com o tipo uso da argamassa e com a sua
capacidade de aderência inicial. Em alguns usos, como no revestimento, é adicionado
um quarto componente à mistura, que pode ser cal, saibro, barro, caulim ou outros,
dependendo da disponibilidade e uso na região. De todos esses materiais, chamados de
plastificantes, o mais recomendado é a cal hidratada.

Quando endurecida, a argamassa dever apresentar resistência e resiliência, de


forma a suportar adequadamente os esfoços sem se romper.

Para compor as argamassas, precisamos de


AGLOMERANTES, AGREGADOS e ÁGUA, cujos conceitos veremos, a seguir:

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AGLOMERANTE:

Um aglomerante ou ligante é um material que tem a finalidade a aglutinação de


outros materiais (agregados), influenciando desta forma a resistência do material
resultante. Um aglomerante, em contacto com água forma uma pasta, a qual é moldável
e maleável, permitindo o fácil manuseamento do material. Ao juntar areia a essa pasta
forma-se uma argamassa que depois de fazer presa se torna rígida e resistente. Se à
argamassa se juntar brita está-se perante um material chamado betão.

Tipos de aglomerantes

Cimento, um ligante inorgânico.

Existem vários tipos de aglomerantes, tanto


relativamente à sua origem, como à forma como
fazem presa.

Aglomerante inorgânicos

• Aglomerantes aéreos (que fazem presa em contacto com o ar)

o gesso
o cal aérea

• Aglomerantes hidráulicos (não necessitam de estar expostos ao ar


para fazer presa)

o cal hidráulica
o cimento Portland

Aglomerantes orgânicos

• poliméricos

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
o resina epoxídica
o resina acrílica
o cola
o mástique

• betuminosos

o alcatrão
o asfalto
o derivados da destilação do petróleo

AGREGADOS:

Materiais granulosos relativamente inertes, muito utilizados nas obras de


construção civil.

Também podem ser largamente empregados em:

• Lastros de vias aéreas

• Bases de calçamentos e rodovias

• Vários tipos de revestimentos e argamassas

No concreto, os agregados (areia e pedra) chegam a representar cerca de 75%


do seu volume. Suas propriedades e características refletem no comportamento do
concreto no estado fresco e no estado endurecido. Deste modo, o controle destes
materiais é fundamental para a obtenção de concretos com as características
especificadas.

Entre suas funções principais, podemos destacar:

1. ECONÔMICA – apresentam menor custo que o cimento;

2. TÉCNICA – maior estabilidade dimensional e maior durabilidade

3. ESTÉTICA – podem variar de colorido e textura

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:

1. QUANTO A ORIGEM:

NATURAIS – já são encontrados na natureza na sua forma natural


(areia, pedra, pedregulho, etc.)

ARTIFICIAL – necessitam de um trabalho de beneficiamento


(areia artificial, brita, escória de alto forno, argila expandida, etc)

2. QUANTO ÀS DIMENSÕES (GRANULOMETRIA):

MIUDOS – materiais que passam na peneira 4,8 mm e ficam retidos na


peneira 0,075 mm (areia natural, pedrisco, etc)

GRAUDOS – materiais que passam na peneira 76 mm e ficam retidos na


peneira 4,8 mm (brita, pedregulho, etc)

3. QUANTO À MASSA ESPECÍFICA:

LEVES – (< 2,0 Mg/m3) (Kg/dm3)

NORMAIS – ( 2,0 a 3,0 Mg/m3)

PESADOS – ( > 3,0 Mg/m3)

Na escolha dos agregados devemos analisar as seguintes características:

• Granulometria, textura e forma dos grãos;

• Resistência mecânica, inatividade química e porosidade

• Reatividade potencial (reação álcali-agregado)

• Impurezas minerais e orgânicas

Isto posto, vamos agora, nos detalhar ao estudos de cada um deles:

Cimento e areia

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Cimento Portland, foi o nome dado pelo químico britânico Joseph Aspdin ao
tipo pó de cimento, em 1824, em homenagem à ilha britânica de Portland devido a cor
de suas rochas. No mesmo ano, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou
conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que
obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas
nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no
mesmo ano, com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar
cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de
Portland.

A história do cimento inicia-se no Egito antigo, Grécia e Roma, onde as grandes


obras eram construídas com o uso de certas terras de origem vulcânicas, com
propriedades de endurecimento sob a ação da água. Os primeiros aglomerantes usados
eram compostos de cal, areia e cinza vulcânica. O cimento Portland é um aglomerante
hidráulico fabricado pela moagem do clínquer, compostos de silicato e cálcio hidráulicos.

Processo de fabrico

O fabrico do cimento Portland basea-se em três etapas fundamentais:

1. Mistura e moagem da matéria-prima (calcários, margas e brita de rochas).


2. Produção do clínquer (forno rotativo a 1400ºC + arrefecimento rápido).
3. Moagem do clínquer e mistura com gesso.

Constituição do clinquer

O clinquer de cimento Portland é constituído por:

• Óxido de cálcio (CaO) - 60 a 70%


• Sílica (SiO2) - 20 a 25%
• Alumina (Al2O3) - 2 a 9%
• Óxido de ferro (Fe2O3) - 1 a 6%
• Óxido de magnésio (MgO) - 0 a 2%

Transformações químicas no forno

Para determinadas temperaturas, durante a fase de produção do clínquer, existem


várias alterações químicas na matéria-prima:
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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
• T < 100ºC - evaporação da água livre
• 100ºC < T < 450ºC - saída da água adsorvida
• 700º < T < 900ºC - Formação de óxido de cálcio (vulgo cal) e óxido
de magnésio
• T ≈ 1260ºC - fase líquida que resulta da combinação do óxido de
cálcio com o óxido de alumínio e o óxido de ferro (III)
• 1260ºC < T < 1450ºC - formação de alite

O cimento é um dos materiais de construção mais utilizados na construção civil,


por conta da sua larga utilização em diversas fases da construção. O cimento pertence a
classe dos materiais classificados como aglomerantes hidráulicos, esse tipo de material
em contato com a água entra em processo físico-químico, tornando-se um elemento
sólido com grande resistência a compressão e resistente a água e a sulfatos.

Os silicatos de cálcio são os principais constituintes do cimento Portland, as


matérias primas para a fabricação devem possuir cálcio e sílica em proporções
adequadas de dosagem.

Os materiais que possuem carbonato de cálcio são encontrados naturalmente


em pedra calcária, giz, mármore e conchas do mar, a argila e a dolomita são as
principais impurezas.

A ASTM C 150 define o cimento Portland como um aglomerante hidráulico


produzido pala moagem do clínquer, que consiste essencialmente de silicatos de cálcio
hidráulicos, usualmente com uma ou mais formas de sulfato de cálcio como um produto
de adição. O clínquer possui um diâmetro médio entre 5 a 25 mm.

