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Felipe Sabino de Araú jo Neto (org.)
A educaçã o das crianças para Deus é a tarefa mais importante
desempenhada sobre a terra. Trata-se do ú nico negó cio para o
qual a terra existe. A ela deveriam estar subordinadas a política,
a guerra, a literatura e a produçã o de dinheiro em sua totalidade.
Todo pai, a cada hora do dia, deveria sentir especialmente que,
apó s assegurar a pró pria eleiçã o e vocaçã o, é este o fim para o
qual Deus o mantém vivo — essa é a sua tarefa sobre a terra.
R.L. Dabney
■
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por
EDITORA MONERGISMO
SCRN 712/713, Bloco B, Entrada 28 — Ed. Francisco Morato
Brasília, DF, Brasil — CEP 71.760-620
www.editoramonergismo.com.br
1ª ediçã o, 2019
Traduçã o: Felipe Sabino de Araú jo Neto e Fabrício Tavares de Moraes
Revisã o: Fabrício Tavares de Moraes e Felipe Sabino
PROIBIDA A REPRODUÇÃ O POR QUAISQUER MEIOS,
SALVO EM BREVES CITAÇÕ ES, COM INDICAÇÃ O DA FONTE.
Todas as citaçõ es bíblicas foram extraídas
da versã o Almeida Revista e Atualizada (ARA) salvo indicaçã o em contrá rio.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Araú jo Neto, F. S.
A desgraça do ateísmo na educaçã o / Felipe Sabino de Araú jo Neto (org.), traduçã o Felipe
Sabino de Araú jo Neto e Fabrício Tavares de Moraes — Brasília, DF: Editora Monergismo,
2019.
ISBN 978-85-69980-86-5
1. Educaçã o 2. Humanismo 3. Ateísmo 4. Cristianismo I. Título
CDD: 261
SUMÁRIO
Prefá cio do editor
Parte I
1. Sobre educaçã o secular
Parte II
1. Política e educaçã o
2. Educaçã o e a família
3. Soberania e educaçã o
Parte III
1. Escolas cristã s
PREFÁCIO
Fumantes de cigarro encontram em cada maço uma advertência
que fumar pode ser prejudicial à saú de deles. Ora, eu nã o sou
fumante, mas ressinto-me diante da reivindicaçã o superzelosa do
Big Brother de dizer o que é bom ou ruim para nó s. Em meu livro,
esse poder pertence a Deus, nã o ao Estado.
Além do mais, por que nã o colocar um aviso em cada edifício
federal, afirmando: “Atençã o! Um governo grande pode ser
prejudicial à sua saú de”? Ou por que nã o avisar cada pai de um
estudante: “Atençã o! Escolas pú blicas podem ser prejudiciais à
saú de do seu filho”? [1]
Nesta nova coletâ nea sobre as sucessivas “desgraças” ocasionadas
pela desobediência aos mandamentos divinos e apostasia modernas,
[2]
analisamos os efeitos deletérios do ateísmo (ou humanismo) na
educaçã o de nossos filhos. O livro está dividido em três partes, cada
uma escrita por um autor distinto, abordando um assunto correlato
aos problemas do secularismo [3] na educaçã o, formando assim —
apesar das diferentes abordagens — um todo coeso.
Na primeira parte, intitulada “Educaçã o secular”, Robert L. Dabney
(1820-1898) apresenta os problemas de uma possível secularizaçã o
total das escolas, algo que já se tornou realidade em certas partes de
nosso país (e quase plenamente nos Estados Unidos, cená rio que
Dabney está avaliando). Nã o bastasse a secularizaçã o, isto é, um
ensino limitado “a disciplinas puramente seculares”, como Dabney
chama, o que vemos hoje é uma militâ ncia aberta contra o
cristianismo em geral e a moralidade judaico-cristã o em particular.
Tal desfecho era inevitá vel, pois todo ato de educar — que inclui,
entre outras coisas, treinar os alunos para que sejam competentes
em suas responsabilidades, seja na esfera civil, familiar, profissional
e que tais — pressupõ e uma base ética, e o Estado nunca reivindicou
para si a mera tarefa de instruir, mas sim de educar nossas crianças
e jovens. [4] Sendo assim, as escolas pú blicas (nã o obstante mesmo
pais piedosos e preocupados com os seus filhos nã o verem dessa
forma) tornaram-se muito mais prejudiciais do que o tabagismo.
Essa visã o profética de Dabney é reconhecida por Douglas Wilson:
Há alguns anos fui apresentado aos escritos de R. L. Dabney. Em
seu texto “secular” fiquei impressionado com o que só pode ser
chamado sua visã o profética. Embora estivesse envolvido nas
controvérsias do ú ltimo século, é bastante claro que ele entendia
os princípios fundamentais envolvidos. Por ser um pensador de
princípios, ele foi capaz de ver aonde o Estados Unidos estavam
indo. Os anos têm provado que ele estava certo em muitas coisas.
[5]
É justamente por considerarmos o texto valioso ao pú blico moderno
que o incluímos nesta breve coletâ nea de artigos sobre educaçã o.
Prossegue Wilson:
Pelo valor dos seus insights , julguei que seria proveitoso
apresentar algo de sua obra ao pú blico cristã o moderno. Este
artigo se provará especialmente ú til à queles cristã os que estã o
envolvidos na educaçã o, quer em escolas privadas ou domiciliares.
[6]
PARTE I
PARTE II
R. J. Rushdoony
Nos primeiros meses de 1967, estudantes em Berkeley
manifestaram-se contra a possibilidade de uma mensalidade, e uma
frase excelente foi cunhada por alguns dos manifestantes:
Mantenham a política fora da educação . É tempo de pensar
seriamente sobre esse princípio. Precisamos manter a política fora
da educaçã o. O Estado nã o possui o direito de governar as escolas,
assim como nã o possui o direito de governar as igrejas, e nã o tem
mais fundamentos para financiar a educaçã o do que tem para
financiar igrejas. O que precisamos urgentemente é o
disestablishment [15] das escolas — a separaçã o da escola e o Estado.
A educaçã o nã o é funçã o do Estado; é funçã o dos educadores. Um
advogado, barbeiro, ministro, geó logo de petró leo ou pecuarista —
todos agem sem o benefício de qualquer subsídio de alguma agência
do governo civil. Eles sobrevivem porque, primeiro, seus serviços
sã o necessá rios, e, em segundo lugar, porque seus serviços sã o
melhores do que aqueles dos seus competidores. Um subsídio
destró i a qualidade; ele impede que os fracassos num campo de
atividade paguem pelo preço do fracasso, que abandonem o negó cio.
Visto que o subsídio permite que um fracasso continue, ele sustenta
a incompetência viva e a torna pelo menos igual à competência.
Certamente, a educaçã o é necessá ria para a sociedade, mas igrejas
também sã o muito necessá rias, assim como médicos, advogados,
mecâ nicos e muitas profissõ es e ofícios. A necessidade qualifica-os,
pois, para o recebimento de um subsídio? Um subsídio é uma forma
de establishment [16] ; é também uma forma de aprisionamento.
Sempre e onde quer que um governo civil financie qualquer tipo de
atividade, ele tem o direito legal e moral de controlar essa atividade.
Se o Estado financia as igrejas, ele tem o direito de controlar as
igrejas. Se o Estado financia as escolas, faculdades e universidades,
ele tem o direito e o dever de controlá -las.
