Você está na página 1de 66

TT410 - Material 05

Indutores. Circuito RL serie.


Transiente em Circuito RL serie.

1
Indutor
Consiste em um condutor enrolado com N voltas (espiras) na
forma de um solenoide, ou de um toróide. Pode ter um núcleo
de ar ou conter um material ferromagnético.

Fig.37
Capacitância de um capacitor
Indutores armazenam energia magnética por meio da
circulação de uma corrente elétrica no condutor. A corrente
elétrica no indutor produz um campo magnético uniforme em
seu interior, limitado pela região das espiras

Fig.38
Indutores

Fig.39
O indutor como elemento armazenador de energia
O campo magnético produzido no interior das espiras de um
indutor é análogo ao campo elétrico produzido entre as placas
de um capacitor.

O indutor armazena energia


em forma de campo
magnético enquanto que o
capacitor armazena energia
em forma de campo elétrico.
Fig. 40
Grandezas do campo magnético
São pré-requisitos para o entendimento adequado deste tema
os conceitos associados a algumas grandezas do campo
magnético, tais como:

-Lei de Ampere
-Vetor intensidade de campo magnético
-Vetor densidade de fluxo magnético
-fluxo magnético
-Lei de Faraday (tensão induzida)
-Lei de Lenz
-Lei de Ampere

Fig. 41
A integral num contorno fechado do produto escalar da intensidade do
campo magnético (H) vezes o incremento do caminho (ou seja do
contorno circular escolhido, dl) é igual a soma das correntes
circundadas pelo contorno.
-Lei de Ampere

Fig. 42
O vetor dl é sempre tangente ao contorno ao igual que o vetor H, por
isso o ângulo teta formado por H e dl é zero neste caso.
-Lei de Ampere e vetor intensidade de
campo magnético
-Densidade de fluxo magnético (B)

Fig. 43

A grandeza que quantifica a densidade de linhas de forças do campo


magnético é precisamente o vetor, B.
-Densidade de fluxo magnético (B)
Quanto maior seja a densidade de linhas de forças do campo
magnético maior será a magnitude do vetor, B.

No caso de um imã não existe flexibilidade para aumentar o diminuir


o fluxo de linhas de campo.

Um dispositivo bem mais flexível é o solenoide:

Fig. 44

Quanto mais intensa seja a corrente, i


maior a quantidade de linhas de forças
do campo.
-Fluxo magnético (φ)
Outra grandeza a destacar é o fluxo magnético, φ
Imagine a seguinte situação: temos uma única espira circular
situada numa região onde existe uma certa quantidade de
linhas de forças do campo magnético, orientadas de esquerda
para a direita e quantificadas pelo vetor, B, Fig,

Define-se, fluxo de campo


magnético, φ, como:

Fig. 45
-Fluxo magnético (φ)
O vetor ds é sempre perpendicular a superfície do contorno e
por tanto, neste caso é colinear com o vetor B, fazendo que o
ângulo formado entre ambos seja de 0° e o fluxo seja máximo.
Portanto, temos:
-Resumo parcial
O B trata da densidade do fluxo magnético, isto é a quantidade
de linhas de forças por área e o φ trata da quantidade de
campo
Relação entre B e H

Essa relação expressa que a densidade de fluxo magnético aumenta


se utilizarmos materiais de alta permeabilidade magnética, por isso é
desejável a utilização de materiais de alto valor de µ .

São exemplos desses materiais, o ferro , o aço e o ferrite.A unidade


de µ é H/m

É comum ao tratar os materiais utilizar a permeabilidade relativa, µr


que é adimensional e não a absoluta, µ, sendo: µr = µ/ µo , onde:
µo=4π x 10-7 H/m
Relação entre B e φ
Para deixar mais claro esse tema vamos observar o efeito que
provoca um núcleo magnético (material de altíssima
permeabilidade magnética, µr >>1) dentro da bobina

Fig. 46
Relação entre B e φ
O núcleo faz com que o fluxo fique maiormente confinado
dentro dele como mostra a figura
Temos representado
três linhas de forças
(sabemos que são
muitas mais), mas isso
nos permite observar
que o fluxo, φ que
atravessa a área A1 e o
mesmo que atravessa
a área A2 .
Relação entre B e φ
E que acontece com a densidade B ?
Sabemos que a densidade
depende da área, por tanto
temos:

Conclusões: O fluxo, φ se mantem constante


ao longo de todo o comprimento do núcleo,
mas a densidade aumenta nas regiões de
menor área de seção e consequentemente
aumenta também a intensidade, H.
Fluxo magnético concatenado e Lei de Faraday

O fluxo, φ é o fluxo que atravessa a seção transversal de uma espira,


já o fluxo concatenado é dado pelo número de espira, N multiplicado
por φ. Isto é:

A lei de Faraday estabelece que a variação no tempo do fluxo


concatenado cria uma f.e.m induzida na bobina:
Indutância (L) de um indutor
Em um circuito constituído de uma ou mais espiras,
formando uma bobina perfeita , quando percorrido
por uma corrente elétrica produz um campo
magnético, campo esse que cria um fluxo que as
atravessa.

A capacidade de uma bobina de espiras em criar um


fluxo magnético , com determinada corrente que a
percorre é denominada Indutância. É medida em
“Henry" cujo símbolo é [H].
Indutância (L) de um indutor
Para um solenóide de comprimento l e N espiras
com núcleo de ar tem-se que:

Onde:

N- é o número de espiras, Fig. 47


A – é a área de seção transversal do núcleo, neste caso coincide
com a área das espiras, porque o núcleo é de ar.
l - é a extensão da bobina
μo- permeabilidade magnética do ar (similar a do vácuo):
4π×10−7 H/m
Indutância (L) de um indutor
A indutância de um indutor com núcleo ferromagnético é
μr vezes maior que a indutância obtida com um núcleo
de ar que tem (μr = 1). Dessa forma a equação anterior
se torna:

Lembrando que μ=μo μr:


Fig. 48

Observe como a indutância de um indutor é uma constante que


depende do material do núcleo e de sua geometria.
AUTOINDUÇÃO
• Se uma bobina é percorrida por uma corrente
temos um fluxo magnético em torno dela.
• Se a corrente aumenta o fluxo aumenta.
• Vimos pela lei de Faraday que uma variação no
fluxo magnético através de uma bobina gera tensão
variável nesta.
• Resultado: A bobina induz uma tensão variável
nela mesma, devido a variação da corrente.
AUTOINDUÇÃO
Esta tensão induzida (vL(t)) na bobina se opõe à
tensão aplicada (a qual gerou a corrente crescente
anterior).
• Se vL(t) impede de variar à corrente (e portanto ao
fluxo), ela mesma tende a decrescer.
A diferença entre vfonte – vL(t) permite que vfonte
imponha uma pequena corrente através da bobina que
aumenta lentamente enquanto vL(t) tende a zero.
AUTOINDUÇÃO
Segundo a Lei de Lenz, “Um efeito induzido é
sempre produzido de maneira a se opor à causa que
lhe produziu”

Quanto maior a variação de corrente através da


bobina maior a tensão induzida vL que se opõe para
reprimir a tentativa da corrente de crescer em
magnitude.
Relação Vvs I na indutância
É possível demonstrar que a tensão induzida na bobina
também é igual a:

Fig. 49

Convênio: A corrente entrante na bobina é + e sainte é -


Associação de indutores
Paralelo:

Fig. 50
A corrente do circuito equivalente da associação paralelo é dada por:
Associação de indutores
Associação paralelo de N indutores:

Fig. 51
Associação de indutores
Serie:

Fig. 52
Associação de indutores
Associação serie de N indutores:

Fig. 53
Comportamento do Indutor ideal

Fig. 54

OBS. A tensão se adianta 90° com respeito a corrente do indutor


Comportamento do Indutor ideal
Diagrama Fasorial:

Fig.55
OBS. A tensão se adianta 90° com respeito a corrente do indutor
Circuito RL serie

Circuito RL serie
Reatância indutiva (XL)
A reatância indutiva mede a oposição que o indutor oferece à
variação de corrente, dada pela seguinte expressão:

A unidade da reatância indutiva é dada em ohms (Ω). Um


indutor comporta-se como um curto circuito em corrente
contínua e como uma impedância em corrente alternada.