Com o passar do tempo as propriedades físico-químicos do cimento portland


tem evoluído constantemente, inclusiva com o emprego de aditivos que melhoram as
características do cimento. Hoje o cimento portland é normalizado e existem onze tipos
no mercado:

• CP I – Cimento portland comum


• CP I-S – Cimento portland comum com adição
• CP II-E– Cimento portland composto com escória
• CP II-Z – Cimento portland composto com pozolana
• CP II-F – Cimento portland composto com fíler
• CP III – Cimento portland de alto-forno
• CP IV – Cimento portland Pozolânico
• CP V-ARI – Cimento portland de alta resistência inicial
• RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
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• BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
• CPB – Cimento Portland Branco

O cimento Portland desencadeou uma verdadeira revolução na construção, pelo


conjunto inédito de suas propriedades de moldabilidade, hidraulicidade (endurecer tanto
na presença do ar como da água), elevadas resistências aos esforços e por ser obtido a
partir de matérias-primas relativamente abundantes e disponíveis na natureza.

A criatividade de arquitetos e projetistas, a precisão dos modernos métodos de


cálculo e o genialidade dos construtores impulsionaram o avanço das tecnologias de
cimento e de concreto, possibilitando ao homem transformar o meio em que vive,
conforme suas necessidades. A importância deste material cresceu em escala
geométrica, a partir do concreto simples, passando ao concreto armado e finalmente, ao
concreto protendido. A descoberta de novos aditivos, como a sílica ativa, possibilitou a
obtenção de concreto de alto desempenho (CAD), com resistência à compressão até 10
vezes superiores às até então admitidas nos cálculos das estruturas.

Obras cada vez mais arrojadas e indispensáveis, que propiciam conforto, bem-
estar - barragens, pontes, viadutos, edifícios, estações de tratamento de água, rodovias,
portos e aeroportos - e o contínuo surgimento de novos produtos e aplicações fazem do
cimento um dos produtos mais consumidos da atualidade, conferindo uma dimensão
estratégica à sua produção e comercialização.

MATÉRIAS-PRIMAS

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Lavra de calcário a céu aberto

- CALCÁRIO

- ARGILA

- MINÉRIO DE FERRO

- GESSO

a) CALCÁRIOS

São constituídos basicamente de carbonato de cálcio CaCO3 e


dependendo da sua origem geológica podem conter várias impurezas, como
magnésio, silício, alumínio ou ferro.
O carbonato de cálcio é conhecido desde épocas muito remotas, sob a
forma de minerais tais como a greda, o calcário e o mármore.
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O calcário é um rocha sedimentar, sendo a terceira rocha mais abundante
na crosta terrestre e somente o xisto e o arenito são mais encontrados.
O elemento cálcio, que abrange 40% de todo o calcário, é o quinto mais
abundante na crosta terrestre, após o oxigênio, silício, alumínio e o ferro.

De acordo com o teor de Magnésio o calcário se classifica em:

- calcário calcítico (CaCO3)

O teor de MgO varia de 0 a 4%. Devido à maior quantidade de cálcio a pedra quebra
com maior facilidade e em superfícies mais uniformes e planas. Este calcário, também
por Ter menor quantidade de carbonato de magnésio exige maior temperatura para
descarbonatar.

- calcário dolomítico (CaMg(CO3)2)

O teor de MgO é acima de 18% e por isso possui uma temperatura de


descarbonatação ainda menor do que o calcário magnesiano.

- calcário magnesiano (MgCO3)

O teor de MgO varia de 4 a 18%. A presença maior de carbonato de


magnésio faz com que este calcário tenha características bem diferentes do calcítico:

- É uma pedra mais dura, quebrando sempre de forma irregular, formando


conchas de onde vem o nome de pedra cascuda. O calcário magnesiano necessita
de menos calor e uma temperatura menor para descarbonatar do que o calcítico. É
ideal para fabricação de cal.

Obs.: Apenas o calcário vem sendo utilizado na fabricação do cimento.

O uso de calcário com alto teor de MgO causa desvantagens na hidratação do


cimento:

MgO + H2O → Mg(OH)2


Isso provoca o aumento do volume e produz sais solúveis que enfraquecem o
concreto quando exposto a lixiviação.

b) ARGILA

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São silicatos complexos contendo alumínio e ferro como cátions principais
e potássio, magnésio, sódio, cálcio, titânio e outros.
A escolha da argila envolve disponibilidade, distância, relação
sílica/alumínio/ferro e elementos menores como álcalis.
A argila fornece os componentes Al2O3, Fe2O3 e SiO2. Podendo ser
utilizado bauxita, minério de ferro e areia para corrigir, respectivamente, os teores
dos componentes necessários, porém são pouco empregados.

c) GESSO

É o produto de adição final no processo de fabricação do cimento, com o fim de


regular o tempo de pega por ocasião das reações de hidratação. É encontrado sob as
formas de gipsita (CaSO4. 2H2O), hemidratado ou bassanita (CaSO4.0,5H2O) e anidrita
(CaSO4). Utiliza-se também o gesso proveniente da indústria de ácido fosfórico a partir
da apatita:

Ca3(PO4)2 + 3H2SO4 + 6H2O → 2H3PO4 + 3(CaSO. 2H2O)

ANÁLISE TÍPICA DE MATÉRIAS PRIMAS NA NATUREZA


MISTURA
COMPOSTOS GIZ ARGILA CALCÁRIO ARDÓSIA MARGA
CRUA

SiO2 1,14 60,48 2,16 55,67 16,86 12,85

Al2O3 0,28 17,79 1,09 21,50 3,38 3,24

Fe2O3 0,14 6,77 0,54 9,00 1,11 2,11

CaO 54,68 1,61 52,72 0,89 42,58 41,35

MgO 0,48 3,10 0,68 2,81 0,62 3,28

SO3 0,07 0,21 0,03 0,30 0,08 0,18

P. F. 43,04 60,65 42,39 4,65 34,66 36,12

K2O 0,04 2,61 0,26 4,56 0,66 0,33

Na2O 0,09 0,74 0,11 0,82 0,12 0,10

Verifique o prazo de validade na embalagem do cimento, evitando adquiri-lo com


muita antecedência. É comum esse material empedrar ao ficar muito tempo guardado,
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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
além de estar sujeito ao comprometimento de sua qualidade, em função de condições
desfavoráveis de armazenamento.

Areia é um material de origem mineral finamente dividido em grânulos, composta


basicamente de dióxido de silício, com 0,063 a 2 mm.

Forma-se à superfície da Terra pela fragmentação das rochas por erosão, por
ação do vento ou da água. Através de processos de sedimentação pode ser
transformada em arenito.

É utilizada nas obras de engenharia civil em aterros, execução de argamassas e


concretos e também no fabrico de vidro. O tamanho de seus grãos tem importância nas
características dos materiais que a utilizam como componente.

A areia pode ser grossa, fina ou misturada e deve ser adquirida de acordo com a
necessidade da obra. Pode ser vendida em grandes quantidades, por metro cúbico, ou
em pequenas embalagens plásticas. Evite comprar areia quando ela estiver úmida, pois
isso pode alterar a sua quantidade. Verifique também se não há terra ou pó de serragem
misturados à areia, o que poderá provocar problemas na obra.

Constituída por fragmentos de mineral ou de rocha, cujo o tamanho varia,


conforme a escala de Wentworth, de maior que 64 µm (1/16 mm) e menor que 2 mm.

