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SOCIOLOGIA APLICADA A ADMINISTRAÇÃO – T A (2021.

1)

PROF.º EDUARDO BORGES

ALUNO: RODOLFO NUNES FRANKLIN - DRE 116169148

E-MAIL: RNFRANKLIN@GMAIL.COM

RESENHA DESCRITIVA

Resenha descritiva de trecho da obra Introdução ao Pensamento Sociológico, de


Anna Maria de Castro e Edmundo Fernandes Dias, Editora Eldorado, Contexto
Histórico do Aparecimento da Sociologia.

A obra como um todo, contém informações biobibliográficas sobre Durkheim.


Weber, Marx e Parsons, além de textos selecionados desses sociólogos e
comentários em torno deles.

A revolução industrial e a nova ordem social

Sobre o texto, incialmente defende que a primeira revolução industrial foi o


marco de uma nova era na história da humanidade, dando início a um longo
período de acumulação crescente de população, bens e serviços, em caráter
permanente e sistemático sem precedentes e essencialmente por ser uma
revolução produtiva, na capacidade de produção e de acumulação do homem,
constituindo-se em uma autentica revolução social, manifestada por mudanças
profundas na estrutura institucional, cultural, política e social até então.

A intensificação do comércio internacional e a política mercantilista inglesa,


enraizada nos 100 anos anteriores, propiciaram um ambiente favorável e o
capitalista comercial, originado naquela fase, reorganiza o trabalho que
prevalecia nos “Work-shops”, fornecendo aos artesãos os meios necessários
para produzir seus ofícios e escoar suas produções ou serviços.

Nessa linha de raciocínio, a Revolução Industrial aumentou substancialmente a


produtividade agrícola inglesa através de novas técnicas e da incorporação de
novos recursos naturais ao cultivo e transformou profundamente a estrutura da
sociedade, reordenando a sociedade rural, eliminando sistematicamente a
servidão, antes centralizada nas vilas e aldeias camponesas. O resultado foi
uma crescente emigração da população rural para os centros urbanos atraídos
pelo aumento das atividades manufatureiras, dando margens a profundas
reforma que conduziram á criação do proletário urbano, assalariado e sem
acesso à propriedade dos meios de produção, e do empresário capitalista, com a
função principal de organizar a atividade produtiva na empresa.

A Revolução industrial, como consequência, implicou no fortalecimento e


ampliação de uma nova classe social, burguesa, que vinha sendo configurada
sobre a base da atividade comercial e financeira de períodos anteriores e passou
a exercer considerável influência na criação das condições institucionais e
jurídicas essenciais ao próprio fortalecimento e expansão.

A Revolução Francesa, que ocorre paralelamente a Revolução Industrial, é o


fenômeno histórico que traduz as aspirações e exigências de uma nova classe
burguesa em processo de consolidação. Esta dupla revolução, constitui duas
faces de um mesmo processo – a consolidação do regime capitalista moderno.

Os Mecanismos da Revolução Industrial

O texto cita que os progressos da revolução industrial foram realizados através


de uma série de desequilíbrios, fonte de perturbações na economia, mas ao
mesmo tempo promotores de invenções fecundas.

A revolução técnica entre 1750 e 1850, que leva à instauração do capitalismo


liberal e paralelamente ao controle da natureza, à tomada do poder pela
burguesia e ao "laisser-faire", "lais-er-passer", proclamando a mais absoluta
liberdade de produção e comercialização de bens e serviços, primeiramente na
Grã-Bretanha, depois na França, antes de se generalizar no fim do período na
Europa ocidental e nos Estados Unidos.

Sob o manto da liberdade, permite aos empresários industriais enriquecerem e


para tanto, combate os regulamentos, impondo os de seus interesses, da
mesma forma os costumes, as tradições e as rotinas, permitindo submeter a
organização da sociedade aos imperativos de uma classe social - a burguesia
e progressivamente um grupo predomina: os empresários industriais.

Mais que a liberdade, o capitalismo liberal estabelece o reino do capital, dos


seus possuidores e dos imperativos de acumulação deste capital e a burguesia
consolidou-se enquanto classe e conseguiu governar de maneira a atender aos
seus interesses econômicos.

As Crises sociais e Econômicas do Capitalismo Liberal


O nascimento do capitalismo é marcado por graves crises econômicas e
sociais. As primeiras crises sociais do capitalismo colocam o mundo agrícola
inglês às voltas com o cercamento dos campos, em seguida a luta entre os
artesãos e a indústria. A luta social opõe os operários aos capitalistas. A
maioria dos operários são camponeses e artesãos arruinados e expulsos das
suas terras e das aldeias. O artesão perde a sua antiga qualificação. Na
França, o operário passa a ter uma carteira de trabalho que o submete ao
controle da Polícia. Na Inglaterra, o operário que deixa seu patrão é passível de
ser preso. As condições de trabalho são duras. A jornada é de pelo menos 12
horas e não há férias nem feriados. O trabalho das mulheres e das crianças é a
regra. Crianças começam a trabalhar desde os seis anos de idade.

