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Super Apostila Nota11

Cap. 01 – CONCEITO,
FONTES E PRINCÍPIOS DO
DIREITO
ADMINISTRATIVO.

Prof. Gustavo Knoplock


Prof. Gustavo Knoplock

Sumário
1. Introdução e objetivos dessa apostila. ............................................. 2
2. Conceito e fontes do Direito Administrativo. ..................................... 3
2.1 Conceito do Direito Administrativo. .................................................. 3
2.2 Fontes do Direito Administrativo. .................................................... 7
3. Sistema Inglês x Francês de Jurisdição. ........................................... 9
4. Administração Pública – sentidos.................................................... 11
4.1 Sentidos subjetivo e objetivo ......................................................... 11
4.2 Sentidos amplo e estrito ............................................................... 11
5. Princípios da Administração Pública ................................................ 13
6. Administração Pública – Princípios Constitucionais expressos ............. 15
7. Administração Pública – Princípios Constitucionais implícitos .............. 24
8. Regime Jurídico-Administrativo. ..................................................... 37
9. DICA DE OURO. ........................................................................... 39
10. Principais pontos a serem fixados ................................................... 39
11. Lista das questões que resolvemos. ................................................ 43

1. Introdução e objetivos dessa apostila

Esse material vai tratar do Conceito, Noções Introdutórias e Princípios da


Administração Pública, assunto regularmente cobrado nos principais
concursos públicos.
Mas, antes disso, quero bater um papo inicial com você para apresentar o
objetivo desse material.
O Direito Administrativo é conhecido por ser o ramo não codificado do
Direito; isso quer dizer que, enquanto o Direito Civil e o Direito Penal, por
exemplo, podem ser condensados no Código Civil e no Código Penal,
respectivamente, e o Direito Constitucional está amparado no texto da
Constituição Federal, o Direito Administrativo não possui um “Código de
Direito Administrativo”.
O estudo do Direito Administrativo exige a leitura de inúmeras leis
esparsas, além de depender muito de entendimentos doutrinários (muitas
das vezes conflitantes) e da jurisprudência do STF e do STJ.

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Resultado disso é a quantidade infinita de livros e matérias sobre Direito


Administrativo que, a pretexto de procurar esmiuçar cada assunto específico
da matéria, acabam por cansar e confundir os alunos que se preparam para
concursos públicos, levando-os ao desespero!!!
Nesse material, quero aplicar a experiência que adquiri ao longo de quase
duas décadas em sala de aula, como professor, e como autor de livros
dedicados ao Direito Administrativo, para trazer um novo conceito no
estudo da matéria.
Minha intenção é criar algo que aumente o resultado do seu estudo, ou
seja, consiga ser ao mesmo tempo COMPLETO, CLARO, SUCINTO, PRECISO
e EXTREMAMENTE OBJETIVO, com o objetivo de maximizar a absorção do
conhecimento e evitar que você precise gastar tempo fazendo resumos e
revisões dispendiosas.
Ou seja, queremos que ele seja o grande apoio para a proposta do Nota11
de lhe deixar pronto para GABARITAR a prova em um tempo até 10X
mais rápido que os materiais e métodos tradicionais do mercado.
Vários tópicos dessa apostila foram retirados e/ou baseados no meu livro
Manual de Direito Administrativo – Editora Método – Grupo GEN, que
aborda detalhadamente cada tema do estudo do Direito Administrativo.
Minha intenção com o presente material, no entanto, é outra: ser mais
DIRETO e OBJETIVO, sem perder CONTEÚDO.
Mais do que um objetivo, isso é um verdadeiro DESAFIO, que agora vamos
passar a encarar juntos... Vamos lá?!!!

P.S. – Tenha atenção aos grifos. O que está negritado sempre será algo
importante!

2. Conceito e fontes do Direito Administrativo

2.1. Conceito do Direito Administrativo


Nível de concurso: Todos!

Os doutrinadores pátrios divergem quanto ao conceito do Direito


Administrativo. Para o nosso objetivo, é importante termos em mente os
seguintes elementos essenciais:
 Ramo do direito público;

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 Que estuda o conjunto de princípios e normas que regulam o


exercício da função administrativa (do Estado).

O direito é dividido em dois grandes ramos: Direito Público e Direito


Privado.
O ramo do direito privado é aquele que se preocupa em estudar as
relações existentes entre pessoas que se encontram niveladas em direitos e
obrigações; o direito privado é o “direito dos iguais”.
Quando uma pessoa contrata outra para lhe dar aulas particulares, por
exemplo, ambos (aluno e professor) têm os mesmos direitos. Assim, caso o
aluno não pague, o professor não estará obrigado a dar mais aulas, da
mesma maneira que, se o professor não der aulas, o aluno não é obrigado a
lhe pagar.
O direito civil e o direito empresarial são ramos do direito privado.
O ramo do direito público, ao contrário, é caracterizado pela desigualdade
entre as partes. Quando o Poder Público determina a desapropriação do
imóvel de um particular, por exemplo, o particular tem direito a receber o
valor justo pelo imóvel, mas não tem o direito de alegar não ter interesse
em desocupar o imóvel.
Nesse caso, o Poder Público irá se sobrepor ao particular, uma vez que o
Poder Público representa a coletividade, que tem interesse na
desapropriação do imóvel particular para a construção de um hospital
público, por exemplo.
Nesse sentido é que dizemos, portanto, que o direito administrativo é
ramo do direito público, uma vez que trata da estruturação da
Administração, que pode se sobrepor aos interesses dos particulares.
A definição de direito administrativo varia de autor para autor, não havendo
consenso sobre uma única definição.
Além disso, houve uma evolução sobre a melhor definição a adotar, com o
passar dos tempos, até chegarmos aos dias atuais, dependo dos critérios
adotados em cada época.
Os principais critérios utilizados foram os seguintes:

Critério das relações jurídicas:


Procurou definir o Direito Administrativo como o ramo do direito que trata
das relações entre o Poder Público e os administrados. É insatisfatório uma
vez que todos os outros ramos de direito público, como o Direito

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Constitucional e o Direito Tributário, tratam de relações entre o Estado e o


particular.

Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado:


Procurou definir o Direito Administrativo distinguindo dois sentidos diversos
para a Administração Pública, quais sejam, os sentidos objetivo e subjetivo.
Em sentido subjetivo, estaremos analisando os sujeitos que compõem a
Administração, que exercem as atividades, que são os órgãos públicos.
Em sentido objetivo, estaremos analisando o objeto, a matéria, a atividade
exercida pela Administração, que é a atividade jurídica não contenciosa
(significando dizer que a Administração pode aplicar o direito, mas não pode
julgar questões em caráter definitivo; assim, a Administração pode aplicar
um auto de infração e pode mesmo julgar um recurso administrativo contra
essa autuação, mas esse julgamento não é definitivo, uma vez que apenas
o Poder Judiciário pode julgar ações em caráter definitivo).
É o conceito adotado por José Cretella Júnior, segundo o qual o Direito
Administrativo é o “ramo do direito público interno que regula a atividade
jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de
sua ação em geral”.

Critério teleológico:
O termo “teleológico” retrata um adjetivo que serve para relacionar um fato
à sua causa; em sentido jurídico, a interpretação teleológica de uma lei é a
forma de interpretar a lei buscando-se compreender a finalidade para a qual
aquela lei foi editada.
Nesse sentido, portanto, o Direito Administrativo seria o ramo do direito que
se preocupa em regular as atividades do Poder Público voltadas para atingir
seu fim de interesse público.
O problema é que o direito constitucional, o tributário, e outros, além do
direito administrativo, também se preocupam com o fim de interesse
público.

Critério negativo:
O critério negativo, ou residual, foi apenas uma evolução do critério
teleológico a fim de deixar claro que o Direito Administrativo serviria para
estudar as atividades do Poder Público voltadas para atingir seu fim de
interesse público, excluindo-se as funções legislativa e judicial.

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Critério da hierarquia entre os órgãos:


Esse critério procurou separar os campos de estudo das disciplinas de
Direito Administrativo e Direito Constitucional, seguindo o entendimento de
que os órgãos hierarquicamente superiores, aqueles de primeiro escalão,
deveriam ser estudados pelo ramo do Direito Constitucional, cabendo ao
Direito Administrativo estudar apenas os órgãos de menor nível hierárquico,
aqueles incumbidos apenas de funções de execução.
Sabemos que esse entendimento atualmente não mais se sustenta, uma
vez os órgãos de mais altos níveis hierárquicos (tais como o STF e o
Congresso Nacional) são estudados pelo Direito Administrativo no que se
refere às suas funções puramente administrativas (uma vez que as funções
judicial e legislativa são de fato objeto de estudo do Direito Constitucional).

