PARTE 1 – EQUIPAMENTOS
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento industrial e tecnológico a energia elétrica foi ao longo do tempo
tomando uma importância vital em nossa vida e, com isso, aumentando a complexidade
das instalações elétricas. Hoje a encontramos em todas as áreas, em todo o tipo de
atividade, nas residências, comércios, industrias etc. Esta energia é gerada em grandes
usinas, e transmitida através de quilômetros de linhas de transmissão até as cidades e
outros centros consumidores. Nas cidades esta energia é distribuída através de um
sistema de linhas aéreas ou subterrâneas até os consumidores, residenciais, comerciais
ou industriais. Nestes consumidores são feitas redes internas de alimentação da
iluminação, tomadas, motores, computadores, maquinas etc.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Levamos em consideração que já temos um conhecimento básico sobre o sistema de
geração, transmissão e distribuição de energia. Sabemos também que estas áreas ficam
restritas praticamente às concessionárias, as quais possuem normas próprias, normas
nacionais e internacionais onde especialistas determinam como devem ser realizados os
serviços de instalação, montagem, manutenção etc dentro de padrões de segurança
internacionais. Analisaremos portanto as instalações elétricas a partir da alimentação pela
concessionária, até o ponto de consumo, onde teremos nossa área de maior risco e de
nossa responsabilidade quanto a segurança das pessoas e equipamentos.
SUBESTAÇÕES
Por questões de simplificação, e levando-se em consideração que a grande maioria das
vezes trabalharemos com este tipo de instalação elétrica, analisaremos a partir de agora
as subestações padrão concessionária, em cabines de alvenaria, com tensões 13,8 kV.
A partir dos quadros de distribuição, os condutores que alimentam as diversas cargas são
divididos em circuitos. Um circuito pode ser definido como um conjunto de elementos
ativos (pontos de luz força e tomadas), ligados nos mesmos condutores e protegidos pelo
mesmo dispositivo de proteção.
PÁRA-RAIOS DE DISTRIBUIÇÃO
São equipamentos destinados à proteção contra sobretensões provocadas por descargas
atmosféricas ou chaveamentos, nas redes de alimentação de alta e média tensão da
concessionária.
MUFLAS TERMINAIS
São equipamentos destinados a restabelecer a condições de isolação da extremidade de
um condutor isolado de média tensão, quando este for conectado a um condutor nu.
Estes equipamentos são normalmente encontrados nos terminais dos cabos isolados de
alimentação subterrânea das cabines primárias de energia.
Dos equipamentos que fazem parte da entrada de energia subterrânea, em média tensão,
é o que tem a maior probabilidade de defeito, devendo passar por medições de isolamento
periódicas. Estas medições dirão as condições em que se encontram estes equipamentos,
que em caso de defeitos deverão ser substituídos imediatamente.
CABOS ISOLADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM
MÉDIA TENSÃO
Os cabos isolados em média tensão mais utilizados, principalmente na classe 15 kV, são
fabricados à base de PVC, de polietileno reticulado ou ainda de borracha etileno-propileno.
Estes cabos são constituídos de um condutor metálico revestido de uma camada de fita
semicondutora por cima da qual é aplicada a isolação. Uma segunda camada de fita
semicondutora é aplicada à blindagem metálica que pode ser composta de uma fita ou de
fios elementares. Finalmente, o cabo é provido de uma capa externa, normalmente PVC.
Este tipo de cabo deverá ter sua camada isolante livre de qualquer impureza ou bolha,
pois caso contrário, poderão ocorrer descargas internas, provocando aquecimento, e
conseqüentes danos à instalação.
TRANSFORMADORES DE CORRENTE
São equipamentos capazes de reduzir a corrente que circula no seu primário, a valores
inferiores, compatíveis com as características dos instrumentos de medição ou relés
ligados ao seu secundário. Os transformadores de corrente são constituídos por um
enrolamento primário com poucos espiras, ou barra, por um núcleo de aço silício e um
enrolamento secundário dimensionado normalmente para uma corrente de 5 A.
Tipo barra – onde o primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo.
Tipo enrolado – quando o enrolamento primário é constituído por uma ou mais
espiras.
Tipo janela – que é constituído de uma abertura através do núcleo, por onde passa
o condutor, fazendo a vez do enrolamento primário.
