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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS DE ARIQUEMES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

JEMIMA QUÉREN NEVES DE PAULA MAURÍCIO

OS DESAFIOS DE UMA GESTÃO ESCOLAR PARA COMBATER O


BULLYING NO COTIDIANO DOS ALUNOS

Ariquemes, RO
2019
JEMIMA QUÉREN NEVES DE PAULA MAURÍCIO

Trabalho de Conclusão do
Curso – TCC de Licenciatura em
Pedagogia do Campus de Ariquemes da
Universidade Federal de Rondônia, sob
orientação da Professora M.a. Regina Ap.
Costa

Ariquemes, RO
2019
Dados de publicação internacional na publicação (CIP)
Biblioteca Prof. Gerson Flôres Nascimento/UNIR

M454d
Maurício, Jemima Querén Neves de Paula
Os desafios de uma gestão escolar para combater o Bullyng no
cotidiano dos alunos. / Jemima Querén Neves de Paula Maurício .
__ Ariquemes-RO, 2019.
45 f.

Orientadora: Prof.ª Ma. Regina Ap. Costa

Monografia (Licenciatura em Pedagogia) - Fundação


Universidade Federal de Rondônia.

1. Bullying. 2. Gestão Escolar. 3. Educação infantil. I. Costa, Regina


Ap.. II. Título.

CDU: 37.07
Bibliotecária Responsável: Fabiany M. de Andrade, CRB: 11-686.
AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente a Deus por ter me iluminado e ajudado a concluir esta


etapa da minha vida. Aos meus pais, especialmente à minha mãe Damaris, por tanta
dedicação durante todos os longos anos de estudo, desde a educação infantil. Ao
meu marido Jairo, por me dar força, quando eu achava que não iria conseguir. À
orientadora, Regina Costa, pelas suas contribuições e dedicação a essa pesquisa. À
direção da escola por ter disponibilizado sua instituição para a realização da
pesquisa. Em especial agradeço a minha filha, Analú, pela sua existência, que é um
incentivo para buscar a cada dia novas realizações.
Dedico este trabalho a todos os profissionais da educação que transformam os
desafios em oportunidades de crescimento, formando seres humanos plenos em
essência.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a
sociedade muda.”
PAULO FREIRE
RESUMO

O presente trabalho aborda sob as orientações das teorias dos comportamentos que
envolvem crianças e adolescentes que estimulam a prática do Bullying, buscando
estratégias que envolvam toda a comunidade escolar no combate a esta
desagradável realidade visando intervenções de todos os profissionais da educação,
principalmente dos gestores, para minimizá-lo, na tentativa de excluir essa prática
das escolas. O estudo tem um caráter inicial de pesquisa bibliográfica, como
norteador para o entendimento do objeto de estudo, priorizando vivências explícitas
em jornadas de trabalho efetivo com profissionais e alunos, dando origem a análise,
observação de várias metodologias para a compreensão de atitudes e intervenções
que justifiquem a atuação do gestor, suas funções e responsabilidades sociais. A
pesquisa teórica foi realizada com a aplicação de questionários, em uma instituição
de âmbito público municipal, com crianças de 9 e 10 anos. Foi permeada em
considerações relacionadas a autores como Cléo Fante, Silva, e outros afins, além
de projetos que consideram a possibilidade da reversão do quadro do Bullying para
outro, constituído nas relações sociais interativas, compartilhadas e de respeito
mútuo. O Bullying é um fenômeno resultante da intolerância no contexto social, e
vem se instalando nos ambientes escolares por isso, é necessária a integralização
da gestão escolar num olhar mais observante. Constatou-se que o trabalho coletivo
entre gestão escolar traz importantes resultados as ações educacionais.

Palavras-Chaves: Bullying. Gestão Escolar. Crianças. Escola.


ABSTRACT

The present work addresses under the guidance of behavioral theories that involve
children and adolescents that encourage the practice of bullying, seeking strategies
that involve the whole school community in the fight against this unpleasant reality
aimed at interventions of all education professionals, especially managers, to
minimize it in an attempt to exclude this practice from schools. The study has an
initial character of bibliographic research, as a guide for understanding the object of
study, prioritizing explicit experiences in effective working hours with professionals
and students, giving rise to analysis, observation of various methodologies to
understand attitudes and interventions that justify the performance of the manager,
their roles and social responsibilities. The theoretical research was carried out with
the application of questionnaires, in a municipal public institution, with children of 9
and 10 years. It was permeated by considerations related to authors such as Cléo
Fante, Silva, and others, as well as projects that consider the possibility of reversing
the Bullying framework to another, constituted in interactive, shared and mutually
respectful social relationships. Bullying is a phenomenon resulting from intolerance in
the social context, and has been settling in school environments so it is necessary to
integrate school management in a more observant look. It was found that the
collective work between school management brings important results to educational
actions.

