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Disciplina/Área: História
1
Informações disponíveis no site www.fecea.br/valedoivai/. Segundo o site, desde 2009, instituições
como a Universidade Estadual do Paraná, campus de Apucarana, em parceria com vários outros
segmentos estaduais e municipais (público e privado) vem atuando na perspectiva de oficialização do
território (reconhecimento federal já conseguido) que conta com 28 municípios localizados na Bacia
Hidrográfica do Rio Ivaí, entre eles os oito que compõem o território do Bendengó do Ubá. Para tanto,
vários inventários e diagnósticos foram e ainda estão sendo elaborados, tentando reunir informações
que estabeleçam as potencialidades, fragilidades e, sobretudo, as relações que homogeneízem
identitariamente o território.
2
Bendengó: Conforme dicionário Aurélio de Língua Portuguesa Básico, Bendengó tem três
definições: 1- Aerólito caído no sertão da Bahia, e que se conserva no Museu Nacional do Rio de
Janeiro; 2- Coisa descomunal; 3- Certo penteado. (FERREIRA, 1988, p. 91). Esse termo foi usado
também por Edmundo Alberto Mercer para se referir às pessoas que se apossavam de terras
ilegitimamente no território do Ubá, bem como em outros territórios, pautados em um discurso de que
as terras seriam ―devolutas‖ e ―incultas‖ e que eram aviltadas do Estado do Paraná, sobretudo nas
primeiras décadas do séc. XX. (MERCER, 1913 apud QUIEZI, 2009, p.2). Ainda conforme pesquisas
de Lucio Tadeu Mota, a partir dos relatos de Ozório (1910, p.8) a palavra Bendegó (de mesma
variação Bendengó) era utilizada pelos kaingang no Paraná para se referir às demarcações de terras
como ―concessões escandalosas‖ (MOTA, 2012, p.378).
3
Ubá: palavra indígena que significa embarcação indígena sem quilha e sem banco, constituída de
um só lenho, escavado a fogo, ou de uma casca inteiriça de árvore cujas extremidades são
amarradas com cipós. Também pode ser uma planta herbácea, empregada na confecção de balaios
e cestos (FERREIRA, 1988, p. 656).
públicos, processo litigioso, escrituras públicas, mapas, diagnósticos, depoimentos,
etc.) a partir de 1908, quando também se inicia demanda litigiosa entre o Estado e o
Senhor Alberto Landsberg, um banqueiro paulista que teria sido o primeiro
adquirente do território em questão. Nessa época também os conflitos se davam
entre membros de expedições, seja em nome do Estado ou de particulares, com as
populações indígenas de forma bastante violenta e acentuada (MOTA; NOVAK,
2008). E os mesmos termos continuam sendo utilizados a partir da década de 1930,
conforme pesquisa feita pela autora deste em 2014, quando a demanda litigiosa se
arrasta entre o Estado, a companhia de terra Sociedade Territorial Ubá Ltda.,
população indígena kaingang, posseiros e grileiros.
De acordo com as leituras e pesquisas que fundamentam este projeto, pode-
se afirmar que a partir da segunda metade do século XX estrategicamente as
narrativas do vazio demográfico, do progresso, do desenvolvimento e do capital vão
ocultando todos os conflitos anteriores, dando voz predominante ao pioneirismo, ao
migrante europeu, paulista, catarinense e mineiro que, ao se estabelecerem nesse
território trabalhando arduamente, civilizaram a região homogeneizando a produção
cafeeira como triunfo da economia.
O território em questão, de acordo com pesquisa realizada em documentos
oficiais do Estado do Paraná, à época do litígio, possuía área de 260.620,19
hectares, equivalentes a 107.694,29 alqueires paulistas. Os primeiros registros
documentais que tratam da legitimação de posse das terras do Bendengó do Ubá
datam de 02 de dezembro de 1853, coincidente ou propositalmente data inferior ao
Decreto nº 1318, de 30 de janeiro de 1854, que regulamentava as aquisições de
terras públicas conforme a Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. Para esta
questão, existe uma longa discussão documentada pelo Estado do Paraná que
evidencia a fraude, ou seja, a área que foi adquirida legalmente por meio do
recolhimento do imposto SISA4 não podia ultrapassar a 11,2 alqueires5.