Alguns objetarã o, contudo, que nem todos podem pagar pela
educaçã o. A resposta é que antes do Estado começar a financiar a
educaçã o nos Estados Unidos, todas as crianças americanas eram
educadas. Os filhos dos pobres e dos imigrantes eram educados por
sociedades missioná rias educacionais. Além disso, é um engano
pensar que nã o pagamos pela educaçã o quando esta é custeada pelo
Estado. Nã o só pagamos, mas pagamos mais. Recentemente, duas
escolas foram construídas em uma comunidade, para um nú mero
quase igual de crianças, mas o custo da escola cristã era metade
daquele da escola estadual e oferecia uma educaçã o de maior
qualidade. Deve-se também acrescentar que a carga tributá ria
educacional sobre o pobre é bem mais pesada do que mensalidade
de qualquer escola cristã ; ele paga esse imposto direta ou
indiretamente, quase a cada momento do dia.
A educaçã o custeada pelo Estado é uma educaçã o totalitá ria. A
essência do totalitarismo é simplesmente esta: ele afirma que o
Estado tem todas as respostas para a vida, e que praticamente toda
esfera da atividade humana deve ser governada pelo Estado. O
totalitá rio crê que a educaçã o, a economia e o comércio, a família, o
bem-estar da criança e do idoso, a medicina, a ciência e tudo o mais
precisa da mã o controladora e orientadora do Estado. Há diferentes
tipos de totalitarismo — marxista, democrá tico, fascista, fabiano e
assim por diante — mas suas diferenças nã o sã o essenciais, ao passo
que suas correspondências o sã o. Comum a todas as formas de
totalitarismo é a crença no controle da educaçã o pelo Estado. Desde
o projeto de Platã o para um Estado comunista até os dias de hoje, o
planejamento totalitá rio tem investido de forma pesada sobre o
controle da educaçã o.
O libertarianismo cristã o é hostil à política na educaçã o. Ele também
nã o é a favor da igreja na educaçã o. A escola, sob Deus, é uma
agência tã o livre quanto a igreja e o Estado. Nem a igreja nem o
Estado têm qualquer direito de controlar o outro, nem possuem
qualquer direito de controlar a família, a economia, a cultura, a arte
ou qualquer outra esfera de atividade humana. Nenhuma instituiçã o
tem o direito de fazer o papel de deus e de guardiã de todas as
outras instituiçõ es na sociedade. A reivindicaçã o desse direito por
qualquer instituiçã o se configura como totalitarismo. A família nã o
pertence à igreja nem ao Estado; ela é uma instituiçã o separada,
estando diretamente sob a autoridade de Deus. Da mesma forma, a
escola tem o direito a uma existência livre e separada. Ela é um reino
independente, com uma funçã o marcadamente diferente daquela da
igreja e do Estado.
A funçã o da escola e do professor é ensinar, educar. Se o Estado ou a
igreja controla a escola, entã o torna-se funçã o da escola servir aos
propó sitos do Estado ou da igreja. A propaganda passa a governar a
educaçã o. Em vez de servir à funçã o primá ria da escola ou da
faculdade, o professor serve entã o ao propó sito primá rio do Estado
ou igreja controladores. Além disso, a qualidade da escola declina,
pois a escola nesse caso existe por meio de um subsídio de outra
instituiçã o, nã o por estar fazendo um trabalho bem-sucedido.
Uma escola verdadeira bem-sucedida é aquela cujos propó sitos e
ensinos agradam tã o fortemente certo grupo de pessoas, que elas
voluntariamente a apoiam, pagam as mensalidades para
matricularem-se nela, e julgam que sua existência é importante o
suficiente para promovê-la.
Sob o sistema de escolas livres — escolas nã o subsidiadas —
algumas escolas ensinarã o com base na fé cristã , outras, com base
no humanismo, mas cada escola dependerá de seus méritos e do
apoio popular para manter-se em funcionamento. Essa é exatamente
a forma como as igrejas sobrevivem, e nã o nos faltam igrejas. É
assim também que o negó cio sobrevive, atendendo à demanda
pú blica com um produto superior que venda facilmente.
A educaçã o nã o estatal hoje é o movimento social que mais cresce na
América. Todo o ano mais e mais escolas cristã s e privadas estã o
sendo estabelecidas, e muitas têm longas listas de espera. Essas
escolas nã o representam apenas as classes mais ricas. Uma das
melhores escolas que visitei havia se estabelecido numa pequena
cidade, e a maioria das crianças eram de famílias que trabalhavam
em moinhos, quase todas com rendas muito modestas. Essas escolas
estavam sendo estabelecidas porque os pais estavam exigindo uma
educaçã o que satisfizesse seus requerimentos, e nã o os do Estado.
Hoje entre 25% e 30% de todas as crianças do ensino fundamental
nã o estã o em escolas pú blicas; elas estã o em escolas privadas,
paroquiais e cristã s. E 10% de todos os estudantes do ensino médio
nos Estados Unidos também estã o em escolas nã o estatais. E a
percentagem está crescendo rapidamente. Essa é a maior revoluçã o
social dos nossos dias, e todavia os jornais raramente a mencionam.
Desde 1950, o cená rio educacional tem visto um grande
deslocamento da educaçã o estatal no ensino fundamental e médio,
mas poucos estã o cientes desse fato revolucioná rio. No ritmo atual
de crescimento, até o final do século a escola pú blica terá sumido e a
escola independente tê-la-á substituído.
O slogan: Mantenham a política fora da educação é ao mesmo tempo
bom e necessá rio. A educaçã o precisa de liberdade para sobreviver.
O mundo acadêmico tem também sido há muito tempo um refú gio
para excêntricos que prosperam num mundo subsidiado. O
professor mediano de hoje nã o é um scholar . Ele está disposto a
fazer uma pesquisa apenas se lhe for necessá ria para uma
promoçã o. Tã o logo se torna um professor titular e efetivo,
desinteressa-se em aprender, pois o seu mundo é um lugar melhor
para se esconder da educaçã o do que um lugar para a educaçã o.
Poucos professores sã o professores aceitá veis; eles nã o estã o
suficientemente interessados no ensino ou na erudiçã o para além do
pouco que se requer atualmente deles. Karl Jaspers, um filó sofo
existencialista e professor universitá rio, admitiu que a universidade
moderna é basicamente anti-intelectual e hostil à excelência. Sendo
ela o refú gio de homens medíocres, Jaspers afirma, “a excelência é
instintivamente excluída por medo de competiçã o”. [17]
Nas ciências, embora incontá veis milhõ es de dó lares sejam
despejados anualmente nas escolas de pó s-graduaçã o e nos centros
universitá rios de pesquisa, os resultados sã o muito pobres. Os
avanços essenciais em pesquisas procedem de laborató rios
particulares, de homens que devem produzir com base no mercado.
A ciência tem um maior avanço nã o com subsídios, mas sob
competiçã o e sob a necessidade de produzir com base no lucro.
A educaçã o subsidiada é produtiva nã o de acordo com as
necessidades do mundo em geral, mas sim em relaçã o à s exigências
dos políticos. A escola é adaptada à s necessidades do Estado, e nã o
de uma perspectiva de um mundo de trabalho. O resultado é uma
incompetência crescente na educaçã o pú blica. Quanto mais a
educaçã o se desenvolve com base em seus propó sitos orientados
pelo Estado, mais incompetente ela se torna. Quando a política
governa a educaçã o, é a política que ganha, e a educaçã o torna-se a
perdedora. A educaçã o tem declinado progressivamente à medida
que o controle político sobre ela tem aumentado. Dessa forma, o
National Fifth Reader [18] da década de 1850 estava tã o à frente do
McGuffy Fifth Reader que nã o havia comparaçã o, e agora temos
muitos que olham para trá s, para o McGuffy , como sendo superior à s
capacidades dos leitores atuais. O declínio é real, pois a escola está
ajustada à política, nã o à educaçã o, e, nos pró ximos anos, o declínio
somente agravar-se-á mais rapidamente.