Como tem menor área de superfície em relação à argila e outras partículas


menores do solo, a areia possui capacidade relativamente pequena de retenção de
nutrientes no solo, que são lixiviados com facilidade. Possui ainda poros bastante
grandes, perdendo água por gravidade facilmente, sendo o solo arenoso geralmente
seco. A pouca coesão entre suas partículas ainda o torna especialmente suscetível a
erosão. Tudo isto condiciona que um solo com teores altos de areia precisa de uma série
de preucações quanto à adubação, que não pode ser aplicada de uma vez só no plantio,
controle de erosão e, por vezes, irrigação.

Divisão granulométrica

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Microgânulos de areia com 100 µm de tamanho, fotografados por um microscópio
eletrônico.

O tamanho de areia, divide-se, granulometricamente, em:

• areia fina (entre 0,075mm e 0,18mm),


• areia média (entre 0,18 mm e 0,42 mm),
• areia grossa (entre 0,42 mm e 2mm).

Formas de extração

Normalmente é extraída do fundos dos rios com dragas, chamado dragagem, que
pode ocasionar graves danos ambientais, em seguida é lavada, peneirada e posta para
secar e utilizada conforme sua granulação.

Entretanto, em algum casos sua extração não resulta em danos ambientais, pois
em algumas situações o processo de extração contribui sobremaneiramente para o
desassoreamento dos leitos dos rios onde é realizado, quando há o devido
acompanhamento por especialistas.

Usos

• A areia é geralmente o principal componente do concreto.


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• É a princial componente na produção de vidro.
• Em nevascas ou quando há presença de gelo, a areia é espalhada
nas estradas para dar maior tração aos pneus evitando acidentes.
• Fábricas de tijolos utilizam areia como aditivo à mistura de argila
para o fabrico de tijolos.
• A areia é muitas vezes misturada com tinta para criar um
acabamento texturizado para paredes e tetos ou uma superfície não escorregadia
ao chão.
• Areia fina é usada, junto com outras substâncias, como composto de
filtros de água.
• Solos arenosos são ideais para certos tipos de culturas, como
melancia, pêssegos, e amendoim e muitas vezes são preferidas para a produção
leiteira intensiva devido às suas excelentes características de drenagem.
• A areia é utilizada em paisagismo para fazer pequenas colinas e
declives (por exemplo, na construção de campos de golfe).
• Sacos de areia são usados para proteção contra inundações e,
eventualmente, contra armas de fogos. Os sacos podem ser facilmente
transportados quando vazios e, em seguida, preenchidos com areia local.
• Ferrovias usam areia para melhorar a tração das rodas sobre os
trilhos.
• Areia é usada como peso para diversos usos, como, por exemplo,
pesos de academia e o componente interno do suporte das fitas adesivas de
escritório.

O texto, que veremos a seguir, do arquiteto Iberê Campos, esclarece um pouco


mais sobre as propriedades e o uso desse mineral na construção civil e nos dá algumas
dicas sobre como comprá-la e utilizá-la de forma mais adequada:

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Areia para construção civil: como comprar e como usar
Por Arq. Iberê M. Campos

Na tecnologia do concreto, a areia é chamada de “agregado miúdo”, em contraposição ao “agregado


graúdo” constituído pela pedra britada. A areia nada mais é do que a parte miúda resultado da
desagregação de rochas. Esta desagregação pode ser causada por processos naturais ou pelo homem,
através de processos mecanizados para a britagem de rochas.

Nem todo resíduo miúdo vindo de rochas é chamado de “areia”. Recebe este nome apenas o produto de
desagregação das rochas que passa pela peneira com abertura de malha com no máximo 4,8 mm.

Na natureza, a areia pode ser encontrada portos de areia dos rios -- que são as melhores -- ou em minas,
quando passa a ser chamada de “areia de cava” ou “de barranco”. Estas são as mais baratas, mas podem
conter impurezas necessitando de lavagem para que possam mser usadas em obras de maior
responsabilidade.

Quanto ao tipo, as areias são divididas em grossa, média e fina:


• Areia grossa - grãos com diâmetro entre 2 a 4 mm
• Areia média - grãos com diâmetro entre 0;42 a 2 mm
• Areia fina - grãos com diâmetros entr 0,05 a 0,42 mm

Algumas informações sobre as areias

A areia é um elemento fundamental em qualquer construção. É usada em várias partes, desde as


fundações até as coberturas passando pela estrutura, vedações e acabamentos. Para cada finalidade
deve ser escolhido um tipo, variando a granulometria e a pureza do material. Veja algumas dicas para
escolher e comprar:

1 • O concreto pode usar areia grossa, média ou fina. Entretanto, areias finas podem conter um teor
excessivo de material intruso pulverizado (outros compostos) o que pode causar sérios danos à qualidade
do concreto.

2 • Em princípio, não se lava a areia de rio pois considera-se que ela já está lavada. Já a areia de cava (ou
de barranco) pode exigir lavagem por conter impurezas. Como saber se é preciso ou não lavar a areia? Se
a areia suja a mão necessita de lavagem. Da mesma forma, se lavarmos uma amostra e a água utilizada
for muito turva, então devemos lavar todo o lote.

3 • A cor das areias pode ser branca, avermelhada ou amarelada. O fato, em si, não é importante e diz
respeito apenas ao tipo da rocha mãe. É preciso apenas observar se a cor não está vindo de impurezas
como, por exemplo, excesso de solo (terra) que veio misturado à areia por esta ser de procedência
duvidosa.
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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
4 • Areia escura pode indicar presença de produtos estranhos. Tente lavar e, caso não resolva o problema,
faça o teste da decantação (acompanhe pela figura acima) -– misture um pouco de areia a uma boa
quantidade de água e deixe em repouso. Depois de completada a decantação, a areia ficará no fundo e os
materiais estranhos logo acima dela. Areia contendo impurezas deve ser utilizada apenas em funções de
baixa responsabilidade (lastros, enchimentos) e, se possível, devem ser recusadas na obra.

5 • Para fazer argamassas finas peneira-se a areia média ou fina, retirando-se assim os grãos maiores. O
peneiramento pode ser manual ou com máquinas. Para argamassa de assentamento de tijolos usa-se
areia grossa ou média. Para chapisco usa-se areia fina ou média.

6 • A preparação do concreto requer um cuidado especial quanto à umidade da areia. Isto porque o fator
água-cimento é de suma importância na determinação da resistência do concreto. Como a areia pode
conter grãos muito pequenos, ela tem muita superfície (somatória da área dos grãos) pois quanto mais se
divide uma pedra, cresce ao quadrado a área de contato com a água. A umidade envolvendo a superfície
dos grãos de areia pode carregar água para o concreto.

7 • A umidade da brita (pedras maiores) é desprezível pois a área da brita é pequena e não consegue
carregar muita água, enquanto que a areia úmida pode carregar muita água. Na preparação do concreto
será adicionada mais água, o importante é levar em conta o quanto de água a areia trouxe, para sabermos
quanto se adicionará a mais de água.