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SISA significava Serviços de Impostos de Sua Alteza, isso no tempo imperial. Foi substituído por
ITBI (imposto de transmissão de bens imobiliário). Este imposto era cobrado pelas coletorias
estaduais e, a partir da Constituição de 1988, passou a ser um imposto de competência municipal,
vulgarmente conhecido como SISA, e é cobrado sobre as operações de transmissão de imóvel entre
vivos. Deve ser recolhido quando do registro de Escritura Pública de Transmissão. Fonte: Setor de
Tributação, Prefeitura do Município de Lidianópolis, 2016.
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Para saber mais sobre esta demanda que envolve as irregularidades na legitimação de posse do
território do Bendengó do Ubá, consultar capítulo III – A (re) organização do território entre os rios Ivaí
e Corumbataí após a ocupação da Sociedade Territorial Ubá Ltda. no Estado do Paraná – 1911 a
Ainda conforme estudos feitos pela autora em 2014, em 31 de maio de 1900,
uma parte equivalente a 43.921,21 hectares é vendida e desmembrada do Território
Bendengó do Ubá. E, em 20 de julho de 1912, registra-se o território do Bendengó
do Ubá com área total de 186.698,98 hectares, sendo reservado para o Estado a fins
de reserva indígena, o equivalente a 30.000 hectares na confluência dos rios Ivaí e
Corumbataí. Em 1929 a Sociedade Territorial Ubá Ltda. toma posse da área total do
Bendengó do Ubá, escriturando 216.698,98 hectares, cuja legitimação após longa
demanda judicial com o Estado e conflitos com posseiros, ocorre em 1950. Área
que, convertida em alqueires paulista, somam 89.545,03 alqueires. Confrontando-se
essa área com a atual área dos municípios que se organizaram no Território do
Bendengó do Ubá obtém-se uma área semelhante, ou seja, 88.331,27 alqueires
paulistas (Tabela 1, p.09).
Tais informações podem ser mais bem visualizadas a partir dos mapas e
tabela sobre os limites e localização do Bendengó do Ubá. O mapa 01, elaborado
em 1937 pelos engenheiros do Instituto de Terras e Cartografia do Paraná,
arquivado na Pasta do Município de Manoel Ribas, no referido instituto, demonstra a
área que estava em litígio entre a companhia de terra e o Estado nas décadas de 30
a 50. O mapa 02, organizado por Denez (2012 apud Quiezi 2014, p.80), mostra a
localização do Bendengó do Ubá na Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí (ou seja, as
terras da Sociedade Territorial Ubá Ltda.) O mapa 03, de Quiezi (2014, p.68), traz a
localização dos municípios que atualmente compõem o Bendengó do Ubá. A tabela
01, estruturada por Quiezi (2014, p.91) e atualizada nesse projeto, evidencia que a
área total ocupada pelos atuais municípios é a mesma referente ao território
Bendengó do Ubá. Na tabela 01 é possível também verificar significativo decréscimo
populacional na região estudada no período de 1970 a 2016. Questão que não será
aprofundada na implementação deste projeto, porém chama atenção para futuras
abordagens e narrativas para o ensino da História.
1990, do livro Geografia a Distância – experiências de pesquisas em EAD. Ponta Grossa: Editora
Estúdio Texto, 2014, p. 67-96.
Mapa 01: Território do Bendengó do Ubá em 1937
TABELA 1 - Municípios do Território Ubá e seus desmembramentos entre anos de 1960 a 1997
Município Ano de Município do População População Área
6
criação desmembramento inicial estimada territorial
(2016)
2
Ivaiporã 25/07/1960 Manoel Ribas 67.998* 32.715 434,662 km
2
Jardim Alegre 14/12/1964 Ivaiporã 34.964 12.104 410,772 km
2
São João do Ivaí 29/12/1964 Ivaiporã 47.988* 11.115 352,632 km
2
Godoy Moreira 01/01/1990 São João do Ivaí 6.809 3.211 132,467 km
2
Lunardelli 01/02/1983 São João do Ivaí 9.869 5.095 198,929 km
2
Lidianópolis 01/01/1993 Jardim Alegre 4.912 3.717 152,533 km
2
Arapuã 01/01/1997 Ivaiporã 4.521 3.384 218,040 km
2
Ariranha do Ivaí 01/01/1997 Ivaiporã 3.005 2.330 237,582 km
* Total da população inicial considerando os Municípios
de Ivaiporã e São João do Ivaí que deram origem aos
demais (IBGE, 1970) 115.986
Total da população estimada (IBGE, 2016) 73.671
2
Total de quilômetros quadros 2.137,617 km
Conversão para alqueires Paulistas 88.331,27
Fonte: IBGE e IPARDES Organização: QUIEZI, Simone A. (2016)
6
População inicial considerada a partir do Censo Demográfico realizado pelo IBGE no ano mais
próximo, anterior ou posterior, à criação de cada município.