Keywords: Bullying. School management. Children. School.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEORICO..................................................................................... 12
2.1 OS DESAFIOS DE UMA GESTÃO ESCOLAR PARA COMBATER O BULLYING
NO COTIDIANO DOS ALUNOS................................................................................ 12
2.2 CONCEITOS DE BULLYING .............................................................................. 17
2.2.1 Tipos de Bullying .............................................................................................. 20
2.2.2 Características do Agressor ............................................................................. 22
2.2.3 Vitimas.............................................................................................................. 22
2.2.4 Consequências ................................................................................................. 24
2.3 UM BREVE CONCEITO SOBRE GESTÃO EDUCACIONAL ............................ 24
2.4 A TRINDADE PEDAGÓGICA ............................................................................. 26
2.4.1 Orientação Educacional ................................................................................... 26
2.4.2 Coordenação Pedagógica ................................................................................ 28
2.4.3 Diretor Escolar .................................................................................................. 30

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 31
3.1 LOCUS DA PESQUISA ....................................................................................... 32
3.2 PARTICIPANTES ................................................................................................ 33
3.3 INSTRUMENTOS ................................................................................................ 33
3. 4 ANÁLISES DOS DADOS ................................................................................... 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38

APÊNDICES ............................................................................................................. 41
10

1 INTRODUÇÃO

A prática do Bullying tornou-se algo comum no espaço escolar, provocando


cada vez mais atitudes violentas, tantos dos agressores, como das vítimas. Discutir
questões ligadas a esse assunto com toda a comunidade envolvida nesses espaços,
é importante, pois, proporciona a reflexão e pode evitar que novos casos ocorram
nas unidades escolares.
Por se tratar de um assunto que está em evidência, dado que nos últimos
anos fatos graves têm ocorrido em escolas, e, na maioria dos casos, essa prática
tem sido apontada como fator principal, o Ministério da Educação tem se
preocupado em desenvolver meios de garantir o conhecimento de diferentes
culturas buscando medidas educativas que combatam as ações de violência na
escola.
O processo político sobre qualidade educacional tem marco legal e crítico,
sendo eles: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (1961;1996), a
Constituição Federal (1984; 1988), em que, orientam sobre a igualdade dos direitos
e da inclusão a todos sobre a educação.
No entanto, a forma abordada para uma gestão educacional varia entre o
direcionamento de uma sociedade e o modo que se direciona sua política pública e
o como o governo trabalha a política para uma democratização e direitos do
cidadão.
Dessa forma, o estudo traz como problemas os seguintes questionamentos:
Que desafios estão presentes no enfrentamento da prática do bullyng no ambiente
escolar? Como a equipe gestora pode trabalhar no sentido de extinguir essa prática?
Quais as causas e consequências? O que o governo e a sociedade podem e devem
fazer para prevenir e combater essa violência dentro das escolas? Quais os
desafios nessa área para as políticas de promoção dos direitos das crianças e
adolescentes e dos direitos humanos de um modo geral? Para tanto, estabeleceu
como objetivo geral: Conhecer as causas que levam os alunos a apresentarem
comportamentos agressivos, bem como o papel da equipe gestora frente ao bullying
e possíveis medidas de prevenção e o combate.
No que tange aos objetivos específicos, foram elencados: Identificar
possíveis problemas encontrados dentro do ambiente escolar, relacionados à prática
do bullying; apresentar por meio de pesquisas orientações e exemplos que possam
11

ajudar a amenizar as dificuldades dos gestores no trabalho de combate a essa


prática e, sugerir mudanças de atitudes e hábitos na disseminação do bullying.
A justificativa do estudo está no cuidado da escola contra essa prática. Isso
exige não só atividades regulares como também profissionais preparados. A forma
de pensar dos alunos e da escola precisam ser respeitadas e as crianças precisam
se sentir confortáveis para expressarem seus medos em relação a outros alunos de
modo a garantir que o projeto de combate ao bullying seja realmente eficaz.
Conforme consta em Fante (2005):