8 • No concreto, a areia e a pedra são chamados de “material inerte”. Isto porque é material que será
colado, juntado, para formar artificialmente algo como a “pedra mãe” de onde se originaram. Isto porque o
concreto nada mais é do que pedra + areia colados.

9 • Aqui no Brasil, devido a alguns “fatores culturais”, a areia é um material que pode até ser considerado
como “comunitário”. Isto porque se ela for deixada armazenada na calçada ou em local aberto aos
passantes, durante a noite seu volume “diminuirá”. Costuma-se dizer que um dos das obras são as
pequenas obras da vizinhança... abra os olhos!

Como se compra areia?

A areia é comprada em volume, medido em Metros Cúbicos em pequenas obras, ou em número de


caminhões de entrega para obras maiores. A compra em caminhão traz um problema -- como saberemos
se a areia veio compacta (o caminhão pesando bem) ou se ela esta solta,representando o caminhão cheio
e dando uma falsa impressão?

A questão é que no porto de areia o caminhão é enchido e, durante o transporte, devido ao movimento e
trepidação, a areia se adensa e perde água diminuindo o volume fisico. Esta situação costuma ser
disfarçada pelo entregador que, para impressionar o freguês, pouco antes da entrega revolve a areia com
a pá “aumentando” o seu volume. Assim, quando o caminhão chega na obra com 90% do seu volume
ocupado devemos creditar essa diferença à compactação ou será que o caminhão realmente foi carregado
com apenas parte de sua capacidade?

Nesta situação, como chegar a um acordo entre compradores e vendedores? Pode-se exigir que a medida
do volume de areia seja feita na obra. Chegando o caminhão na obra, o volume da areia é medido e paga-
se apenas o volume medido. Nestes casos, a firma vendedora da areia costuma cobrar algo como 10% a
mais no preço unitário normal, para atender à condição de “pagamento pelo volume posto obra”.

Técnico em Edificações 20

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Como medir um caminhão de areia?

Quando se compra a areia com a condição de pagar somente o que for efetivamente entregue, é preciso
fazer a medição do caminhão em obra. A medição é feita enfiando-se um ferro de construção no monte de
areia, antes dela ser descarregada. Deve-se também medir as dimensões internas da caçamba
(comprimento e largura).

As medidas com o ferro de construção devem ser feitas em cinco pontos estratégicos, a saber -- no centro
do monte (parte mais alta) e em cada um dos cantos (vide figura abaixo).

O volume será a média das alturas, multiplicado pela largura e pelo comprimento da caçamba. Como
demonstrado abaixo:

Tijolos e blocos

Tijolos e blocos possuem medidas


específicas que podem ser obtidas junto ao IPEM
(Instituto de Pesos e Medidas).

Utilizados pelo homem desde 4.000 AC, os


materiais cerâmicos destacam-se pela sua
durabilidade e pela facilidade da sua fabricação,
dada a abundância da matéria-prima que o
origina, a argila.

Técnico em Edificações 21

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Os blocos cerâmicos, ou tijolos, como são popularmente
conhecidos, são um dos componentes básicos de qualquer
construção de alvenaria, seja ela de vedação ou estrutural..

Os tijolos são produzidos a partir da argila, geralmente


sob a forma de paralelepípedo, possuem coloração avermelhada
e apresentam canais/furos ao longo de seu comprimento.

Os blocos de vedação são aqueles destinados à execução de paredes que


suportarão o peso próprio e pequenas cargas de ocupação (armários, pias, lavatórios) e
geralmente são utilizados com os furos na posição horizontal.

Os blocos estruturais ou portantes, além de exercerem a função da vedação,


também são destinados à execução de paredes que constituirão a estrutura resistente
da edificação, podendo substituir pilares e vigas de concreto. Esses blocos são utilizados
com os furos sempre na vertical.

Os problemas enfrentados pelo setor cerâmico brasileiro e o seu reflexo na


qualidade dos produtos disponíveis para o consumidor, principalmente em função da
existência da não conformidade técnica intencional, foi um dos motivos que levou o
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade - PBQP a criar, através de um esforço
que integra o governo, o setor produtivo e a sociedade, a Meta Mobilizadora Nacional
voltada para a área da Habitação a fim de analisar e verificar a qualidade dos materiais
empregados na construção civil, particularmente, os blocos cerâmicos ou tijolos que
entre outras metas, espera-se:

"elevar para 90%, até o ano 2002, o percentual médio de conformidade com as
normas técnicas dos produtos que compõem a cesta básica de materiais de construção".

De acordo com dados da Secretaria Executiva do Comitê Nacional de


Desenvolvimento Tecnológico da Habitação, de julho de 1998, o percentual médio de
não conformidade dos materiais e componentes da construção civil habitacional está em
torno de 40%.

Além disso, o setor depara-se com o crescimento da atividade de não


conformidade intencional, prática que desestabiliza grande parte do mercado. Essa
atividade ilegal beneficia somente alguns fabricantes, revendedores de materiais e
construtores e prejudica o usuário final da habitação.

Técnico em Edificações 22

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Portanto, a análise de conformidade realizada pelo Inmetro em materiais de
construção tem como um de seus objetivos principais fornecer informações que poderão
orientar os consumidores e os programas setoriais da qualidade existentes, obtendo-se
resultados mais imediatos e um engajamento maior das partes envolvidas.

Fontes de Consulta:

Revista Viva Qualidade, nº 04 – Julho/Agosto de 1999

Jornal da Associação Nacional da Indústria Cerâmica/Agosto de 2000

Documento do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação – CTECH: Meta


da Área de Habitação

Normas e Documentos de Referência

Para a realização dos ensaios foram utilizados os seguintes documentos:

• NBR 7.171, de novembro de 1992: Bloco Cerâmico para Alvenaria: Especificação


• NBR 6.461, de junho de 1983: Bloco Cerâmico para Alvenaria – Verificação da
Resistência à Compressão: Método de Ensaio
• NBR 8.947, de novembro de 1992: Telha Cerâmica - Determinação da Massa e da
Absorção de Água: Método de Ensaio
• Portaria Inmetro nº 152, de 08 de setembro de 1998: estabelece as condições para
comercialização dos blocos cerâmicos para alvenaria (dimensões e marcações) e a metodologia
para execução do exame de verificação da conformidade metrológica dos mesmos.

Características Físicas e Mecânicas (segundo NBR 7.171)

Ensaios Requisitos
Absorção de Água
maior que 8% e menor que25%
Resistência à Compressão Mínima
· Classe 10 ³ 1,0 MPa
· Classe 15 ³ 1,5 MPa
· Classe 25 ³ 2,5 MPa
· Classe 45 ³ 4,5 MPa
· Classe 60 ³ 6,0 MPa
· Classe 70 ³ 7,0 MPa
· Classe 100 ³ 10,0 MPa

Técnico em Edificações 23

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Características Geométricas (segundo NBR 7.171)

Formas Requisitos

Desvio em Relação ao Esquadro (D) £ 3mm

Planeza das Faces / Flecha (F) £ 3mm


Espessura das Paredes Externas £ 7mm

Características Físicas e Mecânicas

Determinação da Absorção de Água

(Parâmetro: 8% < Absorção de Água < 25%)

Esse ensaio verifica o percentual de água absorvido pelo bloco cerâmico, obtido a
partir da diferença entre a massa seca e a massa úmida da amostra.