Critério do Poder Executivo:


Esse critério, que procurou restringir o Direito Administrativo à atuação do
Poder Executivo, é claramente insatisfatório uma vez que não é só o Poder
Executivo que exerce funções administrativas.
Assim, por exemplo, os atos relativos à vida funcional dos servidores dos
Poderes Legislativo e Judiciário, da mesma forma que os do Poder
Executivo, serão objeto do Direito Administrativo.

Critério da Administração Pública:


Esse critério, de certa forma mais simples e lógico que os anteriores, é o
atualmente adotado pela maior parte da doutrina, segundo o qual o Direito
Administrativo é o conjunto de princípios que regem a atuação da
Administração Pública.

Veja como isso está sendo cobrado

1 (IBFC/TÉCNICO - MPE-SP) Conceituando o Direito Administrativo,


como sendo o conjunto de princípios que disciplinam a atividade jurídica
não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua
atuação, está se adotando o critério:
a) Do órgão.
b) Das relações sociais do Estado.
c) Da Administração Pública.

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d) Da atividade social.
e) Da distinção entre atividade jurídica e social do Estado.

Comentário:
Como a definição citou a atividade do Estado e os seus órgãos, foi baseada
no critério que faz a distinção entre a atividade jurídica e a social do Estado
(letra E).

2 (IBFC/DIREITO - SEPLAG-MG) “Direito Administrativo é o sistema de


princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento
de seus fins.” O conceito citado no enunciado adotou o critério:
a) Da Escola do Serviço Público.
b) Das Relações Jurídicas.
c) Do Poder Executivo.
d) Teleológico.

Comentário:
O critério que busca o cumprimento dos fins do Estado é o critério
teleológico, preocupado em avaliar a finalidade da atuação estatal.
Gabarito letra D.

2.2. Fontes do Direito Administrativo


Nível de concurso: Todos!

Costuma-se dizer que o Direito Administrativo é o ramo do Direito que não


é codificado. O Direito Civil é baseado no Código Civil, o Direito Penal no
Código Penal e assim por diante; o próprio Direito Constitucional é baseado
na Constituição Federal.
Não há um Código de Direito Administrativo, e assim, as suas normas
encontram-se espalhadas em diversas leis específicas, como licitações e
contratos, processo administrativo, estatutos, etc. Não é difícil encontrar
temas de Direito Administrativo que não se encontram em lei alguma, e
ainda, leis que dispõem coisas totalmente impróprias, que são criticadas
com veemência pela doutrina.

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Assim, as FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO são:


LEI
DOUTRINA
JURISPRUDÊNCIA
COSTUMES

Devemos entender a palavra LEI em sentido amplo, abrangendo desde a


Constituição Federal até as leis complementares e ordinárias e demais
normas.
Além disso, o Direito Administrativo se baseia na DOUTRINA, que é o
entendimento abalizado dos doutos na matéria, tais como os mestres Hely
Lopes Meirelles, Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella Di
Pietro e Carvalhinho.
A JURISPRUDÊNCIA é o conjunto de decisões judiciais reiteradas de um
Tribunal a respeito de determinada matéria.
Cada Tribunal possui sua própria jurisprudência, mas, para fins de concurso
público, é importante conhecer os casos mais importantes da jurisprudência
do STF e do STJ.
A jurisprudência do STF não vincula, ou seja, não obriga que os demais
Tribunais e juízes inferiores julguem diferente, uma vez que não há
hierarquia na função judicial. Assim, por exemplo, ainda que haja
jurisprudência do STF no sentido de que a cor dos uniformes é “verde”, um
juízo inferior pode entender que a cor é “azul”.
As exceções se resumem às hipóteses de súmulas vinculantes e às
matérias de repercussão geral.

CUIDADO!!!
As SÚMULAS DO STF são decisões do STF que não vinculam, não
obrigam os demais juízos.
As SÚMULAS VINCULANTES DO STF são decisões do STF que vinculam,
obrigam os demais juízos, que não poderão julgar de forma diferente.

Assim, se houver súmula vinculante dizendo que a cor é verde, nenhum juiz
poderá decidir por outra cor.

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No caso da repercussão geral, o STF primeiro tem que decidir se a


“questão a respeito da cor dos uniformes” é ou não relevante. Se entender
que sim, irá declarar que aquele tema tem repercussão geral e, ao decidir
que a cor é verde, comunicará a todos os demais juízos.
A partir daí, após cada julgamento em que o juiz decidir igual ao STF
(verde), não caberá mais recurso daquela decisão. Se o juiz decidir que a
cor é azul, aí sim caberia recurso podendo-se chegar ao STF.
Esses institutos, aqui tratados de forma rápida, por se referir à função
judicial (e não administrativa) do Estado, devem ser estudados em Direito
Constitucional.
Como dito anteriormente, é comum haver uma lei dizendo uma coisa X
enquanto a doutrina defende a coisa Y. E na prova, você responde X ou Y?
Bom, o ideal é que essas contradições não fossem cobradas em prova, mas
são!
A melhor saída é responder X, ou seja, é melhor responder o que está
previsto na LEI, que é a fonte primária do Direito Administrativo, até
porque, se não for esse o gabarito, é muito fácil apresentar recurso
fundamentado na lei.
Só devemos responder de acordo com a doutrina ou jurisprudência se a
questão exigir isso, da seguinte maneira: “De acordo com a doutrina
majoritária, podemos afirmar que...” ou então “Conforme a jurisprudência
do STF, assinale a alternativa correta”.
Além de tudo que foi dito, o COSTUME, ou seja, a praxe administrativa,
ainda é muito respeitada e observada pela Administração (embora cada dia
menos).

3. Sistema Inglês x Francês de Jurisdição


Nível de concurso: Principais concursos!

No Brasil, seguimos o sistema inglês, onde a jurisdição é una, haja vista


que cabe ao Poder Judiciário dar a última palavra às questões nas quais a
administração é parte, lembremo-nos do art. 5º, XXXV: a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Alguns países adotam o sistema francês, ou sistema do contencioso
administrativo, pelo qual as matérias administrativas não são levadas ao
Judiciário. Elas são decididas, de forma definitiva, pela própria

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Administração, por meio de seus conselhos e tribunais administrativos, sem


possibilidade de recurso ao Judiciário.
O “contencioso administrativo” é, portanto, uma decisão administrativa
definitiva e irreformável, não admitida em nosso sistema por impedir o
acesso ao Judiciário, ou seja, por ferir o princípio da inafastabilidade do
controle judicial.
Ou seja:

SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO:

Matéria administrativa → Administração Pública


Demais matérias → Poder Judiciário

SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA (BRASIL):

Matéria administrativa
Poder Judiciário
Demais matérias

Quadro esquemático retirado do livro Manual de Direito Administrativo –


Grupo GEN – Prof. Gustavo Mello Knoplock

Veja como está fácil…

3 (ESAF/ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) O sistema adotado, no


ordenamento jurídico brasileiro, de controle judicial de legalidade, dos atos
da Administração Pública, é
a) o da chamada jurisdição única.
b) o do chamado contencioso administrativo.
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o
exercício do controle jurisdicional.
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

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Comentário
O Brasil não adota o sistema do contencioso administrativo (sistema
francês), mas sim o sistema de jurisdição única, ou una (sistema inglês),
uma vez que as decisões administrativas são passíveis de alteração pelo
Poder Judiciário. Gabarito: letra A

4. Administração Pública - sentidos

4.1. Sentidos subjetivo e objetivo


Nível de concurso: Todos!

 Subjetivo, formal ou orgânico – como o próprio nome sugere, tem


como ponto de partida o conjunto de sujeitos (agentes, órgãos e
entidades) responsáveis pela execução da função administrativa do
Estado;
 Objetivo, material ou funcional – este leva em conta o objeto da
Administração (as próprias funções, atividades) da Administração
Pública. Melhor dizendo, trata-se do conjunto de atividades da
Administração para chegar aos seus fins. Enquadram-se nestas
atividades de fomento, polícia administrativa, serviço público e
intervenção administrativa.

SENTIDOS:
SUBJETIVO, FORMAL, ORGÂNICO:
Agentes, órgãos e entidades
OBJETIVO, MATERIAL, FUNCIONAL:
Funções, atividades administrativas

4.2. Sentidos amplo e estrito


Nível de concurso: Todos!

 Estrito – engloba apenas os órgãos puramente administrativos,


incumbidos de realizar as atividades administrativas em sentido
estrito, tais como a prestação de serviços públicos;

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 Amplo – inclui ainda os órgãos governamentais responsáveis por


funções políticas, de governo, tal como a indicação de um nome pelo
Presidente da República, ao Senado Federal, para ocupar o cargo de
Procurador Geral da República.