Tipo bucha – são similares aos tipo barra, porém instalados nas buchas de
transformadores, ou disjuntores.
Tipo núcleo dividido – são similares ao tipo janela, porém o núcleo pode ser
separado para permitir envolver um condutor que funcionaria como enrolamento primário.
Para este tipo de equipamento é definido um percentual de erro de funcionamento, que
varia para os de medição entre 0,3 – 0,6 – 1,2 % e para os de proteção entre 5 ou 10%.
Cuidados especiais devem ser tomados para não serem deixados em aberto os terminais
secundários dos transformadores de corrente quando estes estão energizados, pois caso
isto aconteça, poderão surgir tensões elevadas provocando danos à isolação do
equipamento, e perigo à vida de pessoas.
TRANSFORMADORES DE POTENCIAL
Os transformadores de potencial são equipamentos capazes de reduzir a tensão ligada ao
seu enrolamento primário, a valores compatíveis à tensão máxima suportável pelos
equipamentos ligados ao seu enrolamento secundário. Eles são constituídos por um
enrolamento primário envolvido em um núcleo de aço silício e por um enrolamento
secundário, cuja tensão é normalmente 115 V (220 V).
BUCHAS DE PASSAGEM
São equipamentos utilizados quando se deseja ligar um cubículo fechado com uma rede
aérea de saída ou de alimentação, ou com outro cubículo. É constituída basicamente por
um corpo de porcelana, com um barramento central, com flange de fixação no seu ponto
médio.
Pode ser do tipo interno-interno, quando utilizada para interligar dois cubículos vizinhos e
fechados, e do tipo interno-externo quando utilizada para interligar um cubículo fechado à
uma rede externa.
Na grande maioria das vezes, são utilizadas seccionadoras para operação sem carga,
sempre intertravadas com um disjuntor. Em alguns casos, dependendo das necessidades
do projeto, podem ser utilizadas seccionadoras manuais ou de operação automática, que
possuem capacidade de interromper cargas com determinadas características.
Estas chaves são normalmente tripolares para instalação interna, e possuem variações
construtivas, dependendo do tipo de utilização em cabines de alvenaria ou cubículos
blindados.
Carrinho de sustentação
Pólos onde encontramos os contatos fixos e móveis, e a câmara de extinção
Mecanismo de comando
A interrupção da corrente neste tipo de disjuntor se dá em uma câmara contendo óleo, o
qual através de um mecanismo apropriado facilita a extinção do arco. Estes disjuntores
são fabricados com acionamento manual ou motorizado, nas versões fixas e extraíveis,
cuja utilização depende das necessidades de cada projeto.
Dos equipamentos de média tensão é um dos que deveremos ter maior cuidado quanto a
manutenção, principalmente nos disjuntores a pequeno volume de óleo. A manutenção
deste equipamento abrange vários itens com limpeza geral do comando e da partes
isolante, verificação e eventual troca de óleo, testes de resistência de contato, teste de
isolação, inspeção visual dos contatos internos do disjuntor etc.
Normalmente este tipo de fusível possui um elemento percursor externo, que se solta com
a fusão do elemento fusível, podendo quando for o caso vir a acionar o disparo da
seccionador interruptora, ou apenas indicar a sua atuação. A inspeção neste tipo de
equipamento, limita-se a verificar eventuais rachaduras ou correntes de fuga externa, ou
indicação de atuação através do percursor ou outro indicador externo.
TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA
São equipamentos que por meio de indução eletromagnética, transferem energia
normalmente, de um circuito primário de tensão mais alta, para um circuito secundário de
tensão mais baixa, alterando as correntes nas devidas proporções, mantendo a mesma
freqüência. Adaptam a rede de alimentação às cargas existentes.
Imersos em óleo isolante mineral, mais utilizados em função do seu custo, tendo
porém o problema do óleo mineral ser inflamável. Deve-se portanto tomar os devidos
cuidados com o seu local de instalação.
Imerso em silicone praticamente não inflamável (somente a partir de temperaturas
muito altas), pouco utilizado em função do seu alto custo.