De acordo com a metodologia de ensaio descrita pela norma brasileira, primeiro


determina-se a massa do bloco cerâmico após ter sido colocada em estufa para
secagem. Feito isso, mergulha-se a amostra em água, deixando-a submersa por um
determinado período de tempo. Desta vez, mede-se a massa do bloco úmido. Através da
diferença entre os dois valores encontrados, obtém-se o percentual de água absorvido
pela amostra.

Esse problema fica mais evidente quando observamos casas populares que,
devido à condição econômica precária de seus moradores, permanecem "cruas", ou
seja, sem qualquer revestimento que proteja suas paredes.

Além disso, paredes de tijolos com alta absorção de água revelam problemas na
aderência da argamassa de reboco, pois a água existente na composição da argamassa
é absorvida, resultando em uma massa seca sem poder de fixação.

Determinação da Resistência à Compressão Mínima

(Parâmetro Mínimo: Resistência à Compressão > 1,0 MPa)

Esse ensaio verifica a capacidade de carga que os blocos cerâmicos suportam


quando submetidos a forças exercidas perpendicularmente sobre suas faces opostas e

Técnico em Edificações 24

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
determina se as amostras oferecem resistência mecânica adequada, simulando a
pressão exercida pelo peso da construção sobre os tijolos.

O não atendimento aos parâmetros normativos mínimos indica que a parede


poderá apresentar problemas estruturais como rachaduras e, consequentemente,
oferecerá riscos de desabamento à construção.

Conforme descrito anteriormente, a norma brasileira estabelece 07 (sete) classes


de resistência à compressão. Essa resistência é determinada a partir dos resultados
obtidos pelas amostras durante o ensaio ou em função da informação prestada pelo
fabricante.

No caso de blocos cerâmicos com largura (L) inferior a 90mm, a resistência


mínima à compressão exigida é de 2,5MPa.

Independentemente da classificação, todas as amostras de blocos cerâmicos têm


de atender ao requisito mínimo de 1,0 MPa.

Determinação das Características Geométricas

Os ensaios dessa classe têm por objetivo principal verificar a homogeneidade da


fabricação dos blocos cerâmicos de um determinado fornecedor.

Foram realizados os seguintes ensaios de conformidade:

• Desvio em relação ao esquadro (D)


• Planeza das faces ou Flecha (F)
• Espessura das paredes externas

Desvio em Relação ao Esquadro (D)


(Parâmetro: D £ 3 mm)

O desvio D é medido com o auxílio de um instrumento


denominado esquadro metálico e visa verificar a perpendicularidade entre a base do
tijolo, onde é feito o assentamento do bloco, e a sua face externa destinada ao
revestimento. Vide figura ao lado.

A não conformidade neste ensaio indica que a parede poderá ter problemas de
esquadro, ou seja, poderá ficar "torta".

Técnico em Edificações 25

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Planeza das Faces ou Flecha (F)

(Parâmetro: F £ 3 mm)

Esse ensaio é realizado com o auxílio de uma régua metálica e verifica se as


faces externas das amostras de blocos cerâmicos são planas, ou seja, se não
apresentam depressões acima do limite permitido por norma.

Neste caso, a não conformidade está relacionada com o aparecimento de


irregularidades, principalmente, durante a etapa de revestimento, pois a argamassa de
reboco apresentará variações de espessura o que representará maiores ônus para os
consumidores que, na tentativa de corrigir o problema, terão que utilizar quantidade
maior de argamassa.

Espessura das Paredes Externas

(Parâmetro: Espessura ³ 7 mm)

A espessura das paredes dos blocos cerâmicos está diretamente relacionada com
a sua resistência mecânica à compressão. Quanto menor a espessura, menor será a
resistência e, consequentemente, haverá o comprometimento estrutural da construção.

As não conformidades encontradas nas amostras indicam que houve falha no


controle de fabricação do produto e no controle de aprovação de lote que libera o
material para saída da fábrica, consequentemente, o consumidor encontrará no mercado
produtos sem padronização e, ao comprá-los, terá problemas ao longo da construção
em função de tijolos com tamanhos diferentes.

O gráfico a seguir descreve o número de não conformidades detectadas em cada


um dos ensaios realizados.

Técnico em Edificações 26

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Outro ponto negativo revelado pela análise e que deve ser destacado é o índice
de não conformidades relacionadas aos critérios estabelecidos pelo Regulamento
Técnico Metrológico do Inmetro que estabelece as condições para a comercialização
dos blocos cerâmicos para alvenaria.

Uso racional da água na construção civil

As atividades relacionadas à cadeia produtiva e de consumo da área da


construção civil possuem enorme impacto ambiental. Só para ter uma idéia, o setor é o
maior consumidor individual de recursos naturais e gera, aproximadamente, 60% de todo
o lixo urbano da sociedade, que, ao ser manipulado de forma incorreta, emite uma série
de gases poluentes.

O consumo de água durante a construção de uma obra e em prédios já


construídos, a drenagem urbana, as construções sustentáveis e os resíduos sólidos são
alguns dos temas que muito preocupam ambientalistas e especialistas do setor.

Empresários, sindicalistas, técnicos do setor de recursos hídricos e


funcionários de áreas técnicas de diversas empresas do ramo da construção civil de
todo o país buscam alternativas para um melhor aproveitamento e reuso da água.

Técnico em Edificações 27

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Um dos grandes desafios para engenheiros, técnicos e projetistas é o Imóvel
Inteligente, um projeto desenvolvido com os novos conceitos de automação residencial e
construção sustentável. A ANA – Agência Nacional de Águas, do governo federal tem
tentado elaborar um Manual Técnico de Conservação e Uso Racional da Água em
residenciais e construções é tarefa urgente em nossos dias.

Segundo o superintendente da ANA, a construção civil é uma das áreas


que mais consome água, tanto no industrial de construir como nas construções. "Com o
manual, o setor vai construir baseado em projetos que economizem água, como, por
exemplo, prédios com hidrômetros individuais para cada apartamento, condomínios com
técnicas de aproveitamento de água de chuva".

O momento favorável da economia brasileira traz crescimento nos resultados das


empresas e levanta discussões práticas. O sucesso empresarial será revertido para a
sociedade, mas algumas dificuldades devem trazer preocupação aos projetistas, aos
fabricantes de materiais e à mão-de-obra técnica e gerencial. Em cidades com acelerada
inserção de obras no meio urbano, o impacto negativo da construção pode ir além do
custo do metro quadrado.

A construção civil é tão poluente quanto os carros e as indústrias, já que contribui para o
desmatamento das florestas, o aquecimento global, o uso irracional de água, o efeito
estufa e os ruídos urbanos, entre outros fenômenos. No mundo, a construção civil
consome em torno de 25% da madeira de uso não combustível, 40% dos materiais e
energias, e 17% da água doce. Para combater a imagem da construção como "acidente
ecológico", os princípios da construção sustentável seriam uma nova maneira de abordar
a elaboração do programa da edificação, concepção, realização e gestão dos prédios.