SENTIDOS:
ESTRITO: abrange apenas os órgãos e funções administrativos.
AMPLO: abrange ainda os órgãos de governo em suas funções políticas.

Já sabemos que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo integram a


Administração apenas quando realizarem funções administrativas, portanto,
a Administração não inclui as funções legislativa e jurisdicional, mas há
ainda uma quarta função mista que é a função política, pela qual, por
exemplo, são traçadas as metas de governo.
Administração em sentido amplo inclui essa função política, além da função
administrativa, enquanto que, em sentido estrito, só a função
administrativa propriamente dita.

Função Legislativa

Função Jurisdicional

Função Administrativa  Administração Pública Administração


(sentido estrito) Pública
Função Política (sentido amplo)

Quadro esquemático retirado do livro Manual de Direito Administrativo –


Grupo GEN – Prof. Gustavo Mello Knoplock

Isso está sendo cobrado assim

4 (ESAF/ATRFB – MIN. FAZENDA) A expressão Administração Pública,


em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos
administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,

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excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a


função política.

Comentário
Essa afirmativa foi considerada correta, misturando-se os dois critérios. O
mais difícil foi, sem dúvidas, a interpretação da afirmativa. Vamos colocar
em outra ordem, para facilitar:
Em sentido estrito, Administração Pública compreende:
 Em sentido subjetivo: os órgãos administrativos (excluindo-se os
órgãos governamentais, que seria em sentido amplo).
 Em sentido objetivo: a função administrativa (excluindo-se a função
política, que seria em sentido amplo).

5. Princípios da Administração Pública


Nível de concurso: Todos!

Os princípios são as regras que a Administração Pública deve seguir. Eu


acho que esse é o assunto mais importante do Direito Administrativo, uma
vez que todos os demais assuntos estão direta ou indiretamente
relacionados a esse tema.
As LEIS devem ser elaboradas pelo Poder Legislativo sempre de acordo com
os princípios, ou seja, os princípios são na verdade anteriores à lei. Os
princípios demonstram a “regra do jogo”, mostram como a atuação da
Administração deve ser, o que em tese ela deve procurar fazer e aquilo que
ela não deve fazer.
Entendendo-se bem os princípios (sem procurar apenas decorá-los), você
poderá acertar questões de concurso relativas, por exemplo, a Licitações e
Contratos, sem conhecer a lei específica que trata desse tema, apenas
raciocinando e eliminando alternativas na prova apenas com o raciocínio,
imaginando que determinadas atuações devem ser proibidas por aquela lei
porque ferem princípios da Administração. E isso é verdade!
Bom, os princípios que veremos servem para demonstrar, antes de tudo,
que a Administração não se coloca no mesmo nível que o particular, que as
regras aplicáveis à Administração não são as mesmas regras que se aplicam
aos particulares, ou seja, as regras de Direito Público são diferentes das
regras de Direito Privado.

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Veremos que vários desses princípios servem para mostrar que a


Administração Pública tem vantagens, prerrogativas, privilégios que não se
estendem aos particulares, colocando a Administração em posição de
supremacia em relação aos particulares, ou seja, alguns princípios conferem
prerrogativas à Administração.
Por outro lado, alguns outros princípios servem justamente para o contrário,
para mostrar que a Administração não pode fazer o que ela quiser e bem
entender, ou seja, que a Administração deve respeitar determinados
direitos dos particulares, então, alguns princípios servem para conferir
sujeições, limitações à atuação da Administração.
Os princípios que conferem sujeições à atuação da Administração se
aplicam a toda a Administração Pública, uma vez que toda ela deve
respeitar esses limites, no entanto, os princípios que conferem
prerrogativas só se aplicam às pessoas jurídicas de Direito Público, pois só
essas gozam de privilégios.
Por exemplo, a seleção de pessoal para a Administração exige a realização
de concurso público, essa regra é uma imposição à Administração, uma
sujeição, portanto, TODA a Administração, Direta ou Indireta está obrigada
a fazer concurso.
A possibilidade de se desapropriar um imóvel de um particular para a
realização de uma obra, por exemplo, é uma prerrogativa, uma regra de
Direito Público e, portanto, somente pessoas jurídicas de Direito Público
podem desapropriar.

Então:

PRERROGATIVAS ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTARQUIAS E


FUNDAÇÕES PÚBLICAS (SOMENTE
PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO);

SUJEIÇÕES TODA A ADMINISTRAÇÃO, DIRETA E


INDIRETA.

Além disso, os princípios são divididos em dois grandes grupos: os


princípios constitucionais expressos e os princípios implícitos (ou
reconhecidos).

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Como o nome está dizendo, os princípios constitucionais expressos são


aqueles que aparecem expressamente previstos na CF, em seu artigo 37
caput. Assim, dispõe a Constituição que TODA a Administração deve
obediência aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência (a fórmula LIMPE).
Os princípios implícitos são aqueles que não aparecem expressamente
previstos na CF, assim, por exemplo, veremos que a Administração deve
obediência ao princípio da razoabilidade, mas esse termo não aparece
expressamente em nenhum lugar da Constituição, por isso é implícito.

6. Administração Pública – Princípios Constitucionais expressos


Nível de concurso: Todos!

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte (...).
Os princípios expressos não representam prerrogativas da Administração, e
sim SUJEIÇÕES impostas a ela, uma vez que a Administração tem o dever
de agir conforme a lei, de forma impessoal, moral, pública e eficiente e,
assim sendo, esses princípios expressos, por demonstrar sujeições, se
aplicam a toda a Administração, Direta e Indireta.
As iniciais destes princípios formam um mnemônico muito utilizado: o
LIMPE. Vamos entender cada um dos princípios:

LEGALIDADE: o agente público só pode fazer aquilo que estiver previsto


em LEI.
Os particulares podem fazer tudo aquilo que não for proibido em lei, mas os
agentes públicos, de maneira diversa, só podem fazer o que estiver
previsto na lei.
A diferença é que se não houver nenhuma lei falando se algo pode ou não
ser feito, o particular poderá fazer à vontade, pois não é proibido, mas o
agente público, em seu serviço, não poderá fazer aquilo pois não está
previsto em lei.
O princípio da legalidade pode ser entendido, portanto, em dois sentidos
diversos:

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1- Para o cidadão - legalidade é poder fazer tudo aquilo que a lei não
proíba.
2- Para o agente público - legalidade é poder fazer somente aquilo que
a lei permite ou autoriza.
O princípio da legalidade é, assim, muito mais restrito para o agente
público do que para o particular. Nesse sentido é que a doutrina vem
apelidando de princípio da restritividade o princípio da legalidade
administrativa.
Mais amplo do que o princípio da legalidade (agir conforme a lei) é o
princípio da juridicidade, que contempla a lei e os demais instrumentos
normativos, tais como Constituição, tratados, costumes, decretos, princípios
gerais, costumes etc.

Veja como isso está sendo cobrado

5 (ESAF / ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) A legalidade, como princípio


básico da Administração Pública, especificamente, consiste mais em que, a
autoridade administrativa só pode praticar atos, quando
a) autorizados ou permitidos em lei.
b) não vedados em lei.
c) indicada sua fundamentação.
d) tenha competência para tanto.
e) objetivam interesse público.

Comentário
A letra C demonstra o princípio da motivação, uma vez que a Administração
deve indicar a fundamentação, ou seja, os motivos de seus atos.
A letra D apenas demonstra que os atos só podem ser praticados por quem
possua competência para tal, o que não retrata o princípio da legalidade.
A letra E apresenta o princípio da impessoalidade, ou finalidade, que deve
ser sempre o interesse público.
As letras A e B tratam do princípio da legalidade. A letra B retrata o
princípio da legalidade voltada para os particulares em geral, que podem
fazer tudo aquilo que a lei não veda, de acordo com a Constituição federal
artigo 5º II:

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Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão


em virtude de lei, ou seja, o particular pode fazer tudo o que não seja
proibido em lei.
Para os agentes públicos, o princípio da legalidade tem conceito diferente,
uma vez que esses só podem fazer aquilo que estiver previsto em lei. O
princípio da legalidade para o agente público é mais restrito do que para o
particular, razão pela qual alguns doutrinadores têm se referido a isso como
o princípio da restritividade, que, em suma, é a aplicação do princípio da
legalidade ao serviço público.
Assim sendo, o agente só pode fazer o que estiver autorizado, permitido,
previsto, determinado, expresso em lei. Gabarito: letra A