Os cursos de graduação devem focar sua atenção na necessidade de


prevenção à violência. Para isso, devem oferecer aos futuros profissionais
de educação os recursos psicopedagógicos específicos que os habilitem a
uma atuação eficaz em seus locais de trabalho para que eles utilizem
metodologias estimuladoras do diálogo como forma de resolução de
conflitos; que promovam a solidariedade e a cooperação entre os alunos,
criando com isso um ambiente emocional que incentive a aceitação e o
respeito às diferenças inerentes a cada indivíduo; que promovam a
tolerância nas relações interpessoais e socieducacionais (2005, p. 169)

Consta no sítio eletrônico do jornal O Globo, dados de uma pesquisa


realizada pela Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem 2018 (TALIS,
na sigla em inglês) que o Bullying no Brasil é duas vezes maior que a média
internacional. Segundo a TALIS, 28% dos diretores das escolas brasileiras no ensino
fundamental apontaram a intimidação ou o bullying como um problema que ocorre
semanal ou diariamente nos ambientes de ensino, enquanto 18% dos
administradores das instituições de ensino médio dizem o mesmo. O percentual
supera em muito as médias da América Latina (13%) e do mundo (14%). A pesquisa
ouviu mais de 250 mil professores e diretores ao redor do mundo. O problema no
Brasil é ainda mais acentuado no sistema público de ensino, onde os números
sobem para 35% (ensino fundamental) e 23% (ensino médio).
Para alcançar os objetivos do estudo os procedimentos metodológicos
adotados tratam-se de uma pesquisa teórica de cunho qualitativo, partindo de uma
revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo realizada através de questionários,
aplicados, com estudantes e a equipe gestora da instituição escolhida. As questões
são na sua maioria abertas sendo apenas uma fechada para facilitar a identificação,
de termos relacionados ao assunto objeto da pesquisa.
Para facilitar a leitura e reflexão sobre o assunto, será abordado na primeira
seção um breve histórico do tema no espaço escolar retratando a origem dessa
12

prática e as pesquisas iniciais em torno de seu desenvolvimento. A segunda seção


vem abordando o trabalho da gestão escolar a função da direção, coordenação
pedagógica e orientador. E como a equipe pode lidar com a prática do bullyng no
espaço escolar e características relacionadas aos tipos de agressões mais
recorrentes nesse contexto.
Na terceira seção relata-se a metodologia utilizada para a realização da
pesquisa e quarta secção os resultados obtidos. Portanto todas essas questões
tornam este estudo relevante para a reflexão de ações coletivas entre alunos e a
gestão educacional na superação dessa problemática tão real quanto preocupante
nas escolas

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 OS DESAFIOS DE UMA GESTÃO ESCOLAR PARA COMBATER O BULLYING


NO COTIDIANO DOS ALUNOS

O bullying é um problema que atormenta a vida de crianças e jovens, uma


forma de agressão contínua que ameaça à integridade física e emocional das
vítimas. O problema ocorre nas escolas públicas e particulares e também ultrapassa
o muro escolar alcançando a internet e redes sócias que é chamado cyber bullying.
Trata-se de uma situação que se caracteriza por agressões intencionais,
verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou
mais colegas. O termo tem origem da palavra inglesa, que significa valentão, brigão.
É entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação e humilhação. Fante
(2005, p. 21), afirma que acontece de forma velada, por “meio de um conjunto de
comportamentos cruéis, intimidadores e repetitivos, prolongadamente contra uma
mesma vítima” e com grande poder destrutivo, pois fere a “área mais preciosa,
íntima e inviolável do ser- a alma”.
Vale ressaltar que quando se fala nesse assunto não significa que qualquer
ameaça se referencie ao termo, que é caracterizado por uma repetição por uma
humilhação em que uma pessoa mais forte ou poderosa oprime uma pessoa mais
fraca.
Compreende todas as atividades agressivas intencionais e repetitivas, que
ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes
contra outro(s), causando dor e angústia, sendo executados dentro de uma
relação desigual de poder. Essa assimetria de poder associada ao bullying
pode ser consequente da diferença de idade, tamanho, desenvolvimento
13

físico ou emocional, ou do maior apoio dos demais estudantes (LOPES


NETO, 2005 p.165).