Assim, ainda tratando sobre a possibilidade de outros recursos didáticos e
metodológicos, além de toda a problematização apresentada acima, pretende-se
instrumentalizar as aulas com imagens, depoimentos, objetos, visitas a campo,
mapas, documentos e memórias, apropriando-se dos conceitos da Histórica Local,
da História Ambiental e de Paleoterritórios. Pretende-se também atuar
interdisciplinarmente dialogando com as disciplinas de Geografia, Arte e Língua
Portuguesa.
Na escola escolhida para o desenvolvimento dessa intervenção, cujo público
alvo será os(as) alunos(as) de 6º ano, ainda é muito comum, considerando algumas
honrosas exceções, uma prática docente pautada na História Tradicional e tendo o
Livro Didático como único recurso. Tal prática parece contribuir significativamente
para a desmotivação e o desinteresse que tais alunos têm apresentado à disciplina
de História, conforme os diagnósticos levantados pela escola a cada final de ano e
debatidos nos momentos de formação no início de cada ano para a construção do
Plano de Ação da Escola. A partir dessa intervenção, propõe-se também aos
professores da escola, já que a construção desta está sendo dialogada com eles, a
superação de determinadas práticas como as metodologias de leitura e resoluções
de questionários propostos nos livros didáticos. Superação da ideia de que o aluno é
desinteressado e não gosta de História e o repensar para novas metodologias que
descontruam o velho argumento presente nas salas de aula: para que estudar o
passado? No que isso vai mudar nossas vidas?
Acredita-se que inverter a lógica, tomando como ponto de partida a história
local, haverá possibilidades de compreensão do processo/movimento histórico e do
pensar historicamente.
A história e a historiografia do Paraná não são muito valorizadas em sala de
aula. Quando muito, o que se é tratado é aquilo que se tem oficializado por uma
única vertente. Outra questão é o difícil acesso à pesquisa acadêmica ou a sua
inexistência. Especificamente quanto ao território que se pretende abordar aqui, a
historiografia é precária e necessita ser construída ou visualizada a partir das
diversas fontes e memórias que ainda resistem.
O termo aqui apresentado de ―Bendengó do Ubá‖ para o território no qual
hoje se localizam os municípios de Lidianópolis, Jardim Alegre, Ivaiporã, Arapuã,
Ariranha do Ivaí, Godoy Moreira, Lunardelli e São João do Ivaí é totalmente
desconhecido, quanto mais o que isso representa na história desse território.
A luta pela (re)ocupação da terra foi o motor impulsionador do movimento
que gerou transformações da paisagem e produziu diversas marcas e memórias que
permanecem no imaginário social e local. A luta pela terra provocou ainda rupturas e
reconstrução de identidades ao longo do século XX no território que será abordado.
Arruda (1995) afirma que o ensino de história trata do conhecimento
histórico produzido e que esse nada mais é do que memória e historiografia,
resultado das pesquisas sobre o passado. Por isso, o conhecimento histórico do
passado não pode se ater unicamente a uma possibilidade de narrativa. É preciso e
desafiador trabalhar com os(as) alunos(as) na perspectiva de que eles(as) ampliem
suas possibilidades de construírem suas próprias narrativas sobre esse passado,
inter-relacionando-as com o presente, com o local, podendo contribuir, assim, para
um futuro perspectivado, com memórias diversificadas e ressignificadas já que,
como continua Arruda (1995, p. 62), o conhecimento ―é influenciado pelo seu tempo
e pelo próprio indivíduo que o produz.‖
3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Objetivo
- Identificar que a história é construída pela ação e movimentação dos
sujeitos no tempo e no espaço e que, portanto, marcas e memórias são produzidas
sendo imprescindível conhecê-las para compreender e agir no presente.
