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PLANO PARA AS EMPRESAS CONTRA OS EFEITOS DO

CORONAVÍRUS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO:


Instrumentos Legais

Declaração de Emergência - Lei Federal


Instrumentos Legais

Calamidade Pública Reconhecida pelo Congresso Nacional


Instrumentos Legais

Decreto que Fixa as Atividades Essenciais


Instrumentos Legais

Medida Provisória que Dispões sobre Direitos Trabalhistas


Instrumentos Legais

Portal do Governo Federal que Centraliza Normas Existentes

http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-covid-19
Mudança do Regime de Trabalho:

Adoção do home office para permitir a continuidade do trabalho, nos


casos em que seja possível a sua adoção, mediante:
a. manutenção das regras previstas no contrato de trabalho
originário;
b. manutenção de condições de segurança cibernéticas;
c. utilização de Redes Privadas Virtuais (VPN);
d. não abertura de documentos que contenham dados sensíveis
em celulares ou computadores conectados a wi-fi públicos.
Empregados Infectados, Isolados ou de Quarentena

Pagamento integral do salário dos empregados que estejam


comprovadamente em isolamento ou quarentena, na forma da Lei
nº 13.979/2020, sendo que essas faltas são consideradas como
prestação de serviço público.

Manutenção do sistema previdenciário para funcionários


infectados (pagamento exclusivo dos primeiros quinze dias de
afastamento).

O empregador, por força da Lei nº 13.979/2020, poderá determinar


a realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais,
coleta de amostras clínicas, vacinação e outras medidas profiláticas,
para manutenção do ambiente do trabalho saudável.
Procedimentos Práticos com Relação ao Contrato de Trabalho:

Redução da jornada de trabalho, mediante o pagamento proporcional dos salários;

Adoção de horários alternativos para grupos de funcionários;

Flexibilização das escalas de trabalho para que os funcionários usem o transporte


público em horários que não sejam os de pico;

Interrupção dos contratos de trabalho, com manutenção dos salários, sendo


possível a exigência de compensação por parte do funcionário das horas não
trabalhadas, obedecendo-se:
a. o limite máximo de 10 (dez) horas diárias;
b. o período não superior a 18 meses para compensação;

Redução imediata dos salários dos funcionários, proporcionalmente aos salários de


cada um, não podendo:
a. ser superior a 25% do salário;
b. que o funcionário receba menos de um salário mínimo;

Possibilidade de extinção parcial ou total das atividades da empresa, com a


demissão dos funcionários atingidos, mediante o pagamento das indenizações a
seguir:
a. Quando estável: na forma dos arts. 477 e 478, da CLT;
b. Sem estabilidade, metade do que seria devido em caso de demissão sem
justa causa;
c. Por prazo determinado: indenização do art. 479 reduzida pela metade.
Concessão de Férias:

Concessão de férias aos funcionários que já estejam em período


concessivo ou antecipação proporcional aos que ainda não
tenham esse período:
a. Período não inferior a 5 dias corridos;
b. Possibilidade de não concessão do abono pecuniário;
c. Dilatação de pagamento do 1/3 constitucional ou do
abono pecuniário até a data de pagamento do 13º
salário;
d. Aviso prévio de pelo menos 48h, por escrito ou por
meio eletrônico;

Concessão de férias coletivas aos funcionários, cumpridos os


seguintes requisitos:
a. Aviso prévio de pelo menos 48h;
b. Desnecessidade de comunicação prévia à Secretaria
Regional do Trabalho ou aos Sindicatos;
c. Indicação dos departamentos que serão atingidos
pelas férias;
d. Comunicação aos empregados atingidos.
Antecipação de Feriados:

Durante o estado de calamidade pública, os empregadores


poderão antecipar o gozo de feriados não religiosos federais,
estaduais, distritais e municipais e deverão notificar, por escrito
ou por meio eletrônico, o conjunto de empregados beneficiados
com antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas,
mediante indicação expressa dos feriados aproveitados:

a. Os feriados religiosos precisam da concordância


expressa do funcionário;
b. Possibilidade de aproveitamento em banco de horas;
Banco de Horas:

Durante o estado de calamidade pública, ficam autorizadas a


interrupção das atividades pelo empregador, com a continuade
do pagamento dos salários, e a constituição de regime especial
de compensação de jornada, por meio de banco de horas, em
favor do empregador ou do empregado, estabelecido por meio
de acordo coletivo ou individual formal, para a compensação no
prazo de até dezoito meses, contado da data de encerramento
do estado de calamidade pública, com as seguintes condições:

a. Possibilidade de prorrogação de jornada, até o limite


de 10 horas diárias;
b. Compensação pode ser feita convenção coletiva ou
acordo individual ou coletivo;
Suspensão de Exigências em Saúde e Medicina do Trabalho:

Suspensão da obrigatoriedade de realização dos exames


médicos ocupacionais, clínicos e complementares, exceto dos
exames demissionais:

a. Exames realizados em 60 dias após a calamidade;


b. Exame demissional dispensado caso exista exame
ocupacional com menos de 180 dias;

Suspensão da obrigatoriedade de realização de treinamentos


periódicos e eventuais dos atuais empregados, previstos em
normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho:

a. Treinamentos devem ser realizados em 90 dias após a


calamidade;
b. Possibilidade de treinamentos à distância;

Manutenção das CIPA´s e suspensão de processos eleitorais até a


suspensão da calamidade.
Suspensão do Contrato de Trabalho:

Apesar desse tema ter sido extraído da MP 927/2020, a CLT trata


dele no seu art. 486.

