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Aula 12

Direito Administrativo p/ FUNAPE (Analista Jurídico - Previdenciário) - Com videoaulas

Professor: Herbert Almeida


Direito Administrativo p/ FUNAPE
Analista Jurídico-Previdenciário
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 12

AULA 12: Lei 6.123/1968 (parte 1)

Sumário

REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO .............................................................. 2


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES....................................................................................................................................... 2
CONCURSO PÚBLICO................................................................................................................................................. 6
PROVIMENTO.......................................................................................................................................................... 8
POSSE ................................................................................................................................................................. 26
EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................ 28
ESTÁGIO PROBATÓRIO ............................................................................................................................................ 29
REMOÇÃO ............................................................................................................................................................ 31
SUBSTITUIÇÃO....................................................................................................................................................... 32
VACÂNCIA ............................................................................................................................................................ 32
QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA ......................................................................................................................36
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................48
GABARITO.......................................................................................................................................................54
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................54

Olá pessoal, tudo bem?

Na aula de hoje, vamos estudar a primeira parte do Regime Jurídico


(Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Pernambuco - Lei Estadual
nº 6.123/1968 e alterações), que compreende o seguinte item do edital:
“Regime Jurídico dos Servidores do Estado de Pernambuco (Lei
Estadual nº 6.123, de 20 de julho de 1968, e alterações) – parte 1”.

Vamos lá?

Aos estudos, aproveitem!

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REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Disposições preliminares

O Regime Jurídico Único para os servidores públicos da administração


direta, autárquica e fundacional consta na Lei 6.123, de 20 de julho de
1968.

Além disso, as regras da Lei 6.123/1968 só alcançam os órgãos da


administração direta, das autarquias e das fundações públicas, não se
aplicando às empresas públicas e às sociedades de economia mista, cujos
empregados públicos submetem-se às regras da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT.

Nesse contexto, acrescenta-se que a Lei 6.123/1968 é o Estatuto dos


servidores públicos, em sentido estrito. São os chamados servidores
estatutários, justamente porque sua relação profissional se dá por meio
das regras previstas em um “estatuto” que, no caso, é a Lei 6.123/1968.
Assim, tal diploma legal costuma ser chamado de Estatuto dos
Servidores Públicos do Estado.

Assim, enquanto o vínculo dos empregados públicos é contratual, a


relação entre os servidores públicos e o poder público é legal. Por
conseguinte, para os empregados públicos o pacto contratual só poderá ser
alterado por concordância das duas partes (empregado e poder público).
Por outro lado, o regime jurídico dos servidores públicos poderá ser alterado
sempre que o estatuto sofrer alterações. Vale dizer, o servidor público não
está livre de modificações legais, que poderão alterar os termos de sua
relação com a Administração Pública.

Com efeito, devemos observar que, em vários julgados, o STF e o STJ


já reconheceram que o servidor público não possui direito adquirido à
imutabilidade do regime jurídico. Dessa forma, como toda lei é passível
de modificação, é possível a modificação legal do regime jurídico inicial de
um servidor público. Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo

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Tribunal Federal entendeu que “o servidor público não tem direito


adquirido a regime jurídico, o que, consequentemente, significa que
não há violação a direito quando se altera a jornada de trabalho
anteriormente fixada”1.

Entretanto, as modificações em lei não poderão retirar aquilo que o


servidor já alcançou a título de direito adquirido, ou seja, os direitos dos
quais ele já tenha preenchido os requisitos para gozá-los devem ser
respeitados.

A Lei conceitua funcionário público como a pessoa investida em


cargo público (art. 2º, I).

Por outro lado, cargo público é o conjunto de atribuições e


responsabilidades cometidas a um funcionário (art. 2º, II). Ademais,
os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei,
com denominação própria, número certo e vencimento pago pelos
cofres do Estado, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

O cargo público é, portanto, uma unidade de competência atribuída


a um servidor público, criada por lei e prevista em número certo, possuindo
denominação própria. Por exemplo, são cargos públicos: Auditor Federal de
Controle Externo do Tribunal de Contas da União, Analista Tributário da
Receita Federal do Brasil, Analista Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral,
etc.

Vale destacar que os cargos públicos podem ser de provimento


efetivo, quando dependerão de prévia aprovação em concurso público,
e de provimento em comissão, situação em que serão de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente, e compreenderão (a) os cargos
de direção e de chefia das repartições públicas, (b) os cargos de

1
No STF, ver MS 28.433 AgR/DF; no mesmo sentido, podemos observar o EDcl no AgR no RESp 1.349.802/RJ, nos
seguintes Ocorre que a natureza do vínculo que liga o servidor ao Estado é de caráter legal e pode, por
conseguinte, sofrer modificações no âmbito da legislação ordinária pertinente, as quais o servidor deve obedecer,
de modo que não há direito adquirido do servidor a determinado regime jurídico, nos termos de tranquila
jurisprudência da Suprema Corte .

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assessoramento, de Chefe de Gabinete e de Oficial de Gabinete, e (c) outros


cargos, cujo provimento, em virtude da Lei, dependa de confiança pessoal.

Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso público


quanto os chamados servidores comissionados submetem-se às disposições
do Regime Estatutário.

Servidor público é o ocupante de cargo


público, podendo ser de provimento efetivo ou
em comissão.

Além dos cargos de provimento efetivo e em comissão, haverá funções


gratificadas que atenderão a encargos de chefia, de assessoramento, de
secretariado e de apoio, cometidos transitoriamente a servidores ativos
(art. 7º). O valor da retribuição das funções gratificadas, bem como
quantitativo das mesmas serão estabelecidos, em lei e em decreto –
respectivamente –, observados os limites das disponibilidades
orçamentárias e as normas de organização administrativa do Estado.

Prosseguindo, o Estatuto ainda traz alguns conceitos:

a) classe é o conjunto de cargos iguais quanto à natureza, grau de


responsabilidade e complexidade de atribuições;
b) série de classes é o conjunto de classes semelhantes, quanto à
natureza, grau de complexidade e responsabilidade das atribuições,
constituindo a linha natural de promoção do funcionário;
c) grupo ocupacional é o conjunto de séries de classes e classes
únicas, de atividades profissionais, correlatas ou afins quanto à natureza
dos respectivos trabalhos ou ao ramo de conhecimento aplicado em seu
desempenho;
d) serviço é a justaposição de grupos ocupacionais, tendo em vista a
identidade, a similitude ou a conexão das respectivas atividades
profissionais;
e) especificação de classe é o conjunto de atribuições,
responsabilidades e demais características pertinentes a cada classe,
compreendendo ainda, além de outros, os seguintes elementos:
denominação, código, exemplos típicos de tarefas, qualificações exigidas,
forma de recrutamento e linha de promoção;

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f) reclassificação é a transformação de cargo efetivo em outro, ou a


justaposição de cargo em outra classe, ou série de classes, tendo em vista
a conveniência do serviço.

Fechando as disposições preliminares, o art. 9º da Lei 6.123/1968


veda a prestação de serviços gratuitos, visto que os servidores públicos
desenvolvem suas atividades como profissão.

1. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 – adaptada) A Lei 6.123/1968 aplica-se


a) aos servidores temporários.
b) aos servidores públicos efetivos da União.
c) aos servidores públicos militares.
d) aos servidores públicos das empresas públicas.
e) aos servidores públicos das autarquias.

Comentário: vejamos o que estabelece o art. 1º da Lei 6.123/1968:


Art. 1º A presente Lei institui o regime jurídico dos funcionários públicos
civis do Estado.
Ademais, o art. 39 da CF exige a publicação do regime jurídico único para os
servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional, para
cada ente da Federação.

Portanto, a nossa resposta é a opção E, tendo em vista que a Lei 6.123/1968


se aplica aos servidores públicos autárquicos.

Vejamos as demais opções:

a) aos servidores temporários se aplica o chamado terceiro regime. Isso


porque eles não são estatutários, pois não estão submetidos ao RJU, mas
também não estão submetidos integralmente à CLT – ERRADA;

b) a Lei 6.123/1968 é Lei Estadual, não se aplicando, assim, aos servidores da


União – ERRADA;

c) aos militares se aplica um estatuto próprio (Estatuto dos Militares) –


ERRADA;

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d) por fim, para os empregados das empresas públicas e sociedades de


economia mista, aplicam-se as regras da CLT – ERRADA.

Gabarito: alternativa E.

2. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012 – adaptada) Para os efeitos da Lei


n.o 6.123/1968, funcionário público é o ocupante de cargo público, conceituação
que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de confiança.
Comentário: essa questão é uma pegadinha. Isso porque, de acordo com a Lei
6.123/1968, funcionário público é o ocupante de cargo público, que poderá ser
de provimento efetivo ou em comissão. Assim, analisando rapidamente a
questão, o candidato poderia considerá-la errada.

No entanto, a o art. 37, V, da Constituição Federal estabelece que “as funções


de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”.

Assim, toda função de confiança é exercida por ocupante de cargo efetivo.


Logo, o cargo público abrange os ocupantes dos cargos em comissão e,
também, daqueles que exercem função de confiança. Dessa forma, a questão
está correta.

Gabarito: correto.

Concurso público

As regras sobre concurso público guardam muita relação com o que


dispõe a Constituição Federal. O concurso possui, basicamente, dupla
finalidade. A primeira é a de selecionar os melhores candidatos para o
preenchimento da vaga, conforme nível de conhecimento demonstrado na
avaliação. A outra finalidade é garantir a todas as pessoas que atendem aos
requisitos do cargo o direito de concorrer à vaga.

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Assim, o concurso poderá ser de provas ou de provas e títulos, e será


realizado para cargos especificados como classe única ou inicial de série de
classes.

Para disciplinar a realização do concurso público, seus requisitos de


inscrição, processo de realização, prazo de validade, critérios de
classificação, recursos e homologação, serão dispostos em edital (art. 17).

Após a realização da prova, a classificação dos concorrentes será feita


mediante a atribuição de pontos às provas e aos títulos, de acordo com os
critérios estabelecidos no edital do concurso.

Além dos requisitos especificamente exigidos para o concurso, o


candidato deverá comprovar, no ato da inscrição (art. 20):

a) ser brasileiro;
b) estar em gozo dos direitos políticos;
c) estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
d) ter boa conduta;
e) haver completado a idade mínima fixada por lei em razão da
natureza do cargo;
f) contar, no máximo, quarenta anos de idade, ressalvadas as
exceções legais. (essa regra é inconstitucional)

Devemos fazer algumas observações. Apesar de a Lei mencionar que


os requisitos são para o concurso, na verdade eles devem ser comprovados
na data da posse, conforme a orientação bem sedimentada do STF nesse
sentido.