As escolas independentes estã o ganhando terreno velozmente
porque elas oferecem educaçã o superior. Em vez de melhorar a
qualidade da educaçã o que oferecem, alguns educadores do Estado
têm expressado a opiniã o que escolas independentes deveriam ser
declaradas ilegais ou assumidas pelo Estado. Esta é a resposta
totalitá ria aos problemas: proíba a concorrência. Em 1935, no caso
de Oregon, a Suprema Corte dos Estados Unidos prescreveu: “A
teoria fundamental da liberdade sobre a qual todos os governos na
Uniã o se assentam exclui qualquer poder geral do Estado para
padronizar suas crianças, forçando-os a aceitar instruçã o apenas de
professores da rede pú blica”; em outas palavras, a educaçã o
independente é essencial para a liberdade humana. Mas John L.
Childs, professor emérito da Columbia Teachers College , questionou
esse direito alguns anos depois, dizendo: “A menos que as prá ticas
educacionais da igreja que se presume terem sido sancionadas por
aquela decisã o histó rica da Suprema Corte sejam revistas e
reexaminadas, o futuro da escola comum nã o é promissor”. Contra
essa atitude, devemos insistir firmemente: Mantenham a política
fora da educação ; defendamos a separaçã o do Estado e a escola.
2. EDUCAÇÃO E A FAMÍLIA [19]
R. J. Rushdoony
Um aspecto fundamental do amparo que os pais devem ao seu filho
é a educaçã o no sentido mais amplo da palavra. Isso envolve, em
primeiro lugar, o castigo . De acordo com Provérbios 13.24: “O que
retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o
disciplina”. Novamente, “castiga a teu filho, enquanto há esperança,
mas nã o te excedas a ponto de matá -lo” (Pv 19.18); os pais de entã o
eram tã o inclinados a serem moles como hoje em dia, mas a
necessidade de castigo nã o pode ser posta de lado por uma
compaixã o tola. O castigo pode salvar a vida da criança: “Nã o retires
da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, nã o morrerá .
Tu a fustigará s com a vara e livrará s a sua alma do inferno” (Pv
23.13-14). O castigo é necessá rio, como Kidner apontou, pois, como
é dito em Provérbios:
Primero, “a estultícia está ligada ao coraçã o da criança”; será
necessá rio mais do que palavras para desalojá -la dali (22.15).
Segundo, o cará ter (no qual a sabedoria se concretiza) é uma
planta que cresce mais robustamente mediante algumas podas
(cf. 15.32, 33; 5.11, 12; Hb 12.11) — e isso desde os primeiros
dias (13.24b: “cedo”; cf. 22.6: “Ensina a criança no caminho em
que deve andar, e, ainda quando for velho, nã o se desviará
dele.”). Numa “criança entregue a si mesma”, o ú nico resultado
previsível é a vergonha (29.15). [20]
Mas o castigo nã o é substituto para a sã instruçã o, para o ensino
apropriado. Dessa forma, em segundo lugar, os pais têm o dever de
fornecer à criança uma educaçã o piedosa: “O temor do SENHOR é o
princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino”
(Pv 1.7); “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o
conhecimento do Santo é prudência.” (Pv 9.10). A sabedoria reside
na fé, e o verdadeiro conhecimento tem como seu pressuposto o
Deus soberano. Nã o pode haver nenhuma neutralidade na educaçã o.
Educaçã o pelo Estado terá fins estatistas.
Educaçã o pela igreja será orientada para a promoçã o da igreja. A
escola nã o pode ser subordinada nem à igreja, nem ao Estado. A
igreja dos dias de Cristo [21] ensinava aos homens a dar à igreja,
supostamente a Deus, em vez de prover para os seus pais (Marcos
7.7-13). O pecado era assim ensinado como uma virtude.
Deus exige que os filhos obedeçam a seus pais. A contraparte a isso é
o dever dos pais de ensinarem aos seus filhos os fundamentos da
obediência, a lei de Deus. A pró pria lei requer isso:
Pois que grande naçã o há que tenha deuses tã o chegados
a si como o SENHOR , nosso Deus, todas as vezes que o
invocamos? E que grande naçã o há que tenha estatutos e
juízos tã o justos como toda esta lei que eu hoje vos
proponho? Tã o somente guarda-te a ti mesmo e guarda
bem a tua alma, que te nã o esqueças daquelas coisas que
os teus olhos têm visto, e se nã o apartem do teu coraçã o
todos os dias da tua vida, e as fará s saber a teus filhos e
aos filhos de teus filhos. (Dt 4.7-9)
Estas palavras que, hoje, te ordeno estarã o no teu
coraçã o; tu as inculcará s a teus filhos, e delas falará s
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao
deitar-te, e ao levantar-te. (Dt 6.6-7)
Uma vez a cada sete anos, no ano sabá tico, as crianças, juntamente
com os adultos, tinham que ouvir a leitura de toda a lei (Dt 31.10-
13).
Desde os primó rdios, líderes religiosos em Israel assumiram a tarefa
da educaçã o. O profeta Natã tornou-se o instrutor do jovem Jedidias,
“amado do Senhor”, ou Salomã o (2Sm 12.25). [22]
Terceiro , visto que a lei é intensamente prá tica, a educaçã o hebraica
era intensamente prá tica. A opiniã o comum sustentava que um
homem que nã o ensinasse ao seu filho a lei e um ofício, a habilidade
de trabalhar, estava na verdade criando-o para ser um tolo e ladrã o.
É dito que Simeã o, o filho do famoso Gamaliel, observou: “Nã o o
aprender, mas o fazer é a principal coisa”. [23] Josefo, em sua obra
Contra Apião , comparou a educaçã o dos hebreus com a dos gregos.
A educaçã o grega, apontou Josefo, afastava-se do rigorosamente
prá tico em direçã o ao abstrato e teó rico, ao passo que a lei bíblica
tinha uma relaçã o sadia entre princípio e prá tica.
Quarto , a educaçã o bíblica, sendo centralizada na família e
enfatizando a responsabilidade de pais e filhos, produzia pessoas
responsáveis . Uma pessoa criada e educada na doutrina de que tem
a responsabilidade de cuidar dos seus pais tã o logo surja a
necessidade, de prover para os seus filhos, e, no melhor de sua
capacidade, de deixar uma herança de disciplina e exemplo moral,
bem como riqueza material, é uma pessoa profundamente
condicionada à responsabilidade. Em tal sistema educacional, o
Estado nã o é a parte responsá vel, mas sim a família, e o homem tem
o dever de ser um cabeça competente e providente para seu lar, e a
esposa, uma ajudadora habilidosa para o seu marido. O abandono da
educaçã o orientada para a família leva à destruiçã o da
masculinidade, e torna as mulheres em graciosos regalos para os
homens ou em suas competidoras agressivas. Homens e mulheres,
tendo perdido sua funçã o, vagueiam instavelmente e sem um senso
legítimo de propó sito. A educaçã o moderna abstrai o conhecimento;
o especialista se orgulha por nã o saber nada fora de sua á rea e exibe
sua recusa em relacionar seu conhecimento com outras á reas como
se fosse um distintivo de honra. Se o erudito busca relatividade
social, também o faz sem um princípio transcendental, e o resultado
é uma imersã o no processo social sem uma estrutura de valor; tudo
o mais é considerado como destituído de sentido, a nã o ser o
processo que, naquele momento, se torna a estrutura encarnada.
