2. O que é internalismo?
Nas teorias internalistas da epistemologia o sujeito ‘S’ não apenas sabe que ‘p’,
mas também sabe que sabe que ‘p’. Isso quer dizer que ele conhece as justificativas de
sua crença, de forma introspectiva, ele mesmo é capaz de citar essas evidências. É
preciso consciência reflexiva, de segunda ordem, saber separar a crença no objeto do
próprio objeto. Segundo os filósofos internalistas apenas humanos são capazes dessa
abstração da crença enquanto crença, portanto são os únicos que podem adquirir
conhecimento. Para esses pensadores, ter conhecimento de algo é ser capaz de justificar
internamente esse algo, trata-se de um conceito tradicional de justificação, pois foi
predominante ao longo da história. Apenas entre os filósofos modernos que essa teoria
foi questionada por teorias externalistas do conhecimento, onde ao contrário das
internalistas, acredita-se não haver a necessidade que um sujeito ‘S’ para justificar ‘p’
tenha de conhecer suas razões e evidências.
7. O que é fenomenalismo?
É um outro tipo de resposta que também procura contrapor-se ao ceticismo
cartesiano. Diz que o conhecimento do mundo externo é uma crença sobre as
experiências fenomenais. Os conceitos do mundo exterior são formas abreviadas de
explicar a complexidade sensorial que existe nessa relação, um resumo de todas as
sensações expressas em uma palavra. Uma apoia a outra, a percepção do mundo e as
crenças sobre ele.
O problema é descrever e explicar exatamente toda essa complexidade sensorial
envolvendo nossas relações mentais com o mundo externo, traduzir a linguagem física
para a sensorial, ou explicar qualquer 'dependência' do mundo exterior quanto à nossa
percepção.
Quando o fenomenalismo trata o mundo físico como fenomenal, está praticamente
confirmando o argumento cético, que não somos capazes de justificar nosso
conhecimento sobre o mundo, senão usando nossas experiências sensoriais sobre o
mesmo e portanto cometendo o mesmo erro lógico já explicado, quando o consequente
justifica o antecedente. Enfim, muitos pensadores veem o fenomenalismo incapaz de
contrapor-se aos céticos, mas sim coniventes com eles.