Ademais, a exigência de idade máxima não pode ocorrer da forma


como consta no art. 20. Só é legítimo exigir limite de idade máxima quando
as atribuições forem compatíveis com tal exigência. Aplica-se aqui a
razoabilidade para verificar se tal exigência é legítima ou não. Com efeito,
essa exigência deve ser feita em lei (somente em lei), mas não da forma
genérica com consta no art. 20. Portanto, normalmente, tais exigências,
quando legítimas, aparecem na lei de criação ou de atribuições do cargo,
devendo existir a devida motivação para tal limitação.

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Por fim, enquanto houver em disponibilidade algum funcionário, não


será aberto concurso para o preenchimento de cargo público, de igual
categoria à do cargo a ser provido (art. 21). Assim, existindo algum servidor
em disponibilidade, primeiro ele deverá ser colocado em exercício
(aproveitado), para somente depois se realizar o concurso público.

Provimento

Disposições preliminares

De acordo com a Lei 6.123/1968, são requisitos básicos para a


investidura em cargo público (art. 23):

a) a nacionalidade brasileira;
b) o gozo dos direitos políticos;
c) a quitação com as obrigações militares
d) a quitação com as obrigações eleitorais;
e) gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
f) ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de
determinados cargos;
g) ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade
especializada, quando exigido em lei ou regulamento.

Esse ponto merece ser destacado. Os concursos públicos devem


permitir a maior competição possível, exigindo-se como requisitos apenas
aqueles essenciais para o desempenho das atribuições do cargo. Contudo,
qualquer exigência diferenciada deverá ser feita em lei, não se podendo
utilizar atos infralegais para criar condições para acesso aos cargos
públicos.

Por conseguinte, não se admite que atos administrativos venham a


estabelecer restrições. Nesse sentido, a Súmula 14 do STF estabelece que
“Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade,
inscrição em concurso para cargo público”. Na mesma linha, a Súmula 686,

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também do STF, dispõe que “Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.

Por exemplo, se determinado cargo exigir que o candidato possua


curso superior para a investidura, sem definir área de formação, não poderá
o edital restringir o acesso somente aos formados em direito. Isso porque
tal requisito deverá constar em lei.

Também não pode, por exemplo, limitar a idade ou a altura


simplesmente por regra no edital do concurso, uma vez que tal exigência
deverá estar amparada em lei.

Ademais, vimos acima que um dos requisitos para ingresso nos cargos
públicos é ter nacionalidade brasileira. Entretanto, a Emenda Constitucional
19/1998 modificou a redação do inciso I do art. 37 da CF para permitir
também o ingresso de estrangeiros, na forma da lei. Trata-se, portanto,
de norma de eficácia limitada, uma vez que a lei deverá dispor sobre as
situações em que o estrangeiro poderá ingressar.

Finalmente, o art. 22 estabelece que a investidura em cargo público


ocorrerá com a posse.

Feitas essas considerações, vamos analisar as formas de provimento.

Formas de provimento

Segundo Hely Lopes Meirelles2, provimento é o ato pelo qual se efetua


o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
Assim, a Lei 6.123/1968 estabelece seis hipóteses de provimento, vejamos:

a) nomeação;
b) promoção;
c) reintegração;
d) aproveitamento;
e) reversão;
f) transferência.

2
Meirelles, 2013, p. 482.

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Provimento originário e provimento derivado

As formas de provimento apresentadas acima dividem-se em


provimento originário e provimento derivado.

O provimento originário é o que se faz através da nomeação,


constituindo o preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer vínculo
anterior com a administração. Quando se tratar de provimento em cargos
efetivos, o provimento originário dependerá sempre de prévia aprovação
em concurso público.

A nomeação é a única forma de provimento


originário.

Todos os demais tipos constituem hipóteses de provimento derivado,


uma vez que pressupõem a existência de prévio vínculo com a
Administração. Vale dizer, no provimento derivado, há uma modificação na
situação de serviço da pessoa provida, que já possuía um vínculo anterior
com o poder público.

Por exemplo, a reintegração é forma de provimento derivado, prevista


no art. 41, §2º, da CF, em que o servidor estável é reintegrado ao serviço
público em decorrência de invalidação de sua demissão. Nesse caso, o
servidor estável foi reintegrado ao serviço público, ou seja, já existia uma
prévia relação com o poder público, procedendo-se apenas a invalidação de
sua demissão, com consequente reintegração.

Dessa forma, podemos mencionar que são formas de provimento


derivado previstas na Lei 6.123/1968 promoção, reintegração,
aproveitamento e reversão.

Alerta-se que na redação da Lei 6.123/1968, ainda constava a


transferência. Todavia, tal forma de provimento é considerada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

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Nessa linha, podemos mencionar o conteúdo da Súmula 685 do STF,


que estabelece que “É inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”3.

Assim, a transferência é forma de provimento considerada


inconstitucional pelo STF, uma vez que permite o ingresso em carreira
diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por concurso4.
Outras formas de provimento derivado, muito semelhantes com a
mencionada acima, também são consideradas inconstitucionais, por
permitirem o ingresso em cargo que não integra a carreira para a qual o
servidor prestou o concurso, tais como o acesso, a transposição, a
transformação ou a ascensão funcional5.

Das formas de provimento derivado, a reintegração e o


aproveitamento possuem previsão expressa no texto constitucional (CF,
art. 41, §§2º e 3º). Portanto, possuem respaldo diretamente na
Constituição da República, motivo pelo qual não podem ser consideradas
ilegítimas. Além destes, temos também a recondução que, embora não
conste na Lei 6.123/1968, será trabalhada em nossa aula, devido a sua
presença na Constituição.

É importante frisar a previsão na CF/88, pois, ao “pé-da-letra”, o


aproveitamento permite o reingresso do servidor em carreira distinta
daquela em que ele foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre
quando um servidor é reintegrado e, por consequência, eventual servidor
que passou a ocupar o seu cargo precisa ser reconduzido ao cargo de

3
A “ em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido , a
interpretação que costuma ser dada à redação é que são inconstitucionais formas de provimento em cargo
distinto ao qual o servidor prestou o concurso público, existindo, porém, algumas ressalvas, conforme
discutiremos ao longo da aula.
4
ADI 231/RJ.
5
RE 602.264/DF.

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origem ou, se não houver vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em


disponibilidade (CF, art. 41, §2º).

Exige-se, nesse caso, que o cargo de aproveitamento seja igual ou


equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado
(Lei 6.123/1968, art. 69).

Assim, a redação da Súmula 685 do STF deve ser analisada com uma
certa ressalva, uma vez que existe, no próprio texto constitucional, forma
de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou concurso
público.

Além disso, a Lei 6.123/1968 apresenta outras formas de provimento


derivado, mas que não constam expressamente na Constituição da
República. Trata-se da promoção e da reversão.

O fato é que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento


originário (nomeação) e cinco formas de provimento derivado
(promoção, reintegração, aproveitamento, reversão e recondução),
conforme iremos discutir abaixo.

Nomeação (provimento originário)

A nomeação é a única forma de provimento originário admitida em


nosso ordenamento jurídico, podendo dar-se para provimento de cargo
vitalício, efetivo ou em comissão. Na primeira situação (cargo vitalício) a
nomeação obedecerá ao disposto em legislação especial, e servirá apenas
para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas. Já para o cargo efetivo,
a nomeação dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas
ou de provas e títulos, sendo obedecida a classificação dos candidatos
habilitados. Por fim, quando for para provimento de cargo em comissão,
não depende de aprovação em concurso, uma vez que se trata de cargo de
livre nomeação ou exoneração do Governador.

Vale destacar que como forma de provimento originário, a nomeação


independe de prévio vínculo com a Administração. Na verdade, em regra, o

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nomeado não possui nenhum vínculo com o Poder Público antes de sua
nomeação.

Entretanto, existirão situações em que a pessoa já ocupará algum


cargo, de provimento efetivo ou em comissão, mas isso não muda a
natureza de provimento originário da nomeação. Isso porque a nova
nomeação não possui nenhuma relação com o vínculo anterior. Vejamos
dois exemplos para deixar as coisas mais claras.

Pedro é servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no


gabinete de um Ministro X no Tribunal de Contas. Posteriormente, Pedro
veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete do Ministro
Y, no Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, a nomeação continua sendo
provimento originário, pois o provimento no novo cargo não possui relação
com o anterior (qualquer pessoa poderia ter sido nomeada para o segundo
cargo). Dessa forma, mesmo já sendo agente público, Pedro terá um novo
provimento originário quando for nomeado para o outro cargo.

Vamos ao segundo exemplo. Lúcio é servidor efetivo no Tribunal de


Justiça, ocupando cargo de técnico administrativo para o qual foi aprovado
por meio de concurso público. Alguns anos depois, Lúcio concluiu seu curso
superior e prestou concurso para cargo de analista no mesmo órgão.
Obtendo a aprovação, foi nomeado para ocupar o cargo. Nessa situação,
mesmo já sendo servidor efetivo, Lúcio terá novo provimento originário,
pois novamente a nomeação no segundo cargo não possui nenhuma relação
com o cargo anterior. Mesmo que Lúcio não fosse servidor, poderia ter
prestado o concurso e, depois, ser nomeado para o cargo.

Dessa forma, independentemente se a pessoa possui vínculo anterior


ou não, a nomeação é forma de provimento originário, justamente por
independer de qualquer vínculo prévio com o Poder Público.

Com efeito, a nomeação é o ato administrativo unilateral, pois é a


manifestação de vontade unicamente da autoridade administrativa
competente. Dessa forma, a nomeação não gera nenhuma obrigação para

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o candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo à posse,


por meio da qual será formalizado o vínculo funcional com a administração
pública.

Portanto, o candidato nomeado não possui obrigação de ocupar o


cargo, mas apenas o direito a formalizar seu vínculo funcional por meio da
posse. Não desejando ocupar o cargo, não ocorrerá nenhuma penalidade
ao candidato, pois não lhe há obrigação de tomar posse.

Além disso, um ponto muito interessante a se discutir é sobre o direito


do candidato aprovado em concurso público de ser nomeado.

Há poucos anos, a nomeação era tratada como ato administrativo


discricionário, na qual a autoridade competente, por meio de seu juízo de
conveniência e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou não o
candidato aprovado em concurso público.

