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Metros y Ferrocarriles
Diagnóstico del sistema eléctrico de las Líneas del Metro de São Paulo
Cassiano Lobo Pires1, David Turbuk2, José Augusto Pereira da Silva1/2 e José Roberto
Cardoso1
1. Introdução
A Companhia do Metropolitano de São Paulo decidiu em seu Planejamento Estratégico
2007/2010 aumentar a oferta de lugares das linhas existentes, dotar todos os seus trens
com condicionadores de ar e promover a atualização tecnológica da sinalização de via,
adotando o sistema CBTC (Commucations Based Train Control). Além disto, planeja-se
trocar a atual propulsão do tipo chopper e motor série CC por uma propulsão do tipo
inversor de tensão e motor de indução. A Tabela 1 traz a situação atual e a situação
futura prevista pelo Planejamento Estratégico de 2007 [1].
2. Objetivos
Em decorrência dessas melhorias propostas, foi necessário estudar a suportabilidade
do sistema elétrico existente das linhas do Metrô de São Paulo, em especial as três
atualmente mais carregadas: Linha 1 (Azul), Linha 2 (Verde) e Linha 3 (Vermelha).
Foram analisadas as cargas de tração elétrica, os fluxos de potência nos sistemas de
corrente alternada (22 kV) e de corrente contínua (750 V), bem como as máximas tensões
acessíveis (toque) e as tensões mínimas vistas pelos trens em marcha comercial.
Para que a comparação entre dados medidos e calculados fosse possível, foram
simulados dois casos que representassem de forma ideal a operação das Linhas 1 (Azul)
e 3 (Vermelha) durante horários de pico. As principais características desta operação
ideal são mostradas na Tabela 2.
Linha 1 Linha 3
Número de trens 43 42
Massa do trem [t] 328 344.4
Nível de desempenho ND4
Aceleração máxima [m/s2] 1.18
ND ATO
Desaceleração máxima [m/s2] 1.20
(versão 61/72)
Desaceleração em plataforma [m/s2] 0.85
Velocidade máxima [km/h] 55
Tabela 2 – Características da operação ideal
110
100
90
80
70
V [km/h]
60
50
40
30
20
10
0
9000 10000 11000 12000 13000 14000 15000 16000 17000 18000 19000 20000 21000 22000 23000 24000 25000 26000 27000 28000 29000 30000 31000
s [m]
120
110
100
90
80
V [km/h]
70
60
50
40
30
20
10
0
15000 16000 17000 18000 19000 20000 21000 22000 23000 24000 25000 26000 27000 28000 29000 30000 31000 32000 33000 34000 35000 36000 37000 38000 39000 40000 41000 42000
s [m]
Fig. 2 – Marchas para a Via 2 da Linha 2 (15917 m Vila Madalena e 41025 m Ticoatira)
110
100
90
80
70
V [km/h]
60
50
40
30
20
10
0
44000 45000 46000 47000 48000 49000 50000 51000 52000 53000 54000 55000 56000 57000 58000 59000 60000 61000 62000 63000 64000 65000 66000 67000 68000
s [m]
Fig. 3 – Marchas para a Via 2 da Linha 3 (45440 m Barra Funda e 67476 m Itaquera)
4.2. Simulação elétrica
A Fig. 4 mostra os valores mínimos de tensão sobre o trem ao longo da Via 2 para
cada caso. Encontra-se assinalado o limite mínimo de 550 V estabelecido pelo Metrô para
a operação dos trens. Já a Fig. 5 traz as correntes eficazes no terceiro trilho ao longo da
Via 2 (sentido Tucuruvi – Jabaquara) para cada caso. Também está demarcado o limite
de 4250 A.
800.0
780.0
760.0
740.0
720.0
700.0
680.0
660.0
640.0 43 trens CC
Ud [V]
620.0 50 trens CC
600.0 49 trens CA (+SEs)
580.0
560.0
540.0
520.0
500.0
480.0
460.0
440.0
9000 11000 13000 15000 17000 19000 21000 23000 25000 27000 29000 31000
s [m]
Fig. 4 – Tensão mínima sobre o trem ao longo da linha (10085 m Tucuruvi e 30279 m Jabaquara)
Tensão mínima vista pelo trem - Via 2
6000.0
5500.0
5000.0
4500.0
4000.0
3500.0
43 trens CC
Id [A]
3000.0 50 trens CC
49 trens CA (+SEs)
2500.0
2000.0
1500.0
1000.0
500.0
0.0
9000 11000 13000 15000 17000 19000 21000 23000 25000 27000 29000 31000
s [m]
Para a Linha 2 (Verde), houve dois casos futuros que já levaram em consideração os
trens com a nova propulsão. O primeiro caso futuro (Futuro 1) considera a Linha 2 indo da
estação Vila Madalena até a estação Vila Prudente. Por sua vez, o segundo caso futuro
(Futuro 2) considera uma segunda etapa da expansão na qual a Linha 2 vai da estação
Vila Madalena até a estação Ticoatira. A diferença entre o planejamento de 2007
apresentado na Tabela 1 e em [1] é que esta segunda etapa da expansão não termina na
estação Tatuapé da Linha 3.
