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Teoria de Conjuntos

28 de agosto de 2014

– Typeset by FoilTEX –
O que é um Conjunto?

• Um conjunto é uma pluralidade ou coleção de coisas ou


entidades de qualquer tipo (Alnes, 1997, p.2)

Não se trata de uma definição, pois “conjunto”, “coleção”,


“pluralidade”, etc. são sinônimos. Quem não sabe o que é
uma coleção, não saberá o que é um conjunto.

• A noção de conjunto é primitiva, isto é, não é passível


de ser definida em termos de noções mais simples.

• Todo conjunto é constituído de elementos ou membros.


A noção de elemento também é primitiva.

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Convenções

• Letras maiúsculas designarão conjuntos: A, B, C, ...

• Letras minúsculas designarão elementos: a, b, c, ...

• A relação de pertinência será designada pelo símbolo:


∈(... é um membro de...; .... pertence a...) — a relação
de pertinência é primitiva.

• A sentença ‘a é um elemento de B’ é traduzida por:


a∈B

• A sentença ‘a não é um elemento de B’ é traduzida


por: a ∈
/B

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Enumeração X Descrição

Introduziremos dois tipos de notação para escrever ex-


pressões como:

• O conjunto contendo: Alessandro, João, José — {Ales-


sandro, João, José}

• O conjunto dos números pares — {x/x é número par}

• No primeiro caso, o conjunto é dado por enumeração;


no segundo, por descrição.

As duas formas são equivalentes?

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Conjunto Vazio

Admitiremos a existência de um conjunto vazio, isto é,


aquele conjunto que não tem elementos. Tal conjunto será
designado pelo símbolo: ∅

Exemplos de conjuntos vazios:

• O conjunto de elefantes nessa sala de aula — {x:x é


elefante nessa sala de aula}

• O conjunto dos números pares ímpares

• O conjunto de elefantes cor de rosa nessa sala de aula

• O conjunto dos ímpares divisíveis por 2

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Conjunto Unitário

Admitiremos a existência de conjuntos contendo um


único elemento — {a}

Observação: o elemento a é completamente distinto do


conjunto contendo a ({a}).

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Princípio da extensionalidade

Esse princípio afirma que dois conjuntos A e B serão


iguais se (e somente se) eles tiverem os mesmos elementos

• {1, 2, 3, 4} = {1, 1, 1, 2, 2, 2, 3, 3, 3, 4, 4, 4}?

• O conjunto dos animais com rins é igual ao conjunto


dos animais com coração?

• A partir do princípio da extensionalidade, podemos in-


ferir que dois conjuntos A e B são diferentes se existir
algum elemento que pertence a A e não pertence a B
ou se existir algum elemento que pertence a B e não
pentence a A.

Por extensionalidade, podemos provar a existência de um


único conjunto vazio:
Prova por redução ao absurdo
Assuma que há mais de um conjunto vazio, digamos,
∅1 e ∅2. Pela hipótese, ∅1 6= ∅2. Ou seja, existe algum

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elemento que pertence a ∅1 e não pertence a ∅2 ou existe
algum elemento que pertence a ∅2 e não pertence a ∅1.
Ambas as sentenças que compõem a disjunção são falsas.
Portanto, da hipótese, chegamos a uma sentença falsa,
logo a hipótese não pode ser verdadeira. Logo, há apenas
um único conjunto vazio.

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Conjunto Universal

Conjunto universal é o conjunto que contém todos os


elementos de um determinado universo de discurso.

• Matemática: conjunto universal contém todos números

• Dependendo do universo de discurso, o conjunto univer-


sal muda

• O conjunto universal será simbolizado pela letra U.

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Relação entre Conjuntos

Além da relação entre um elemento e um conjunto,


também há a relação entre conjuntos, a saber, a relação de
subconjunto:

• A é um subconjunto de B se (e somente se) todo


elemento de A é elemento de B:

• ‘A é um subconjunto de B’ será designada pelo símbolo:


A⊆B

Observação: A relação de subconjunto não é primitiva,


sendo definida com auxílio da pertinência.

• Relação de subconjunto próprio:

• A é um subconjunto próprio de B se (e somente se) A


é subconjunto de B e A é diferente de B

• ‘A é um subconjunto próprio de B’ será designada por:


A⊂B

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• Podemos usar a relação de subconjunto para determinar
se dois conjuntos são iguais:

A é igual a B se (e somente se) A é subconjunto de B e B


é um subconjunto de A: A = B sse A ⊆ B e B ⊆ A.