Na educaçã o moderna, o Estado é o educador, e o Estado é
considerado a agência responsá vel em vez do homem. Tal
perspectiva milita para destruir o aluno, cuja liçã o bá sica se torna a
dependência em relaçã o ao Estado. Recorre-se ao Estado, e nã o ao
indivíduo e à família, para decisõ es e açõ es morais, e o papel moral
do indivíduo é assentir e se curvar perante o Estado. A educaçã o
estatista é, no mínimo, implicitamente antibíblica, mesmo quando e
onde ela dá à Bíblia um papel no currículo.
Quinto , essencial para o chamado de toda criança é ser membro de
uma família. Praticamente todas as crianças um dia tornar-se-ã o
maridos e mulheres, e pais ou mã es. A escola estatista destró i este
chamado. Suas tentativas de satisfazer a necessidade sã o
essencialmente externas e mecâ nicas, i.e. , cursos de economia
doméstica, educaçã o sexual e coisas semelhantes. Mas o
treinamento essencial para a vida familiar é a vida em família e uma
escola e sociedade orientadas para a família. Isto implica educaçã o
bíblica. Implica também disciplina e prá tica numa responsabilidade
piedosa.
A escola estatista, além disso, basicamente treina mulheres para
serem homens; nã o é de surpreender que tantas estejam infelizes
por serem mulheres. [24] E os homens nã o sã o mais felizes, visto que
o domínio na educaçã o moderna é transferido do homem para o
Estado, e o homem é progressivamente emasculado. A maior vítima
da educaçã o moderna é o estudante do sexo masculino. Uma vez
que, segundo o propó sito criativo de Deus, o domínio é um aspecto
bá sico do homem, qualquer educaçã o que diminua o chamado do
homem para exercer domínio também diminui, na mesma
proporçã o, o homem.
Sexto , a educaçã o bíblica enfatiza o aprendizado, o aprendizado
piedoso. Os provérbios judaicos ressaltam esse aspecto. Já nos
referimos a um deles: “Assim como exige-se que o homem ensine a
Torá ao seu filho, da mesma forma requer-se que ensine uma
profissã o”. Ademais, “aquele que ensina ao filho do seu pró ximo a
Torá , é como se o tivesse gerado”. Mas, principalmente, “um homem
ignorante nã o pode ser santo”. [25] Visto que a santidade nã o é um
ato autogerado, mas, pelo contrá rio, exige uma conformidade à lei e
justiça de Deus, um homem ignorante nã o pode ser santo. Além
disso, visto que o conhecimento também nã o é autogerado, e o
sentido da factualidade nã o vem dos fatos mas do Criador, o
conhecimento requer, como seu pressuposto em cada á rea, o
conhecimento de Deus, cujo temor é o princípio da sabedoria e do
conhecimento.
É necessá rio mais do que nunca enfatizar que os melhores e mais
confiá veis educadores sã o os pais sob a autoridade de Deus. A maior
escola é a família. No aprendizado, nenhum ato de ensino em
qualquer escola ou universidade se compara à tarefa rotineira de
mã es ao ensinar a um bebê, que nã o fala nenhum idioma, a língua
materna em tã o pouco tempo. Nenhuma outra tarefa na educaçã o
pode comprar-se a isso. O treinamento moral da criança, a disciplina
de bons há bitos, é uma herança dos pais aos filhos que sobrepuja
todas as demais. A família é a primeira e fundamental escola do
homem.
R. J. Rushdoony
James E. Wood Jr., editor do Journal of Church and State [Perió dico
da Igreja e Estado], primeiramente ridicularizou a noçã o dos
fundamentalistas de que o humanismo secular é a fé das escolas
estatistas dos Estados Unidos. Ele faz eco à opiniã o de que se trata
de “uma ilusã o paranoica” por parte da direita religiosa. Ele vê o
humanismo secular como um mito cujos “autores” sã o os
fundamentalistas. Ele cita a declaraçã o do senador Daniel Patrick
Moynihan de que nem ele, nem qualquer um que tenha ajudado na
elaboraçã o do Education for Economic Security Act (1984), que em
parte barrou um distrito escolar de receber fundos para financiar
qualquer curso que envolva humanismo secular, sabia “de qualquer
distrito escolar que ensinasse um humanismo secular. Nã o estou
certo se alguém sabe o que é humanismo secular… certamente,
nenhuma das escolas afetadas pela legislaçã o” o ensina.
Em segundo lugar , Wood afirmou a “neutralidade” das escolas
pú blicas “para com as fés ou tradiçõ es religiosas particulares”. [27]
Wood aceitou a declaraçã o de neutralidade em relaçã o aos valores
feita pelas escolas do Estado. A ideia de neutralidade é, contudo, um
mito. Cada pessoa e instituiçã o têm uma perspectiva e um plano que
envolve um comprometimento. Se Deus é de fato o Criador dos céus
e da terra, e se o Deus da Escritura é o Deus vivo, eliminá -lo da
educaçã o nã o é neutralidade, mas inimizade; a consideraçã o mais
importante de todas nã o é considerada. Nenhum homem pode ser
neutro para com Deus. A ideia de neutralidade pressupõ e uma
objetividade da parte do homem que nã o é sustentá vel. Além disso,
nã o nos é possível presumir que a neutralidade seja essencial para o
estabelecimento da verdade; se um homem é neutro para com todas
as coisas, entã o todas as coisas sã o igualmente sem sentido para ele.
Nem mesmo Deus professa ser neutro; ele fala de odiar certas coisas
e pessoas ( e.g. , Provérbios 6.16-19). Nas ciências, uma hipó tese,
que é uma pressuposiçã o nã o neutra, conquanto experimental, é
usada na abordagem da factualidade. A educaçã o estatista não é
neutra; cada tema no currículo, cada livro-texto, e cada regulaçã o
envolve um julgamento nã o neutro. Os tribunais nã o sã o neutros;
num julgamento de assassinato, nem a corte nem a lei é neutra em
relaçã o ao crime de assassinato. Antes, a busca é por justiça no
procedimento e no julgamento, algo muito diferente de
neutralidade.
Quanto ao humanismo secular ser um mito, Wood nã o apresenta
nenhuma evidência de qualquer conhecimento das faculdades de
pedagogia, seus livros didá ticos e os livros didá ticos da escola. Como
ele explicaria um manual do professor como o Humanistic Education
Sourcebook [Livro de Referência para a Educaçã o Humanista]? [28]
Os cinquenta e seis artigos, escritos por grandes educadores,
enfatizam o humanismo. Um artigo nos diz que “os valores
evoluem”. Os valores sã o uma opçã o humana, nã o um mandato
religioso. Eles sã o um “produto das nossas experiências. Nã o se
tratam somente de uma questã o de verdadeiro ou falso”. Isto coloca
os valores para além do bem do mal. [29] Outro artigo ridiculariza a
doutrina bíblica do homem como um pecador; somos informados:
“as pessoas nã o sã o má s”. [30] Ainda outro ensaio é intitulado:
“Humanismo: o á pice de uma pessoa educada”. [31]
Se o humanismo secular ( i.e. , humanismo como praticado pelos
leigos) é um mito, como podemos explicar tais escritos? [32]
Uma publicaçã o de abril de 1988, da Association for Supervision and
Curriculum Development [Associaçã o para a Supervisã o e
Desenvolvimento do Currículo], intitulada Moral Education in the
Life of the School [Educaçã o Moral na Vida Escolar], ignora
totalmente a moralidade bíblica. Ela segue Emile Durkheim, que
sustentava que os três elementos essenciais na moralidade sã o,
primeiro , disciplina; em segundo lugar , a “autoridade moral” que é
“social na origem”, o que elimina portanto Deus; e em terceiro lugar ,
autonomia, autodeterminaçã o, e o ser humano ( não Deus) como “a
coisa sagrada por excelência”. [33]
A seçã o sobre “A pessoa
moralmente madura” continua na mesma linha. Para uma educaçã o
que pretende ser democrá tica, negligenciar a fé bíblica da maioria
dos americanos, ou pelo menos o maior elemento na populaçã o,
dificilmente é democrá tico! Ainda mais, negligenciar a fé religiosa
que é bá sica à civilizaçã o ocidental nã o apenas não é uma postura
neutra, mas é de fato uma postura de hostilidade agressiva. Trata-se
de uma hostilidade com graves consequências.