Todavia, nos últimos anos, esse entendimento sofreu importantes


modificações. Atualmente, é firme o entendimento de que o candidato
aprovado em concurso público, dentro do número de vagas
previstas no edital, possui direito subjetivo à nomeação.

Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra é a


nomeação do candidato aprovado dentro das vagas previstas em edital,
afastando-se tal dever apenas em situações excepcionalíssimas, que
justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com
o interesse público. Assim, para justificar o excepcionalíssimo não
cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é
necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes
características6:

a) superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação


excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital
do certame público;

6
RE 598099/MS.

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b) imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias


extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;

c) gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser


extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;

d) necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do


dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a
Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação
excepcional e imprevisível.

Por outro lado, no caso de candidato aprovado fora do número de


vagas, o tema não se encontra consolidado na jurisprudência. No STF,
temos depois julgamentos com conclusões totalmente opostas. Nessa linha,
a 2ª Turma do STF entendeu que o direito à nomeação também se estende
ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, desde
que surjam novas vagas no prazo de validade do concurso7. Em sentido
inverso, a 1ª Turma do STF decidiu que a criação de novas vagas durante
o prazo de validade de concurso não gera, automaticamente, direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas do edital, salvo se
comprovados arbítrios ou preterições8.

Portanto, tal tema é controverso no Supremo Tribunal Federal, sendo


que o caso deverá ser solucionado apenas no julgamento do RE 837.311/PI,
em que o Plenário deverá firmar o seu entendimento com repercussão
geral9.

Para fechar o tema, devemos chamar a atenção ao dato de que não


será possível nomear um funcionário interinamente.

7
ARE 790.897-AgR (Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 7/3/2014).
8
ARE 757.978-AgR (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7/4/2014),
9
RE 837.311/PI. Para maior aprofundamento sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte artigo que publiquei no
site do Estratégia Concursos: Candidato aprovado fora do número de vagas tem direito à nomeação?

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Ademais, se ao final do concurso público houver candidatos


empatados, a classificação – para nomeação – dará preferência ao
funcionário que já pertença ao Quadro Permanente e ao servidor contratado
do Estado sob o regime da legislação trabalhista (art. 13, §2º).

Promoção

A promoção é forma de provimento derivado vertical existente nos


cargos organizados em carreiras, em que é possível que o servidor ascenda
sucessivamente aos cargos de nível mais alto da carreira, por meio dos
critérios de antiguidade e merecimento.

Cabe salientar, que qualquer que seja o critério adotado, o ato da


promoção deverá indicar o motivo da promoção (art. 46, parágrafo único).

Além disso, deve-se tomar cuidado para não confundir a promoção com
a ascensão ou acesso. Estas últimas foram consideradas inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que representam forma de ocupar
cargo fora da carreira em que o servidor obteve aprovação em concurso
público.

Assim, a promoção deve ocorrer dentro de uma mesma carreira. Por


exemplo, o cargo de juiz estadual pode ser organizado em “Juiz Substituto”,
“Juiz de Primeira Entrância”, “Juiz de Segunda Entrância”, “Juiz de Entrância
Especial” e, finalmente, “Desembargador”. Nesses casos, cada vez que
passar de um cargo a outro, o juiz estará sendo promovido, pois a
passagem ocorreu dentro da mesma carreira.

Por outro lado, não se admite, por exemplo, que uma pessoa aprovada
no concurso de técnico judiciário seja “promovida” para o cargo de analista
judiciário. Tal situação caracterizaria a ascensão, forma de provimento que,
conforme já discutimos, é inconstitucional.

Com o objetivo de capacitar os servidores públicos, o §2º, do art. 37,


da CF, com redação dada pela EC 19/1998, determina que a União, os
Estados e o Distrito Federal mantenham escolas de governo para a

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formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a


participação nesses cursos um dos requisitos para a promoção na
carreira.

Feitas as devidas considerações, voltamos à Lei 6.123/1968.

Primeiramente, chamamos a atenção para a questão da


disponibilidade. Isso porque não haverá promoção de funcionários em
disponibilidade ou em estágio probatório (art. 45, parágrafo único). Além
disso, se houver disponibilidade de funcionário aproveitável na vaga, não
haverá promoção.

O interstício para promoção será de 365 dias de efetivo exercício na


classe. As normas que irão regular a contagem de tempo do interstício são
as mesmas que regem o prazo para a antiguidade de classe, sendo ambos
apurados no último dia de cada trimestre e a promoção realizada no
trimestre posterior àquele em que ocorrer a vaga.

Ocorrendo vaga em uma classe, serão consideradas abertas todas as


decorrentes do seu preenchimento, dentro da respectiva série de classes
(art. 51).

Outrossim, a promoção ocorrerá mesmo que o funcionário venha a se


aposentar ou falecer, sem que tenha sido realizada, no prazo legal, a
promoção que lhe cabia.

Por outro lado, se a promoção for feita indevidamente, o ato será


considerado nulo e (a) o funcionário promovido indevidamente não ficará
obrigado a restituir o que a mais tiver recebido; (b) o funcionário a quem
cabia a promoção será indenizado da diferença de vencimentos a que tiver
direito; (c) a autoridade ou o servidor a quem couber, por culpa ou dolo, a
responsabilidade da promoção indevida, responderá perante a Fazenda pela
quantia recebida a mais pelo funcionário irregularmente promovido.

Para funcionário suspenso, ocorrerá a promoção, mas ela fica


condicionada:

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 à declaração da improcedência da penalidade aplicada na esfera


administrativa, no caso de suspensão disciplinar;

 ao resultado do correspondente processo administrativo, no caso de


suspensão disciplinar.

Todavia, nas situações indicadas, o funcionário só perceberá o


vencimento correspondente à nova classe – a partir da vigência de sua
promoção –, quando resultar sem efeito a penalidade, ou quando no
processo a que se vinculou a suspensão preventiva não for imposta pena
mais grave que a de repreensão (art. 54, §1º). Mantida a penalidade de
suspensão ou resultando, do processo a que se vinculou a suspensão
preventiva, pena mais grave que a de repreensão, a promoção será tornada
sem efeito a partir de sua vigência.

À promoção por merecimento concorrerão os funcionários da classe


imediatamente inferior, obedecidas às normas estatutárias e as definidas
em regulamento próprio. Tão logo, o órgão competente organizará uma
relação – considerando o índice de merecimento –, que contenha os nomes
dos funcionários e o número correspondente ao triplo das vagas a serem
preenchidas dentre as quais o Chefe do Poder Executivo terá livre escolha
para promoção.

O merecimento do funcionário será apurado em pontos positivos e


negativos, determinados em razão da natureza do cargo, segundo o
preenchimento respectivamente:

 das condições essenciais:

o qualidade e quantidade de trabalho;

o auto suficiência;

o iniciativa;

o tirocínio;

o ética profissional;

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o conhecimento do trabalho;

o aperfeiçoamento funcional; e

o compreensão dos deveres.

 das condições complementares: se referem aos aspectos


negativos do merecimento funcional e se constituem da falta de
assiduidade, da impontualidade horária e da indisciplina

Assim, o índice de merecimento do funcionário, em cada semestre,


será representado pela soma algébrica dos pontos positivos referentes às
condições essenciais, e dos pontos negativos, relativos às condições
complementares.

Contudo, nos casos em que o funcionário estável for afastado –


incluindo as situações em virtude de licença, ou para o exercício de cargo
em comissão fora do âmbito da administração direta ou indireta do Poder
Executivo – o índice de merecimento deverá ser calculado observando:

✓ quando o afastamento perdurar, durante o semestre, por um


período igual ou inferior a 45 dias, será feita normalmente a apuração
do merecimento mediante a expedição do respectivo boletim;
✓ quando o afastamento perdurar, durante o semestre, por um
período superior a 45 dias, o índice de merecimento será igual ao
obtido no último semestre de exercício nos casos de afastamento
considerado de efetivo exercício ou correspondente a 2/3 do obtido no
último semestre de exercício nos demais casos.

Além disso, existem situações em que não será possível que o


funcionário seja promovido por merecimento. São elas:

a) quando o funcionário estiver em exercício de mandato eletivo


federal, estadual ou municipal;
b) para funcionário que, para tratar de interesse particular, esteja
licenciado na época da promoção ou tenha estado nos dois semestres
anteriores;
c) para funcionária que esteja na época da promoção, ou tenha estado
nos dois semestres anteriores, licenciada para acompanhar o marido,

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funcionário civil ou militar, mandado servir em outro ponto do território


nacional ou estrangeiro;
d) para funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido
nos dois semestres anteriores, posto à disposição de qualquer entidade,
salvo para exercer cargo de Chefia na administração direta ou indireta do
Estado;
e) para funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido
nos dois semestres anteriores afastado do exercício do cargo, para
participação em congresso ou curso de especialização, salvo os
relacionados com as atribuições do cargo que ocupa, comprovada a
frequência ou aproveitamento;
f) para funcionário que esteja na época da promoção, ou no cargo para
a realização de pesquisa científica ou conferência, que tenha sido nos dois
semestres anteriores, afastado do exercício do cargo para a realização de
pesquisa científica ou conferência cultural, salvo as relacionadas com as
atribuições do cargo que ocupa, mediante a apresentação dos resultados
dos respectivos trabalhos;
g) para funcionário que não obtiver, como grau de merecimento, pelo
menos a metade do máximo atribuível;
h) o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos
dois semestres anteriores, afastado do cargo para exercer, como
contratado, função técnica ou especializada.

Por outro lado, a promoção por antiguidade será atribuída ao


funcionário que tiver maior tempo de efetivo exercício na classe, ou seja,
pelo tempo líquido de exercício na classe.

Quando houver empate na classificação por antiguidade na classe, terá


preferência, sucessivamente:

a) o funcionário de maior tempo de serviço público prestado ao Estado


e respectivas autarquias;

b) o que houver exercido substituição não remunerada prevista na


presente no Estatuto;

c) o de maior tempo de serviço público;

d) o de maior prole; e

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e) o mais idoso.

Para fechar, a antiguidade na classe será contada:

✓ nos casos de nomeação, reversão ou aproveitamento, a partir


da data em que o funcionário entrar no exercício do cargo;
✓ no caso de promoção, a partir de sua vigência;
✓ no caso de transferência, considerando-se o período de exercício
que o funcionário possuía na classe, ao ser transferido.