É preciso entender bem o que é para diferenciar do que não é. O bullying é


um conjunto de comportamentos agressivos intencionais sem motivos evidentes
gerando sofrimento, dor e angústia, raiva reprimida pensamento de vingança
promovendo até depressão na vítima. O alvo desse tipo de ação geralmente
costuma ser criança ou jovem com baixa autoestima e retraído tanto na escola
quanto no lar. Silva (2010, p.22) esclarece que algumas atitudes podem se
configurar em formas diretas ou indiretas. Porém, dificilmente a vítima recebe
apenas um tipo de maus tratos; normalmente, os comportamentos desrespeitosos
dos bullies costumam vir em ‘bando’.
O aluno que sofre essa prática, principalmente quando não pede ajuda
enfrenta o medo e vergonha de ir à escola, fato que pode levá-lo a abandonar os
estudos, por não se achar bom o suficiente para interagir com os demais colegas e
apresenta um baixo rendimento.
O bullying escolar segundo (GUARESCHI, 2008, p. 17):

É um fenômeno devastador, podendo vir a afetar a autoestima e a saúde


mental dos adolescentes, assim como desencadear problemas como
anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e até mesmo o suicídio. Muitas
crianças vítimas do bullying desenvolvem medo, pânico, depressão,
distúrbios psicossomáticos e geralmente evitam voltar a escola quando esta
nada faz em defesa da vítima.

A criança na primeira fase da vida sofre muitas transformações. Segundo as


teorias de Piaget, classificamos a infância em fases. Na primeira infância temos a
fase sensória - motora que vai do nascimento até dois anos de idade, marcada pela
fase oral, onde todos os objetos são levados a boca pela criança. Suas atitudes são
por reflexo e por ainda não ter a oralidade desenvolvida se utiliza das mordidas
como defesa para expressar seus sentimentos.
Na fase que segue até os sete anos, a criança começa a adquirir noções de
tempo e espaço, mas ainda não detém o raciocínio lógico, mesmo assim o bullying
já pode ser identificado a partir dos três anos quando identificamos a
intencionalidade da agressão. A dependência que surge ao nascimento cede lugar
às vivências lúdicas que auxiliarão no desenvolvimento social.
Existe uma grande necessidade por parte do indivíduo de inserção na
sociedade, e seu aprendizado ocorre diariamente através dos conhecimentos
14

adquiridos com o grupo, utilizando o faz- de- conta para representar sua realidade.
Essas atividades lúdicas influenciam no desenvolvimento social do individuo e
abrange a questão de que, mesmo durante a gestação já existe a influência de
sentimentos que poderão influenciar no desenvolvimento do bebê.
Em sua obra Lisboa (2006, p.55) confirma esse conceito dizendo que “As
crianças ricas ou pobres, produtos de gestações não desejadas, dificilmente
receberão os cuidados necessários ao seu bom desempenho emocionais”.
Lisboa (2006, pp. 59-60) ainda afirma que:

A criança com menos de 5 anos, institucionalizada em internatos, orfanatos,


creches, hospitais ou em qualquer outro lugar que a afaste de sua mãe,
poderá vir a ter problemas na estruturação de sua personalidade. A
privação materna exerce seus efeitos deletérios desde a sala de partos até
o final da infância.

Diante dessa afirmação podemos concluir que a ligação materna é a grande


aliada ao desenvolvimento humano, crianças que tenham uma estrutura familiar e
que sejam cuidadas, devidamente cercadas de carinho terão menos possibilidades
de serem adultos agressivos ou problemáticos. Ou seja, a sociedade ou as
instituições não são as principais responsáveis pelas incidências do bullying, mas a
falta de uma estrutura familiar cheia de afetividade e acolhedora, onde os castigos
físicos e a agressão psicológica refletem diretamente no desenvolvimento social da
criança nessa etapa da vida.
Segundo Fante (2005, p. 72) as vítimas geralmente exibem apresentam
comportamentos com essas características:

[...] extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança,


baixa autoestima, alguma deficiência de aprendizado, ansiedade e aspectos
depressivos. [...] sente dificuldades de impor-se ao grupo, tanto física como
verbalmente, e tem uma conduta habitual não-agressiva, motivo pelo qual
parece denunciar ao agressor que não irá revidar se atacada e que é “presa
fácil para os seus abusos.