IMPESSOALIDADE: o agente público deve trabalhar agindo sempre de


forma a querer beneficiar a coletividade, buscando a finalidade que é o
interesse público, não podendo nunca agir buscando uma finalidade
pessoal, ou seja, fazer ou deixar de fazer alguma coisa visando se
beneficiar, beneficiar algum amigo ou prejudicar um inimigo.
Quando um político manda colocar o nome dele em uma escola municipal
não está pensando no interesse público, está agindo de forma pessoal,
buscando se promover.
Essa atuação é expressamente proibida pelo artigo 37 § 1º da Constituição
Federal.
Como os atos dos agentes públicos são imputados aos órgãos que eles
estão vinculados, é necessário que sejam realizados com impessoalidade.
Assim, o agente público é apenas a forma de exteriorizar a vontade da
administração, um mero executor do ato, não podendo deixar que aspectos
subjetivos, pessoais, influenciem na sua execução.
O agente público deve ser impessoal ao praticar o ato, não pode agir de
forma a se beneficiar, beneficiar um amigo ou prejudicar um inimigo de
forma pessoal.
O agente deve buscar sempre a finalidade de interesse público, e nunca a
finalidade pessoal, razão pela qual o princípio da impessoalidade tem sido
definido pela doutrina majoritária como equivalente ao princípio da
finalidade.
Esse princípio veda a promoção pessoal do administrador, de forma a
impedir que o administrador, aproveitando-se da propaganda do governo,
busque sua autopromoção.

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Para dar efetividade a este princípio, prescreve o art. 37, §1º: “A


publicidade (propaganda) dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos”.

Tranquilo…

6 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO - SUSEP) O princípio constitucional do


Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na prática dos atos
administrativos, importa assegurar que, o seu resultado, efetivamente,
atinja o seu fim legal, de interesse público, é o da
a) legalidade.
b) publicidade.
c) impessoalidade.
d) razoabilidade.
e) moralidade.

Comentário
O “fim”, ou seja, a finalidade de todo ato administrativo deve ser sempre
o interesse público, ou, senão, a finalidade buscada pelo agente será
pessoal, estará agindo em seu próprio benefício, para favorecer algum
amigo ou prejudicar um inimigo.
O princípio que obriga que o resultado dos atos seja o seu fim legal de
interesse público é o princípio da finalidade, sinônimo de impessoalidade.
Muitos alunos marcaram, nessa questão, o princípio da legalidade pelo fato
de a banca ter colocado (de propósito, a fim de confundir o candidato) que
o resultado do ato deva atingir “o seu fim legal de interesse público”. O
resultado de toda atuação da Administração deve ter sempre como fim o
interesse público, conforme determina a lei, uma vez que, obviamente, a lei
não poderá estabelecer uma finalidade que seja pessoal.
O mais importante no enunciado é que o agente deve buscar aquele
resultado de interesse público (princípio da finalidade) e não que o agente
deve buscar o resultado estabelecido em lei (e daí imaginar-se a
legalidade).

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O enunciado retrata o princípio da impessoalidade. Gabarito: letra C

7 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador
público deve objetivar a realização do interesse público.

Comentário
A afirmativa está correta. Conforme já comentado, de acordo com o
princípio da finalidade ou impessoalidade, a atuação do administrador
público deve visar sempre o interesse público. A finalidade deve ser pública,
nunca pessoal.

MORALIDADE: o agente público deve atuar de forma moral. Assim,


determinada atuação pode não ser ilegal, mas ser imoral.
A moralidade anda junto com a impessoalidade, assim, quando um fiscal
pede propina para não multar um estabelecimento, essa atuação é pessoal
e imoral.
Ao administrador público não basta cumprir o que está na lei, deve-se guiar
por padrões éticos de conduta e zelo pelo alcance do interesse público.
Aqui cabe observar que a moralidade administrativa difere da moral
comum, pois exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade,
honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa
administração.
Como exemplo de esforço para reforçar a moralidade administrativa no
Brasil foi a edição da Súmula Vinculante nº 13, que vedou o nepotismo na
administração pública.
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal”.

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Encerrando, importante sabermos alguns instrumentos que o sistema


jurídico disponibiliza para proteger a moralidade administrativa: Ação
Popular (art. 5º, LVIII da CF); Ação Civil Pública de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92); Controle externo exercido pelos Tribunais de
Contas.

PUBLICIDADE: a atuação da Administração deve ser pública e


transparente, ou seja, a Administração não deve agir às escuras, de forma
escondida, sigilosa.
A Administração tem o dever de dar publicidade de seus atos, assim, por
exemplo, quando contrata uma empresa para lhe prestar serviço, deve dar
transparência a essa contratação, informando quem foi a empresa
contratada, o valor da contratação e etc.
Este princípio consiste na obrigação da administração de tornar público atos
administrativos, está estreitamente ligado ao dever de transparência na
atuação administrativa.
Importante ainda ressaltar que publicidade não se confunde com
publicação.
Pelo princípio da publicidade exige-se a transparência, a obrigação de
demonstração da atuação administrativa e de prestação das informações de
interesse da sociedade, vedando a prática de condutas sigilosas.
A publicação se refere à divulgação dos atos no diário oficial. Nem tudo
deve ser publicado no diário oficial, mas, ainda assim, deve estar à
disposição da população.
Os atos normativos, e aqueles que sejam de interesse de toda a população
normalmente devem ser divulgados, mas outros dispensam a publicação,
ainda que não dispensem a publicidade.
Por fim, como todos os demais princípios, o da publicidade não é absoluto, a
própria Constituição nos mostra duas exceções:
a) a segurança do Estado, da sociedade (art. 5º, XXXIII);
b) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X).

A fim de regulamentar o princípio constitucional da publicidade foi editada,


em 2011, a Lei nº 12.527, apelidada de “lei de acesso à informação”
trazendo importantes dispositivos:
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a
assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem

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ser executados em conformidade com os princípios básicos da


administração pública e com as seguintes diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como
exceção;
II - divulgação de informações de interesse público,
independentemente de solicitações;
Ressalta a lei em seu artigo 8º que “é dever dos órgãos e entidades
públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em
local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas”.
Para isso, deverão ser utilizados “todos os meios e instrumentos legítimos
de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede
mundial de computadores”, estando dispensados da divulgação pela
internet apenas os Municípios com população de até 10.000 habitantes.
Qualquer interessado poderá apresentar aos órgãos públicos pedido de
acesso a informações, desde que o pedido contenha a identificação do
requerente, de forma a afastar o pedido feito de forma anônima, não
podendo a Administração exigir que o requerente exponha os motivos pelos
quais solicita a informação, nem fazer quaisquer exigências que inviabilizem
a solicitação.
A regra, portanto, é a publicidade, sendo o sigilo a exceção, admitida
apenas em se tratando de informações sigilosas e informações
pessoais.
A informação sigilosa (aquela imprescindível à segurança) poderá ser
classificada como “reservada”, “secreta” ou “ultrassecreta” e, assim, admitir
restrição de acesso por até 5 anos, 15 anos ou 25 anos, respectivamente, a
partir do que a informação tornar-se-á automaticamente de acesso público.
Devemos ter em mente que só é admissível a classificação de uma
informação em determinado grau de sigilo em situações excepcionais que
justifiquem a medida, levando-se em conta o risco para a sociedade, e
sempre a partir de decisões fundamentadas.
Dispõe a lei que as informações pessoais relativas à intimidade, vida
privada, honra e imagem das pessoas serão de acesso restrito pelo prazo
máximo de até 100 anos, mas que poderão ser divulgadas antes disso
diante de “previsão legal”.

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Veja como isso está sendo cobrado

8 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O dever da Administração de dar


transparência aos seus atos denomina-se:
a) legalidade
b) motivação
c) publicidade
d) eficiência
e) moralidade

Comentário
Essa é moleza! O princípio da publicidade tem exatamente esse contexto, o
da transparência dos atos da Administração, o que não significa que todos
os atos administrativos devam ser publicados no Diário Oficial. Mesmo os
atos que não são publicados no Diário Oficial devem ser públicos e
transparentes. Gabarito: letra C

EFICIÊNCIA: esse princípio foi acrescentado ao artigo 37 caput da CF


apenas na reforma administrativa feita pela emenda constitucional nº 19,
em 1998.
Muito bem, o “carro chefe” da emenda foi justamente a inclusão desse
princípio constitucional. A partir dali, a Administração passou a ser obrigada
a atuar com eficiência, prestando serviços públicos de qualidade, modernos,
rápidos e mais baratos, ou seja, com o melhor custo/benefício para a
população.
O princípio da eficiência mudou a cara da Administração Pública, que passou
a adotar um modelo de administração mais preocupada com resultados e
com a busca pela qualidade, pela satisfação de seus “clientes” (os
administrados).
Em outras palavras, a Administração Pública passou a adotar o modelo de
administração gerencial.
Antes da Reforma Administrativa, adotava-se um modelo de
administração burocrática, apenas preocupada em realizar aquilo que
estivesse previsto em lei, mas nunca com a qualidade do que se estava
realizando.