Reintegração

A reintegração também é forma de provimento derivado, constando


expressamente no art. 41, §2º, da Constituição Federal, e no art. 66 da Lei
6.123/1968.

Nesse contexto, a reintegração ocorrerá quando for invalidada a


demissão ou exoneração, por decisão judicial ou administrativa, do
servidor público. Em tal situação, o servidor retornará ao cargo de origem,
ou ao cargo decorrente de sua transformação, devendo ser ressarcido de
todas as vantagens a que teria direito.

Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor deverá ser


reintegrado em cargo equivalente, atendidos especialmente a habilitação
profissional do funcionário e o vencimento do cargo (Lei 6.123/1968, art.
67). Todavia, se isso não for possível, o funcionário deverá permanecer em
disponibilidade no cargo que exercia.

Além disso, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante


será exonerado (se não for estável) ou reconduzido (se for estável) ao cargo
de origem, sem direito à indenização, o ainda, caso estável, posto em
disponibilidade (art. 68).

Devemos observar ainda que o texto constitucional dispõe que a


reintegração se aplica ao servidor estável. Todavia, é inadmissível cogitar
que o servidor não estável possa ser demitido e, posteriormente, sendo

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reconhecida a invalidade de sua demissão, ele não possa retornar ao


servido público.

Com efeito, a anulação dos atos administrativos provoca efeitos


retroativos (ex tunc), ou seja, desde a origem. Dessa forma, reconhecendo-
se a ilegalidade da demissão do servidor público, obviamente que ele
retornará ao serviço ativo, seja ele estável ou não.

Nesse contexto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo10 reconhecem


que, em tal situação, o servidor não estável retornará sim ao serviço
público. Os autores apenas ressaltam que esse retorno não é denominado
reintegração, uma vez que não guarda relação com o conceito legal dessa
forma de provimento. Assim, mesmo que não tenha um “nome” específico,
o certo é que invalidada a demissão de servidor não estável, terá ele o
direito de regressar ao serviço público.

Aproveitamento

O aproveitamento é forma de provimento derivado com previsão


expressa na Constituição Federal (art. 41, §3º) e na Lei 6.123/1968 (arts.
69 a 72).

Dispõe o art. 41, §3º, da Constituição Federal que, uma vez extinto o
cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável que o
ocupava ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, o aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava


em disponibilidade, devendo ocorrer em cargo igual ou equivalente, pela
sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.

Devemos observar que, quando for extinto o cargo público, o servidor


estável não poderá ser demitido. Por isso que a Constituição lhe assegura
o direito à disponibilidade, isto é, o direito a ficar sem exercer suas funções

10
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 353.

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temporariamente, mantendo-se o vínculo com a Administração e


assegurando-lhe o direito a receber remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo. Dessa
forma, podemos perceber que o aproveitamento aplica-se exclusivamente
ao servidor estável.

Ademais, o aproveitamento é vinculado para o agente público e para


a Administração. Nessa linha, se houver vaga, o poder público se obriga a
realizar o aproveitamento, da mesma forma como o servidor posto em
disponibilidade é obrigado a entrar em exercício. Assim, dispõe o art. 71 da
Lei 6.123/1968 que será tornado sem efeito o aproveitamento e
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
legal11, salvo no caso de invalidez, em que o funcionário será aposentado.

Com efeito, a cassação de disponibilidade é uma penalidade


administrativa, na forma do art. 199, VI, confirmando o caráter
obrigatório para o servidor público.

Reversão

A reversão é forma de provimento derivado, constante no art. 73 da


Lei 6.123/1968, consistindo no retorno à atividade de servidor aposentado.

Desse modo, o Estatuto dos Servidores de Pernambuco expressa que


a reversão ocorrerá quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou
por interesse e requisição da Administração, respeitada a opção do servidor.

No primeiro caso o entendimento é muito simples. Inicialmente, o


servidor foi aposentado por invalidez permanente, mas após inspeção por
órgão médico oficial constatou-se que os motivos que levaram à
aposentadoria não subsistem mais. Dessa forma, trata-se de situação
vinculada para o servidor e para a Administração, pois inexistindo as
causas da aposentadoria por invalidez deverá ele retornar à ativa. Com

11
A Lei 6.123/1968 não fixa o prazo para que o servidor em disponibilidade entre em exercício quando ocorrer
o seu aproveitamento.

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efeito, independe, para esse fim, se o servidor era estável ou o cargo


está ocupado ou não.

Por outro lado, a reversão por interesse da Administração (por motivo


de necessidades e conveniências de natureza financeira), ocorrerá através
de ato de designação, cabendo ao servidor, pelos encargos do exercício
ativo, a percepção de adicional de remuneração no valor de 50% dos
proventos integrais referentes a retribuição normal do cargo em que se
aposentou, acrescida do adicional por tempo de serviço. (art. 73, §1º):

Nos dois casos, o servidor retornará ao mesmo cargo que ocupava


antes da aposentadoria, ou se extinto, em cargo equivalente, respeitada a
habilitação profissional e considerada a existência de vaga. (art. 74).

Por fim, acrescenta-se que a Lei 6.123/1968 veda a designação de


servidor revertido para o exercício de cargo em comissão.

Recondução

Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondução,


que é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Trata-
se, pois, de provimento derivado previsto expressamente no texto
constitucional (art. 41, §2º).

Assim, a recondução ocorre, para servidor estável, quando da


reintegração do anterior ocupante do cargo (hipótese prevista na
Constituição Federal – art. 41, §2º).

Explicando melhor: Paulo era servidor ocupante do cargo de Auditor-


Fiscal. Todavia, acabou sendo demitido, deixando o seu cargo vago. Assim,
Lucas, servidor estável no cargo de Técnico Administrativo do TJ, obteve a
aprovação no concurso para Auditor-Fiscal, sendo nomeado e empossado
no cargo. Contudo, meses depois, Paulo conseguiu, por meio de ação
judicial, invalidar (anular) a sua demissão, sendo reintegrado ao cargo.
Nessas condições, Lucas será reconduzido ao cargo anterior (Técnico
Administrativo).

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*****

A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na Lei


6.123/1968.

Originário Nomeação

Promoção
Formas de provimento
Reintegração

Derivado Aproveitamento

Reversão

Recondução (CF/88)

Para fixar, vamos dar uma olhada em questões.

3. (Cespe – TA/ANTT/2013 - adaptada) O servidor público reintegrado ao cargo


em razão da declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao
tempo de serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o
período de afastamento.
Comentário: a reintegração somente irá ocorrer quando a demissão do
servidor for invalidada, seja por decisão judicial ou administrativa. Caso a
reintegração aconteça, o servidor terá direito ao ressarcimento de todas as
vantagens pertinentes ao cargo.

Gabarito: errado.

4. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011 - adaptada) A transferência e a reversão


são formas de provimento de cargo público vedadas pela legislação.

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Comentário: atualmente, são aceitos como formas de provimento: (a)


nomeação; (b) promoção; (c) reintegração; (d) aproveitamento; (e) reversão; e
(f) recondução.

A transferência está prevista entre as formas de provimento constantes na Lei


6.123/1968, porém é considerada inconstitucional por propiciar ao servidor a
investidura em cargo que não integra a sua carreira, sem a devida aprovação
em concurso público.

Gabarito: errado.

Posse

Determina o art. 22º da Lei 6.123/1968 que a investidura no cargo


público e em órgão colegiado ocorre com a posse.

Desde já, devemos destacar que não haverá posse nos casos de
promoção e reintegração.

Dessa forma, é a partir da posse que se firma o vínculo funcional com


a Administração, momento em que o nomeado passará a servidor público.
Vale dizer, antes da posse, o candidato nomeado não é servidor público
nem possui vínculo jurídico funcional, condição que só ocorrerá no ato da
posse.

Nessa linha, a posse é o ato bilateral por meio do qual o servidor é


investido no cargo público, assumindo os seus deveres e responsabilidades.
Não se trata, todavia, de contrato administrativo em sentido próprio, uma
vez que o servidor público estatutário não firma contrato de trabalho com
o poder público. Isso porque a relação entre o servidor público e a
Administração é de natureza legal ou estatutária. Assim, a posse é o ato
necessário para que se firme o vínculo funcional, representando a condição
para o seu aperfeiçoamento. Cabe ao nomeado apenas concordar com os
termos constantes na posse, adentrando ao regime jurídico aplicável ao
cargo.

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A competência para dar a posse pertence (i) autoridade de hierarquia


imediatamente superior no cargo de provimento em comissão; (ii) os
órgãos colegiados, aos respectivos membros; e (iii) o Diretor do
Departamento de Administração de Pessoal da Secretaria de Administração,
ao nomeado para o exercício de cargo de provimento efetivo.

Nessa linha, a posse dar-se-á por meio da assinatura do termo de


posse, nos termos do art. 25 da Lei 6.123/1968, vejamos:

Art. 25. Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e pelo


funcionário, constará o compromisso de fiel cumprimento dos deveres e
atribuições.

Com efeito, é no momento da posse que, em regra, o servidor público


precisa comprovar os requisitos previstos para o cargo, como escolaridade
mínima e experiência profissional.

Além disso, o prazo para tomar posse é de trinta dias – prorrogáveis


por mais 180 dias, a requerimento do interessado e por justa causa –,
contados da publicação do ato de provimento (nomeação) – art. 28.

Se a posse não ocorrer dentro do prazo legal, importará em não


aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação
decorrente do concurso, salvo motivo de força maior devidamente
comprovado (art. 29).

Interessante notar, ademais, que a posse é a formação do vínculo


jurídico, com aceitação das responsabilidades e atribuições. Por isso, ela
poderá ocorrer por meio de procuração específica, ou seja, o nomeado
poderá outorgar, por meio de procuração, a competência para que outra
pessoa assine o termo em seu lugar. Obviamente que tal regra é apenas
para a posse, uma vez que o exercício só poderá ser realizado pelo próprio
candidato aprovado em concurso e nomeado; e que somente poderá ocorrer
quando o nomeado estiver ausente do Estado e, em casos especiais, a juízo
da autoridade competente.

No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e


valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao

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exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública (art. 25,


parágrafo único).

Exercício

O prazo para o início do exercício do servidor empossado é de trinta


dias, prorrogáveis por igual período – a requerimento do interessado a juízo
do titular da Secretaria em que for lotado o funcionário –, contados da data
da posse ou, nos casos de reintegração, da data da publicação oficial do ato
(art. 33).