Desta forma é importante que a equipe gestora de uma instituição de ensino


se preocupe em trabalhar além dos conteúdos científicos que tem que ser passado
em sala de aula trabalhe também com o lado individual de cada um. Conhecer os
alunos que tem mais dificuldades de interação, que são mais retraídos trabalhar com
psicólogos, profissionais que saibam lhe dar com este tipo de situação. Criar um
ambiente onde o respeito com o próximo vem em primeiro lugar principalmente
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dentro da sala de aula e que os possíveis agressores reconheçam que não vale
diminuir alguém para lhe satisfazer o seu ego.
Em muitos casos de bullying, a Gestão, a Coordenação Pedagógica e demais
profissionais que compõem a escola, não notam a perturbação, ou estão ausentes
nos momentos em que se efetivam as agressões, fato este que induz os alunos a
resolverem seus próprios conflitos, já que não há nenhuma pessoa que possa
interferir por eles. Pelo fato de sofrer ameaças é comum que a vítima esconda os
acontecimentos para os professores e para os familiares, ou até adote o
comportamento de isolamento.
Não raro alguns alunos são tomados pelo medo de que sua reputação seja
ameaçada ou de provocarem o desdém ou a desaprovação dos agressores
se alguém os vir em companhia do aluno alvo das gozações. Alguns temem
se tornar à próxima vítima, e, dessa forma, o isolamento do aluno, alvo do
Bullying, é fato consumado (FANTE, 2005, p.49).

Muitas vezes por manter um complexo de inferioridade, e um sentimento de


depreciação por si mesma, a vítima chega a estranhar quando sofre poucos insultos,
pois em alguns casos, ele já tem internalizado que é merecedor das agressões,
sente-se diferente dos outros colegas e isso faz com que ele se isole cada vez mais,
diminuindo pouco a pouco as relações interpessoais na escola, pois alimenta uma
ideia de menos valor para consigo próprio.
Segundo Olweus (1978) não há dúvida de que a maioria dos casos acontece
no interior da escola. Entretanto é imprescindível que a escola saiba distinguir os
tipos de agressões e sua constância, para que não corra o risco de levantar um
diagnóstico equivocado, pois, essa prática possui características próprias, são
agressões constantes, acontecem por um período de tempo prolongado, e
evidentemente são intencionais.
As pesquisas realizadas por Olweus apontam que não há relação entre o
tamanho da escola e a frequência de casos. Independentemente do tamanho da
escola, da sala de aula e até mesmo de sua localização (urbana ou rural, central ou
periférica), casos de bullying foram identificados em todas elas. O local de
ocorrência das agressões é majoritariamente o ambiente da escola (CUBAS, 2006,
p.182 e 183).
No passado, a preocupação da escola era apenas com o conteúdo
programático, e a avaliação escolar. A escola precisa destacar-se também como um
ambiente para trabalhar as relações interpessoais para o desenvolvimento global de
16

crianças e jovens para uma vida adulta plena.


Segundo Vasconcellos (2004), existem, duas formas de conseguir superar as
situações de bullying; uma delas é por coação resultada de uma educação
autoritária, ou pela convicção, na linha de uma educação dialético-libertadora.
Ambas, apresentam aparentemente os mesmos resultados, mas as marcas que são
deixadas nos sujeitos são completamente distintas.
A disciplina baseada no ato de coagir contribui para a formação de indivíduos
passivos, obedientes, dependentes, imaturos e que não compreendem o contexto
social no qual estão inseridos. Por outro lado, a disciplina construída por convicção,
auxilia para formar sujeitos ativos, autônomos, responsáveis e que tem no diálogo a
base de seu desenvolvimento. Dessa forma, Kamii nos retrata:
Se queremos que as crianças desenvolvam a autonomia moral, devemos
reduzir nosso poder adulto, abstendo-nos de usar recompensas e castigos e
encorajando-as a construir por si mesmas seus próprios valores morais
(KAMII, 1996, p.109).

Para conseguir construir uma disciplina fundamentada na convicção, devem-


se investigar quais são as causas da prática na escola, conhecendo a realidade na
qual os alunos estão inseridos, bem como estabelecer um diálogo permanente com
os familiares e com os demais membros que compõem o universo escolar
significando que é preciso evitar a tendência de transferir a responsabilidade pelo
bullying. Vasconcellos explica:
Os professores dizem que os responsáveis pela indisciplina em sala são os
pais (que não dão limites), que culpam os professores (que não são
competentes) e a escola (que não tem pulso firme), que culpa o sistema
(que não dá condições) e assim por diante (2004, p. 92).

O papel da gestão escolar e da coordenação pedagógica é importante nesse


aspecto principalmente por promover a autonomia dos professores em sala de aula,
referindo-se à capacidade de posicionar-se, elaborar projetos pessoais e participar
cooperativamente de projetos escolares para ter discernimento e organizar em
metas/ações, estabelecendo critérios com princípios éticos, para os alunos mudarem
de atitude no contexto escolar.
Antunes (2006, p. 25) afirma que “não ensina e não educa quem não define
limites, quem não constrói democraticamente as linhas do que é e do que não é
permitido”, expressando claramente que é papel do professor estabelecer os limites
aos seus alunos, esclarecendo-os das diversas formas que o bullying se configura e
de que é uma questão de extrema importância a ser resolvida no ambiente escolar e
17

familiar.
Portanto o aspecto principal para o desenvolvimento das metas e ações da
gestão e coordenação pedagógica em relação à sua erradicação, seguramente está
na parceria família e escola, fator fundamental para que ocorra a diminuição da
prática do bullying no contexto escolar.