Somente em meados do século XIX, na França e na Inglaterra, surge uma


regulamentação quanto ao trabalho da mulher e das crianças. No século XIX o
ritmo das transformações observadas pelos padrões dos séculos anteriores
mudou drasticamente as ideias do homem sobre a sociedade, de uma
concepção mais ou menos estática de uma geração para a outra, uma
condição onde não existiria nenhuma mobilidade social e onde o rompimento
com a tradição seria contrário à natureza, para uma concepção de progresso
como lei da vida e da melhoria constante como estado normal de qualquer
sociedade sadia.

As novas formas de pensar

O Renascimento, por inúmeras ações e reações, transformou nossa maneira


de ver o mundo e a vida. O sistema medieval de concepção do mundo foi
atingido no terreno religioso, fundamentado na tradição divina,
consequentemente não era possível um conflito entre a Revelação e a Razão,
visto que a filosofia não pretendia submeter-se a Teologia. Porém, no momento
em que a Razão se rebelou contra sua condição servil e proclamou sua
autonomia, tinha que se desencadear a luta contra a Teologia, socialmente
dominante.

As evoluções que a acumulação do capital proporcionaram no campo dos


conhecimentos científico-naturais, mudaram o modo de “ver” da sociedade e a
partir do século XVI, são muitas as pessoas cultas que, renunciando a toda
sanção sobrenatural, ordenam seu pensamento e sua vida pela autonomia da
razão.

O Racionalismo

Até o século XVIII o pensamento social caracterizava-se mais pela


preocupação de formular regras de ação do que pelo estudo da realidade
social. A revolução intelectual, somente vem encontrar seu modelo mais
autêntico na obra de Descartes e de Bacon e a duração de sua influência
permaneceu séculos.
O racionalismo daqueles pensadores indicava que a atitude científica diante
dos fenômenos deve ser alcançada com bases do que havia de ser o método
científico. Apesar da função demolidora e construtiva que exerceu na história
do pensamento humano e do método científico, esse racionalismo acabou por
cometer muitos dos erros que pretendia combater, rumando para a metafísica.

O Positivismo

A crise sociopolítica anterior e a Revolução Industrial tornaram possível o


aparecimento do positivismo. O desaparecimento do estado monárquico se
sucede a luta declarada de classes, chave do desenvolvimento econômico
capitalista e determinante da democracia como nova forma política.

Em consequência, a sociedade se toma autoconsciente de seu protagonismo


histórico, de sua autêntica realidade e assim a sociedade se constitui como
objetividade possível para o conhecimento científico. Tal
conhecimento produzido podia ser aprendido por intuição, acidente ou uma
observação causal, mas também poderia ser resultado de um esforço
deliberado para a solução de um problema.

Logo, impõe-se um "conhecimento positivo" que torne possível sua


reorganização. A ciência adquire um sentido salvador na hora de remediar a
situação social. Deve-se, por conseguinte, construir "positivamente" a ciência
social, constituída pelos fatos materiais que derivam da observação direta da
sociedade, e uma fonte, que contenha os preceitos aplicáveis a tais fatos.
Sendo, portanto, “as únicas bases positivas sobre as quais se pode estabelecer
o sistema de organização reclamado pelo estado atual da civilização".

A "positividade prática" da ciência social supõe sua "positividade


metodológica", para alcançá-las é preciso adotar o mesmo método das ciências
naturais: a "fisiologia social" deverá "basear todos os seus raciocínios sobre
fatos observados e discutidos".

A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da


Revolução Industrial e da Revolução Francesa. As transformações
econômicas, políticas e culturais suscitadas por esses acontecimentos criaram
a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de uma nova
sociedade.

O papel decisivo da “dupla revolução” foi amplificado pelo debate intelectual da


época. A discussão girava em torno do caráter exemplar desses eventos, com
as opiniões divididas na avaliação de que se tratava ou não de
desdobramentos irreversíveis da história.
A sociologia concebe-se, assim, não apenas como a disciplina central no
campo das “ciências humanas”, mas como um saber comparável, em termos
de explicação e previsão, às próprias ciências naturais, contrabalançada, pela
compreensão de que as determinações das possibilidades futuras da
sociedade não podem ser definidas a partir de modelos passados.

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