A jornada de trabalho dos servidores será fixada em razão das


atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração
máxima do trabalho semanal de trinta horas ou de seis horas diárias,
podendo, extraordinariamente, ser prorrogada ou antecipada, na forma que
dispuser o regulamento (art. 85). Nesse âmbito, a duração normal do
trabalho noturno também será de seis horas por dia, ressalvados os casos
de revezamento semanal ou quinzenal.

Já podemos aproveitar a menção ao trabalho noturno, para indicar que


ele será considerado quando executado entre as vinte e duas horas de um
dia e as cinco horas do dia seguinte.

Para fechar o assunto jornada de trabalho, os funcionários que


ocuparem cargo do Serviço Técnico Científico terão duração normal de
trabalho de quatro horas por dia, ou vinte horas semanais.

Prosseguindo, o art. 34 determina que o início, a interrupção e o


reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do
servidor. Dessa forma, ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao
órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento
individual.

A promoção, contudo, não será considerada interrupção de exercício.

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Por outro lado, o funcionário preso preventivamente, pronunciado por


crime comum ou denunciado por crime funcional, ou ainda, condenado por
crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia será afastado
do exercício, até decisão final passada em julgado (art. 37).

Além da hipótese mencionada acima, poderá ocorrer o afastamento,


porque a Lei 6.123/1698 estipula que o funcionário poderá ser posto à
disposição de órgãos da administração direta ou indireta, federal, estadual
e municipal a critério do Governador para fim determinado e a prazo certo.
Nesse caso, o funcionário continuará vinculado ao órgão administrativo a
que servia e, assim que terminado o motivo que levou a seu afastamento,
deverá apresentar-se à Secretaria de Administração onde aguardará nova
lotação.

Finalmente, o funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal,


perderá o cargo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

Estágio probatório

O estágio probatório representa o período de três anos em que a


capacidade do servidor será avaliada para o exercício do cargo. Nessa linha,
destaca-se que a habilitação em estágio probatório é uma das condições
para aquisição da estabilidade.

Assim, dispõe o art. 43 da Lei 6.123 que, ao entrar em exercício, o


servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
probatório, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de
avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

a) idoneidade moral;
b) assiduidade;
c) disciplina;
d) eficiência.

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A primeira coisa que devemos saber é que o estágio probatório e o


ganho de estabilidade são coisas distintas. O estágio probatório é um
período em que o servidor será avaliado quanto à aptidão para
desempenhar determinado cargo, enquanto a estabilidade é obtida, uma
única vez, pelo servidor público dentro de um mesmo ente federado, ou
seja, o servidor torna-se estável no serviço público dentro de um ente
federado, e não em um cargo determinado12.

Por esse motivo, entendemos que as regras constantes nos §§3º e 4º


do art. 43 e no art. 44 não estão de acordo com o atual texto constitucional.

O §3º do art. 43 dispõe que o “término do prazo do estágio probatório


sem exoneração do funcionário importa em declaração automática de sua
estabilidade no serviço público“. Todavia, o §4º do art. 41 da CF, com
redação dada pela EC 19/1998, exige a realização da avaliação especial de
desempenho como condição para a aquisição da estabilidade, por comissão
especialmente designada para essa finalidade. Portanto, não pode ocorrer
a declaração automática da estabilidade.

Já o §4º dispensa o estágio probatório para o funcionário que já tenha


dois anos de efetivo exercício no estado, em funções idênticas àquelas para
as quais prestou concurso. Também entendemos que tal regra não possui
mais aplicação, tendo em vista que a realização do estágio é exigência do
cargo e não do serviço público. Com efeito, esse prazo de dois anos foi
superado desde a EC 19/1998.

Por fim, o art. 44 também dispensa o estágio probatório, o que


novamente destacamos que não possui mais compatibilidade com a
Constituição Federal.

Caso não seja aprovado no estágio, o servidor será exonerado.

12
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 363.

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Remoção

A remoção é o deslocamento do servidor público de um para outro


órgão da Administração, ou de uma para outra localidade.

Por exemplo, um servidor poderia ser removido de uma


superintendência do Departamento de Polícia Federal em Brasília para uma
diretoria do mesmo órgão também sediada em Brasília; ou poderia ser
removido de uma superintendência no Rio de Janeiro para uma diretoria em
Brasília. Nos dois casos, o vínculo funcional do servidor é o mesmo,
ocorrendo apenas o deslocamento do servidor; sendo que no primeiro
exemplo a sede permaneceu a mesma (Brasília), enquanto no segundo
exemplo ocorreu a mudança de sede.

Dessa forma, o deslocamento do funcionário de um para outro órgão


do serviço público estadual, independente de mudança da sede funcional,
ocorre por ato de remoção, processando-se a pedido ou no interesse do
serviço público, a critério da autoridade competente (art. 41).

Embora não seja expressamente citada, temos ainda a remoção por


permuta.

Quando a remoção, a pedido, ocorrer por motivo de saúde,


deverão ser comprovadas, pelo órgão médico oficial, as razões
apresentadas pelo funcionário.

A remoção por permuta será processada à vista de pedido conjunto


dos interessados, e por escrito. Essa é uma espécie de “troca” entre
servidores. Imagine, por exemplo, que a Receita Estadual possua sedes em
Recife e em Caruaru. A remoção por permuta poderia ocorrer quando um
servidor ocupante do cargo de Auditor-Fiscal em órgão sediado em Recife
desejasse ir para Caruaru, ao passo que outro servidor, ocupante do mesmo
cargo de Auditor-Fiscal, na sede em Caruaru, desejasse ir para Recife.
Nessas condições, os dois deveriam apresentar o pedido conjunto para
serem removidos por permuta.

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Na remoção por interesse do serviço público, deve ser expresso na


solicitação da administração, que o funcionário é desnecessário ou
inadaptado ao serviço. Ademais, esse funcionário somente será desligado
do serviço após a nova lotação.

Substituição

A substituição é um instrumento fundado no princípio da continuidade,


possuindo previsão no art. 78 da Lei 6.123/1968, que determina que os
servidores investidos em cargo em comissão, de direção ou chefia e o
servidor designado para exercer função gratificada terão substitutos
automaticamente indicados no regulamento interno do órgão ou na lei. Caso
isso não ocorra, ato da Administração definirá os substitutos.

Com efeito, no caso de cargo em comissão de direção ou chefia, a


autoridade competente designará substituto para "responder pelo
expediente" da repartição, sem que tal designação resulte qualquer
vantagem financeira para o substituto (art. 80, I).

Por outro lado, no caso de função gratificada, o substituto perceberá


o vencimento do seu cargo, cumulativamente com a gratificação respectiva,
quando a substituição for por período superior a trinta dias.

Vacância

A vacância corresponde às hipóteses em que o servidor desocupa o


seu cargo, tornando-o passível de preenchimento por outra pessoa. As
hipóteses de vacância estão previstas no artigo 81 e são as seguintes:

a) exoneração;
b) demissão;
c) promoção;
d) transferência13;

13
Considerada inconstitucional.

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e) aposentadoria;
f) falecimento;
g) posse em outro cargo inacumulável.

No caso da exoneração, da demissão e do falecimento, ocorre o


rompimento definitivo do vínculo do servidor com a Administração. Já na
promoção, aposentadoria e posse em outro cargo inacumulável, ocorre a
alteração do vínculo ou faz-se surgir um novo14.

Analisando o quadro acima, podemos constatar que a promoção é, ao


mesmo tempo, forma de provimento e de vacância. O entendimento
é bastante simples. Ao ser promovido ao cargo superior, automaticamente
o servidor deixará vago o cargo de nível inferior. Portanto, temos a
ocorrência do provimento e da vacância de forma conjunta.

A posse em outro cargo inacumulável ocorre quando o servidor


passa a ocupar novo cargo público, inacumulável com o que ocupava
anteriormente, na forma prevista no art. 37, XVI15. Tal hipótese costuma
ser popularmente chamada de “pedido de vacância”, pois é a situação que
ocorre quando o servidor obtém aprovação em concurso e é nomeado para
novo cargo.

Ademais, a aposentadoria ocorre quando o servidor passa à


inatividade por ato da Administração Pública.

Por outro lado, o falecimento é o fato administrativo que gera a


vacância em decorrência da morte do servidor.

Já a demissão ocorre em decorrência de cometimento de infração


funcional ensejadora da perda do cargo. Portanto, a demissão é uma

14
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 367.
15
Art. 37. [...] XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

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penalidade administrativa, prevista no art. 199, V, aplicável por meio de


processo administrativo disciplinar.

Por fim, a exoneração é a forma de vacância em que ocorre a


dissolução do vínculo jurídico, sem caráter punitivo, que encerra a relação
funcional do servidor com a Administração.

A exoneração do servidor efetivo poderá ser a pedido, ou seja, quando


o próprio servidor solicita a sua exoneração; ou de ofício, isto é, quando a
iniciativa decorre da própria Administração. Utilizando as palavras de
Matheus Carvalho, relacionamos as seguintes hipóteses de exoneração de
ofício16:

a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório


(inabilitação em estágio probatório), ou seja, quando o poder público,
ao final do período de testes, entender que o servidor não está apto
para exercer as funções inerentes àquele cargo (art. 82, II, “b”);
b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício
no prazo estabelecido em lei, qual seja o de quinze dias. Nesse
caso, há uma presunção legal de desinteresse pelas atividades
inerentes ao cargo e a determinação de vacância do cargo para que
possa ser preenchido por outro agente público, nos termos da lei;
c) quando o servidor estável não consegue atingir as metas mínimas
de eficiência e é considerado insatisfatório na avaliação periódica
de desempenho (insuficiência de desempenho) prevista no art.
41 §1º, III, da Constituição da República, sempre garantidos, nestes
casos, o contraditório e a ampla defesa. Ressalte-se que a avaliação
periódica de desempenho depende de regulamentação por lei
específica que definirá as regras aplicáveis, tratando-se o dispositivo
constitucional mencionado de norma de eficácia limitada;
d) em casos de excesso de despesas com pessoal, para adequação
aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, consoante
disposição do art. 169 da Carta Magna, situações em que o ente estatal
determinará (nesta ordem) a exoneração de servidores comissionados,
em um percentual mínimo de 20%; passando à exoneração de
servidores não estáveis; e, por fim, em havendo necessidade,
realizando a exoneração de servidores estáveis, nos termos da lei;

16
Carvalho, 2014.

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e) em casos de servidores detentores de cargos em comissão, casos


em que a exoneração será feita por livre decisão da autoridade
responsável sem a necessidade de motivação, haja vista se tratar de
cargo previsto em lei como cargo de livre nomeação e de livre
exoneração17.
Além dessas, podemos acrescentar ainda: (a) a possibilidade de
exoneração de servidor não estável, quando for extinto o cargo que
estiver ocupando, uma vez que a Lei 8.112/1990 não assegura a
permanência no serviço público nessas condições; (b) do servidor não
estável, quando estiver ocupando cargo que deverá ser provido por servidor
reintegrado que o ocupava anteriormente, mas foi demitido de forma
ilegal18; e (c) pelo texto da Lei 6.123/1968, quando, caracterizado o
abandono de cargo e prescrita a pretensão punitiva, o servidor, embora
instado, não retornar ao serviço.