A seco/encapsulado, é a opção mais utilizadas quando se necessita de
transformadores com alta segurança quanto à inflamabilidade, ex.: shopping center,
edifícios residenciais, edifícios comerciais com grande circulação de pessoas etc. Os
transformadores a óleo mineral, são os que mais necessitam de inspeção e manutenção
preventiva, as quais constam principalmente de limpeza e inspeção visual externa, testes
de isolamento, ensaios do óleo isolante, verificação nas conexões etc.
DISJUNTORES DIFERENCIAIS RESIDUAIS
São equipamentos constituídos por disjuntores termomagnéticos acoplados a dispositivos
diferenciais residuais (dispositivos DR). Estes disjuntores além de exercer a proteção dos
condutores nas instalações elétricas, garantem também a proteção de pessoas contra
choques elétricos e fugas de corrente a terra.
VOLTÍMETRO / AMPERÍMETRO
São instrumentos de medição utilizados para indicar os valores de tensão (voltímetro), e
de corrente (amperímetro) nos diversos circuitos de uma instalação. São normalmente
instalados nos painéis de maior capacidade de corrente, e ligados ao sistema através de
transformadores de corrente e de potencial, dependendo de cada situação.
A areia de quartzo, que é o elemento extintor do fusível, absorve toda a energia calorífica
produzida pelo arco, cujo vapor de elemento metálico fundido fica envolvido por esta,
resultando no final um corpo sólido isolante que mantém a extremidade do fusível ligada à
carga, eletricamente separada da outra extremidade ligada à fonte.
PARTE 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
(ÁREAS CLASSIFICADAS)
As instalações elétricas de uma industria, quando situada em atmosferas potencialmente
explosivas, podem vir a ser a fonte de ignição que ocasionará incêndios ou explosões,
provocando danos irreparáveis ao sistema. Esta ignição pode ser conseqüência de um
centelhamento provocado por um defeito na instalação, ou pela abertura ou fechamento
normal de contatos de uma chave qualquer, ou ainda pela temperatura elevada de um
equipamento ou ponto qualquer da instalação. Para se evitar esse tipo de problema deve-
se projetar a instalação com materiais e equipamentos que atendem aos requisitos
de segurança indispensáveis a cada tipo de atmosfera explosiva.
Para que haja um incêndio ou explosão é necessário que no ambiente exista ar (oxigênio),
mistura explosiva e uma fonte de ignição. Os equipamentos à prova de explosão de uma
instalação elétrica são desenvolvidos para confinarem uma eventual explosão,
internamente ao equipamento, evitando que esta se propague para o meio externo. Todos
os equipamentos desenvolvidos para este fim são rigorosamente ensaiados em
laboratórios credenciados que emitem um CERTIFICADO DE CONFORMIDADE que
garante que o equipamento atende as normas específicas para sua utilização.
Abaixo temos a subdivisão dessas classes em grupos, reunindo substancias que possuem
similaridade do ponto de vista de comportamento durante um processo de explosão.
CLASSE I
GRUPO A >> Acetileno
GRUPO B >> Hidrogênio, Butano, Óxido de Eteno, Óxido de Propileno, Gases
Manufaturados contendo mais do que 30% em volume de Hidrogênio
GRUPO C >> Acetaldeido, Éter Dietílico, Eteno, Dimetil Hidrazina Assimétrica,
Ciclopropano, Monóxido de Carbono , etc.
GRUPO D >> Acetona, Acrilonitrila, Amônia, Benzeno, Butano, Butanos, Gasolina,
Nafta, Propano, Propanol, Cloreto de Vinila, Metano, Hexano, Gás Natural, etc.
CLASSE II
GRUPO E >> Poeiras metálicas combustíveis, independentemente de sua
resistividade, ou outros tipos de poeira combustível de risco similar, tendo resistividade
menor do que 105Wcm
GRUPO F >> Poeiras carbonáceas, por exemplo, carvão mineral, hulha, ou poeira
de coque, que tenha mais do que 8% de material volátil total e tendo resistividade entre
102 e l08Wcm
GRUPO G >> Poeira combustível, com resistividade superior ou igual a 105Wcm,
por exemplo, farinha de trigo, ovos em pó, goma arábica, celulose, vitamina B1, vitamina
C, aspirina, algumas resinas termoplásticas, etc.
CASSE III
Fibras combustíveis, tais como : rayon, sisal, juta, fibras de madeira e outras de
risco similar. (para essa classe não há subdivisão em grupos).