Em 1957, Kenneth Rexroth analisou o que estava acontecendo à arte
com o surgimento do movimento beatnik (que precedeu os hippies).
Ele observou que “muitos dos desenvolvimentos mais
impressionantes nas artes de hoje sã o aberrantes, idiossincrá ticos”.
[34]
A “melhor ficçã o popular” estava preocupada “com o mundo dos
totalmente repudiados”. Segundo Rexroth, a tese de Nelson Algren
era: “é melhor estar fora do que dentro”. “É da maior importâ ncia
social o fato de que os novelistas que dizem, ‘me orgulho de ser
delinquente’, sã o, todavia, vendidos em ediçõ es de centenas de
milhares”. [35] Sendo assim, concluiu:
O desprendimento do criador, que, como criador é
necessariamente juiz, é uma coisa, mas o absoluto
niilismo do hipster esvaziado é outra. O que virá de uma
atitude como essa? É impossível continuar dizendo
indefinidamente: “Me orgulho de ser um delinquente”,
sem destruir todo valor civilizado. Entre tais pessoas
nenhum relacionamento interpessoal duradouro pode ser
construído, e sem dú vida, nada que se assemelhe a uma
“cultura” verdadeira — um estar em casa dos homens uns
com os outros, seu trabalho, seus amores, seu ambiente. O
resultado final deve ser a desesperança do naufrá gio — o
desespero, as orgias, em ú ltima instâ ncia o canibalismo de
um bote salva-vidas perdido. Creio que a maior parte de
uma geraçã o inteira irá para a ruína — a ruina de Celine,
Artaud, Rimbaud, voluntariamente, mesmo
entusiasticamente. O que acontecerá depois nã o sei, mas
nos pró ximos dez anos ou mais teremos que lidar com a
juventude que nó s, minha geraçã o, fizemos passar pelo
esmagador de á tomos. [36]
Desengajamento social,
integridade artística, pobreza voluntá ria — essas sã o
virtudes poderosas e podemos introduzi-las, mas nã o sã o
as virtudes que tentamos inculcar — antes, elas sã o o
exato oposto. [37]
Uma educaçã o que se “desengaja” de Deus e de toda a sua histó ria é
uma educaçã o apaixonada pela morte; ela tem, nos termos de
Rexroth, “o canibalismo de uma bote salva-vidas perdido”. Nã o é
surpresa, pois, que escolas estatais estejam hoje num estado de
ilegalidade e anarquia, tanto moral como educacional.
Numa interessante passagem, a romancista Erica Jong falou de
casamento nã o como cura para solidã o; de amantes nã o como sendo
nenhuma panaceia; do sexo nã o como uma soluçã o final, e em
seguida disse: “se você fez de sua vida uma prolongada doença,
entã o a morte foi a ú nica cura”. [38] Progressivamente, mais e mais
estudantes veem a morte como a ú nica cura, pois a pró pria vida é
rejeitada. Antes da Revoluçã o Francesa, o mundo dos escritores foi
marcado por uma hostilidade a tudo que fosse positivo. Esses
homens eram os enraivecidos [39] . Antes da Revoluçã o Russa, os
escritores, assim como os jovens, se tornaram niilistas, tornando-se,
portanto, uma classe enraivecida . Herzen, que nã o era nenhum
defensor da antiga ordem, escreveu com irritaçã o, de Londres, no
tocante a esses niilistas, os enraivecidos :
O que me impressionou neles foi a facilidade com a qual
desesperaram de tudo; a alegria feroz de sua negaçã o e
sua terrível crueldade. A despeito de seus espíritos
excelentes e intençõ es nobres, nossos “biliosos” podem,
por seu tom, levar um anjo a arroubos e um santo a
maldiçõ es. Eles exageram tudo no mundo com tamanha
compostura, e nã o como uma piada, mas por causa de
uma grande amargura, que se tornaram completamente
insuportá veis. [40]
Na educaçã o, como na sociedade em geral, atacar as normas cristã s é
ganhar a simpatia como um homem “inteligente” e “perceptivo”. Nã o
poucos líderes eclesiá sticos ganharam proeminência nacional dando
voz a tais críticas “cultas” à fé e lei bíblicas. Em 18 de junho de 1943,
durante a Segunda Guerra Mundial, George Orwell escreveu um
poema sobre seu “crime” de patriotismo, isto é, sua deserçã o de
desprendimento dos valores tradicionais. Ele disse
alguém teve o desaforo
De escrever três pá ginas me chamando “traidor”
Um crime tã o negro é amar o pró prio país.
Todavia, onde está o pulha que teria achado estranho eu
Escrever uma prateleira de livros em louvor à sodomia?
[41]
Os enraivecidos do nosso século estã o enfurecidos acima de tudo
contra a ordem religiosa. Em 1968, The Rolling Stones , uma banda
de rock, apresentou sua mú sica, “Sympathy for the Devil” [Simpatia
pelo Diabo]. Marshall Berman, escrevendo sobre a revoluçã o
estudante da década de 1960, registrou, como membro desse
elemento revolucioná rio, quã o enervante foi para muitos deles,
quando os fatos do caso Manson começaram a surgir, descobrir
como o mundo deles coincidia com o dos Manson. Eles eram uma
parte da mesma “contracultura”, com as mesmas mú sicas, drogas,
comportamento sexual, e muito mais. O “Weatherpeople” aclamou
os assassinatos dos Manson “como um ato político exemplar”. Eles
“usaram a linguagem da demonologia revolucioná ria”. Berman
considerou “pertinente que o LSD tenha sido usado e celebrado pela
primeira vez nã o nos sombrios enclaves boêmios, mas em Harvard e
no UCLA Medical Center”. Mesmo assim, Berman afirmou:
Qualquer um que persista na crença “que o bem pode
proceder apenas do bem e o mal apenas do mal” — que
crê, em outras palavras, que pode viver neste mundo e
ainda manter sua inocência intacta — “é um infante
político”. A vida humana é sombriamente ambígua em sua
essência. [42]
Nossa cultura simpatiza com o diabo, pois ela se ressente das
reivindicaçõ es do Deus soberano das Escrituras. Por conseguinte,
ela aceitará qualquer absurdo em nome da educaçã o; continuará a
tolerar a destruiçã o de suas crianças, moral e intelectualmente;
continuará a tolerar o crime nas ruas e em cada esquina; continuará
a tolerar homens degenerados como políticos. Ela continuará a fazer
essas coisas e outras mais, pois já foi dito acerca do soberano, Jesus
Cristo: “nã o queremos que este reine sobre nó s” (Lucas 19.14).