Objetivos
- Instrumentalizar as aulas de forma que o aluno exercite a pesquisa e a
investigação, fundamentados na História Local e Ambiental;
- Construir e demonstrar o conceito de paleoterritório;
- Identificar que a história é construída pela ação e movimentação dos
sujeitos no tempo e no espaço e que, portanto, marcas e memórias são produzidas
sendo imprescindível conhecê-las para compreender e agir no presente;
- Atuar por meio da interdisciplinaridade visando o repensar de novas
possibilidades metodológicas para o ensino de História, dialogando com as demais
disciplinas envolvidas.
a) História
“Na concepção de História, que será explicitada nestas Diretrizes, as
verdades prontas e definitivas não têm lugar, porque o trabalho pedagógico
na disciplina deve dialogar com várias vertentes tanto quanto recursar o
ensino de História marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia.‖
(PARANÁ/DCE, 2008, p. 45).
b) História Local
Tanto nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), como nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica da disciplina de História (2008), a História Local é
valorizada como opção metodológica, sobretudo para o Ensino Fundamental, pois
permite que o professor, juntamente aos seus alunos, consiga captar e representar
o movimento sócio-histórico das ocupações e reocupações humanas nas suas
particularidades, sem perder o contexto do todo. Assim,
por história local deve-se entender todos os sentidos decorrentes do uso da
palavra história: o processo histórico, a ciência da história e a historiografia,
considerados da perspectiva de um determinado local. {...} história local,
refere-se ao conhecimento histórico, sob a perspectiva local, e pode
significar: o local como objeto do conhecimento e/ou o local como
referência para o conhecimento (NEVES, 1997, p. 14-15).
c) História Ambiental
A partir da indicação de elementos da História Local como recorte tempo-
espaço deste estudo, pode-se passar para a discussão da História Ambiental e as
possibilidades de contribuição desta, para a busca de compreensões acerca das
relações que historicamente o humano estabeleceu com a natureza. Mas o que tem
em comum História Local com História Ambiental? Drummond (1991) traça cinco
características metodológicas e analíticas para a História Ambiental, das quais se
destacam três pelo diálogo com a História Local. A primeira delas é a definição
geográfica de um espaço, que neste caso é o território do Bendengó do Ubá. A
quarta característica que Drummond (1991, p. 183) estabelece e que tende a
dialogar bastante com a História Local, ―é a grande variedade de fontes pertinentes
ao estudo das relações entre as sociedades e o seu ambiente.‖ Seguida da quinta
característica, que é o ―trabalho de campo‖, cuja tarefa na prática deste projeto será
identificar as possíveis ―marcas deixadas na paisagem pelos diferentes usos
humanos‖ e suas transformações.
De acordo com Solózano; Oliveira e Guedes-Bruni (2009), a História
Ambiental é um ramo dentro da História relativamente recente, tendo-se destacado
a partir da década de 1970. Para estes autores (2009, p.49) ―a história ambiental
tem como foco os acontecimentos históricos que modificaram e, ao mesmo tempo,
foram modificados pelo ambiente.‖ Worster (1991 apud SOLÓZANO; OLIVEIRA;
GUEDES-BRUNI, 2009) recomenda que a História Ambiental seja interpretada
como um documento histórico, ou seja, que interprete os fatos históricos a partir da
paisagem natural e do que nela está impresso. Dessa forma, a História Ambiental
tem a função nessa proposta de estabelecer diálogo interdisciplinar com a
Geografia para observar e compreender as transformações na natureza provocadas
pelo humano no processo de usos e de (re)ocupações da terra do Bendengó do
Ubá e, quem sabe, seja possível a reconstrução de novas narrativas históricas
sobre esse processo.
d) Paleoterritório
Ao longo da história das (re)ocupações e usos da terra do Bendengó do
Ubá, aqui denominada de território, que de acordo com Mota (2008, p.19) datam de
8.000 anos antes do presente, vários novos territórios vão surgindo e, conforme
Solózano; Oliveira e Guedes-Bruni (2009, p. 53), vão se sobrepondo
sucessivamente ―gerando uma paisagem modificada por usos diversificados‖. E é
nesse contexto que será apropriado pedagogicamente o conceito de paleoterritório,
apresentado também por estes autores. Para eles, paleoterritório surge dos
mosaicos das diversas ocupações e usos distintos dos territórios que vão se
formando no processo histórico e deixam vestígios e marcas oriundos da
―espacialização das resultantes ecológicas de usos passados dos ecossistemas por
populações.‖ De acordo com Oliveira (2015, p. 281), essas marcas deixadas na
paisagem ao longo do tempo, fruto da (re)ocupação humana que produziram
territórios,
Objetivos
- Propor intervenções pedagógicas que possibilitem aos alunos(as)
apropriarem-se do conceito de paleoterritório e o utilizarem em suas práticas.