Algumas medidas podem ser tomadas pelos arquitetos e projetistas para reduzir o
impacto dos projetos sobre o meio ambiente: optar pela implantação e orientação de
prédios que respeitem as características do terreno e o clima; privilegiar tratamentos
paisagísticos; escolher materiais adaptados ao entorno e provenientes de locais
próximos. Outras medidas importantes dizem respeito à otimização do sistema
construtivo de forma a evitar o superdimensionamento; implantação de sistemas de
gestão de resíduos durante a obra e procedimentos limpos que favoreçam o uso de luz
natural. A lista de boas práticas inclui ainda a gestão de águas pluviais no terreno;
técnicas de depuração de esgotos antes do descarte na rede pública, entre outros.
Existem inúmeras medidas para se criar um projeto que provoque o menor impacto
ambiental. Porém essas medidas devem ser analisadas e aplicadas em todas as fases
do ciclo de vida do edifício desde a programação, concepção, execução, ocupação,
manutenção, reabilitação, até eventual demolição.
Técnico em Edificações 28

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Nas áreas do planejamento arquitetônico e urbanismo também devem ser tomadas
algumas medidas para implantação de um programa de desenvolvimento sustentável,
tais como: pesquisar o emprego de novos materiais na construção; reestruturar a
distribuição de zonas residenciais e industriais; reciclar materiais reaproveitáveis e
buscar fontes alternativas de energia.

A adoção de estratégias de sustentabilidade pelas empresas do setor da construção


servirá para que sejam atingidos alguns objetivos estratégicos e, mais importante, para
desenvolver a consciência das pessoas no ambiente de negócios.

Material hidráulico e sanitário

Consultar um Técnico em Edificações ou


um encanador pode ser a melhor maneira
para saber quais são os produtos mais
adequados para sua casa. Certifique-se de
que as conexões adquiridas sejam
adequadas às tubulações, para evitar
problemas. Atenção para as metragens:
algumas lojas fornecem o preço do metro,
mas somente comercializam barras inteiras,
com 3 ou 5 metros.

Um bom projeto hidrossanitário, além de proporcionar economia de água,


possibilita um destino mais racional e sustentável tanto para os efluentes domésticos
como para os industriais. Portanto, cabe aos projetistas e aos técnicos em edificações,
especial atenção nesse sentido a fim de fazer um uso racional da água, evitar a poluição
ambiental e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Além do projeto, o memorial descritivo, deve ser claro e proporcionar segurança a


quem vai executar a obra e aos seus usuários finais.

Técnico em Edificações 29

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Lajes

As lajes,o que são e como se dividem ?

As lajes aumentam o valor, o conforto e a


segurança de sua casa. As mais comuns são as de
concreto armado, executadas no local, ou as pré-
moldadas de concreto, compostas de vigotas "T" ou
vigotas treliçadas e lajotas (tavelas). As lajes pré-moldadas são as mais econômicas e
mais simples de executar.

O índice de isolamento: As lajes são estruturas destinadas a servirem de


cobertura, forro ou piso para uma edificação.

Feitas de concreto armado, elas podem ser pré-moldadas ou concretadas no


próprio local.

As lajes concretadas no local, também chamadas de lajes maciças de concreto


armado, devem ser projetadas por um profissional habilitado, que também orientará e
acompanhará a sua execução.

Quais os tipos de lajes mais usadas?

Podem ser de dois tipos básicos: as maciças e as nervuradas.

As lajes maciças são mais utilizadas em obras grandes e especiais, necessitando


de cálculo apropriado executado por especialista.
Dentro do tipo nervurado estão as lajes pré-fabricadas, também chamadas de mistas,
que tem utilização mais ampla, atendendo também as obras de menor porte.

As lajes pré-fabricadas são aquelas constituídas por vigas ou vigotas de concreto


e blocos que podem ser de diversos materiais, sendo mais utilizados os de cerâmica e
os de concreto. Dependendo do tipo de vigota utilizada, as lajes pré-fabricadas podem
ser: protendidas, comum ou treliçadas.

Técnico em Edificações 30

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Protendidas, comum ou treliçadas

a. Protendidas

A laje protendida possui um tipo de armadura especial e, sendo na maior parte


destinada a obras maiores onde é necessário resistir a grandes cargas e se tem grandes
vãos, não entraremos em detalhes.

b. Laje comum

As vigotas possuem formato de um "T" invertido e tem internamente uma


armadura de barras de aço.

Os blocos (ou lajotas) usados são predominantemente de cerâmica, tendo em


média 32cm de largura. As alturas normais dos blocos são 7cm, 10 cm, 12 cm, 15 cm e
20 cm).

A laje é montada intercalando-se as lajotas e as vigotas sendo finalmente unidas


por uma camada de concreto, chamada de capa, lançado sobre as peças.

Em lajes de forro pode ser utilizado o tipo comum até vãos de 4,30m com
espessura de 10cm e, para lajes de piso até 4,80m com espessura de 12cm (mas antes,
verificar com o fabricante as limitações).

As vigotas são fabricadas geralmente com comprimentos variando de 10cm em


10cm.

Este tipo de laje pode apresentar trincas depois de pronta porque o concreto da
capa não adere perfeitamente às vigotas, pois as mesmas tem a superfície muito lisa.

Durante o transporte das vigotas dentro da obra, elas também podem trincar,
dependendo do comprimento que tenham, por isso deve-se ter muito cuidado ao
manusear para não danificar as peças.

Técnico em Edificações 31

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Qual é a laje pré-moldada mais leve que existe?

Laje com isopor (EPS)

O isopor tem características muito favoráveis para utilização como elemento


enchimento de lajes, é leve e resistente.

O isopor não serve de alimento a qualquer ser vivo inclusive microorganismos e,


portanto, não favorece a presença de cupim, nem apodrece.

Usado em lajes pré-moldadas nervuradas em uma só direção ou em grelha,


permite grande economia de cimbramento, mão-de-obra e tempo.

Laje pré-moldada...

As lajes pré-moldadas são constituídas por


vigas ou vigotas de concreto e blocos conhecidos
como lajotas ou tavelas.
As lajotas e as vigotas montadas de modo
intercalado formam a laje. O conjunto é unido com uma camada de concreto, chamada
de capa, lançada sobre as peças.

As lajes pré-moldadas comuns vencem vãos até 5m entre os apoios.


Em geral, os seus comprimentos variam de 10cm em 10cm.

Técnico em Edificações 32

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Outro tipo de vigota, conhecido como vigota treliçada, utilizam vergalhões soldados entre
si formando uma treliça. Essa laje pode vencer vãos de até 12m entre apoios.

A execução das lajes pré-moldadas é muito rápida e fácil, mas o fabricante deve
fornecer o projeto completo da laje, incluindo as instruções de montagem, a espessura
da capa de concreto e os demais cuidados que devem ser seguidos à risca. acústico é
uma característica dos elementos construtivos completos e não de uma das suas capas,
e por este motivo não se pode falar de índice de isolamento acústico de um material
isolante.