PARTE III
John Frame
As Escrituras deixam claro que os pais têm a obrigaçã o de criar seus
filhos num ambiente que seja nã o somente centrado em Cristo, mas
inclusive saturado de Cristo. Basta ler Deuteronô mio 6.4-9:
Ouve, Israel, o SENHOR , nosso Deus, é o ú nico SENHOR .
Amará s, pois, o SENHOR , teu Deus, de todo o teu coraçã o,
de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras
que, hoje, te ordeno estarã o no teu coraçã o; tu as
inculcará s a teus filhos, e delas falará s assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao
levantar-te. Também as atará s como sinal na tua mã o, e te
serã o por frontal entre os olhos. E as escreverá s nos
umbrais de tua casa e nas tuas portas.
Conforme apresento minha posiçã o, nã o concordo, por um lado, com
certos puristas de homeschool que dizem que as Escrituras proíbem
qualquer delegaçã o dessa tarefa; acredito que as crianças nos
tempos bíblicos eram frequentemente aprendizes de praticantes de
vá rios ofícios. Mas claramente os pais têm a responsabilidade ú ltima
pela educaçã o dos seus filhos, tanto religiosa como secular, e eles
nã o deveriam permitir que seus filhos, numa idade jovem,
frequentem uma escola que viole seus valores fundamentais ou que
nã o permita nenhuma supervisã o substancial por parte dos pais.
Por outro lado, acho difícil imaginar qualquer situaçã o em que os
pais possam justificar enviar os seus filhos para uma escola pú blica
americana. [44] Talvez uma extrema destituiçã o financeira poderia
ser uma justificativa, ou a total incapacidade de uma família ensinar
seus filhos em casa. Mas as escolas pú blicas excluem as influências
cristã s; de fato, elas frequentemente falseiam a histó ria do mundo a
fim de negar a imensa influência do cristianismo sobre a nossa
civilizaçã o. Todavia, hoje elas percebem (como nã o o faziam há
trinta anos) que devem comunicar alguns valores. Esses valores
tendem a ser humanistas seculares, ou relacionados à Nova Era,
relativistas, ocultistas etc. E sem dú vida há problemas dentro do
sistema pú blico educacional sempre mencionados na mídia:
violência, drogas, educaçã o sexual relativista, um nú mero imenso de
gravidez entre adolescentes, que tais. [45]
Como, sob tais condiçõ es, podem os pais fornecer o ambiente de
Deuteronô mio 6, saturado pela Palavra? Além disso, as escolas
pú blicas (e, infelizmente, muitas privadas) tendem a consumir mais
e mais o tempo de uma criança. Atividades extraclasse de esporte ou
complementares e coisas semelhantes deixam pouquíssimo tempo
para a igreja e ensino no lar. Todavia, um pai cristã o precisará de
tempo: nã o somente para ensinar as Escrituras, mas também para
desensinar os valores aprendidos da sociedade em geral, incluindo
professores e colegas da escola pú blica. Essa tarefa pode ser
intimidadora, e tenho visto pouquíssimos pais que têm conseguido
algum sucesso substancial nela.
Admito que há professores cristã os no sistema de escola pú blica, e
sou grato por eles. Eles sã o missioná rios na linha de frente. É
verdade que seus lá bios devem frequentemente permanecer
fechados; isso é verdade também em outras circunstâ ncias onde há
inimigos do evangelho, como em países muçulmanos. Mas eles
possuem oportunidades ocasionais de falar aos seus colegas e
estudantes sobre Jesus, e essas coisas nã o devem ser desprezadas.
Tais pessoas devem entender o seu papel. A tarefa delas nã o é
educar crianças cristã s. Elas deveriam ser honestas e direcionar
seus amigos cristã os a enviar seus filhos a outro lugar. No cená rio de
uma escola pú blica elas jamais podem esperar ensinar os jovens
cristã os como deveriam, pelo menos nã o mantendo o seu emprego.
O trabalho delas é realizar um serviço para o seu empregador, o
Governo, e nessa situaçã o, apresentar, tanto quanto possível, um
testemunho de palavra e vida. Há caminhos sutis, também, em que
professores podem apresentar um testemunho, mesmo em sala de
aula. Eles podem, por exemplo, apresentar críticas de filosofias
seculares, demonstrando que elas degeneram em absurdo mediante
aná lise. [46] Agindo assim, eles estarã o fornecendo um bom serviço
intelectual para os seus estudantes, ao mesmo tempo em que
colocam toda a ideologia secularista em cheque. E imagine o
estudante descobrindo fora do ambiente escolar que esse professor,
um cético de todos os tipos de pensamento em sala de aula, é na
verdade um cristã o!
Mas as famílias cristã s deveriam educar suas crianças jovens em
escolas cristã s ou mediante ensino no lar, caso possível. Digo
crianças “jovens”, pois creio que as crianças cristã s deveriam ser
educadas para a vida no mundo, nã o para passar o restante de suas
vidas num gueto cristã o. Elas deveriam ser ensinadas de tal forma
que seriam capazes de entrarem em escolas seculares sem sofrerem
dano, sendo, antes, sal e luz naquela situaçã o. De fato, muitos níveis
avançados de educaçã o exigirã o interaçã o de primeira mã o com
abordagens nã o cristã s.
Estudantes diferem quanto ao momento em que estã o prontos para
o estudo secular, ou para um emprego no “mundo”. Alguns seriam
capazes de lidar com isso no ensino médio, outros na faculdade, e
ainda outros nã o até que entrem numa pó s-graduaçã o. Mas ninguém
deveria entrar numa instituiçã o nã o cristã até que estivesse bem
fundamentado nas Escrituras e na cosmovisã o reformada a fim de
discernir o verdadeiro e falso no ensino nã o cristã o. E ele nã o
deveria ingressar em tal escola até que seu cará ter cristã o estivesse
bem formado, até que fosse capaz de dizer “nã o” à s tentaçõ es de
uma sociedade nã o cristã .
Há problemas especiais, também, com colégios e seminá rios que
professam convicçõ es bíblicas, mas na prá tica apoiam uma crítica
bíblica destrutiva, ordenaçã o de mulheres, direitos homossexuais e
outros aspectos de uma agenda esquerdista. Estudantes sã o seres
impressioná veis, mesmo quando cursando o segundo grau ou
universidade. Conheci poucos, se é que algum, alunos secundaristas
ou universitá rios que nã o tenham sido profundamente influenciados
pelas escolas que frequentaram. Muitos jovens que conheci foram
enviados para tais escolas por pais que esperavam que seus valores
cristã os seriam reforçados, para entã o experimentar a tragédia de
ver seus filhos conduzidos ao naufrá gio espiritual por professores e
colegas. Lealdade denominacional ou confessional frequentemente
leva tais pais a ignorarem problemas que eles perceberiam
facilmente em escolas seculares ou escolas de outras denominaçõ es
ou tradiçõ es. Pastores e presbíteros que encorajam esse tipo de
denominacionalismo cego em detrimento da fé dos jovens terã o
muito pelo que responder: “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a
um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se
lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse
afogado na profundeza do mar” (Mt 18.6). Como se pode ver, isso é
mais do que uma simples questiú ncula sobre filosofia educacional.
Mas devemos retornar à educaçã o das crianças jovens. Entre escolas
institucionais cristã s (CSI, ACSI etc.) e educaçã o cristã no lar, estou
inclinado a favorecer o ú ltimo, embora haja certamente papeis
legítimos para cada um. Isso depende grandemente da capacidade e
tempo dos pais de ensinar adequadamente por si mesmos.