2.2 CONCEITOS DE BULLYING

Bullying é uma palavra de origem inglesa que se caracteriza por agressões


intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos
contra um ou mais colegas. Mesmo sem uma definição em português é entendido
como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. Não podemos
esquecer que essa prática ocorre também nos ambientes profissionais e até mesmo
na família. De acordo com Coloroso (2004) o bullying é:

[…] uma atividade consciente, desejada e deliberadamente hostil orientada


pelo objetivo de ferir, induzir o medo pela ameaça de futuras agressões e
criar terror. Seja premeditada ou aleatória, obvia ou sutil, praticada de forma
evidente ou as escondidas, identificada facilmente ou mascarada em uma
relação de aparente amizade, o bullying sempre incluirá três elementos:
desequilíbrio de poder, intenção de ferir e ameaça de agressão futura.
(COLOROSO, 2004, p.14)

O bullying sempre existiu e não é um fenômeno recente. O primeiro a


relacionar a palavra a um fenômeno foi professor da Universidade da Noruega, Dan
Olweus, no fim da década de 1970. Ao estudar as tendências suicidas entre
adolescentes, o professor descobriu que a maioria dos jovens que se suicidavam
tinham sofrido algum tipo de ameaça e que o bullying era um mal a se combater.
Uma situação natural, em um momento na escola um aluno é intimidado pelo
conhecido “valentão”, aquele garoto temido, mas que por um motivo desconhecido
de todos tem por hábito intimidar sempre as mesmas pessoas, tentado provar que
aquele espaço é o seu território. Situações como essa sempre foi vista como um
comportamento natural da idade, mas nos últimos 30 anos estudos sobre o
comportamento agressivo dos alunos despertou o interesse de Dan Olweus, mas o
caso chamou a atenção nos anos de 1980, “três rapazes entre 10 e 14 anos,
cometeram suicídio. Estes incidentes pareciam ter sido provocados por situações
graves de bullying, despertando, então, o interesse das instituições de ensino para o
18

problema” (ABRAPIA, 2019). Diante de tais comportamentos, foi questionada a


existência do bullying. Mas é preciso ter muita cautela ao investigar os casos de
indisciplina, pois nem todas essas situações estão relacionadas a esse fenômeno.
Trata-se de um problema presente nas escolas do mundo inteiro, por mais
que neguem sua incidência, é comprovado que essa situação faz parte do ambiente
educacional, que envolve 49% dos estudantes, é um desrespeito confundido com
indisciplina, mas através de atitudes agressivas, intimidadoras, por um ou mais
indivíduos promove brincadeiras com o intuito de ridicularizar por puro prazer, se
transformando em diversão para vários e humilhação e constrangimento para a
vítima.
Esse fenômeno compreende todo tipo de atitudes agressivas desencadeada
pela necessidade de demonstrar poder por parte do agressor. Para Martins (2005) o
bullying se divide em três escalas, a primeira inclui apenas o comportamento físico
empurrar, roubar, quebrar pertences, na segunda etapa as agressões são verbais
onde os processos são colocar apelidos, ofender, zoar, encarnar, sacanear,
humilhar, fazer sofrer, discriminar e por último as atitudes indiretas como excluir,
isolar, ignorar, tiranizar, dominar, aterrorizar, assediar, perseguir, amedrontar, entre
outros significados que se relacione a opressão.
Esses conceitos são confirmados pelo ponto de vista de Fante (2005, pp. 28-
29).
[...] Bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas
que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos
contra outro (s), causando dor, angústia e sofrimento”. Insultos,
intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente,
acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e
infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos
físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do
comportamento bullying.