- Problematizar para que os(as) alunos(as) percebam a conflitividade
inerente ao movimento de ocupação e reocupação;
- Identificar que a história é construída pela ação e movimentação dos
sujeitos no tempo e no espaço e que, portanto, marcas e memórias são produzidas
sendo imprescindível conhecê-las para compreender e agir no presente;
- Atuar por meio da interdisciplinaridade visando o repensar de novas
possibilidades metodológicas para o ensino de História, dialogando com as demais
disciplinas envolvidas.
- Identificar, por meio da história dos Xetá e dos Kaingang na bacia
hidrográfica do Rio Ivaí, diversos personagens que compõem o movimento de
(re)ocupação das terras e que deixaram marcas e memórias.
Para esse conjunto de 6 horas/aulas da disciplina de História, espera-se
contar com a interdisciplinaridade com as disciplinas de Língua Portuguesa (leitura e
interpretação de texto), de Geografia (estudos e analises de mapas e da composição
geográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí dentre outras questões pertinentes) e
de Arte (cultura das populações indígenas). Diálogo que está sendo feito com tais
componentes curriculares nos momentos de Inserção na Escola: Planejamento do
Projeto de Intervenção Pedagógica e Socialização dos Estudos Acadêmicos
Objetivos
- Propor intervenções pedagógicas que possibilitem aos alunos(as)
apropriarem-se do conceito de paleoterritório e o utilizarem em suas práticas.
- Identificar que a história é construída pela ação e movimentação dos
sujeitos no tempo e no espaço e que, portanto, marcas e memórias são produzidas
sendo imprescindível conhecê-las para compreender e agir no presente;
- Atuar por meio da interdisciplinaridade visando o repensar de novas
possibilidades metodológicas para o ensino de História, dialogando com as
disciplinas envolvidas.
- Identificar, por meio da história dos Xetá e dos Kaingang na bacia
hidrográfica do Rio Ivaí, diversos personagens que compõem o movimento de
(re)ocupação das terras e que deixaram marcas e memórias.
- Analisar e criticar a ideia de ―vazio demográfico‖ e de terras ―devolutas‖ e
―incultas‖ presentes no discurso do pioneirismo;
As aulas de campo serão todas realizadas de forma interdisciplinar com
Geografia, Arte e Língua Portuguesa. Proposta que está sendo construída nos
momentos de inserção na escola, para planejamento e implementação deste projeto.
Essa é uma das ações metodológicas que visa atingir todos os objetivos
(geral e específicos) deste projeto, oportunizando aos alunos(as) subsídios para sua
formação e construção de suas próprias narrativas. Espera-se que os(as) alunos(as)
tenham condições e suporte durante as aulas de campo para utilizarem-se em suas
observações e analises dos conceitos da História Ambiental, História Local e
Paleoterritório já trabalhados teórica e didaticamente em sala.
A partir das orientações, cada aluno(a) ficará livre para organizar suas
anotações (escrita, gravações de áudio e vídeo ou fotos), porque precisarão desses
materiais e informações para construção de novas narrativas que serão solicitadas
como um dos critérios de avaliação e encerramento da implementação.
Objetivos
- Instrumentalizar as aulas de forma que o(a) aluno(a) exercite a pesquisa e
a investigação, fundamentados na História Local e Ambiental;
- Identificar que a história é construída pela ação e movimentação dos
sujeitos no tempo e no espaço e que, portanto, marcas e memórias são produzidas
sendo imprescindível conhecê-las para compreender e agir no presente;
- Analisar e criticar a ideia de ―vazio demográfico‖ e de terras ―devolutas‖ e
―incultas‖ presentes no discurso do pioneirismo;
Chegando aos momentos finais da implementação, destinam-se as últimas
aulas, para que os(as) alunos(as) possam dialogar entre si e com a mediação da
professora para exporem suas narrativas, apresentarem questões que ao percurso
da realização das atividades ainda não tenham sido esclarecidas, bem como, de
acordo com suas anotações (escrita, fotos e gravações de áudio e vídeo), mais os
materiais fornecidos durante as aulas (mapas, imagens, slides, textos, etc), os(as)
alunos(as) tenham condições de elaborarem suas narrativas quanto ao processo de
(re)ocupação do Território do Bendengó do Ubá e sua História agora com novas
versões por eles(as) vivenciadas e contatadas.