A classe I foi subdividida em grupos tendo em vista a similaridade no que diz respeito a
similaridade de comportamento durante o processo de explosão, e a uma gradação de
risco. Nessa subdivisão uma substância do grupo A tem um poder destruidor maior que as
do grupo B e assim por diante, não sendo portanto possível utilizar um equipamento
pertencente a um grupo em instalações de grupos antecedentes. Nesta classe estão
incluídas, principalmente as industrias de petróleo, as petroquímicas e químicas.
Na classe III, os materiais inflamáveis estão sob a forma de fibras e portanto mais
pesados, praticamente não havendo em suspensão. Em função do menor risco os critérios
de instalação são menos rigorosos que os aplicáveis às das classes I e II. A divisão em
classes e grupos levam em consideração as características das substâncias presentes no
ambiente. Para uma classificação completa é necessário levar em consideração também o
grau de risco (alto ou baixo) esperado nesta área e a extensão ou volume deste risco.
Para estes casos a norma americana determina dois tipos de locais que chama de
DIVISÃO 1 e DIVISÃO 2.
DIVISÃO 1
São locais de alta probabilidade de existência de mistura inflamável. São áreas onde
gases ou vapores inflamáveis podem existir:
Para efeito de determinar o grau de risco de cada local, a norma ABNT/IEC os subdividem
em Zonas 0, 1 e 2 ou invés de Divisão conforme API/NEC. Esta zonas são assim
definidas:
ZONA 0 : são locais onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é contínua,
ou existe por longos períodos. São locais realmente perigosos, onde praticamente existe
mistura inflamável/explosiva durante todo o tempo.
ZONA 1 : são locais onde a mistura inflamável/explosiva pode ocorrer em
condições normais de operação do equipamento de processo.
ZONA 2 : são locais onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é rara por
pouco tempo, e está diretamente ligada à operação anormal de equipamentos de
processo.
Resumo comparativo entre a norma internacional e americana:
Quanto a ambientes que contenham poeira ou fibras combustíveis a IEC ainda está
emitindo projetos de norma, que não serão aqui abordados.
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Todos os equipamentos elétricos ,independentemente de sua aplicação em atmosferas
explosivas ou não, possuem uma proteção inerente, capaz de evitar principalmente danos
físicos as pessoas (ex.: choque elétrico; ferimentos causados por partes móveis, etc.) e
danos ao próprio equipamento, quer seja pela penetração de corpos sólidos estranhos,
quer seja pela penetração de água.
EQUIPAMENTO A PROVA DE EXPLOSÃO
Como os equipamentos elétricos de maneira geral necessitam de partes moveis para que
seja executada a operação para que se destina, abertura, fechamento, partida, parada
etc., o fechamento hermético total do invólucro destes equipamentos é praticamente
impossível. Os eixos dos motores, eixos de prolongamento das manoplas de operação,
eixos dos botões de comando etc., devem ter necessariamente uma folga que possibilite
sua operação, além de que é necessário dispositivos de acesso a partes internas dos
equipamentos para manutenção.
Os invólucros dos equipamentos devem portanto serem fabricados com paredes robustas
o suficiente para não se romperem com a explosão. As entradas de tubulações
rosqueadas, os botões de comando e outros dispositivos instalados na parede do invólucro
e as junções tampa invólucro apenas de totalmente parafusadas, servirão inevitavelmente
de válvula de alívio de pressão, permitindo que gases da explosão passem para o
ambiente externo.
Para se evitar a propagação da explosão, é necessários que os gases que passem para o
meio exterior estejam a uma temperatura inferior da temperatura de auto ignição do gás
que está ao redor do invólucro. Para que isto ocorra, a superfície de junção corpo-tampa e
o interstício entre eles devem funcionar como um trocador de calor, fazendo com que o
gás ao sair para o exterior esteja resfriado. Esta largura e este interstício variam em função
do grupo de gás, pois dependem das pressões elevação de temperatura, velocidade de
propagação, etc., que são características dos gases quando submetidos a um processo de
explosão.