• Todo conjunto é subconjunto de si mesmo: A ⊆ A

• Se A é subconjunto de B e B é subconjunto de C, então


A é subconjunto C — a relação é transitiva:

se A ⊆ B e B ⊆ C, então A ⊆ C

A
B

• Se a é um elemento de A e A ⊆ B, então a é um
elemento de B:

se a ∈ A e A ⊆ B, então a ∈ B

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A a

• A relação de subconjunto não é recíproca. Nem sempre


vale o seguinte: se A é subconjunto de B, então B é
subconjunto de A.

• Nenhum conjunto é subconjunto próprio de si mesmo.


Suponha que A ⊂ A. Assim, pela definição, A ⊆
A e A 6= A. Mas isso é uma contradição.

• A relação de subconjunto próprio também é transitiva.

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Operações sobre Conjuntos

Conjunto-Potência: o conjunto-potência de um con-


junto A é o conjunto de subconjuntos de A:

℘(A) = {x/x ⊆ A}

Observação: se um conjunto A tem n elementos, então


℘(A) terá 2n

Observação: o conjunto vazio é subconjunto de qual-


quer conjunto: ∅ ⊆ A

Prova: Assuma que não é subconjunto de todo conjunto.


Assim, exite algum conjunto B do qual o conjunto vazio
não é subconjunto. Logo, deve existir algum elemento
que pertence ao vazio e que não pertence a B. Mas isso
é impossível, pois o conjunto vazio não tem elementos.

Exemplo: Seja A = {1, 2, 3}, então

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℘(A) =
{∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}}

Conjunto-Interseção: o conjunto-interseção dos con-


juntos A e B é o conjunto contendo os elementos de A
e os elementos de B.

A ∩ B = {x/x ∈ A e x ∈ B}

• Se A e B não tiverem elementos em comum (são dis-


juntos), a interseção será vazia.

• Se A for subconjunto de B, a interseção de A e B será


igual a A.

• A∩U =A

• A∩∅=∅

Conjunto-União: o conjunto-união de A e B é o con-


junto contendo os elementos de A ou os elementos
B:

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A ∪ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}

• Se A for subconjunto de B, então a união de A e B será


igual a B.

• A∪U =U

• A∪∅=A

Conjunto-diferença: o conjunto diferença entre A e B


é o conjunto dos elementos que pertencem a A e não
pertencem a B:

A − B = {x/x ∈ A e x ∈
/ B}

• Se A é subconjunto de B, então o conjunto-diferença


entre A e B é vazia.

• Se A e B são disjuntos, então o conjunto-diferença entre


A e B é igual a A e o conjunto diferença entre B e A é
igual a B.

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Conjunto-Complemento: o complemento de A (em
relação a U) é:

∁A = {x/x ∈ U e x ∈
/ A}

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Relações e Funções

• A “ordem” dos elementos de um conjunto não importa.


Assim, {1, 2} = {2, 1} (extensionalidade). Por outro
lado, a ordem importa em alguns casos. Exemplo:

“Sócrates foi mestre de Platão” e “Platão foi mestre de


Sócrates”

• A ordem dos nomes “Sócrates” e “Platão” nas sentenças


acima é importante.

• Para captarmos a necessidade da ordem, introduziremos


uma nova notação que designará um par ordenado: <
a, b >. Não é sempre o caso que < a, b >=< b, a >.

• < a, b >=< c, d >se e somente se a = c e b = d

• Pares ordenados estão associados a relações binárias

Relação binária: é uma relação que ocorre entre dois


objetos

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Relação ternária: é uma relação que ocorre entre três
objetos

Relação quaternária: é uma relação que ocorre entre


quatro objetos

Relação eneária: é uma relação que ocorre entre n


objetos

Relação binária (em termos conjuntísticos): será


um conjunto cujos elementos são pares ordenados

• Produto cartesiano: {< x, y > /x ∈ A e y ∈ B}

• Relações binárias são obtidas por meio de produto carte-


siano: relações entre elementos dos conjuntos A e B são
dadas por subconjuntos de pares ordenados obtidos pelo
produto cartesiano entre A e B (A × B): R ⊆ A × B

Observação: nem sempre A × B = B × A

• Os elementos que ocorrem na primeira posição do par


ordenado formam um conjunto que será denominado

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de domínio da relação; os elementos que ocorrem na
segunda posição do par formam um conjunto que será
denominado de contra-domínio da relação

Funções: são relações especiais. Uma relação é uma fun-


ção quando todo elemento do domínio estiver associado
a somente um elemento do contra-domínio.

• Funções são subconjuntos de relações. Toda função é


uma relação, embora nem toda relação seja uma função.

Funções características: são funções que mapeiam um


conjunto A no conjunto {F, V }ou {0, 1}. Exemplo: seja
f
B ⊆ A e seja a função A ֌ {0, 1} com a seguinte
cláusula:

f (x)=1, se
n o
x∈B
para x ∈ A f (x)=0, se x∈B
/

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f

A
x
x 1
xB x
x x 0

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