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ISSN 1984-9354
MOTIVAÇÃO NO TRABALHO:
AVALIANDO O AMBIENTE
ORGANIZACIONAL
Resumo
Este artigo tem por objetivo avaliar o ambiente organizacional de uma
Superintendência da Polícia Federal na região norte, visando analisar
suas características em relação à motivação dos Agentes de Polícia
Federal no trabalho, além de diagnosticar o grau de motivação no
trabalho do universo pesquisado. O estudo utilizou como referencial
teórico a teoria higiene-motivacional de atitudes no trabalho,
desenvolvida por Frederick Herzberg. Trata-se de uma pesquisa de
cunho quantitativo, onde foram entrevistados os Agentes de Polícia
Federal, lotados e em exercício nas Delegacias e Núcleos
subordinados à Delegacia Regional Executiva. A pesquisa
desenvolvida teve por finalidade responder a duas perguntas
principais: O ambiente organizacional das delegacias e núcleos que
compõem a Delegacia Regional Executiva desta Superintendência
oferece condições favoráveis ao desenvolvimento da motivação no
trabalho? Os Agentes de Polícia Federal, lotados e em exercício nesta
Delegacia Regional Executiva, encontram-se motivados no trabalho?
Os resultados auferidos pela pesquisa apontam para o fato de que o
ambiente organizacional não oferece condições propícias ao
desenvolvimento da motivação no trabalho. Além disso, a grande
maioria dos Agentes de Polícia Federal pesquisados não se considera
motivada no trabalho.
1. INTRODUÇÃO
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realizada foi capaz de diagnosticar a atual situação dos fatores que promovem a implicação do
servidor na realização do seu trabalho e o grau de motivação no trabalho da população
abordada.
Os recém chegados ao DPF para ocupar o cargo de Agente de Polícia Federal,
portadores de diploma de nível superior, na sua maioria entre 25 e 30 anos, interessados em
construir uma carreira profissional, perdem, rapidamente, a euforia ostentada no ingresso. Em
graus diferentes, estes servidores têm o moral diminuído com o passar do tempo – o moral
definido por Abraham Maslow (1987) como o nível médio de satisfação ou motivação de uma
pessoa. Intrigante é a dinâmica deste fenômeno, bem como a hipótese de manipulá-lo. O
baixo grau de motivação representa o problema de pesquisa deste estudo. Estudo que, por sua
vez, tem por objetivos avaliar os fatores que influenciam a motivação da população abordada,
bem como o grau de motivação dos mesmos.
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princípio que determina que o administrador público deve fazer o melhor com os recursos que
possui.
Apesar da unidade de pesquisa estar contida numa regional do órgão, as sínteses
obtidas poderão ter significativa importância no norteamento da gestão de pessoal do
Departamento de Polícia Federal, pois, o universo analisado em muito se assemelha às demais
regionais. O beneficiário primário deste estudo será o DPF, tendo em vista a possibilidade do
mesmo otimizar o desempenho dos seus recursos humanos.
A sociedade convive atualmente com uma realidade de descrédito em relação às suas
instituições públicas, o que reforça a importância de estudos voltados para o interesse de
aprimoramento do envolvimento dos protagonistas de tais instituições na preocupação com a
sua posição de responsabilidade ética na condução de sua prática.
Considerando-se a importância do Departamento de Polícia Federal para a sociedade
brasileira contemporânea, torna-se relevante o estudo que tenha por objetivo contribuir para a
melhoria das atividades desenvolvidas por este órgão.
O anexo à Portaria 523/89 do Ministério do Planejamento, de 28 de julho de 1989,
publicado no Diário Oficial da União, número 144, de 31 de julho de 1989, traz como
atribuições do Agente de Polícia Federal, dentre outras, as seguintes:
1. Investigar atos ou fatos que caracterizem ou possam caracterizar infrações penais,
observada a competência do DPF;
2. Auxiliar na reunião de dados e na instrução de procedimentos relacionados com
assuntos da área policial e com a gerência dos seus meios e recursos;
3. Executar todas as atividades necessárias à prevenção e repressão de infrações
penais da competência do Departamento de Polícia Federal;
4. Proceder à busca de dados necessários ao plano de informações do Departamento
de Polícia Federal;
5. Canalizar dados para os setores de produção de conhecimentos de informações;
6. Executar todas as tarefas necessárias à identificação, ao arquivamento, à
recuperação, à produção e ao preparo de documentos de informações;
7. Executar atividades necessárias ao desempenho do estabelecimento de ensino
policial e auxiliares na gerência e administração dos meios e recursos do DPF;
8. Executar as medidas de segurança orgânica.
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2. SOBRE A MOTIVAÇÃO
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apesar de habitar o interior dos indivíduos, pode ser significativamente influenciada por
fatores extrínsecos ou pelo próprio trabalho em si.
A compreensão dos fatores que conduzem a ação do homem é imprescindível à
formulação da hipótese que intente explicar como influir sobre seu rendimento. O
comportamento humano – como manifestação de seu universo mental – é fruto de nebulosa
interação do indivíduo com o ambiente em que está inserido. De acordo com Soto (2003, p.
119), o estudo da dinâmica motivacional permite o entendimento do comportamento humano,
de forma a prevê-lo e controlá-lo.
Já dizia Herzberg (1997, p. 55), ainda em meados do século XX, que a “[...] psicologia
da motivação é tremendamente complexa [...]”; complexidade conferida pela subjetividade
que envolve o fenômeno da motivação. A conduta de cada um é determinada pela interação
de fatores extrínsecos e intrínsecos ao mesmo. Estes últimos encontram-se impregnados com
valores sociais e culturais peculiares ao indivíduo.
Os primeiros estudos relevantes sobre o fenômeno da motivação surgiram em meados
do século passado, após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos
experimentaram período de grande crescimento econômico, e suas organizações buscavam
desenvolver meios para melhorar a eficácia operacional, frente às novas condições de
mercado e exigências externas.
Contribuíram para o surgimento das teorias sobre motivação: a valorização do
indivíduo na organização e a mudança da percepção das pessoas no ambiente de trabalho. De
simples componente do processo produtivo, passaram a diferencial competitivo na disputa por
posição de mercado.
Considerada a riqueza do universo interior dos seres humanos e a participação desta
subjetividade na determinação da conduta individual, não há que se falar em princípio
universal que explique a dinâmica motivacional. Diversas são as teorias que buscam explicar
a problemática que envolve a motivação no trabalho. Robbins (2002) destaca que – dentre as
mais influentes – a maioria não compete entre si, são complementares. Segundo Wagner III e
Hollenbeck (2003, p. 88) “Há muitas teorias diferentes sobre a motivação para o trabalho, a
maioria delas compartilhando alguns elementos em comum.”.
Três relevantes teorias da motivação surgiram na década de 50, são elas: hierarquia
das necessidades, as teorias X e Y e a teoria dos dois fatores. Robbins (2002, p.152) as
classifica como antigas teorias da motivação, e destaca sua importância ao afirmar que “[...]
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4. METODOLOGIA
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política e administração da
Os regulamentos e políticas organizacionais do DPF são isonômicos
organização
Fatores Motivacionais
reconhecimento pelas
Tenho o devido reconhecimento pelo trabalho que realizo
execuções
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5. OS RESULTADOS
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Concordam com as
afirmativas que atestam a
presença do fator
69%
motivador no ambiente
organizacional
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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