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Em decorrência disso, os servidores públicos passaram a ser obrigados a


trabalhar sério, mostrando eficiência.
Assim, houve alteração também no artigo 41 da CF passando a prever
(somente após essa emenda constitucional, em 1998) que os servidores
passariam a ser avaliados, passando a haver a verificação da eficiência
deles.
Com isso, para os servidores ainda não estáveis, foi acrescentado ao
artigo 41 o § 4º, dizendo que a estabilidade só seria adquirida, após 3 anos
de serviço, se os mesmos fossem aprovados em uma avaliação especial
de desempenho, feita durante esse período, medindo-se a eficiência de
cada um.
Para os servidores estáveis (após os 3 anos de serviço), também foi
acrescentado o inciso III ao § 1º do artigo 41, passando a prever que esses
servidores já estáveis também passarão por uma avaliação periódica de
desempenho, e, caso sejam considerados ineficientes, perderão seus
cargos.
O problema é que essa avaliação ainda depende da edição de uma Lei
Complementar que dirá como será feita essa avaliação.
Na prática, como até hoje essa Lei Complementar não foi editada, não há
ainda essa avaliação e, por consequência, nenhum servidor estável pode,
atualmente, perder seu cargo por ineficiência.

Veja como isso está sendo cobrado

9 (ESAF / PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA – PGM


FORTALEZA) O princípio constitucional da eficiência vincula-se à noção de
administração:
a) patrimonialista
b) descentralizada
c) gerencial
d) burocrática
e) informatizada

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Comentário
Como já vimos, esse princípio, introduzido pela Reforma Administrativa,
serviu para exigir a qualidade dos serviços prestados pela Administração, o
que até então, em tese, não era exigido pelo texto constitucional.
Inaugurou-se o modelo de administração gerencial no serviço público
brasileiro. Gabarito: letra C

7. Administração Pública – Princípios Constitucionais implícitos


Nível de concurso: Todos!

A lista de princípios constitucionais expressos é TAXATIVA, ou seja, são


apenas aqueles previstos no artigo 37 caput da CF: LIMPE.
A lista apresentada a seguir para os denominados princípios constitucionais
implícitos, ou reconhecidos, é apenas EXEMPLIFICATIVA, uma vez que há
uma infinidade de princípios reconhecidos pela doutrina. Vamos procurar
apresentar aqueles mais relevantes:
Vale lembrar que, segundo doutrina majoritária, todos os princípios têm a
mesma relevância na atuação da administração.

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO: Quando


houver conflito de interesses entre o interesse do Estado e o do particular,
deve prevalecer o interesse estatal, o interesse público.
É o que ocorre, por exemplo, em se tratando das desapropriações. Quando
o Estado decreta a desapropriação de um imóvel particular para a
construção de um hospital público, por exemplo, ainda que o proprietário
não tenha interesse em desocupar o imóvel, ele será forçado a isso.
Uma vez que esse princípio retrata bem uma regra de Direito Público, o
Estado aqui se coloca em posição de superioridade em relação ao particular,
uma vez que representa o interesse público, o interesse de toda a
coletividade, que deve se sobrepor ao interesse individual.
Como esse princípio demonstra uma prerrogativa, somente se aplica às
pessoas jurídicas de Direito Público, ou seja, à Administração Direta,
autárquica e fundacional.

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INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO: Nenhum agente


público pode dispor da coisa pública, ou seja, uma autoridade pública não
pode lidar com a coisa pública, com os bens e interesses do Estado como se
fossem de sua propriedade.
Assim, por exemplo, quando a lei permite que um Deputado Federal nomeie
10 pessoas para ocuparem cargos em comissão de assessores
parlamentares, sem a necessidade de concurso público (uma vez que os
cargos em comissão são de livre nomeação), deve-se entender que essas
pessoas atuarão assessorando as funções parlamentares do Deputado.
Caso seja constatado que algum desses assessores exerce funções
particulares para o Deputado, por exemplo, ao levar os filhos do
parlamentar à escola ou trabalhar como empregado doméstico na residência
do Deputado, tal fato estará ferindo o princípio da indisponibilidade do
interesse público.
Como esse princípio denota uma sujeição, é aplicável a TODA a
Administração Pública.

Segundo o renomado administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello,


esses dois princípios são os mais importantes, dos quais decorrem todos os
demais.

Veja como isso está sendo cobrado

10 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) O estudo do regime jurídico-


administrativo tem em Celso Antônio Bandeira de Mello o seu principal autor
e formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é
construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos quais os
demais decorrem. Para ele, estes princípios são:
a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e supremacia
do interesse público sobre o particular.
b) legalidade e supremacia do interesse público.
c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle
jurisdicional dos atos administrativos.
d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade pública
dos atos da Administração.
e) legalidade e finalidade.

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Comentário
Essa questão é bem literal, retirada do livro do referido autor. De acordo
com o professor, e boa parte da doutrina, os princípios mais importantes
são os dois primeiros princípios comentados nesse material, quais sejam, a
supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do
interesse público.
O primeiro (supremacia) serve para demonstrar a máxima prerrogativa da
Administração (das pessoas de Direito Público) e o segundo
(indisponibilidade) demonstra uma sujeição, uma restrição imposta aos
agentes públicos.
Assim, se apresenta a gangorra das prerrogativas e sujeições da
Administração. Serve, em suma, para mostrar que o agente público (em
nome da Administração) pode MAIS do que o particular, mas NÃO PODE
TUDO! Ele não pode agir da maneira que quiser e bem entender, como se a
coisa pública estivesse à sua disposição. Gabarito: letra A

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: Presume-se que todos os atos


realizados pela Administração sejam legítimos, ou seja, que tenham sido
editados de acordo com os princípios que regem a Administração.
Nada impede que o particular consiga provar que determinada atuação da
Administração é ilegal, imoral, pessoal, desproporcional…
Essa presunção é relativa, presunção juris tantum, vez que admitem prova
em contrário (a presunção de legitimidade não é absoluta, ou juris et de
jure, que seria aquela em que não se admitiria nenhuma contestação ou
prova em contrário).

ESPECIALIDADE: Serve de fundamento para que a Administração pratique


a descentralização, criando entidades da Administração Indireta que terão
independência e autonomia e serão especializadas naquela função.

TUTELA: Ou controle, permitindo que as atuações da Administração sejam


fiscalizadas e controladas por outra estrutura externa. Isso ocorre, por
exemplo, quando o Poder Judiciário e/ou o Poder Legislativo, de forma
externa, fiscalizam e controlam as atuações da Administração.

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AUTOTUTELA: Ou autocontrole, permitindo que a Administração Direta


controle os seus próprios atos, internamente, podendo anular os atos ilegais
e revogar os atos que entender inconvenientes.
O princípio da autotutela, também chamado de princípio da
sindicabilidade, decorre diretamente controle interno que a administração
deve exercer sobre seus próprios atos, sem a necessidade de recorrer ao
Poder Judiciário. Tal determinação tem previsão legal expressa na Lei
9.784/99:
“Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.
Veja que se o ato for ilegal a administração tem o dever de anular.
Já a revogação ocorrerá quando o ato for válido, no entanto se tornou
inoportuno ou inconveniente para a administração, lembre-se que tal
hipótese é uma faculdade para administração.

HIERARQUIA: Relação de coordenação e subordinação entre os órgãos e


entre os agentes.

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO: O serviço público não pode ser


interrompido. As necessidades da coletividade não podem deixar de ser
atendidas.
Em consequência desse princípio ocorrem a restrição ao direito de greve
nos serviços públicos (que, de acordo com o artigo 37 VII da Constituição,
dependem de regulamentação por lei específica) e a impossibilidade, para o
contratado, de invocar plenamente a exceptio non adimpleti contractus
contra a Administração pública.
O artigo 37 VII da CF, que prevê o direito de greve no serviço público nos
termos e limites definidos em lei específica é uma norma constitucional
de eficácia limitada.
Uma vez que essa lei específica até o momento não foi editada, durante
muitos anos entendeu o STF que a greve no serviço público estaria vedada.
Depois de inúmeros mandados de injunção apresentados em defesa dos
servidores, no entanto, o STF alterou seu posicionamento e declarou que
enquanto não for editada a lei específica de greve no serviço público, os
servidores podem realizar a greve desde que atendam os requisitos da lei
de greve aplicável à iniciativa privada no que couber.