Em forma polar:
Circuito RL serie _Formulas de Cálculo

Fig. 56
Circuito RL serie - Ejercicio
Um gerador de tensão, alimenta um resistor de resistência
elétrica igual a 20 Ω e um indutor de indutância igual a 50 mH
ligados em série, como indica a figura, levando em conta que:

Fig. 57
Circuito RL serie
Pede-se:

a)Calcular a reatância indutiva e expressar a impedância do


circuito na forma cartesiana.
b)Calcular a corrente total do circuito.
c)Esboce a forma de onda da tensão e da corrente, indicado seus
valores de pico (VP e IP) e o ângulo de defasagem entre tensão
e corrente (ϕ).
d)Esboce o diagrama fasorial da corrente e das tensões do
gerador (V), sobre o resistor (VR) e sobre o indutor (VL).
e)Calcular as potências ativa (P), reativa (Q) e aparente (S).
f)Represente o triângulo de potência.
Solução
a) Calcular a reatância indutiva e expressar a impedância do
circuito na forma cartesiana.

A impedância de um circuito RL série é a soma das


impedâncias de cada elemento: resistor e indutor. A
impedância neste circuito RL série na forma cartesiana é:
Solução
É conveniente representar a impedância na forma polar para
facilitar a utilização da primeira Lei de Ohm para calcular a
corrente alternada já que precisa-se de operações de
multiplicação ou divisão.

Transformação da forma cartesiana para forma polar:


Solução
b) Calcular a corrente total do circuito.

Da primeira Lei de Ohm para corrente alternada, temos:

Observe que a tensão continua estando adiantada com


respeito a corrente ( ou dito de outra forma, a corrente está
atrasada em relação à tensão), porém o ângulo é menor que
90°. Enquanto a indutância tende a provocar defasagem, a
resistência tende a colocar em fase a corrente e a tensão.
Solução
c) Esboço da forma de onda da tensão e da corrente,
indicado seus valores de pico (VP e IP) e o ângulo de
defasagem entre tensão e corrente (ϕ).
OBS-
O ângulo de
defasagem entre
tensão e corrente
ϕ é o ângulo da
impedância total
do circuito.

Fig. 58
Solução
d) Esboço do diagrama fasorial da corrente e das tensões do
gerador (V), sobre o resistor (VR) e sobre o indutor (VL).

Como se trata de um circuito série, a corrente é a mesma


para os dois dispositivos. A soma fasorial entre as tensões
sobre o resistor (VR) e sobre o indutor (VL) é igual à tensão
do gerador (V), ou seja:

A tensão sobre o resistor é:


Solução
A tensão sobre o indutor é:

O Diagrama fasorial é:

Observe que a tensão sobre o


resistor (VR) está em fase com a
corrente. Por outro lado, a
tensão sobre o indutor (VL) está
adiantada de 90° em relação à
tensão sobre o resistor (VR) . Fig. 59
Solução
e) Calcule as potências ativa (P), reativa (Q) e aparente (S).

Potência aparente S é a soma vetorial das potências ativa e


reativa. Sua unidade é o volt-ampere (VA). Pode ser
calculada de duas maneiras:
Solução
f) Represente o triângulo de potência.

Fig. 60
Observe que, nesse circuito, ocorrem dois efeitos: dissipação de
energia por meio do resistor (indicada pela potência ativa) e troca de
energia entre indutor e gerador (indicada pela potência reativa).

Se fosse um circuito puramente resistivo, haveria apenas potência ativa


e, portanto, a potência aparente seria igual à potência ativa. Por outro
lado, se fosse um circuito puramente indutivo ou capacitivo, haveria
apenas potência reativa e, portanto, a potência aparente seria igual à
potência reativa.
Transientes em circuitos indutivos

Analise do circuito RL

Resposta forçada
Circuito RL serie-Transientes
♦ 1º Condições iniciais e finais

OBS- Sabe-se que os indutores não variam a corrente


Fig. 61 abruptamente, igualmente que os capacitores não
variam a tensão abruptamente !!!
Circuito RL serie-Transientes
Com a Chave aberta, não tem corrente no circuito, o indutor esta
isolado e não tem tensão no indutor.