A incorporação de Lãs de Vidro no interior dos elementos construtivos (enchendo


os buracos) contribui para alcançar índices de isolamento acústicos elevados graças à
sua elevada elasticidade, funcionando como uma mola.

fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland

Ao construir uma laje pré-moldada deve ter-se em mente os seguintes aspectos:

a ) A laje deve ser protegida com um telhado, caso contrário apresentará


infiltração de águas da chuva.

NOTA: Caso não possa construir um telhado logo após a construção da laje, tome
as seguintes providências:

. O concreto da capa deverá ser mais forte (mais rico em cimento), com uma
maior espessura e com um aditivo impermeabilizante.

Técnico em Edificações 33

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
. Dê um caimento (0,5cm para cada metro é suficiente) na laje que facilite o
escoamento das águas. A superfície deverá ficar bem desempenada.

. A colocação de um revestimento na laje, só poderá ser executado, caso seja


feito o prévio tratamento de impermeabilização necessária, no caso consulte um
especialista.

b) Quando ocorrerem trincas na parte superior das paredes onde se apóiam a laje
é sinal de que a necessária cinta de concreto ou foi mal feita ou não foi executada.

Somente um técnico habilitado pode orientá-lo para sanar o problema.

Dica

• Se você não pretende construir imediatamente o telhado, a laje deve


ser feita com caimento mínimo de 2 cm por metro.

c) Uma laje de forro não permite a construção de outro piso sobre ela. Consulte
um técnico habilitado para saber como proceder o reforço ou a substituição da laje.

d) A ferragem adicional pode ser dispensada no caso de vãos de até 2,50m. Para
vãos maiores deve-se seguir as instruções do fabricante ou técnico habilitado, quanto à
quantidade e posição daquela ferragem ou da negativa.
fonte: ABCP

RESUMINDO:

as lajes podem ser divididas em dois grandes


blocos, as que vencem pequenos vãos (usadas em
residências e pequenas obras) e as produzidas para
edificações de grande porte com vãos maiores. As
primeiras utilizam elementos pré-fabricados (vigotas,
nervuras treliçadas pré fabricadas), moldada in loco.É
necessário a molhagem freqüente do concreto evitando
que a superfície chegue a secar.

Técnico em Edificações 34

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Lajes Treliçadas, permitem a redução do escoramento, Redução das cargas,
aliviando estruturas, Redução de concreto, Redução do peso próprio da laje em até
50%, Não há perdas por quebra, Isolante térmico, Facilidade de Recortes nas
tubulações e cortes irregulares, Facilidade de manuseio no transporte, Não há
propagação em caso de chamas em incêndio.
As Lajes são uma das estruturas mais expostas à ação do tempo, por isso são
necessários ótimos produtos e serviços.

Nas lajes pré Fabricadas, as vigotas possuem formato de um "T" invertido e tem
internamente uma armadura de barras de aço. Os blocos (ou lajotas) usados são
predominantemente de cerâmica, tendo em média 32cm de largura. A laje é montada
intercalando-se as lajotas e as vigotas sendo finalmente unidas por uma camada de
concreto, chamada de capa, sobre as peças. Essas vigotas servem para dar resistência
à peça e facilita seu transporte.

Verifique se as vigas têm a identificação e as marcas do fabricante para facilitar


a montagem. Solicite o manual de instruções e observe se as medidas são adequadas
para o tipo de construção.

Dispositivos elétricos: fusíveis, disjuntores, fios, cabos, interruptores, etc.

Saiba que esses materiais devem conter o nome


do fabricante bem como a tensão a que se destinam. As
partes condutoras de energia elétrica devem ser de
cobre ou liga de cobre, não podendo conter material
ferroso. A presença de material ferroso no produto pode
ser testada através de um imã. Somente os parafusos,
rebites, ilhoses, pinos, molas e dispositivos destinados

exclusivamente à fixação das partes condutoras ao


corpo do produto, ou do condutor ao terminal, podem
ser desse material.

Devem ser rigorosamente dimensionados por


técnico habilitado e empregado de acordo com as
especificações e normas técnicas, evitando
improvisos e gambiarras.

Técnico em Edificações 35

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
L ADVERTÊNCIA

Lembramos que o dimensionamento incorreto ou uso inadequado dos


DISPOSITIVOS ELÉTRICOS pode provocar incêndios!

Orçamento

Todo material de construção previsto para a


obra deve ser cuidadosamente planejado e
orçado com antecedência junto a
fornecedores confiáveis. Embora tenhamos
um capítulo da nossa formação dedicado a
ORÇAMENTOS, desde já, salientamos a sua
importância no cronograma físico/financeiro da
construção. Solicite informações referentes a:
especificações técnicas, formas de
pagamento, taxas de juros aplicadas, descontos para preço à vista, prazo de entrega,
cobrança ou não de frete.

Entrega/Recebimento do material na obra

Todo material recebido, deve ser cuidadosamente conferido, de acordo com as


Notas Fiscais e especificações técnicas previstas, além de avaliados quanto à
quantidade, qualidade, valor e integridade. Confira todo o material! Caso haja
irregularidades, não aceite o produto nem assine o recibo. Faça uma observação no
verso da nota fiscal. Entre em contato com a loja para resolver a questão.

Técnico em Edificações 36

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
A função básica do recebimento de materiais é assegurar que o produto entregue
esteja em conformidade com as especificações constantes no Pedido de Compra.
Note que o fornecedor, no momento da entrega, é um cliente para o setor de
recebimento da empresa compradora (por mais paradoxal que possa parecer) e,
portanto, deve ser tratado com a deferência apropriada a um cliente.
Assim, procedimentos adequados na portaria da empresa, permitindo a rápida entrada
dos veículos, são necessários para que o recebimento do material se processe sem
prejuízo para nenhuma das partes. Esses procedimentos devem apresentar:
• comunicação eficiente entre portaria e o setor de recebimento;
• pessoal treinado para os procedimentos de entrada de fornecedores na empresa;
• redução, ao mínimo possível, da burocracia para o preenchimento de autorizações de
entrada na empresa;
• capacidade de recebimento adequada ao volume de entrega de materiais pelos
fornecedores, inclusive em períodos de maior demanda, evitando filas e tempo de
espera que os prejudiquem sobremaneira;
• estacionamento adequado para os veículos que estão aguardando a entrada no site

A liberação para o pagamento de materiais ou serviços ocorre após a conferência


dos mesmos.

A conferência pode ser feita na retirada do material no fornecedor, assim como no


recebimento no site.

Todos os materiais devem estar acompanhados dos documentos constantes dos


pedidos de compra, que podem variar de um caso para outro. A Nota Fiscal deve
acompanhar todas as entregas.

Quando o fornecedor entregar os materiais nas Unidades isso deve ser feito na
área de recebimento físico/fiscal. A entrega em outras áreas poderá implicar em extravio
ou atrasos indesejáveis.

Possíveis não-conformidades poderão ser:

• especificação

• prazo de entrega

• quantidade

• preço

Técnico em Edificações 37

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
• impostos

• valor do frete

• outros itens específicos

Caso não possa estar no local para receber o produto, oriente o responsável,
mestre, pedreiro, parente, vizinho, a agir dessa forma. Não solucionando o problema,
recorra a um órgão de defesa do consumidor de sua cidade ou encaminhe carta à
Fundação Procon-SP.