Na maioria das situações os personagens desses atos se definem por


características relacionadas ao comportamento familiar, são indivíduos pertencentes
a famílias com um relacionamento estreito entre si. Essa falta de afetividade e
desestruturação provoca sentimentos agressividade que são liberados de maneira
explosiva, o indivíduo busca suprir seu sentimento de vazio, interessando- se por
diversos tipos de violência, não se importando com conteúdos escolares, para evitar
que sofra de solidão no ambiente escolar. Afasta as pessoas com atitudes
agressivas, despertando o medo e a admiração de muitos, surge então o autor do
bullying, aquela criança ou jovem que busca satisfazer sua carência através do
19

sofrimento de outros.
Como aponta Fante (2005), desde a década de 70 do século XX, começou-se
a observar um aumento da violência escolar e isso, atualmente, só tem se agravado
e mostrado em maior intensidade. Para a autora, as razões para isso são muitas,
entre as quais podemos citar as desigualdades sociais, a diminuição da autoridade
paterna e o distanciamento da mulher do lar, sob o efeito do ingresso no mercado de
trabalho; a sensação de impunidade; o aumento de consumo e do tráfico de drogas
e o consequente aliciamento de crianças para o trabalho no tráfico, etc.
O autor que pratica o bullying acredita ser um indivíduo intocável, não cumpre
leis ou regras, busca em uma prática gradativa de humilhações realizarem sua
satisfação pessoal, são fisicamente mais fortes e possuem uma autoestima elevada
acredita que a violência é a única forma de resolver as coisas, é comum que essa
atitude seja o reflexo de uma violência doméstica, reproduzida no ambiente social.
Do lado oposto está à vítima, uma das grandes dificuldades de
relacionamento, ocorre devido a uma proteção em excesso por parte dos familiares
que impede que a criança adquira a confiança para enfrentar os desafios. E sua
insegurança, baixa autoestima o isolam da convivência social, sempre retraída,
pouco sociável, passando a maioria de seu tempo em isolamento não tem muitos
amigos. Diante dessa passividade e constrangimento não recorrem á ajuda de
outras pessoas para resolver o problema. Para Neto (2005), a fraca personalidade
desenvolve características como a ansiedade, a vergonha, baixa autoestima,
insegurança.
A vítima se divide em três modos, aquelas que revidam ás intimidações,
tornando assim, sua situação ainda pior, as que não reagem e acreditam ser
merecedoras de tal humilhação. E por fim aquelas que buscam indivíduos ainda
mais frágeis para reproduzir as agressões sofridas.
Fante afirma esses conceitos (2005, p. 71 a 74), classificando esses papéis
em:
• Vítima típica: é aquele aluno, pouco sociável, que sofre as
consequências dos atos agressivos de outro colega e que não possui
recursos ou habilidades para reagir às agressões.
• Vítima provocadora: é aquela que provoca e atrai reações agressivas,
entretanto, não consegue lidar contra elas com eficiência. Essa vítima tenta
revidar quando atacada, mas de maneira ineficaz; "é, de modo geral, tola,
imatura, de costumes irritantes, e quase sempre é responsável por causar
tensões no ambiente em que se encontra”.
20

• Vítima agressora: é aquele educando que reproduz as agressões que


sofreu, buscando indivíduos mais frágeis que ele para agredir, aumentando
assim o número de vítimas do Bullying.

Em um terceiro ponto está o espectador, diante do medo de se tornar vítima


do agressor, recusa-se a intervir, mas mesmo assim sente-se incomodado com as
atitudes dos colegas, refletindo em seu comportamento e rendimento escolar.
Segundo Fante (2005, pp. 69-70) ela afirma que:
Geralmente os envolvidos pelo bullying não violam a lei do silêncio... a
própria vítima teme denunciar seus agressores, seja por conformismo, seja
por vergonha de se expor perante os colegas, temendo virar motivo de
gozações ainda maiores. A reação dos próprios familiares da vítima, os
quais amenizam a situação por temerem que ela sofra represália dos seus
agressores, agrava ainda mais a situação. A família só costuma intervir
diante de situações mais drásticas, agindo somente quando o problema
efetivamente já se instalou e suas consequências oferecem maior risco do
que encarar a represália dos agressores.

A sociedade também é culpada por essas condutas, no momento em que não


admite a existência desse fenômeno provoca uma corrente de medo que se alastra
por todos os lados, aumentando as incidências ainda mais. Diversas maneiras de
surgiram ao longo desses trinta anos como o cyber bullying e até mesmo aquelas
agressões provocadas por parte dos professores como reflexo das ocorrências.