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Essa última ressalva significa dizer que a lei de greve da iniciativa privada
não se aplica indistintamente a todos os servidores.
Segundo o STF, a greve continua vedada (enquanto não for editada a lei
específica de greve no serviço público) para os servidores da área de
segurança pública, saúde e atividades da administração da Justiça, além de
fiscais de rendas.
A exceptio non adimpleti contractus é a “exceção do contrato não
cumprido”, se refere à permissão dada a uma das partes em um contrato
privado para deixar de cumprir com seus deveres assumidos, em função de
a outra parte não ter honrado com a sua contrapartida.
Ao contrário do que ocorre em um contrato privado, nos contratos
administrativos, ainda que a administração pública deixe de honrar com
suas obrigações, não realizando os pagamentos devidos, o contratado não
pode interromper imediatamente a prestação dos serviços (de acordo com a
lei 8666/93, isso só poderá ocorrer após 90 dias de atraso de pagamento).

Veja como isso está sendo cobrado

11 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) As restrições ao direito de greve do servidor público decorrem do
princípio da continuidade das atividades da Administração Pública.

Comentário
A afirmativa está correta, e é muito fácil...
Como já comentado anteriormente, a restrição (mas não a proibição
absoluta) do direito de greve decorre da necessidade de continuidade do
serviço público.

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: Necessidade de adequação


entre meios e fins imposta à Administração, sendo vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquela estritamente
necessária ao atendimento do interesse público e devendo ser observadas
as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados.
Quando a Administração interfere na órbita privada dos particulares, ou
seja, quando a Administração faz alguma imposição ao particular (que, a

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princípio, não está disposto a cumprir), proíbe que ele faça algo, aplica a ele
alguma punição, faz a ele alguma exigência, alguma restrição, alguma
condição para que ele possa exercer um direito, entre outras intervenções,
a Administração deve atuar de forma razoável e proporcional.
A Administração não pode fazer imposições, restrições, exigências que não
sejam razoáveis, que não tenham fundamento, bom senso, e que sejam
desproporcionais, desnecessárias, excessivas.
Assim, por exemplo, a exigência de testes físicos de corridas e saltos é
perfeitamente razoável e proporcional em um concurso para agente da
Polícia Federal, mas é completamente irrazoável e desproporcional em um
concurso para merendeira de escola.

Está muito fácil…

12(ESAF / ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG) A


observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente público,
constitui fundamento do seguinte princípio da Administração Pública:
a) Publicidade.
b) Moralidade.
c) Legalidade.
d) Proporcionalidade.
e) Impessoalidade.

Comentário
A exigibilidade significa a “possibilidade de exigir”. Assim, quando a
Administração exige algo ao particular, deve observar o princípio da
razoabilidade e da proporcionalidade.
Dessa forma, a possibilidade de se exigir testes físicos em um concurso
público deve observar a razoabilidade. A exigência desses testes em um
concurso pode ser proporcional às atribuições daquele cargo, mas ser
desproporcional em relação a outro cargo.
Deve, assim, haver uma “adequação” entre as exigências feitas no concurso
e as atribuições do cargo, razão pela qual o gabarito é a letra D.

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13 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O princípio da Administração


Pública que se fundamenta na ideia de que as restrições à liberdade ou
propriedade privadas somente são legítimas quando forem necessárias e
indispensáveis ao atendimento do interesse público denomina-se:
a) legalidade.
b) publicidade.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) eficiência.

Comentário
O enunciado utilizou duas palavras chaves, que sempre são usadas pelas
bancas quando se referem ao princípio da razoabilidade e
proporcionalidade: “restrições” e, principalmente, o termo “necessárias”.
Quando a Administração faz alguma restrição, ou toma uma medida
restritiva em nível acima do que seria o “necessário” e suficiente para o
caso, estará ferindo o princípio da razoabilidade e proporcionalidade.
Gabarito: letra C

14 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) Tratando-se de poder de polícia,


sabe-se que podem ocorrer excessos na sua execução material, por meio de
intensidade da medida maior que a necessária para a compulsão do
obrigado ou pela extensão da medida ser maior que a necessária para a
obtenção dos resultados licitamente desejados.
Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte
princípio:
a) legalidade
b) finalidade
c) proporcionalidade
d) moralidade
e) contraditório

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Comentário
Quanto mais você estuda e resolve questões, mais você verifica que o
assunto é simples e que a aprovação em concurso público não é nenhum
“bicho de sete cabeças”. Essa questão usou, mais uma vez, a palavra
“necessária”...
Quando a Administração exerce o seu poder de polícia (que será estudado
no capítulo relativo aos poderes da Administração), por exemplo, quando
um fiscal de vigilância sanitária autua ou interdita um estabelecimento, essa
sanção deve ser proporcional à irregularidade constatada.
Deve haver razoabilidade na atuação, não se admitindo medidas maiores
que as “necessárias”.
Assim sendo, a razoabilidade e proporcionalidade são os princípios a serem
observados, de forma a limitar a discricionariedade presente no poder de
polícia. Gabarito: letra C

MOTIVAÇÃO: É na verdade uma decorrência do princípio da publicidade,


significando dizer que a Administração deve motivar os seus atos,
mostrando claramente os motivos pelos quais está agindo de determinada
maneira.
A Lei nº 9.784/1999, em seu artigo 50, define que nos atos ali enumerados
(uma lista que engloba, na prática, qualquer atuação administrativa) a
motivação, a demonstração dos motivos daquele ato é obrigatória.
Esse artigo é MUITO IMPORTANTE PARA CONCURSOS!
A motivação dos atos administrativos que possam prejudicar particulares é
a regra geral, diretamente relacionada ao direito de ampla defesa contra
eventual ato ilegal.

SEGURANÇA JURÍDICA: Veda a aplicação retroativa de nova


interpretação de lei.
É comum, na esfera administrativa, haver mudança de interpretação de
determinadas normas legais, com a consequente mudança de orientação,
em caráter normativo, afetando situações já reconhecidas e consolidadas na
vigência de orientação anterior.
Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém gera
insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a sua
situação será passível de contestação pela própria Administração Pública.
Daí a regra que veda a aplicação retroativa.

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Isso não impede que a Administração anule atos ilegais, isto sim com
aplicação retroativa, já que atos ilegais não geram direitos.
A Administração precisa, portanto, respeitar os particulares que de boa-fé
interagem com a Administração, que não devem ser pegos de surpresa.

Veja como isso está sendo cobrado nas provas

15 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) A estipulação legal de prazo decadencial para a Administração anular
seus atos é contrária ao princípio da segurança jurídica.

Comentário
A afirmativa está errada. A Lei nº 9.784/1999 dispõe, em seu artigo 54, que
“o direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.
Imagine, por exemplo, que a Administração tenha promovido um servidor
da classe 1 para a classe 2 e que, tempos depois, seja verificado que aquela
promoção foi feita de forma irregular. A promoção poderá ser anulada?
Depende da situação…
Se a promoção tiver ocorrido em decorrência de algum documento falso
apresentado pelo servidor (que, assim, agiu de má-fé), a promoção será
anulada.
Se a promoção tiver ocorrido por um engano, uma falha da própria
Administração, sem a participação do servidor (que, assim, agiu de boa-fé),
a anulação só poderá ocorrer no prazo de até 5 anos após a promoção.
Esse prazo máximo para que a Administração possa rever o ato decorre do
princípio da segurança jurídica, que serve para proteger os particulares
de boa-fé.

INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JUDICIAL: Não se pode impedir o


acesso de ninguém ao Poder Judiciário, logo, pode haver o controle judicial
sobre a Administração.

