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tração elétrica, basta examinar seu movimento ve e negativo em um declive, sendo esse o único
progressivo, reduzido a um ponto material dotado caso de resistência negativa. Por outro lado, a re-
de certo grau de liberdade ao longo da via. O equa- sistência ao movimento RC aparece quando o trem
cionamento do movimento de um trem de massa percorre uma curva. A causa dessa resistência é a
m constante durante trajetória entre duas estações solidariedade de rodas e eixos, paralelismo dos ei-
pode ser dado pela Segunda Lei do Movimento, xos e força centrífuga. Nota-se que o valor dessas
de Newton. Assim, durante o regime de tração, duas resistências depende da posição s do trem.
é válida a seguinte equação (FILIPOVIC´, 1995; Quando um trem entra em uma rampa ou
KALLER; ALLENBACH, 1995): curva, leva algum tempo até que se encontre to-
talmente nesse perfil. Desse modo, três modelos
para os trens são possíveis: trem pontual, massa
(1) volumétrica homogênea e massa volumétrica he-
terogênea (WENDE, 2003). No modelo pontual,
Durante o regime de freagem, a equação 1 é esse efeito de entrada não é levado em conta, pois
modificada para: se considera que toda a massa do trem está con-
centrada no seu centro de gravidade. Já no mode-
lo de massa volumétrica homogênea e de massa
(2) volumétrica heterogênea, esse efeito é levado em
conta. O primeiro considera que o trem possui a
Cada membro das equações (1) e (2) deve ser massa uniformemente distribuída ao longo do seu
detalhados. comprimento, e o segundo, que possui seções de
O fator x leva em conta o efeito da inércia mesma densidade que, normalmente, são os diver-
rotacional de peças girantes, tais como eixos sos veículos que compõem esse trem.
montados, rodas, rotores de motores e mecanis- O esforço motor F motor provém do conjuga-
mos de transmissão na massa m. Seu valor va- do que os motores de tração produzem em seus
ria entre 1,06 e 1,30, sendo 1,10 o mais usual pinhões e que chegam às rodas por meio de um
(MARTINS, 1986). conjunto de engrenagens conhecido como trans-
A resistência ao movimento R MPT é a soma missão. Diretamente relacionada a esse esforço,
daquelas resistências elementares de toda natureza cujo valor é positivo durante a tração e negati-
que, em nível e tangente, opõem-se ao movimento vo durante a freagem, está a corrente consumida
do trem e são absolutamente inevitáveis (TOLEDO pelo trem.
et al., 1987). Essas resistências são agrupadas em Há, basicamente, dois modelos para a repre-
uma resistência global e calculadas por fórmulas sentação do esforço motor e da corrente consumi-
empíricas representadas sempre por um trinômio da pelo trem: um físico e outro por meio de dia-
em função da velocidade V. As fórmulas mais co- gramas em função da velocidade (HOFMANN;
nhecidas (TOLEDO et al., 1987; FILIPOVIC´, LÖSEL; RÖHLIG, 1995), que é proveniente do
1995; KALLER; ALLENBACH, 1995) são dadas modelo físico e trata o acionamento do trem como
por Davis Jr. (1926) e por Strahl (1913). uma função de transferência, na qual, para uma
A resistência atribuída às rampas Ri é causa- dada velocidade desenvolvida por ele, há um es-
da pela componente tangencial do peso do trem forço motor e uma corrente associada (ou uma
paralela à rampa. Seu valor é positivo em um acli- potência elétrica). Nota-se então que o ponto for-
ma de aterramento é um circuito complexo cuja IRVING; CASE, 1995), e o segundo pela substi-
solução depende da montagem das equações que tuição da fonte de corrente por uma de tensão ideal
permitem sua análise. Tal montagem pode ser fei- de valor igual ao daquela em vazio da subestação.
ta por meio da análise de malhas ou da análise A inclusão dessas fontes de tensão provoca
nodal e suas variantes. uma complicação, pois não se pode aplicar a Lei
Na nodal, todos os elementos são modelados das Correntes de Kirchhoff aos nós conectados a
em termos de fontes de corrente e condutâncias. fontes de tensão. No entanto, é possível considerar
Assim, a representação dos trens pode ser feita por as correntes nas fontes como incógnitas suplemen-
meio de uma fonte de corrente ideal. As subesta- tares, acrescentando-se no sistema linear da equa-
ções podem ser representadas por uma fonte de ção 4 uma equação por fonte, em um processo co-
tensão de valor constante igual à tensão em vazio, nhecido como análise nodal modificada.
ligada em série, com sua resistência interna que A resolução numérica do sistema linear da
são depois convertidas em um gerador de Norton equação 4 pode ser feita por meio de métodos
(MARTINS, 1986; TOLEDO et al., 1988). diretos ou iterativos. Ao se compararem os dois
Os circuitos equivalentes do sistema de tra- tipos de métodos, pode-se apontar sua falta de
ção mais simples permitem analisar a linha inteira robustez como uma desvantagem. Esse fato tem
(normalmente composta por duas vias) como um limitado a utilização dos métodos iterativos em
único circuito, no qual as resistências da rede de aplicações industriais, apesar de existir um apelo
alimentação e do circuito de retorno são conside- intrínseco desses métodos por grandes sistemas li-
radas como única resistência em série. Um refina- neares (SAAD, 2003).
mento desse circuito é a separação das resistências De fato, nas décadas de 60 e 70 do século
dos circuitos de alimentação e de retorno e a sepa- passado, a solução de redes elétricas fez com que
ração entre os circuitos das vias. A complexidade métodos diretos, conhecidos por sua robustez e
do circuito pode ser ainda maior, se incluídas as comportamento previsível, fossem especialmen-
células finitas que incorporam os modelos de ater- te desenvolvidos para aplicação em matrizes es-
ramento do tipo dois ou três terras, desenvolvidos parsas. A característica básica desses métodos
em Silva (1997). era a economia em termos computacional e de
Após a montagem do circuito, o resultado é armazenamento (ibidem), tendo como exemplo
um sistema linear do tipo: o de K. Zollenkopf.
G·U=I
Na mesma época, os métodos baseados na
(4) teoria dos gradientes conjugados começaram a
surgir. Gradualmente, esses métodos iterativos
Entretanto, o modelo de um trem e da subes- foram-se equiparando, em qualidade, aos méto-
tação que utiliza fontes de corrente não contempla dos diretos. Somado a esse fato, houve também
o caso de receptividade parcial da linha, nem o da o aumento, ao longo dos anos, da necessidade de
freagem regenerativa, nem o da corrente que flui solucionar grandes sistemas lineares. Como resul-
do sistema para dentro da subestação retificado- tado disso, tem-se observado em várias aplicações
ra. O primeiro caso pode ser resolvido por meio uma notável e rápida mudança relacionada aos
da substituição do modelo de fonte ideal de cor- métodos iterativos (ibidem).
rente por um de fonte de tensão, de valor igual ao Assim, historicamente, os métodos diretos
da tensão máxima permitida pelo sistema (CAI; como a Eliminação de Gauss, a Bifatorização