Quanto aos eletrodutos, para que seja atendida a NBR 5363, é necessário que na conexão
o passo da rosca seja menor que 0,7 mm e o número de filetes de rosca acoplados sejam
no mínimo cinco. Para os botões de comando segundo a mesma norma deve se utilizado
uma junta apropriada, chamada junta cilíndrica que possuí um interstício máximo e um
comprimento mínimo em função do grupo de gás. O mesmo procedimento é utilizado para
eixos, com mancais de rolamento ou com mancais de bucha, utilizados em maquinas
girantes.
Os invólucros que seguem os padrões americanos são construídos com juntas flangeadas,
com grande número de parafusos para seu fechamento, são pesados, de custo elevado,
apresentam dificuldade de manutenção em função do número de parafusos, além de que o
invólucro não pode ser vedado nas juntas, permitindo muitas vezes a entrada de umidade
e água. No padrão europeu há um preferência em que a junção corpo tampa seja feita
através de uma junta roscada ao invés de flangeada, eliminando a existência de parafusos
que dificultam a montagem, a manutenção e podem tornar-se uma fonte de falha durante a
vida útil do sistema. Em função do peso dos invólucros e do seu custo elevado deve-se
sempre que possível subdividi-los tornando cada peça mais leve, alem de analisar a
possibilidade de instalar outro tipo de proteção que não seja a prova de explosão como
veremos adiante.
EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA AUMENTADA Ex-e
É um tipo de proteção aplicável a equipamentos elétricos que por sua própria natureza não
produzem arco, centelhas ou alta temperatura em condições normais de operação. São
aplicados nesses equipamentos medidas construtivas adicionais de modo a diminuir
drasticamente a probabilidade de que o equipamento cause arcos, centelhas ou altas
temperaturas.
As características principais deste tipo de proteção são previstas na NBR 8601. Um dos
requisitos principais é que todas as partes capazes de produzir arco, centelha ou alta
temperatura, devem estar imersos em óleo numa profundidade adequada, de no mínimo
25mm, e o equipamento deve possuir um dispositivo que permita a verificação do nível de
óleo mesmo em operação.
Devemos levar em consideração que para este tipo de equipamento de exige uma
supervisão constante do nível e da qualidade do óleo, que a sua manutenção é mais
complicada, pois requer uma operação adicional de limpeza e recolocação do óleo em
nível adequado após o trabalho. Estes equipamento tem porém a vantagem de não
necessitar de invólucro a prova de explosão, nem tampouco a utilização de unidade
seladora.
Este tipo de proteção inclui medidas específicas para a construção do invólucro, bem
como de suas partes associadas, abrangendo os dutos de insuflamento e exaustão e os
dispositivos auxiliares de controle do sistema de sobrepressão. O grau de proteção mínimo
que é admitido para esse tipo de equipamento é IP40. Os dispositivos de proteção e o
conjunto de dutos devem formar um sistema fechado a fim de que não haja escapamento
para o meio externo de arcos, centelhas ou partículas incandescentes de dentro do
invólucro. Além disso todo o sistema deve ser capaz de suportar uma pressão igual a uma
vez e meia a máxima pressão especificada para o serviço normal. A pressão interna usual
para esses casos é de no mínimo 0,5 mbar e deve ser mantida em qualquer ponto do
interior do equipamento e partes associadas, em relação à atmosfera externa.
A seleção da resina a ser utilizada deve levar em conta as exigências de cada caso. Essas
resinas incluem materiais termofixos, resinas em epoxy termoplásticas e elastômeros com
ou sem aditivos. O encapsulamento deverá garantir a proteção do sistema em caso de
sobrecargas admissíveis e determinadas condições de faltas internas.
CATEGORIA “IA”
São equipamentos elétricos incapazes de provocar a ignição em operação normal, na
condição de um único defeito ou de qualquer combinação de dois defeitos, com os
seguintes coeficientes de segurança:
CATEGORIA “IB”
São equipamentos elétricos incapazes de provocar ignição de uma atmosfera explosiva,
em operação normal, ou na condição de um único defeito qualquer, com os seguintes
coeficientes de segurança:
Os equipamentos deste tipo somente podem ser utilizados em áreas de Zona 2 e não
estão sujeitos às exigências especificadas pela IEC 79-0.
Para ser considerado não acendível, o equipamento não poderá produzir arco ou centelha
em operação normal ou deverá ser utilizado algum método especial para se evitar a
ignição (dispositivo centelhante protegido, componente não acendível, dispositivo
hermeticamente selado etc.), o equipamento não poderá também desenvolver temperatura
de superfície que exceda ao valores máximos adequados a sua classe de temperatura.