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Esse princípio constitucional, em verdade, não é específico do Direito


Administrativo, uma vez que se aplica de forma ampla e geral a todos, da
Administração Pública ou não.
Costumamos nos referir a esse princípio aqui apenas para lembrar que ele
também é aplicável à Administração.
Significa a “impossibilidade de se afastar” alguém do Controle Judicial, ou
seja, não se pode impedir que qualquer pessoa recorra ao Judiciário quando
quiser, inclusive contra a própria Administração.
No Brasil existe a possibilidade de que um particular que se sinta
prejudicado por um ato da Administração, como por exemplo uma multa a
ele aplicada, possa recorrer administrativamente perante a própria
Administração, para que esta reveja sua atuação (fundada na autotutela).
Caso esse recurso administrativo seja indeferido, nada impede que o
particular vá ao Judiciário contra aquela multa aplicada a fim de que o
Poder Judiciário anule a multa aplicada (tutela), uma vez que o Poder
Judiciário sempre poderá desfazer a decisão administrativa, pois somente o
Judiciário decide qualquer matéria, sejam matérias administrativas ou
outras matérias, de forma definitiva.
Isso representa o sistema de jurisdição única, ou una, que é o sistema
inglês, adotado no Brasil.
Alguns países adotam o sistema francês, ou sistema do contencioso
administrativo, pelo qual as matérias administrativas não são levadas ao
Judiciário. Elas são decididas, de forma definitiva, pela própria
Administração, por meio de seus conselhos e tribunais administrativos, sem
possibilidade de recurso ao Judiciário.
O “contencioso administrativo” é, portanto, uma decisão administrativa
definitiva e irreformável, não admitida em nosso sistema por impedir o
acesso ao Judiciário, ou seja, por ferir o princípio da inafastabilidade do
controle judicial.
Além disso, cabe assinalar que os recursos administrativos são uma
faculdade, ou seja, um particular pode, a qualquer tempo, ingressar com
uma ação judicial em face da Administração Pública sem a necessidade de
recorrer administrativamente ou antes de esgotar a via administrativa.

RESPONSABILIZAÇÃO: Para evitar a arbitrariedade do Estado, ele pode


ser responsabilizado por danos a terceiros, por atos ilícitos, etc.

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ISONOMIA: Veda o tratamento desigual entre pessoas que estejam na


mesma situação. “Tratar os iguais igualmente e os desiguais
desigualmente”.

Veja como é tranquilo

16 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) Em razão do princípio da isonomia, é vedada a adoção de quaisquer
discriminações positivas pela Administração Pública.

Comentário
Como eu sempre digo, o aluno não pode deixar de observar as expressões
muito determinantes utilizadas nas provas, tais como “sempre”, “nunca”,
“todos”, “absolutamente”, “sem exceções”...
Quando a questão afirmar que “o time tal nunca foi rebaixado”, você tem
que se perguntar: “ele já foi rebaixado alguma vez?”. Se você lembrar de
uma única vez, ainda que isso tenha ocorrido há muitos anos, a afirmativa
está errada.
A afirmativa “A Administração deve obediência ao princípio da publicidade”
está correta, conforme artigo 37 caput da CF.
A afirmativa “A Administração sempre deve obediência ao princípio da
publicidade” está errada, uma vez que há exceções.
A questão da prova está errada por causa da palavra “quaisquer”.
A princípio, todos devem ser tratados igualmente pela Administração, mas
nem sempre.
Sabemos que nem todas as pessoas são iguais, e, portanto, há a
necessidade de tratamentos diferentes para pessoas diferentes. Assim é,
por exemplo, que a CF assegura que algumas vagas em concursos públicos
serão reservadas para os portadores de deficiência.
Isso significa dizer, então, que há tratamentos diferentes em situações
diferentes, sem que se possa alegar que está havendo aí uma discriminação
no acesso aos cargos públicos.

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Resumindo, o princípio da isonomia não veda a adoção de algumas


“discriminações positivas”, o estabelecimento de regras diferenciadas, em
alguns casos.

AUTOEXECUTORIEDADE: Esse princípio retrata um atributo importante


dos atos administrativos, que será estudado naquele capítulo.
Significa dizer que a Administração tem a “possibilidade de auto-executar”,
ou seja, a Administração, por meio de seus agentes, pode executar seus
próprios atos sem a necessidade de recorrer previamente ao Judiciário para
lhe pedir autorização.
Assim é que, por exemplo, quando um fiscal de vigilância sanitária se
depara com uma situação grave em um restaurante, pode imediatamente
interditar o estabelecimento e apreender as mercadorias impróprias para
consumo.
O fiscal, ou seja, a Administração, não vai ao Judiciário solicitar ordem
judicial de interdição do estabelecimento. A Administração pode, se
entender que é necessário, interditar o estabelecimento imediatamente sem
ordem judicial.
Veremos no capítulo de atos administrativos que esse princípio,
obviamente, admite exceções.

Veja como isso está sendo cobrado

17 (ESAF / FISCAL DE RENDAS - SMFRJ) Referente aos princípios da


Administração Pública, assinale a opção correta.
a) Tendo em vista o caráter restritivo da medida, é necessária lei formal
para coibir a prática de nepotismo no âmbito da Administração Pública,
tornando-se inviável, assim, sustentar tal óbice com base na aplicação
direta dos princípios previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal.
b) Entre os princípios da Administração Pública previstos expressamente na
Constituição Federal, encontram-se os da publicidade e da eficácia.
c) É viável impedir, excepcionalmente, o desfazimento de um ato, a
princípio, contrário ao Ordenamento Jurídico, com base no princípio da
segurança jurídica.
d) O princípio da autotutela consiste na obrigatoriedade de o agente
público, independentemente da sua vontade, sempre defender o ato

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administrativo quando impugnado judicialmente, em face da


indisponibilidade do interesse defendido.
e) O devido processo legal não é preceito a ser observado na esfera
administrativa, mas apenas no âmbito judicial.
Comentário
A letra A está errada. O nepotismo se refere à conhecida prática pela qual
as autoridades públicas nomeiam seus parentes, sem concurso, para
integrar os quadros da Administração Pública, recebendo boas
remunerações para, em regra, nada produzir.
O nepotismo fere os princípios da impessoalidade e da moralidade, logo, é
vedado pela CF, ainda que não haja lei formal nesse sentido.
Ainda assim, o STF editou a súmula vinculante nº 13, conhecida como
súmula anti-nepotismo, de forma a impedir a nomeação de cônjuges e
parentes até o terceiro grau, nos seguintes termos:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
O erro da letra B é que a eficiência (e não eficácia) é princípio expresso.
A letra C está correta. Se a Administração constata que determinado ato
administrativo por ela editado é “contrário ao Ordenamento Jurídico”, ou
seja, é ilegal, deverá em regra invalidar esse ato. Excepcionalmente, poderá
a Administração não desfazer aquele ato, mantendo-o, a fim de não trazer
prejuízo ao particular de boa-fé, com base no princípio da segurança
jurídica.
Dessa forma, poderá a Administração convalidar o ato ilegítimo a fim de
não prejudicar os particulares. Esse assunto será visto em detalhes no
capítulo relativo aos atos administrativos.
A letra D está errada pois, pelo princípio da autotutela, o agente público
deve invalidar um ato da própria Administração quando verificar que o
mesmo foi editado de forma irregular (inclusive de acordo com o princípio
da moralidade), e não, como afirma a questão, sempre defender aquele
ato que está sendo contestado.

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A opção E também está errada. O princípio do devido processo legal


significa que um particular não pode ser prejudicado pelo Poder Público sem
que sejam seguidos os trâmites legais, assegurando-se ao particular vários
direitos, como acompanhar o processo, se defender, contestar, etc.
O devido processo legal deve ser observado tanto no âmbito judicial como
no âmbito administrativo.

8. Regime Jurídico Administrativo


Nível de concurso: Principais concursos!

É o conjunto de normas e princípios que regem a relação entre a


Administração e o administrado conferindo poderes maiores, privilégios à
Administração Pública, colocando-a em uma posição superior, o que não
seria aceito em uma relação entre particulares, regida pelo direito privado.
São exemplos dessas prerrogativas da Administração a auto-
executoriedade, o poder de expropriar, de aplicar sanções contratuais,
impor medidas de polícia...
Além dessas prerrogativas, há princípios que, de forma diferente, servem
para estabelecer as restrições a serem respeitadas pela Administração.
São exemplos dessas restrições a obrigatoriedade de realizar concurso
público, licitação pública, prestação de contas, motivação dos seus atos...
É importante que se diga que nem sempre a Administração submete-se a
regime jurídico de direito público.
Às vezes ela se submeterá a regime jurídico de direito privado, como, por
exemplo, é estabelecido no artigo 173 § 1º da CRFB, determinando que a
lei estabelecerá regime jurídico próprio das empresas privadas às empresas
públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade
econômica.
Entretanto, mesmo aqui a Administração não perderá todos os seus
privilégios, sendo o regime privado parcialmente derrogado pelo regime
público.

CUIDADO!!!
Não podemos confundir as expressões regime jurídico-administrativo e
regime jurídico da Administração.

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O regime jurídico-administrativo é usado em sentido estrito, para se


referir apenas às regras de direito público, às normas que servem para dar
vantagens, prerrogativas, privilégios à Administração, colocando-a numa
relação vertical em relação ao particular.
O regime jurídico da Administração é usado em sentido amplo, de
forma a se referir a ambos os regimes (direito público e direito privado)
aplicáveis à Administração Pública.