Mesmo sem a previsão legal, algumas empresas estão se


utilizando dessa posibilidade, especialmente, através de acordos
coletivos ou individuais de trabalho, evitando o desemprego.

Observamos alguns modelos de suspensão adotados pelas


empresas:

a. com o pagamento de ajuda de custo mensal, não se


considerando salário;
b. não concessão de ajuda de custo mensal.

Esse é um modelo que não é previsto pela norma, mas que deve
ser avaliado pela empresa.
Punição de Funcionários:

Reforço de higienização, em cumprimento às legislações estaduais e/ou municipais


que tratarem do tema, sob pena de responsabilidade pelos danos causados,
exigindo dos funcionários o cumprimento a essas medidas, com o uso dos EPI´s
corretos, sob pena de punição na forma do art. 482, da CLT:
a. ato de improbidade;
b. incontinência de conduta ou mau procedimento;
c. negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a
qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d. condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
e. desídia no desempenho das respectivas funções;
f. embriaguez habitual ou em serviço;
g. violação de segredo da empresa;
h. ato de indisciplina ou de insubordinação;
i. abandono de emprego;
j. ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;
k. ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outrem;
l. prática constante de jogos de azar.
m. perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o
exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.
Outras Medidas Importantes:

Restrição de viagens domésticas ou internacionais, que só


devem ser feitas em casos de extrema necessidade;

Adoção de distância mínima entre os funcionários e em


refeitórios;

Manter os ambientes ventilados;

D i s p o n i b i l i za ç ã o d e á l c o o l ge l 7 0 % ( o b s e r v a n d o
regulamentos estaduais ou municipais);

Realizar a desinfecção das mesas e cadeiras com álcool 70%


ao término do trabalho;

Evitar o cumprimento físico dos funcionários, através de


apertos de mão ou abraços;

Reuniões feitas exclusivamente através de


videoconferências.
Observação:

A Lei estabelece alguns prazos para a prática de alguns dos


atos mencionados no decorrer desse estudo.

Porém, em caso de força maior, como se estabeleceu com o


tema do Coronavírus, é importante que a empresa observe
se deseja ou não correr alguns riscos, descumprindo prazos
legalmente fixados.

Provavelmente, esse tema poderá ser trazido à tona


quando a emergência passar, mas acreditamos que a força
maior, defendida no art. 501 e seguintes da CLT, ampara as
empresas que tenham esse entendimento.
Lembrete:

O SUS desenvolveu um aplicativo com informações sobre o


COVID-19 que também realiza uma triagem virtual,
indicando se é necessário ou não a ida a hospitais.
Disponível no link:
https://www.unasus.gov.br/especial/covid19
Como Lidar com as Empresas Terceirizadas:

Notificar as empresas contratadas quanto à necessidade de adoção de meios


necessários para intensificar a higienização das áreas com maior fluxo de
pessoas e superfícies mais tocadas, com o uso de álcool gel (maçanetas,
corrimões, elevadores, torneiras, válvulas de descarga etc.).

Solicitar que as empresas contratadas procedam a campanhas internas de


conscientização dos riscos e das medidas de prevenção para enfrentamento
da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus (COVID-19), observadas as informações e diretrizes estabelecidas
pelo Ministério da Saúde;

Proceder com o levantamento de quais são os prestadores de serviços que se


encontram no grupo risco (portadores de doenças crônicas, histórico de
contato com suspeito ou confirmado para COVID-19 nos últimos 14 dias,
idade acima de 60 anos etc.), para avaliação da necessidade de haver
suspensão* ou a substituição temporária na prestação dos serviços desses
terceirizados;

Caso haja diminuição do fluxo de consumidores ou expediente parcial,


poderão - após avaliação de pertinência, e com base na singularidade de cada
atividade prestada - reduzir* ou suspender* os serviços prestados pelas
empresas terceirizadas, até que a situação se regularize.
Como Lidar com os Pagamentos aos Parceiros:

Informar aos parceiros da possibilidade iminente de atrasar o pagamento de


compromissos, pedindo para que não judicializem, protestem ou cadastrem
nos sistemas de proteção ao crédito.

Caso haja dificuldade com isso, talvez seja preciso judicializar esse tema.

Possibilidade de renegociação de contratos, com explicações transparentes


aos parceiros.
Em caso de urgência, não deixe de nos procurar:

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