Nesse caso, na hipótese de ser inventado um tipo de proteção especial, o inventor tem o
direito de industrializar e comercializar o equipamento, a partir da obtenção, na entidade
certificadora credenciada, um certificado chamado de “Certificado de Equivalência”, em
que é atestado para aquele equipamento, que ele possui um nível de segurança
equivalente àquele previsto na normalização.
O documento que define a forma de aplicação dos equipamentos elétricos nas áreas
classificadas é o NEC (NATIONAL ELECTRICAL CODE), que estabelece os requisitos que
devem ser obedecidos quando da construção e montagem desses equipamentos. O
método de instalação adotado é principalmente através de sistema fechado de eletrodutos
metálicos e caixas à prova de explosão com a aplicação de unidades seladoras.
À prova de explosão
Equipamento pressurizado
Segurança intrínseca
Imerso em óleo
Não acendível
Hermeticamente selado
A combinação de probabilidades com que se baseia o NEC, pode ser analisada
basicamente agrupando-as em quatro conjuntos diferentes:
Essa norma é aplicável aos equipamentos que em condições normais não produzem
centelhamento, mas podem produzir altas temperaturas, como é o caso de luminárias,
resistores de aquecimento, etc., e estabelece o seguinte : “Os equipamentos que em
condições normais de operação não produzem centelhamento podem ser aplicados em
áreas de divisão 2 desde que as superfícies que podem ter contato com a atmosfera
explosiva não tenham temperaturas superiores a 80%, em graus Celsius, da temperatura
de ignição dos gases que porventura possam estar presentes no local”.
Luminárias podem ser aplicadas em áreas de Divisão 2, sem invólucro especial para área
classificada, desde que estejam em invólucros com grau de proteção mínimo IP 55.
O nível de profundidade com que essas inspeções são realizadas pode ser:
Estas inspeções devem ser realizadas por pessoal treinado e experiente, de posse de toda
a documentação das instalações e histórico de inspeções anteriores. Ex: projeto elétrico,
desenho de classificação de área, classe de temperatura e grupo do equipamento etc.
Não realizar alterações que possam afetar o tipo de proteção do equipamento, sem
uma análise criteriosa, e autorização dos responsáveis
Os cabos flexíveis devem ser inspecionados com cuidado, e trocados sempre que
houver qualquer risco de defeito
No caso de retirada do equipamento para manutenção devem ser utilizados
dispositivos próprios para a proteção dos terminais
Quando da manutenção de um invólucro à prova de explosão, todas as juntas
devem ser completamente limpas e levemente untadas com graxa quimicamente inerte e
que não resseque com o tempo, a fim de que sejam protegidos contra corrosão
Deve se verificado todo o sistema de aterramento conforme determinações do
projeto
Cada equipamento em caso de manutenção deve atender as recomendações
especificas, de acordo com as de norma aplicáveis as indicações do fabricante.
Ressalta-se que a grande diferença entre as duas linhas está no fato de que a filosofia
européia permite a montagem elétrica em áreas classificas, com cabos, sem eletrodutos
metálicas e a chegada ao invólucro é feita através de prensa-cabos.
EQUALIZAÇÃO DE POTENCIAL
Nas áreas classificadas deve-se evitar centelhamento perigoso entre as partes metálicas
da instalação. Para isso, o sistema de aterramento deve ser projetado de maneira que haja
uma equalização de potencial, evitando tensões perigosas entre pontos da estrutura e
entre condutores equipotenciais, mesmo em casos de defeitos.
Todas as partes metálicas expostas devem ser conectadas ao sistema de ligação
equipotencial. Esse sistema pode incluir condutores de proteção, eletrodutos, proteção
metálica dos cabos e partes metálicas da estrutura, mas não devem incluir os condutores
de neutro. A condutância entre partes metálicas da estrutura deve corresponder a uma
seção mínima de 10 mm2 de cobre.
SISTEMAS DE CABOS
As instalações elétricas em áreas classificadas podem ser feitas com cabos, sem
eletrodutos.
A cobertura dos cabos que não tenham proteção adicional contra fogo devem ser do tipo
retardante à chama conforme EB-1468