A Fig. 8 mostra os valores mínimos de tensão sobre o trem ao longo da Via 2 para
cada caso. Encontra-se assinalado o limite mínimo de 550 V estabelecido pelo Metrô para
a operação dos trens. Já a Fig. 9 traz as correntes eficazes no terceiro trilho ao longo da
Via 2 (sentido Vila Madalena – Ticoatira) para cada caso. Também está demarcado o
limite de 3250 A.
Tensão mínima sobre o trem (Via 2)
800.00
775.00
750.00
725.00
700.00
675.00 15 trens CC
Ud [V]
650.00 24 trens CA
625.00 50 trens CA
600.00
575.00
550.00
525.00
500.00
15000 16500 18000 19500 21000 22500 24000 25500 27000 28500 30000 31500 33000 34500 36000 37500 39000 40500 42000
s [m]
Fig. 6 - Tensão mínima sobre o trem ao longo da linha (15917 m Vila Madalena e 41025 m Ticoatira)
4500.00
4000.00
3500.00
3000.00
2500.00 15 trens CC
Id [A]
24 trens CA
2000.00
50 trens CA
1500.00
1000.00
500.00
0.00
15000 16500 18000 19500 21000 22500 24000 25500 27000 28500 30000 31500 33000 34500 36000 37500 39000 40500 42000
s [m]
Fig. 7 - Corrente eficaz ao longo da linha (15917 m Vila Madalena e 41025 m Ticoatira)
800.00
775.00
750.00
725.00
700.00
675.00 42 trens CC
Ud [V]
650.00
47 trens CA
625.00
600.00
575.00
550.00
525.00
500.00
44000 46000 48000 50000 52000 54000 56000 58000 60000 62000 64000 66000 68000
s [m]
Fig. 8 – Tensão mínima sobre o trem ao longo da linha (45440 m Barra Funda e 67476 m Itaquera)
5000.00
4500.00
4000.00
3500.00
3000.00
47 trens CA
Id [A]
2500.00
43 trens CC
2000.00
1500.00
1000.00
500.00
0.00
44000 46000 48000 50000 52000 54000 56000 58000 60000 62000 64000 66000 68000
s [m]
Fig. 9 – Corrente eficaz ao longo da linha (45440 m Barra Funda e 67476 m Itaquera)
Com ventilação
Primária Instalada [MVA] 42 trens CC 47 trens CA
forçada [MVA]
YBF 40 66.4 14.8 31.7
YPS 40 66.4 16.8 32.3
YTA 40 66.4 16.6 19.8
YVP 40 66.4 12.3 15.3
soma 160 265.6 60.6 99.1
Tabela 8 – Potência média das primárias da Linha 3 (Vermelha)
5. Diagnóstico e intervenções
Através da leitura do item anterior pôde-se concluir que para a operação da Linha 1
(Azul) com 49 trens reformados operando em níveis de desempenho que exijam
velocidades maiores que a velocidade programada de operação atual, o sistema elétrico
deve sofrer algumas modificações. Este fato é diagnosticado no item anterior que aponta
dois problemas básicos: tensão mínima menor que 550 V e corrente eficaz no terceiro
trilho que excede a capacidade de 4250 A.
Para a Linha 2 (Verde), a operação com 50 trens com propulsão em corrente alternada
não traz tensões mínimas abaixo de 550 V pela própria concepção da linha (uma
retificadora por estação de passageiros). Entretanto, o limite de 3250 A para o terceiro
trilho foi excedido para o caso Futuro 2. O mesmo ocorre na Linha 3 (Vermelha), onde o
projeto da linha segue a mesma filosofia, para 47 trens com propulsão em corrente
alternada.
6. Agradecimentos
Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Brasil
(CNPq) pelo financiamento parcial deste trabalho.
Bibliografia
[1] COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO. Planejamento estratégico
2007 – 2010. São Paulo, Abril 2007.
[9] PIRES, C. L.; NABETA, S. I.; CARDOSO, J. R. Second-order model for remote and
close-up short circuit faults currents on DC traction supply. IET Power Electronics,
v.1, n.3, p. 348-355, 2008.
Cassiano Lobo Pires nasceu em São Paulo em 1976. É engenheiro eletricista pela
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, em 2000.
Obteve o título de mestre e doutor em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (EPUSP), respectivamente, em 2002 e 2006. Atualmente é
pós–doutorando e professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica da EPUSP.
David Turbuk nasceu em 1950. Obteve o título de engenheiro eletricista pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) em 1974. Engenheiro da Companhia
do Metropolitano de São Paulo desde 1975, atualmente é Chefe do Departamento CSM
da GCS.