Conheça os seus direitos

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor:

• Os produtos devem assegurar


informações corretas e precisas sobre suas
características, qualidade, quantidade e prazo de
validade, bem como sobre os riscos que apresentam à
saúde e segurança dos consumidores. A oferta deve
assegurar informações claras sobre o valor à vista, total
a prazo, número de parcelas, taxa de juros aplicada e
demais encargos;
• Se o produto comprado apresentar
problemas ou se o conteúdo líquido não estiver de
acordo com as indicações constantes da embalagem ou da mensagem
publicitária, e isto não for solucionado em até trinta dias, o consumidor poderá
exigir a substituição do produto, ou a restituição da quantia paga, ou o abatimento
proporcional do preço ou a complementação do peso ou da medida;
• No caso de venda de produtos por telefone, telemarketing, etc.,
lembre-se de que você pode desistir da compra em um prazo de até sete dias, a
contar da data do recebimento do produto.

ATENÇÃO: denuncie estabelecimentos que comercializem produtos em


desacordo com as normas técnicas. Exija nota fiscal

Técnico em Edificações 38

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
O ACABAMENTO

É nesta fase da obra que revelam-se problemas não


percebidos ou negligenciados em etapas anteriores.
Técnicos e todo o corpo administrativo da obra devem ter
muito cuidado no momento do acabamento sob pena de
obter um resultado de baixa qualidade, insatisfatório ou
que comprometa a estabilidade e a durabilidade da obra.

O consumidor depara-se com um grande número


de opções no mercado destinadas ao acabamento de
uma construção. A pesquisa de preços é muito importante
e a compra de alguns itens requer cautela e uma análise
criteriosa.

Pisos e revestimentos

Verifique com cuidado a metragem da área onde vão


ser aplicados esses produtos. Cheque na embalagem a
metragem, o número do lote, a cor e o tamanho, que
devem ser os mesmos em todas as caixas. Por
precaução, compre sempre um pouco a mais, que
servirá de reserva (cerca de 10% a 15%).

Dê preferência a materiais de alta resistência e


qualidade para evitar a necessidade de troca de peças
depois do revestimento pronto e tenha toda a atenção
na aplicação.

Técnico em Edificações 39

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Louças e metais

Verifique se na embalagem
constam o nome do fabricante,
CGC, endereço, bem como as
instruções de instalação e uso.
Fique atento às medidas dos
produtos, que devem ser
compatíveis com as da área onde
serão instalados e as
especificações.

Esquadrias

Conhecem-se como esquadrias,


as peças destinadas a guarnecer
os vãos de passagem, ventilação
e iluminação, ou seja, vãos de
portas, portões, janelas e grades.

São fabricadas de vários


materiais: madeira, ferro,
alumínio, aço inoxidável e
galvanizado, latão, bronze e PVC.
Os materiais comumente
empregados no fabrico das
esquadrias são a madeira, o ferro
e o alumínio.

Hoje são muito utilizadas as esquadrias metálicas, sobretudo as de alumínio e aço


galvanizado, porém se optar por esquadrias de madeira, dê preferência as produzidas
em área de manejo e/ou reflorestamento, bem como, os laminados em respeito ao meio
ambiente.

Técnico em Edificações 40

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Tintas

Observe o tipo de tinta mais adequado para


o local onde será aplicada e seu prazo de
validade. Consulte um profissional da área para
orientá-lo sobre a quantidade necessária,
evitando o desperdício. Esteja atento ao código
da cor e da tonalidade da tinta, caso haja a
necessidade de adquiri-la novamente para
futuros reparos.

Dê preferência aos produtos de baixa toxicidade, leia atentamente as orientações


de advertência contidas nas embalagens e recomende sempre a utilização de
equipamentos de proteção individual durante a aplicação.

Lâmpadas, lustres e luminárias

As lâmpadas devem conter, no vidro, a indicação da potência, da corrente


nominal, além do nome ou logotipo do fabricante.

A voltagem das lâmpadas deve ser compatível com a do local em que serão
utilizadas. Cheque com a rede concessionária da região. Lembre-se: as lâmpadas
fluorescentes duram mais e economizam energia. São indicadas para áreas de grande
circulação, como cozinha, área de serviço, garagem, banheiro, etc.

Produto fora de linha

Produtos como pisos, azulejos e louças sanitárias costumam sair de linha com
muita freqüência. Produtos fora de linha representam um risco para o consumidor caso
haja a necessidade de reposição do mesmo. Avalie bem a vantagem da compra.

Saiba que...

• Existem órgãos oficiais e entidades credenciadas competentes para


expedir normas técnicas e certificar produtos: ABNT, INMETRO, IPT, etc.;
Técnico em Edificações 41

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
• Os seguintes produtos possuem certificação obrigatória: fusível tipo
rolha, cartucho (CONMETRO), fio e cabo isolado até 750V (INMETRO);
• Caso o produto adquirido venha a apresentar um vício oculto, defeito
que não pode ser constatado aparentemente ou de imediato, é seu direito
reclamar. Nessa situação, o prazo inicia-se a partir da constatação do problema.

Seus direitos:

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor:

• A embalagem do produto deve conter, de forma


clara, correta e em língua portuguesa, as características do
produto, o prazo de validade, o nome do fabricante e os
cuidados e os possíveis riscos que apresentem a sua saúde
e segurança. A oferta deve assegurar informações claras
sobre o valor à vista, o total a prazo, o número de parcelas, a
taxa de juros aplicada e demais encargos;
• Se o produto comprado apresentar problemas
ou se o conteúdo líquido não estiver de acordo com as
indicações constantes da embalagem ou da mensagem publicitária, e isto não for
solucionado em até trinta dias, o consumidor poderá exigir a substituição do
produto, ou a restituição da quantia paga, ou o abatimento proporcional do preço
ou a complementação do peso ou da medida;
• No caso de venda de produtos por telefone, telemarketing, etc.,
lembre-se de que você pode desistir da compra em um prazo de até sete dias, a
contar da data do recebimento do produto.

ATENÇÃO: denuncie estabelecimentos que comercializam produtos em


desacordo com as normas técnicas. Exija a nota fiscal!

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
BIBLIOGRAFIA

ALVES, José Dafico. Materiais de construção. 7. ed. Goiânia: Ed. UFG: CEFET, 1999.
298p.

CHAVES, Roberto. Manual do Construtor. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1995.


326p.

CORDEIRO, Allisson dos Santos. Estudo sobre o uso racional de água em


edificações : 2007. 69 f.

DOYLE, Laurence Edward. Processos de fabricação e materiais para engenheiros.


São Paulo, SP: Edgard Blücher: Editora da Universidade de São Paulo, c1962. 639 p.

GONZALEZ, Gerardo Mayor. Teoria e problemas de materiais de construcao. Sao


Paulo: McGraw-Hill, c1978. 309p.

MEKBEKIAN, Geraldo. Qualidade na aquisicao de materiais e excucao de obras.


Sao Paulo: PINI, 1996. 275p

SOUZA, Roberto de. Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras. São


Paulo : Pini, 1996. 275p.

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

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