Regime jurídico Regime


da Administração jurídico-administrativo

Veja como isso está sendo cobrado

18 (ESAF / ATRFB – MIN. FAZENDA) Marque certo ou errado.


A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para
designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito
privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

Comentário
A afirmativa está certa. Repare que a questão se referiu ao regime jurídico
da Administração (e não ao regime jurídico-administrativo) e se preocupou
ainda em ressaltar que a expressão é utilizada em sentido amplo.
Nesse sentido (amplo), estaremos nos referindo ao regime jurídico da
Administração, que engloba ambos os regimes aplicáveis à Administração.

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9. DICA DE OURO

Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você


vá até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e
pratique!
As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos
nunca mais saiam da sua cabeça...
Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto
para gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos
materiais e métodos disponíveis no mercado.

10.Principais pontos a serem fixados

Direito Administrativo (critérios):


 Critério das relações jurídicas:
Trata das relações entre o Estado e o particular
 Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado:
Apresenta duas características: a atividade jurídica não
contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos
 Critério teleológico:
É o que visa cumprir a finalidade do Estado
 Critério negativo ou residual:
É o que visa cumprir a finalidade do Estado excluindo as
funções legislativa e judicial
 Critério da hierarquia entre os órgãos:
Direito Administrativo é aquele que estuda os órgãos
inferiores; Direito Constitucional estuda os órgãos superiores.
 Critério do Poder Executivo:
Que se identifica com o Poder Executivo
 Critério da Administração Pública:
Princípios que regem a atuação da Administração

Direito Administrativo (pelo critério da Administração Pública):

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 Ramo do direito público;


 Que estuda o conjunto de princípios e normas que regulam o
exercício da função administrativa do Estado, visando alcançar o
interesse público.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


LEI
DOUTRINA
JURISPRUDÊNCIA
COSTUMES

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS, ou SISTEMAS DE JURISDIÇÃO:


SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO:

Matéria administrativa → Administração Pública


Demais matérias → Poder Judiciário

SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA (BRASIL):

Matéria administrativa
Poder Judiciário
Demais matérias

ADMINISTRAÇÃO (SENTIDOS):

SUBJETIVO, FORMAL, ORGÂNICO:


Agentes, órgãos e entidades
OBJETIVO, MATERIAL, FUNCIONAL:
Funções, atividades administrativas

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ESTRITO: Abrange apenas os órgãos e funções administrativos.

AMPLO: Abrange ainda os órgãos de governo em suas funções


políticas.

Função Legislativa

Função Jurisdicional

Função Administrativa  Administração Pública Administração


(sentido estrito) Pública
Função Política (sentido amplo)

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO:


Conjunto de princípios que conferem prerrogativas e aplicam sujeições
ao Poder Público.

PRERROGATIVAS ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTARQUIAS E


FUNDAÇÕES PÚBLICAS (SOMENTE
PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO);

SUJEIÇÕES TODA A ADMINISTRAÇÃO, DIRETA E


INDIRETA.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO:
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS:
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
PUBLICIDADE
IMPESSOALIDADE

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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS:


SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O
PRIVADO
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Mais importantes
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
ESPECIALIDADE
TUTELA
AUTOTUTELA
HIERARQUIA
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
MOTIVAÇÃO
SEGURANÇA JURÍDICA
INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JUDICIAL
RESPONSABILIZAÇÃO
ISONOMIA
AUTOEXECUTORIEDADE

Regime jurídico Regime


da Administração jurídico-administrativo

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11.Lista das questões que resolvemos

1 (IBFC/TÉCNICO - MPE-SP) Conceituando o Direito Administrativo,


como sendo o conjunto de princípios que disciplinam a atividade jurídica
não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua
atuação, está se adotando o critério:
a) Do órgão.
b) Das relações sociais do Estado.
c) Da Administração Pública.
d) Da atividade social.
e) Da distinção entre atividade jurídica e social do Estado.

2 (IBFC/DIREITO - SEPLAG-MG) “Direito Administrativo é o sistema de


princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento
de seus fins.” O conceito citado no enunciado adotou o critério:
a) Da Escola do Serviço Público.
b) Das Relações Jurídicas.
c) Do Poder Executivo.
d) Teleológico.

3 (ESAF/ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) O sistema adotado, no


ordenamento jurídico brasileiro, de controle judicial de legalidade, dos atos
da Administração Pública, é
a) o da chamada jurisdição única.
b) o do chamado contencioso administrativo.
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o
exercício do controle jurisdicional.
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

4 (ESAF/ATRFB – MIN. FAZENDA) A expressão Administração Pública,


em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos
administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,

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excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a


função política.

5 (ESAF / ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) A legalidade, como princípio


básico da Administração Pública, especificamente, consiste mais em que, a
autoridade administrativa só pode praticar atos, quando
a) autorizados ou permitidos em lei.
b) não vedados em lei.
c) indicada sua fundamentação.
d) tenha competência para tanto.
e) objetivam interesse público.

6 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO - SUSEP) O princípio constitucional do


Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na prática dos atos
administrativos, importa assegurar que, o seu resultado, efetivamente,
atinja o seu fim legal, de interesse público, é o da
a) legalidade.
b) publicidade.
c) impessoalidade.
d) razoabilidade.
e) moralidade.

7 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador
público deve objetivar a realização do interesse público.

8 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O dever da Administração de dar


transparência aos seus atos denomina-se:
a) legalidade
b) motivação
c) publicidade

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d) eficiência
e) moralidade

9 (ESAF / PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA – PGM


FORTALEZA) O princípio constitucional da eficiência vincula-se à noção de
administração:
a) patrimonialista
b) descentralizada
c) gerencial
d) burocrática
e) informatizada

10 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) O estudo do regime jurídico-


administrativo tem em Celso Antônio Bandeira de Mello o seu principal autor
e formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é
construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos quais os
demais decorrem. Para ele, estes princípios são:
a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e supremacia
do interesse público sobre o particular.
b) legalidade e supremacia do interesse público.
c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle
jurisdicional dos atos administrativos.
d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade pública
dos atos da Administração.
e) legalidade e finalidade.

11 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) As restrições ao direito de greve do servidor público decorrem do
princípio da continuidade das atividades da Administração Pública.

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12 (ESAF / ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG) A


observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente público,
constitui fundamento do seguinte princípio da Administração Pública:
a) Publicidade.
b) Moralidade.
c) Legalidade.
d) Proporcionalidade.
e) Impessoalidade.

13 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O princípio da Administração


Pública que se fundamenta na ideia de que as restrições à liberdade ou
propriedade privadas somente são legítimas quando forem necessárias e
indispensáveis ao atendimento do interesse público denomina-se:
a) legalidade.
b) publicidade.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) eficiência.

14 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) Tratando-se de poder de polícia,


sabe-se que podem ocorrer excessos na sua execução material, por meio de
intensidade da medida maior que a necessária para a compulsão do
obrigado ou pela extensão da medida ser maior que a necessária para a
obtenção dos resultados licitamente desejados.
Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte
princípio:
a) legalidade
b) finalidade
c) proporcionalidade
d) moralidade
e) contraditório

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15 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) A estipulação legal de prazo decadencial para a Administração anular
seus atos é contrária ao princípio da segurança jurídica.

16 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos


princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com
V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.
( ) Em razão do princípio da isonomia, é vedada a adoção de quaisquer
discriminações positivas pela Administração Pública.

17 (ESAF / FISCAL DE RENDAS - SMFRJ) Referente aos princípios da


Administração Pública, assinale a opção correta.
a) Tendo em vista o caráter restritivo da medida, é necessária lei formal
para coibir a prática de nepotismo no âmbito da Administração Pública,
tornando-se inviável, assim, sustentar tal óbice com base na aplicação
direta dos princípios previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal.
b) Entre os princípios da Administração Pública previstos expressamente na
Constituição Federal, encontram-se os da publicidade e da eficácia.
c) É viável impedir, excepcionalmente, o desfazimento de um ato, a
princípio, contrário ao Ordenamento Jurídico, com base no princípio da
segurança jurídica.
d) O princípio da autotutela consiste na obrigatoriedade de o agente
público, independentemente da sua vontade, sempre defender o ato
administrativo quando impugnado judicialmente, em face da
indisponibilidade do interesse defendido.
e) O devido processo legal não é preceito a ser observado na esfera
administrativa, mas apenas no âmbito judicial.

18 (ESAF / ATRFB – MIN. FAZENDA) Marque certo ou errado.


A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para
designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito
privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

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GABARITO:

1–E 2 -D 3–A 4–C 5–A 6–C 7–V 8–C

9–C 10 – A 11 - V 12 – D 13 – C 14 – C 15 – F 16 – F

17 – C 18 – C

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