Consideraçõ es financeiras podem também influenciar decisõ es
nessa á rea. Minha preferência por educaçã o no lar é baseada no fato
que estudantes no método homeschool podem caminhar no seu
pró prio ritmo, e os métodos de ensino podem ser personalizados
para cada estudante. Com uma excelente interaçã o professor-
estudante, a fraqueza do estudante pode ser rapidamente observada
e corrigida. Quando feita com excelência, a educaçã o no lar ensina
num ritmo rá pido, e com enriquecimentos que nã o podem ser
superados em instituiçõ es. Na educaçã o feita no lar, assuntos
acadêmicos e valores cristã os podem ser integrados com projetos da
vida real: os filhos podem participar nos negó cios da família, na
agricultura, em ministérios de vá rios tipos, tudo no contexto de
relacionamento social familiar.
A crítica comum de escolas no lar é que elas nã o fornecem
socializaçã o adequada para as crianças. Contudo, um grupo de apoio
a escolas cristã s no lar (há um excelente onde morei, em Escondido,
bem como em Orlando) pode fornecer muitas atividades coletivas a
fim de suprir essa necessidade. Além disso, precisamos ser muito
cautelosos sobre como as crianças sã o socializadas. Nosso objetivo
para as crianças é que elas se tornem adultos piedosos. Provérbios
13.20 nos diz que a companhia dos tolos será destruída, e que a
tolice está ligada ao coraçã o da criança (22.15). Esses princípios
bíblicos parecem implicar que as melhores companhias para
crianças em crescimento sã o adultos maduros, nã o outras crianças.
Sabemos quã o danosa é a pressã o dos pares nas crianças, mesmo
em ambientes cristã os. Ocasionalmente pode ser benéfico, mas no
todo é prejudicial, como Provérbios nos leva a esperar. Esse
comentá rio nã o pretende justificar alguma política de isolamento
absoluto; [47] isso seria cruel e educacionalmente contraproducente.
Se as crianças devem ser preparadas para o mundo , elas precisam
ser expostas ao mundo, inclusive à tolice de outras crianças. Mas
enviá -las a uma escola onde seus principais mentores sã o outras
crianças (isso é exatamente o que acontece em qualquer escola)
pode muito bem ser um equívoco, ainda que essa escola seja cristã .
Além disso, muitas escolas cristã s institucionais têm pouca ideia
sobre como integrar os estudos das crianças com ensinos bíblicos. E
mesmo quando sabem como fazer isso na teoria, frequentemente
negam essas percepçõ es por conta da atmosfera espiritual e ética da
escola. Conheci escolas cristã s (que professam a fé reformada!) nas
quais as crianças têm tédio à Bíblia, em que a fé delas é tida como
certa, nas quais as crianças sã o magoadas por outras e pelos
professores por serem da nacionalidade ou denominaçã o “erradas”.
Uma escola cristã que conheci ganhou a reputaçã o entre seus rivais
atléticos por conta da linguagem suja que seus estudantes utilizam
durante os jogos. E tenho visto pais tentando trazer tais problemas à
atençã o por parte de determinada escola apenas para serem
dispensados sem nenhuma consideraçã o séria desse problema. A
escola recusou tomar qualquer responsabilidade pelo
desenvolvimento do cará ter da criança, culpando as famílias e
igrejas por todos os problemas de suas crianças. Alguém nã o deveria
presumir que uma escola será adequada simplesmente por ostentar
o nome “cristã ”.
Contudo, escolas cristã s sã o um “gigante dormente”, potencialmente
uma das maiores armas cristã s na presente batalha espiritual.
Muitas pessoas estã o preocupadas sobre os fracassos das escolas
pú blicas e estã o buscando algo melhor. Se os cristã os puderem
mostrar que podem fazer melhor no ensino de fatos e valores,
pessoas sem quaisquer raízes cristã s correrã o para a sua porta. Essa
pode ser a maior oportunidade evangelística no terceiro milênio.
Mas temo que as escolas cristã s estejam negligenciando
grandemente essa oportunidade. Essa é uma das piores falhas da
igreja moderna; e os reformados, que têm conduzido as igrejas
protestantes no campo da educaçã o cristã , devem receber grande
parte da culpa.
Os presbíteros de uma igreja têm a responsabilidade de tornar esses
fatos conhecidos a seus membros e apresentar uma convincente
defesa em prol de escolas cristã s e escolas cristã s no lar. [48] Os
diá conos deveriam cumprir o seu dever e assegurar que os filhos
das famílias pobres tenham oportunidades de educaçã o cristã
adequada. É difícil imaginar qualquer tarefa na igreja que tenha
mais alta prioridade em nosso tempo. Tanto a teologia da aliança
como a Grande Comissã o exigem um alto investimento na educaçã o
cristã das crianças. Mas primeiro devemos nos educar sobre como e
por que fazê-lo.
[1]
R. J. Rushdoony, Our Threatened Freedom: A Christian View on the Menace of American
Statism .
[2]
Veja o outro livro que organizamos, por título A desgraça do ateísmo na economia
(Brasília: Monergismo, 2018), contendo artigos escritos pelo pastor e teó logo P. Andrew
Sandlin.
[3]
“Secularismo, como entendido popularmente, é a visã o que os valores e padrõ es da
sociedade nã o devem ser influenciados ou controlados pela religiã o. A falha aqui é perceber
que o pró prio secularismo é uma perspectiva religiosa, a religiã o do humanismo, na qual a
fonte da definiçã o para a realidade, verdade e moralidade é “deste mundo”, a saber, na
forma do raciocínio e experiência humanos. A fé bíblica nega tal distinçã o artificial entre o
“espiritual e “terreno” e reivindica em vez disso que tudo da vida e da realidade, em toda
parte, é criada e definida por Deus e sua revelaçã o. Consequentemente, nã o existe á rea da
vida ou do pensamento que nã o esteja sob sua autoridade e senhorio” (Joseph Boot, The
Mission of God: A Manifesto of Hope for Society ).
[4]
Um excelente livro que merece ampla divulgaçã o é Professor não é educador (Brasília:
Editora Edesio, 2013), de Armindo Moreira.
[5]
Robert Lewis Dabney, On Secular Education (Moscow: Canon Press, 1996), p. 5.
[6]
Ibid .
[7]
Ibid .
[8]
Ibid , p. 5-6.
[9]
J. Gresham Machen, Forward in Faith (Chicago: National Union of Christian Schools,
1934).
[10]
Louis Berkhof e Cornelius Van Til, Foundations of Christian Education: Addresses to
Christian Teachers (ed.) Dennis E. Johnson (Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and
Reformed Pub, 1990), p. 16.
[11]
Henry Van Til, O conceito calvinista de cultura (Sã o Paulo: Cultura Cristã , 2010), p. 246.
[12]
Gordon H. Clark, A Christian Philosophy of Education (Jefferson, MD: The Trinity
Foundation, 1988), p. 73. Ou como coloca outro autor: “A grande mentira das escolas
pú blicas é que o Deus da Bíblia é irrelevante. Os livro-textos nunca o mencionam. Todo
mundo pressupõ e que as crianças nã o precisam saber nada sobre Deus, a lei de Deus e a
Palavra de Deus a fim de se tornarem pessoas educadas. Essa é a mentira do pró prio
Sataná s (Robert L. Thoburn, The Children Trap: The Biblical Blueprint for Education , p. 34).
[13]
No sentido de que foram instituídos sem mediaçã o, isto é, de modo direto. [N. do T.]