Cabe frisar que, no caso de função gratificada, a vacância ocorrerá por


dispensa, a pedido, ou de ofício (art. 83).

*****

Exoneração

Demissão

Promoção
Formas de Vacância
Aposentadoria

Falecimento;

Posse em outro cargo inacumulável.

17
Se antes do ato exoneratório, o servidor efetivo ou titular exclusivamente de cargo comissionado, houver
praticado infração passível de demissão, ainda que apurada somente após o desligamento, a exoneração será
convertida na penalidade de demissão, observados o contraditório e a ampla defesa (art. 82, parágrafo único).
18
Alexandrino e Paulo, 2013, p. 368.

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Fechando o nosso assunto, a norma aponta que a vaga ocorrerá na


data:

a) do falecimento do titular do cargo;


b) da publicação do ato que transferir, após a posse, promover,
aposentar, exonerar ou demitir o ocupante do cargo;
c) da posse ou, se esta for dispensada, do início do exercício em
outro cargo;
d) da vigência da lei que criar o cargo e conceder dotação para seu
provimento ou em que for determinada, apenas, esta última medida, se
o cargo estiver criado;
e) da comunicação pela autoridade competente, no caso de
falecimento do funcionário em qualquer ato de guerra ou agressão à
soberania nacional;
f) da republicação do ato do Presidente da República que decretar
a perda dos direitos políticos, nas hipóteses definidas na Constituição
do Brasil;
g) em que se tornar executável a sentença que declarar nulo o
provimento e da que impuser ou acarretar a pena acessória de perda do
cargo.

Vamos aos exercícios!

QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA

5. (FCC – Analista Legislativo/AL-PE/2014) Considerando a Lei estadual nº


6.123/1968, é correto afirmar que
a) o interessado deve entrar em exercício no prazo de trinta dias a contar data da
posse, prazo improrrogável, nos termos da Lei.
b) a posse de aprovado em concurso público deve ocorrer no prazo de 30 dias a contar
da publicação do ato de provimento, prazo este improrrogável nos termos da Lei.
c) a posse deve ocorrer em 30 dias a contar da publicação do ato de provimento, prazo
que pode ser prorrogado, a requerimento do interessado, desde que haja justa causa,
por até 180 dias.
d) a ausência de posse no prazo estabelecido na Lei importa na não aceitação do
provimento e em renúncia ao direito de nomeação, qualquer que seja o motivo do
decurso de prazo.

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e) o prazo estipulado pela Lei para que o empossado entre em exercício pode ser, a
pedido daquele, prorrogado por 180 dias.

Comentário:

a) o exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar da data da


publicação oficial do ato, no caso de reintegração e da data da posse, nos
demais casos. Entretanto, a requerimento do interessado e a juízo do titular da
Secretaria em que for lotado o funcionário, o prazo previsto poderá ser
prorrogado por trinta dias (art. 33) – ERRADA;

b) e c) a posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de publicidade


do ato de provimento no órgão oficial, podendo ser prorrogado o prazo, por
justa causa, até 180 dias (art. 28, caput e parágrafo único) – alternativa B –
ERRADA / alternativa C – CORRETA;

d) o decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize, importa em não
aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação decorrente do
concurso, salvo motivo de força maior devidamente comprovado (art. 29) –
ERRADA;

e) aqui tivemos uma mistura entre os prazos de posse e exercício. Ambos se


dão em 30 dias, mas a prorrogação da posse pode chegar a 180 dias (por justa
causa) e a do exercício a 30 dias apenas – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

6. (FCC – Analista Judiciário/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos


Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de
20/07/68 e alterações posteriores), a respeito do exercício do cargo público, é
INCORRETO afirmar:
a) A promoção interrompe o exercício.
b) O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento
individual do funcionário.
c) O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é competente para dar-
lhe exercício.
d) O funcionário denunciado por crime funcional será afastado do exercício, até
decisão final passada em julgado.

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e) O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal, perderá o cargo, salvo
motivo de força maior, devidamente comprovado.

Comentário: vejamos cada uma das alternativas:

a) A promoção interrompe o exercício – A promoção não interrompe o exercício


(art. 35) – ERRADA;

b) O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento


individual do funcionário (art. 34) – CORRETA;

c) O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é competente para dar-
lhe exercício (art. 36) – CORRETA;

d) O funcionário denunciado por crime funcional será afastado do exercício, até


decisão final passada em julgado (art. 37) – CORRETA;

e) O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal, perderá o cargo, salvo
motivo de força maior, devidamente comprovado (art. 39) – CORRETA.

Gabarito: alternativa A.

7. (FCC – Oficial de Justiça/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos Servidores


Públicos do Estado de Pernambuco (Lei 6.123, de 20/07/68, e alterações posteriores),
a nomeação será feita em caráter vitalício para cargo de
a) direção.
b) Conselheiro do Tribunal de Contas.
c) chefia das repartições públicas.
d) assessoramento.
e) oficial de gabinete.

Comentário: com base no art. 11 da Lei 6.123/1968, a nomeação será feita (i) em
caráter vitalício, para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas; (ii) em
caráter efetivo, quando se tratar de cargos de classe única ou de série de
classes; e (iii) em comissão, nos casos previstos no Estatuto.

Desse modo, correta a alternativa B.

Gabarito: alternativa B.

8. (FCC – Técnico Judiciário/TJ-PE/2012) De acordo com a Lei no 6.123/68 -


Estatuto dos Funcionários Civis do Estado de Pernambuco, a promoção obedecerá

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a) alternadamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.


b) subsidiariamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
c) sucessivamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
d) sucessivamente, aos critérios de antiguidade na classe e merecimento.
e) exclusivamente o critério de antiguidade na classe.

Comentário: pergunta simples que tem resposta no art. 46 do Estatuto:


Art. 46. A promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de
merecimento e antiguidade na classe. [alternativa A]
Parágrafo único. O critério adotado constará, obrigatoriamente, do ato de
promoção.
Ou seja, podemos assinalar o nosso gabarito como a alternativa A.

Gabarito: alternativa A.

9. (FCC - Médico oftalmologista/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos


Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de
20/07/68 e alterações posteriores), denomina-se aproveitamento o
a) reingresso no serviço público do servidor aposentado, por interesse e requisição da
Administração, respeitada a opção do servidor.
b) ato pelo qual o funcionário demitido ilegalmente, reingressa no serviço público com
o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
c) ato pelo qual o funcionário exonerado ilegalmente, reingressa no serviço público
com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
d) reingresso no serviço público do servidor aposentado, quando insubsistentes os
motivos da aposentadoria, respeitada a opção do servidor.
e) retorno à atividade do funcionário em disponibilidade, em cargo igual ou
equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.

Comentário: o aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava em


disponibilidade, devendo ocorrer em cargo igual ou equivalente, pela sua
natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado (alternativa E).

O retorno do servidor aposentado se dá por reversão. Por outro lado, o retorno


no funcionário devido a demissão ou exoneração ilegal ocorre por intermédio
da reintegração.

Gabarito: alternativa E.

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10. (FCC – Analista Judiciário/TJ-PE/2007) É certo que, a promoção


a) do funcionário suspenso disciplinarmente ou do que esteja licenciado, na época da
promoção, para tratar de assuntos de interesse particular, obedecerá ao critério do
merecimento.
b) obedecerá alternadamente aos critérios do merecimento e disponibilidade do
agente público.
c) será realizada no semestre posterior àquele em que ocorrer a vaga.
d) é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à classe imediatamente superior à
que pertence na respectiva série.
e) por merecimento do funcionário em exercício de mandato eletivo estadual ocorrerá,
obrigatoriamente, no início de cada legislatura.

Comentário:

a) essa alternativa está tratando de dois casos distintos. No primeiro –


funcionário suspenso disciplinarmente – será permitida a promoção, mas ela
fica condicionada à declaração da improcedência da penalidade aplicada na
esfera administrativa (art. 54, I). Contudo, o Estatuto não menciona critérios para
essa promoção.

A segunda parte da alternativa se refere ao servidor licenciado para tratar de


assuntos particulares. Nesse caso, o art. 59, II, é taxativo ao indicar que não
poderá ser promovido por merecimento o funcionário que, para tratar de
interesse particular, esteja licenciado na época da promoção ou tenha estado
nos dois semestres anteriores

Portanto, incorreta a alternativa A – ERRADA;

b) como já sabemos, a promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de


merecimento e antiguidade na classe (art. 46) – ERRADA;

c) as promoções serão realizadas no trimestre posterior àquele em que ocorrer


a vaga (art. 50) – ERRADA;

d) agora sim. Com base no art. 45, a promoção é a elevação do funcionário, em


caráter efetivo, à classe imediatamente superior à que pertence na respectiva
série – CORRETA;

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e) o funcionário em exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal


não poderá ser promovido por merecimento (art. 59) – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

11. (FCC - Analista Judiciário/TJ-PE/2007) No que tange à posse dos funcionários


civis do Estado de Pernambuco, considere as afirmações abaixo:
I. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.
II. Dentre outros casos, é facultado a posse por procuração, quando o nomeado estiver
ausente do Estado.
III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na demissão
do aprovado em concurso público.
IV. A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado, por
justa causa, por até 180 (cento e oitenta) dias.

É correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

Comentário:

I. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.

Perfeito! Esse é o texto do art. 22, parágrafo único – CORRETA;

II. Dentre outros casos, é facultado a posse por procuração, quando o nomeado estiver
ausente do Estado.

É facultada a posse por procuração, quando o nomeado estiver ausente do


Estado e, em casos especiais, a juízo da autoridade competente (art. 26) –
CORRETA;

III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na demissão
do aprovado em concurso público.