No instante que a chave se fecha, a fonte tenta fazer passar uma


corrente pelo indutor, mas não consegue. Por que ? Observe que a
corrente varia desde um valor zero até um valor alto, mas sabemos
que: , ou seja, se induz uma tensão no indutor

que se opõe a tensão da fonte não permitindo que a corrente passe


pelo indutor. Outra forma de entender que a corrente no indutor é
zero no instante imediato ao fechamento da chave, é lembrar que a
variação da corrente de zero até um valor alto provoca um fluxo
magnético variável na bobina e pela lei de Farady a tensão induzida
será: e essa tensão de igual valor e oposta a tensão da
fonte faz que i=0.
Circuito RL serie-Transientes
Com a Chave permanece fechada por muito tempo, a corrente vai
variando cada vez menos ( já não existe mais o que aconteceu no
inicio que a corrente varia de zero até um valor alto), essa menor
variação da corrente faz que a derivada seja cada vez menor e então
a tensão no indutor vai diminuindo cada vez mais e a oposição que
essa tensão fazia a passagem da corrente é cada vez menor. Ou
seja, VL vai tendendo para zero e a corrente no indutor vai tender
para um valor máximo. Num tempo muito longo o indutor vira um
curto circuito de tensão nula e a corrente no circuito fica como sendo
o valor da tensão da fonte divido pela resistência R

Importante: Num tempo longo continua tendo um fluxo


magnético na bobina só que como a corrente não varia, ele
Circuito RL serie-Transientes
♦ 1º Condições iniciais e finais

Fig. 62
Circuito RL serie-Transientes
♦ 1º Condições iniciais e finais-Comparativo C e L
Analise do circuito RL-Resposta forçada
Quando analisarmos circuitos indutivos é conveniente fazer o
tratamento em termos de correntes aplicadas e não de tensões. Nesse
sentido utilizando a Transformação de Norton é possível converter a
fonte de tensão em serie com um resistor numa fonte de corrente em
paralelo com o resistor. Isto é:

Fig. 63
Analise do circuito RL

Aplicando lei de Kirchoff para as correntes :

Lembrando que:
Analise do circuito RL
Analise do circuito RL

Integrando em ambos os lados obtemos:

Em termos exponenciais temos:


Analise do circuito RL

Aplicando as condições iniciais ,


podemos calcular a constante, K:

Ou seja:

Integrando a tensão, podemos achar a corrente:


Analise do circuito RL

Fig. 64
Transientes em circuitos indutivos

Analise do circuito RL

Resposta Natural
Analise do circuito RL-Resposta natural
No circuito a seguir considere que temos uma corrente inicial
Io no indutor e que a chave está incialmente fechada. A
resistência está curto circuitada e a corrente circula no circuito
apenas pelo indutor. Consideraremos que a chave se abre no
instante t=0.
Ao se abrir a chave no instante t=0,
a corrente no indutor não varia
instantaneamente, por tanto seu
valor continua sendo Io, mas como
é uma corrente sainte do indutor
considera-se negativa.
Como a chave esta aberta toda
essa corrente passa pelo resistor
provocando uma queda nele que é
Fig. 65 a mesma no indutor.
Analise do circuito RL-Resposta natural
Com uma corrente inicial Io saindo do indutor, estando a
chave incialmente fechada, a resistência está curto circuitada
e a corrente circula no circuito apenas pelo indutor. Logo a
chave se abre no instante t=0. Isso nos leva a:

Condições iniciais:
Analise do circuito RL-Resposta natural

Já sabemos que a solução de uma equação diferencial dessa


forma é:
Analise do circuito RL-Resposta natural
Aplicando a condições iniciais podemos calcular a constante K:

Isto é,

Substituindo na expressão de i(t), temos que para t=0:

Logo, finalmente a expressão da corrente fica:


Analise do circuito RL-Resposta natural
Precisamos agora encontrar uma expressão para a tensão;

Sabemos que:

Logo, derivando expressão da corrente temos que:

Onde o produto de R vezes Io é a tensão inicial


Analise do circuito RL-Resposta natural

Fig. 66
Circuito RLC serie -Formulas de Cálculo

Fig. 57
FIM

66

Você também pode gostar