[14]
Publicado originalmente em Rousas John Rushdoony, Law and Liberty (Vallecito, CA:
Ross House Books, 1984).
[15]
Veja nota abaixo. [N. do R.]
[16]
O termo establishment , já amplamente utilizado nos círculos acadêmicos e mesmo
jornalísticos, nã o oferece a possibilidade de aportuguesamento, visto que expressa um
conceito diferente do falso cognato “estabelecimento”. Segundo o Dicionário de usos do
Português do Brasil (2002), establishment é “a ordem ideoló gica, econô mica, política e legal
que constitui uma sociedade ou um Estado”. E é nesta ú ltima acepçã o que Rushdoony se
refere quando utiliza o termo. [N. do R.]
[17]
Karl Jaspers, The Idea of the University , p. 71.
[18]
Livro didá tico fornecido à s escolas estatais em fins do século XIX, para uso das aulas de
literatura, e que continha, dentre outras coisas, exercícios de declamaçã o de poesia, de
interpretaçã o de texto e de leitura. O McGuffy Fifth Reader , por sua vez, cumpria a mesma
funçã o, com a diferença que era utilizado — e ainda o é — para escolas privadas e para o
homeschooling . O ponto de Rushdoony é que pouco mais de um século foi o suficiente para
que a educaçã o estatal norte-americana se tornasse nitidamente precá ria, visto que, à
época deste ensaio (1984), poucos eram capazes de atender o nível exigido por um livro
didá tico que anteriormente fora tido como inferior. [N. do R.]
[19]
Publicado originalmente em Rousas John Rushdoony, Institutes of Biblical Law ,
volume 1 (Nutley, N.J.: The Craig Press, 1973).
[20]
Derek Kidner, Proverbs, An Introduction and Commentary (Chicago, IL: Intervarsity
Press, 1964), 51.
[21]
Como obviamente depreende-se do contexto e da citaçã o bíblica, Rushdoony refere-se
à s prá ticas habituais dos fariseus, que instruíam o povo a valer-se da prá tica acima
mencionada, e nã o propriamente a igreja formada pelos apó stolos e discípulos. [N. do R.]
[22]
A. R. S. Kennedy, “Education”, in James Hastings, A Dictionary of the Bible , 1:647.
[23]
Ibid ., 646.
[24]
Carle C. Zimmerman and Lucius F. Cervantes, Marriage and the Family (Chicago, IL:
Regnery, 1956), 310-11.
[25]
Julius B. Mailer, “The Role of Education in Jewish History”, in Louis Finkelstein, The
rd
Jews: Their History, Culture, and Religion , 3 ed. (New York, NY: Harper and Brothers,
1960), 2: 1240-41.
[26]
Publicado originalmente em Rousas John Rushdoony, Sovereignty (Vallecito, CA: Ross
House Books, 2007).
[27]
James E. Wood Jr., “Editorial: Religious Fundamentalism and the Public Schools”,
Journal of Church and State 29, no. 1 (Winter 1987): 15-17.
[28]
Donald A. Read and Sidney B. Simon, eds., Humanistic Education Sourcebook
(Englewod Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1975).
[29]
Louis E. Raths, Merrill Harmin and Sidney B. Simon, “Values and Valuing”, in ibid ., 72-
81.
[30]
William R. Coulson, “Encounter Group and Brainwashing,” in ibid ., 232.
[31]
Stephen N. Stivers, L. Gerald Buchan, C. Robert Dettloff, e Donald C. Orlich, “Humanism:
Capstone of an Educated Person”, in ibid ., 363-69.
[32]
Veja R.J. Rushdoony, The Messianic Character of American Education (Phillipsburg, NJ:
Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1963).
[33]
Association for Supervision and Curriculum Development, Moral Education in the Life
of the School (Alexandria, VA, 1988), 16-18.
[34]
Kenneth Rexroth, “Disengagement: The Art of the Beat Generation”, in New World
Writing , no. 11 (New York, NY: New American Library, 1957), 32.
[35]
Ibid ., 35-36.
[36]
Forma popular norte-americana de referir-se ao acelerador de partículas. [N. do R.]
[37]
Ibid ., 41.
[38]
Erica Jong, Fear of Flying (New York, NY: New American Library, 1973), 254.
[39]
No original, Enraged , referência à denominaçã o francesa (“ enragés ”) dadas aos
revolucioná rios radicais chefiados por Jacques Roux, que exigiam até mesmo a taxaçã o dos
gêneros alimentícios para os ricos e para a nobreza. [N. do R.]
[40]
Citado em Walter Laqueur, “Literature and the Historian”, in Walter Laqueur and
George L. Mosse, eds., Literature and Politics in the Twentieth Century (New York, NY:
Harper Torchbook, 1967), 13.
[41]
Stephen Lutman, “Orwell’s Patriotism”, in ibid ., 150-51.
[42]
Marshall Berman, “Sympathy for the Devil: Faust, the ‘60s and the Tragedy of
Development”, in American Review, no. 19 (New York, NY: Bantam Books, 1974), 23-75.
[43]
Publicado originalmente em IIIM Magazine Online , Volume 4, Nú mero 10, 18 a 24 de
março de 2002.
[44]
Seria tolice retrucar: “Mas Frame está falando do cená rio americano”. As nossas
escolas, tanto em qualidade como em anticristianismo, estã o numa situaçã o muito pior que
as americanas. Assim, confiando na inteligência e honestidade do leitor, recusei-me
traduzir a passagem como simplesmente “acho difícil imaginar qualquer situaçã o onde os
pais possam justificar enviar os seus filhos para uma escola pú blica”. [N. do T.]
[45]
Infelizmente, muitos pais cristã os pensam ser esse o único ou principal problema das
escolas em geral, ou escolas pú blicas em particular, quando, na verdade, trata-se de uma
das muitas consequências de se negar a cosmovisã o e a moralidade cristã s. Assim sendo,
uma escola que exija uma moralidade semelhante à quela defendida por judeus e cristã os,
mas negue a relevâ ncia de Deus e do cristianismo para toda a esfera do aprendizado, é
igualmente impura e infiel. [N. do T.]
[46]
Um excelente auxílio para pais e professores neste aspecto é o livro De Tales a Dewey
(Sã o Paulo: Cultura Cristã ), de Gordon H. Clark. [N. do T.]
[47]
Algo, aliá s, impossível, caso a família esteja realmente preocupada em seguir a Bíblia
como padrã o de vida. Afinal, isso necessariamente exigirá participar de uma comunidade
cristã de maneira regular e de forma ativa, o que significará que os filhos estarã o em
contato nã o apenas com outros adultos, mas com outras crianças cristã s da comunidade da
aliança. Esse é o motivo de sempre me parecer falaciosa essa objeçã o ao ensino no lar.
Argumentar que “conheço casais cujos filhos sofreram por causa do isolamento produzido
pela educaçã o no lar” teria o mesmo peso de dizer que “conheço casais que se separaram
depois de se abraçarem a fé reformada”. [N. do T.]
[48]
“Os presbíteros deveriam avaliar as escolas cristã s locais e examinar o material
curricular delas. A igreja pode recomendar escolas a seus membros. Esse é um serviço
legítimo da igreja, pois a igreja é protetora das famílias. Ela está simplesmente fornecendo
informaçã o especializada que os membros podem nã o possuir. O pastor deveria ter mais
experiência em avaliar uma educaçã o cristã do que o membro ordiná rio. Se nã o tiver, está
na hora de encontrar um novo pastor” (Robert L. Thoburn, The Children Trap: The Biblical
Blueprint for Education , p. 143).