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O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize, importa em não
aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação decorrente do
concurso, salvo motivo de força maior devidamente comprovado (art. 29) –
ERRADA;

IV. A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado, por
justa causa, por até 180 (cento e oitenta) dias.

Outra transcrição perfeita, dessa vez do art. 28, parágrafo único – CORRETA.

Assim, temos: I – correta; II – correta; III – errada; e IV – correta (alternativa E).

Gabarito: alternativa E.

12. (FCC - Analista Judiciário/TJ-PE/2007) O funcionário estável, no caso de


extinção ou declaração de desnecessidade do cargo pelo Poder Executivo, será
a) demitido, com direito a indenização calculada com base no tempo de efetivo
exercício.
b) exonerado, sem direito a indenização relativa ao tempo de serviço.
c) posto em disponibilidade remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço.
d) revertido para a inatividade.
e) readaptado em qualquer cargo dentro do mesmo órgão público.

Comentário: nossa resposta está descrita no art. 95 do Estatuto. Vejamos o seu


texto:
O funcionário estável, no caso de extinção ou declaração da desnecessidade
do cargo pelo Poder Executivo, será posto em disponibilidade remunerada,
com os proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Portanto, podemos assinalar a alternativa C como nossa resposta.

Gabarito: alternativa C.

13. (FCC - Técnico Judiciário/TJ-PE/2007) O funcionário empossado em cargo


público de provimento efetivo que não entrar em exercício no prazo de
a) 15 (quinze) dias improrrogáveis, cujo termo a quo corresponde ao dia da nomeação,
deverá ser afastado de suas funções.
b) até 20 (vinte) dias, cujo termo inicial corresponde à data da homologação do
concurso público, se sujeitará à invalidação do ato de sua designação.

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c) 30 (trinta) dias, contados da data da posse, perderá o cargo, salvo motivo de força
maior devidamente comprovado.
d) até 45 (quarenta e cinco) dias, poderá ser punido com pena disciplinar de
advertência, após regular processo administrativo.
e) 60 (sessenta) dias, contados da data da aprovação em concurso público, será
demitido do cargo, salvo motivo de força maior.

Comentário: o prazo para o início do exercício do servidor empossado é de trinta


dias, prorrogáveis por igual período – a requerimento do interessado a juízo do
titular da Secretaria em que for lotado o funcionário –, contados da data da
posse ou, nos casos de reintegração, da data da publicação oficial do ato (art.
33).

Gabarito: alternativa C.

14. (FCC – TJ/TRT15/2013 - adaptada) João Carlos era funcionário público titular de
cargo efetivo. Em determinada ocasião imputaram-lhe a prática de infração de
natureza grave, que após regular processo administrativo, acabou ensejando sua
demissão. Posteriormente João Carlos conseguiu reunir provas para demonstrar que
as acusações eram falsas. Pretende assim, ingressar em juízo, munido dessas provas
para pleitear, com fundamento na Lei no 6.123/1968, sua
a) recondução ao cargo anteriormente ocupado, com direitos e vantagens atrasados.
b) reintegração ao cargo, cumulado com pedido de recebimento dos vencimentos e
vantagens do período.
c) recondução ao cargo, vedado qualquer efeito retroativo à decisão.
d) reintegração ao cargo, vedado o recebimento de acréscimos e vantagens.
e) reversão ao cargo, com efeitos retroativos quanto ao recebimento de vantagens e
provimentos.

Comentário: a reintegração ocorrerá quando for invalidada a demissão, por


decisão judicial ou administrativa, do servidor público. Caso o servidor consiga
ser reintegrado, ele terá direito ao ressarcimento de todas as vantagens que
deixou de receber quando estava afastado do cargo. Dessa forma, o nosso
gabarito é a letra B. Por esse motivo, a opção D está errada, pois deverá ocorrer
o ressarcimento dos acréscimos e vantagens.

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As letras A e C estão erradas, uma vez que a recondução é para o servidor novo,
que passou a ocupar o cargo quando o anterior foi demitido ilegalmente. Esse
servidor será reconduzido, quando for o caso, ao cargo anterior em decorrência
da reintegração do anterior ocupante do cargo.

Por fim, o erro na letra E é que a reversão consiste no retorno de servidor


aposentado ao exercício do cargo.

Gabarito: alternativa B.

15. (FGV – Técnico Legislativo/Câmara Municipal de Caruaru-PE/2015) De acordo


com as disposições da Lei nº 6.123 do Estado de Pernambuco, de 20/07/1968
(Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco), acerca das formas
de provimento em cargos públicos, analise as afirmativas a seguir.
I. A promoção consiste na elevação do funcionário, em caráter efetivo, à classe
imediatamente superior à que pertence na respectiva série, e deve obedecer
alternadamente aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
II. A reversão é o ato pelo qual o funcionário demitido ou exonerado ilegalmente
reingressa no serviço público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo,
em virtude de decisão judicial ou administrativa.
III. Reintegração é o reingresso no serviço público do servidor público aposentado,
quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e requisição da
Administração, respeitada a opção do servidor.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário:

I. A promoção consiste na elevação do funcionário, em caráter efetivo, à classe


imediatamente superior à que pertence na respectiva série, e deve obedecer
alternadamente aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.

Perfeito. Vejamos o texto dos arts. 45 e 46:

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Art. 45. Promoção é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à


classe imediatamente superior à que pertence na respectiva série.
Parágrafo único. Não haverá promoção de funcionários em disponibilidade
ou em estágio probatório.
Art. 46. A promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de
merecimento e antigüidade na classe.
Parágrafo único. O critério adotado constará, obrigatoriamente, do ato de
promoção.
Portanto, vemos que a afirmativa está exatamente como indica o texto da norma
– CORRETA;

II. A reversão é o ato pelo qual o funcionário demitido ou exonerado ilegalmente


reingressa no serviço público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo,
em virtude de decisão judicial ou administrativa.

Reversão é o reingresso no serviço público do servidor aposentado, quando


insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e requisição da
Administração, respeitada a opção do servidor (art. 73). Em contrapartida, a
afirmativa trata da reintegração (art. 66) – ERRADA;

III. Reintegração é o reingresso no serviço público do servidor público aposentado,


quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e requisição da
Administração, respeitada a opção do servidor.

Opa, troca de afirmativas. Vimos acima que essa é a definição de reversão e não
de reintegração – ERRADA.

Com isso temos, I – CORRETA; II – ERRADA; e III – ERRADA (alternativa A - se


somente a afirmativa I estiver correta).

Gabarito: alternativa A.

16. (FGV – Analista de Controle Interno/SAD-PE/2009) Estado de Pernambuco –


Lei Estadual 6.123/68, poderá ser promovido por merecimento o funcionário que:
a) estiver em exercício de mandato efetivo federal, estadual ou municipal.
b) esteja licenciado na época da promoção, ou tenha estado nos dois semestres
anteriores, para tratar de interesse particular.
c) obtiver, como grau de merecimento, somente a metade do máximo atribuível.
d) esteja na época da promoção à disposição de qualquer entidade, ainda que não
tenha exercido cargo de chefia na administração direta ou indireta do Estado.

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e) estiver licenciado na época da promoção, ou tenha estado nos dois semestres


anteriores, para acompanhar o cônjuge, funcionário civil ou militar, mandado servir em
outro ponto do território nacional ou estrangeiro.

Comentário: o art. 59 do Estatuto apresenta uma série de vedações para a


promoção por merecimento. Entre essas vedações consta que não poderá ser
promovido por merecimento “o funcionário que não obtiver, como grau de
merecimento, pelo menos a metade do máximo atribuível” (art. 59, VII). Logo, se
o funcionário OBTIVER a metade do máximo, ele poderá ser promovido (só não
poderia se não tivesse alcançado a metade.

Todas as demais alternativas tratam de situações em que a promoção por


merecimento é vedada, vejamos:
Art. 59. Não poderá ser promovido por merecimento:
I - o funcionário em exercício de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal; (letra A)
II - O funcionário que, para tratar de interesse particular, esteja licenciado
na época da promoção ou tenha estado nos dois semestres anteriores;
(letra B)
III - a funcionária que esteja na época da promoção, ou tenha estado nos
dois semestres anteriores, licenciada para acompanhar o marido,
funcionário civil ou militar, mandado servir em outro ponto do território
nacional ou estrangeiro; (letra E)
IV - o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois
semestres anteriores, posto à disposição de qualquer entidade, salvo para
exercer cargo de Chefia na administração direta ou indireta do Estado;
(letra D)
Ainda que o inciso III do art. 59 trate da “funcionária” para acompanhar “o
marido”, é certo que, atualmente, essa disposição aplica-se aos funcionários em
geral, para acompanhar cônjuge ou companheiro.

Gabarito: alternativa C.

17. (UPENET – Assistente em Saúde/SES-PE/2014) De acordo com o Estatuto dos


Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei nº 6.123/1968), a
reintegração é o reingresso no serviço público com o ressarcimento das vantagens
ligadas ao cargo decorrente
a) do término do período de afastamento.
b) do término do período de disponibilidade.
c) de decisão administrativa ou judiciária.
d) do término do período de licença-prêmio.

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e) do término do pedido de remoção.

Comentário: a reintegração decorre de invalidação (anulação) da demissão do


servidor, mediante decisão administrativa ou judiciária (art. 66, § 1º). Logo, o
gabarito é a letra C.

Acrescenta-se que, na reintegração, o servidor reingressa no serviço público


com o ressarcimento de todas as vantagens ligadas ao cargo. Expressamente,
o Estatuto também prevê a aplicação da reintegração no caso de “exoneração”
ilegal.

Gabarito: alternativa C.

18. (UPENET – Assistente em Saúde/SES-PE/2014) O Art. 81 do Estatuto dos


Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Nº 6.123/1968) dispõe
sobre a vacância do cargo público, que ocorre mediante
a) disponibilidade.
b) reversão.
c) substituição.
d) promoção.
e) licença.

Comentário: segundo o art. 81 do Estatuto, a vacância em cargo público


ocorrerá mediante: (i) exoneração; (ii) demissão; (iii) promoção; (iv)
transferência; (v) aposentadoria; (vi) falecimento; (vii) posse em outro cargo,
ressalvadas as exceções legais.

Lembra-se, porém, que a transferência é forma de provimento/vacância


considerada inconstitucional, logo o dispositivo do Estatuto não foi
recepcionado pela Constituição nesse ponto.