Nesse momento o(a) aluno(a) será convidado(a) a retomar a imagem
escolhida e o texto produzido, a partir da atividade proposta no anexo I. Essa
atividade será dividida em três momentos e os resultados dependerão muito da
capacidade da turma de participar e produzir, sendo:
ALVES. Alessandro Cavassin. João da Silva Machado, Barão de Antonina. O estudo biográfico e
o seu contexto histórico. Rio de Janeiro: UERJ, 2012. Disponível no site:
https://www.academia.edu/3878804/Jo%C3%A3o_da_Silva_Machado_Bar%C3%A3o_de_Antonina._
O_estudo_biogr%C3%A1fico_e_o_seu_contexto_hist%C3%B3rico. Acessado em 08/07/2016;
ARRUDA. Gilmar (org.). Natureza, Fronteiras e Territórios: imagens e narrativas. Londrina, PR:
Eduel, 2013; Disponível no site:
http://www.uel.br/editora/portal/pages/arquivos/natureza%20fronteiras%20e%20territorios_digital.pdf.
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Acessado em 15/09/2016;
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Estatística. Sinopse Preliminar do Censo Demográfico – VIII Recenseamento Geral – 1980
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ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Contagem_da_Populacao_1996/Populacao_Residente/. Acessado em
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MAIA. Aline. O que é história (imagem de slide) Disponível no site:
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ANEXOS
(Textos, imagens, slides para as aulas)
ANEXO I – Imagens poderão ser impressas em sulfite ou reveladas (fotografia)
As imagens selecionadas abaixo serão utilizadas como documento histórico
na atividade em que os(as) alunos(as) farão observação, análise descritiva,
levantamento de hipóteses e problematizações sobre o tema e também usadas ao
longo das demais aulas de implementação do projeto. Trabalhar com muitas
imagens é uma estratégia por serem crianças de 6º ano.
ANEXO II: Texto do “Cego Faustino”
Figura 1 – Chefe Xetá capturado por Bigg-Wither nas serras próximas ao Salto da Ariranha
no Rio Ivaí no dia 17 de agosto de 1873. Fonte: Bigg-Wither(1878).
Conclusão
De qualquer forma, o engenheiro inglês Thomas P. Bigg-Wither, que
organizou a captura de dois grupos de Xetá nas imediações de Salto da Ariranha
no rio Ivaí, nos deixou esse triste relato, que com seus desenhos, nos permite
inferir ser os índios Xetá que manejavam vastos territórios entre os rios Ivaí e
Tibagi.
Ele assinalou em seu mapa os territórios manejados pelos Xetá na margem
direita do rio Ivaí nas serras divisoras das bacias desse rio com o Tibagi. Essa
posição coincide com as informações anteriores dos engenheiros Kaller em 1865,
dos diretores da Colônia Teresa Cristina na década de 1850 e com as informações
prestadas pelos sertanista John Elliot e Joaquim F. Lopes em 1842. Todos eles
assinalam a presença dos Xetá na margem direita do rio I vai, conforme vimos nos
capítulos anteriores.
A descrição da vida material dos Xetá combina com as informações que
temos dos grupos contatados na década de 1950 na Serra dos Dourados pelos
pesquisadores da Universidade Federal do Paraná e pelos funcionários do Serviço
de Proteção aos Índios. Os ‗tapuj‘ (casas) circulares com teto em forma de
abóbada, os arcos com as flechas serrilhadas e os machados de pedra são
idênticos, apesar de estarem separados por 80 anos.
Salienta-se a descrição das pessoas com o uso do ‗tembetá‘ e dos colares
de dentes de bugio pelos homens e dos cabelos enfeitados com penas de tucano
por todos eles, mulheres, homens e crianças.
O uso de larvas encontradas em troncos podres na alimentação e as formas
terapêuticas de curas de mal-estar estomacal com escarificação também estão
presentes nos relatos e na documentação iconográfica produzida no contato em
1950.
Texto extraído da obra:
Os Xetá no vale do rio Ivaí 1840-1920
Autor: Lucio Tadeu Mota
Maringá: Eduem, 2013, p. 62-71