Com isso, podemos concluir que a letra D (promoção) é o nosso gabarito. A


disponibilidade é apenas a situação em que o servidor fica na inatividade,
aguardando o seu aproveitamento. A reversão é forma de provimento, apenas.
A substituição, por sua vez, se aplica nos casos de impedimento ou afastamento
dos titulares de cargo em comissão ou de função gratificada. Por fim, as
licenças são situações em que os servidores ficam afastados temporariamente

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das atividades do cargo, estando disciplinadas no Capítulo VI, do Título IV do


Estatuto.

Gabarito: alternativa D.

Concluímos por hoje. Em nossa próxima aula, vamos finalizar o estudo


da Lei 6.123/1968.

Espero por vocês!

Bons estudos.

HERBERT ALMEIDA.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 – adaptada) A Lei 6.123/1968 aplica-se


a) aos servidores temporários.
b) aos servidores públicos efetivos da União.
c) aos servidores públicos militares.
d) aos servidores públicos das empresas públicas.
e) aos servidores públicos das autarquias.

2. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012 – adaptada) Para os efeitos da Lei


n.o 6.123/1968, funcionário público é o ocupante de cargo público, conceituação que
abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de confiança.
3. (Cespe – TA/ANTT/2013 - adaptada) O servidor público reintegrado ao cargo em
razão da declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo
de serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período
de afastamento.
4. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011 - adaptada) A transferência e a reversão são
formas de provimento de cargo público vedadas pela legislação.

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5. (FCC – Analista Legislativo/AL-PE/2014) Considerando a Lei estadual nº


6.123/1968, é correto afirmar que
a) o interessado deve entrar em exercício no prazo de trinta dias a contar data da
posse, prazo improrrogável, nos termos da Lei.
b) a posse de aprovado em concurso público deve ocorrer no prazo de 30 dias a contar
da publicação do ato de provimento, prazo este improrrogável nos termos da Lei.
c) a posse deve ocorrer em 30 dias a contar da publicação do ato de provimento, prazo
que pode ser prorrogado, a requerimento do interessado, desde que haja justa causa,
por até 180 dias.
d) a ausência de posse no prazo estabelecido na Lei importa na não aceitação do
provimento e em renúncia ao direito de nomeação, qualquer que seja o motivo do
decurso de prazo.
e) o prazo estipulado pela Lei para que o empossado entre em exercício pode ser, a
pedido daquele, prorrogado por 180 dias.

6. (FCC – Analista Judiciário/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos


Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de
20/07/68 e alterações posteriores), a respeito do exercício do cargo público, é
INCORRETO afirmar:
a) A promoção interrompe o exercício.
b) O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento
individual do funcionário.
c) O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é competente para dar-
lhe exercício.
d) O funcionário denunciado por crime funcional será afastado do exercício, até
decisão final passada em julgado.
e) O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal, perderá o cargo, salvo
motivo de força maior, devidamente comprovado.

7. (FCC – Oficial de Justiça/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos Servidores


Públicos do Estado de Pernambuco (Lei 6.123, de 20/07/68, e alterações posteriores),
a nomeação será feita em caráter vitalício para cargo de
a) direção.
b) Conselheiro do Tribunal de Contas.
c) chefia das repartições públicas.
d) assessoramento.

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e) oficial de gabinete.

8. (FCC – Técnico Judiciário/TJ-PE/2012) De acordo com a Lei no 6.123/68 -


Estatuto dos Funcionários Civis do Estado de Pernambuco, a promoção obedecerá
a) alternadamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
b) subsidiariamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
c) sucessivamente, aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
d) sucessivamente, aos critérios de antiguidade na classe e merecimento.
e) exclusivamente o critério de antiguidade na classe.

9. (FCC - Médico oftalmologista/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos


Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Estadual no 6.123, de
20/07/68 e alterações posteriores), denomina-se aproveitamento o
a) reingresso no serviço público do servidor aposentado, por interesse e requisição da
Administração, respeitada a opção do servidor.
b) ato pelo qual o funcionário demitido ilegalmente, reingressa no serviço público com
o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
c) ato pelo qual o funcionário exonerado ilegalmente, reingressa no serviço público
com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
d) reingresso no serviço público do servidor aposentado, quando insubsistentes os
motivos da aposentadoria, respeitada a opção do servidor.
e) retorno à atividade do funcionário em disponibilidade, em cargo igual ou
equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.

10. (FCC – Analista Judiciário/TJ-PE/2007) É certo que, a promoção


a) do funcionário suspenso disciplinarmente ou do que esteja licenciado, na época da
promoção, para tratar de assuntos de interesse particular, obedecerá ao critério do
merecimento.
b) obedecerá alternadamente aos critérios do merecimento e disponibilidade do
agente público.
c) será realizada no semestre posterior àquele em que ocorrer a vaga.
d) é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à classe imediatamente superior à
que pertence na respectiva série.
e) por merecimento do funcionário em exercício de mandato eletivo estadual ocorrerá,
obrigatoriamente, no início de cada legislatura.

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11. (FCC - Analista Judiciário/TJ-PE/2007) No que tange à posse dos funcionários


civis do Estado de Pernambuco, considere as afirmações abaixo:
I. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.
II. Dentre outros casos, é facultado a posse por procuração, quando o nomeado estiver
ausente do Estado.
III. O decurso do prazo para a posse sem que esta se realize, importa na demissão
do aprovado em concurso público.
IV. A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado, por
justa causa, por até 180 (cento e oitenta) dias.

É correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

12. (FCC - Analista Judiciário/TJ-PE/2007) O funcionário estável, no caso de


extinção ou declaração de desnecessidade do cargo pelo Poder Executivo, será
a) demitido, com direito a indenização calculada com base no tempo de efetivo
exercício.
b) exonerado, sem direito a indenização relativa ao tempo de serviço.
c) posto em disponibilidade remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço.
d) revertido para a inatividade.
e) readaptado em qualquer cargo dentro do mesmo órgão público.

13. (FCC - Técnico Judiciário/TJ-PE/2007) O funcionário empossado em cargo


público de provimento efetivo que não entrar em exercício no prazo de
a) 15 (quinze) dias improrrogáveis, cujo termo a quo corresponde ao dia da nomeação,
deverá ser afastado de suas funções.
b) até 20 (vinte) dias, cujo termo inicial corresponde à data da homologação do
concurso público, se sujeitará à invalidação do ato de sua designação.
c) 30 (trinta) dias, contados da data da posse, perderá o cargo, salvo motivo de força
maior devidamente comprovado.

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d) até 45 (quarenta e cinco) dias, poderá ser punido com pena disciplinar de
advertência, após regular processo administrativo.
e) 60 (sessenta) dias, contados da data da aprovação em concurso público, será
demitido do cargo, salvo motivo de força maior.

14. (FCC – TJ/TRT15/2013 - adaptada) João Carlos era funcionário público titular de
cargo efetivo. Em determinada ocasião imputaram-lhe a prática de infração de
natureza grave, que após regular processo administrativo, acabou ensejando sua
demissão. Posteriormente João Carlos conseguiu reunir provas para demonstrar que
as acusações eram falsas. Pretende assim, ingressar em juízo, munido dessas provas
para pleitear, com fundamento na Lei no 6.123/1968, sua
a) recondução ao cargo anteriormente ocupado, com direitos e vantagens atrasados.
b) reintegração ao cargo, cumulado com pedido de recebimento dos vencimentos e
vantagens do período.
c) recondução ao cargo, vedado qualquer efeito retroativo à decisão.
d) reintegração ao cargo, vedado o recebimento de acréscimos e vantagens.
e) reversão ao cargo, com efeitos retroativos quanto ao recebimento de vantagens e
provimentos.

15. (FGV – Técnico Legislativo/Câmara Municipal de Caruaru-PE/2015) De acordo


com as disposições da Lei nº 6.123 do Estado de Pernambuco, de 20/07/1968
(Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco), acerca das formas
de provimento em cargos públicos, analise as afirmativas a seguir.
I. A promoção consiste na elevação do funcionário, em caráter efetivo, à classe
imediatamente superior à que pertence na respectiva série, e deve obedecer
alternadamente aos critérios de merecimento e antiguidade na classe.
II. A reversão é o ato pelo qual o funcionário demitido ou exonerado ilegalmente
reingressa no serviço público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo,
em virtude de decisão judicial ou administrativa.
III. Reintegração é o reingresso no serviço público do servidor público aposentado,
quando insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e requisição da
Administração, respeitada a opção do servidor.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.

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c) se somente a afirmativa III estiver correta.


d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

16. (FGV – Analista de Controle Interno/SAD-PE/2009) Estado de Pernambuco –


Lei Estadual 6.123/68, poderá ser promovido por merecimento o funcionário que:
a) estiver em exercício de mandato efetivo federal, estadual ou municipal.
b) esteja licenciado na época da promoção, ou tenha estado nos dois semestres
anteriores, para tratar de interesse particular.
c) obtiver, como grau de merecimento, somente a metade do máximo atribuível.
d) esteja na época da promoção à disposição de qualquer entidade, ainda que não
tenha exercido cargo de chefia na administração direta ou indireta do Estado.
e) estiver licenciado na época da promoção, ou tenha estado nos dois semestres
anteriores, para acompanhar o cônjuge, funcionário civil ou militar, mandado servir em
outro ponto do território nacional ou estrangeiro.

17. (UPENET – Assistente em Saúde/SES-PE/2014) De acordo com o Estatuto dos


Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei nº 6.123/1968), a
reintegração é o reingresso no serviço público com o ressarcimento das vantagens
ligadas ao cargo decorrente
a) do término do período de afastamento.
b) do término do período de disponibilidade.
c) de decisão administrativa ou judiciária.
d) do término do período de licença-prêmio.
e) do término do pedido de remoção.

18. (UPENET – Assistente em Saúde/SES-PE/2014) O Art. 81 do Estatuto dos


Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Lei Nº 6.123/1968) dispõe
sobre a vacância do cargo público, que ocorre mediante
a) disponibilidade.
b) reversão.
c) substituição.
d) promoção.
e) licença.

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GABARITO

1. E 11. E
2. C 12. C
3. E 13. C
4. E 14. B
5. C 15. A
6. A 16. C
7. B 17. C
8. A 18. D
9. E
10. D

REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. “Personalidade judiciária de órgãos públicos”. Salvador:
Revista Eletrônica de Direito do Estado, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª Ed. Niterói: Impetus, 2013.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

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