2.2.1 Tipos de Bullying

O bullying pode ser qualquer ação agressiva, intencional e repetitiva que


envolve um desiquilíbrio de poder entre o agressor e a vítima, os quais geralmente
são crianças ou adolescentes em idade escolar. Ele pode ser feito por uma ou mais
pessoas e conforme repetido o poder dos agressores aumenta e do da vitima
diminui. A tendência é que vai sendo cada vez mais difícil pra vitima suportar a
agressão.
A assimetria de poder entre o agressor e a vítima pode resultar da maior força
física e o estado social mais elevado do agressor dentro de um grupo ou do
tamanho grupo no caso do bullying não ser praticado individualmente. Pessoas com
necessidades especiais, obesidade ou que seja percebida como parte de minorias
étnicas e sexuais estão em especial risco de serem vitimas de violência pelos
colegas. Ainda segundo Fante:
[...] bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas
que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos
21

contra outro (s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações,


apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas,
atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de
outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e
materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying
(FANTE, 2005, p. 28 e 29).

Diante disso temos os seguintes tipos de bullying, a começar por intimidação


física: inclui qualquer contato físico que possa ferir ou prejudicar uma pessoa. Tomar
algo que pertence a outra pessoa e destruindo também é considerado um tipo de
agressão física. Por exemplo, se alguém estava andando na rua e alguém
direcionar-se a ele empurrando-o para o chão, seria uma forma de bullying físico.
Exemplo: empurrar, pontapear, beliscar, bater.
Intimidação verbal: é xingar, fazer comentários ofensivos, ou fazendo piadas
sobre a religião, orientação sexual, gênero, etnia, status socioeconómico. Por
exemplo, se houver um grupo de garotos que tenham feito de divertimento, outro
garoto, este não poderia correr tão rápido como todos os outros, e é um exemplo de
intimidação verbal. Assim, 46.5% do total de bullying nas escolas é do tipo verbal. A
agressão verbal é quando um valentão insulta alguém. Isto podendo também incluir
um valentão que faça ameaças verbais de violência ou agressão contra a
propriedade pessoal de alguém. Exemplo: apelidar, gozar, insultar.
Indireto: inclui espalhar rumores ou histórias sobre alguém, dizendo aos
outros algo que foi dito para este indivíduo em particular. Por exemplo, falar mal de
outra pessoa por esta ser mais gorda que outras. Exemplo: difamar, disseminar
rumores, caluniar.
Emocional: é outra forma de bullying e, é também mais comum no sexo
feminino. Excluir alguém de um grupo e ridicularizá-lo. Todos os comentários ou
ações que ferir sentimentos de uma outra pessoa são considerados bullying
emocional. Este tipo é tão sério quanto qualquer outro, pois as vítimas tornam-se
eventualmente danificadas emocionalmente. Exemplo: ignorar, excluir, isolar,
perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, tiranizar, chantagear,
manipular, ameaçar, discriminar, ridicularizar.
Sexual: ocorre mais frequentemente em crianças mais velhas e inclui
comentários sexualmente desagradáveis. Essa prática é muito séria e pode ser
considerado assédio sexual. As crianças que cometem este tipo de bullying podem
enfrentar consequências sérias. Exemplo: assediar, induzir e/ou abusar.
22

2.2.2. Características dos agressores

O bullying pode estar relacionado com outras causas de violência, as vezes a


criança ou adolescente que pratica dentro de casa ou em algum outro ambiente,
também sofre algum tipo de violência, algum tipo de coação e acaba entendendo
que a dominação, o sofrimento são formas de reagir e conseguir compensar outras
coisas.
Em algumas situações o agressor vem de uma família desestruturada tem um
relacionamento afetivo enfraquecido e para esse indivíduo se sentir melhor ele tem a
necessidade de praticar o bullying.
Fante diz que o agressor é “aquele que vitimiza os mais fracos” (2005, p. 73).
Segundo a pesquisadora esse indivíduo frequentemente é membro de família
desestruturada, com pouco ou nenhum relacionamento afetivo. Os pais não o
disciplinam da forma correta e muitas das vezes usam da agressividade ou violência
para solucionar conflitos. Acrescenta que o agressor normalmente é mais forte
fisicamente que seus pares.
Ele [o agressor] sente uma necessidade imperiosa de dominar e subjugar
os outros, de se impor mediante o poder e a ameaça e de conseguir aquilo
a que se propõe. Pode vangloriar-se de sua superioridade real ou
imaginária sobre outros alunos. É mau-caráter, impulsivo, irrita-se facilmente
e tem baixa resistência às frustrações. Custa a adaptar-se às normas; não
aceita ser contrariado, não tolera os atrasos e pode tentar beneficiar-se de
artimanhas na hora das avaliações. É considerado malvado, duro e mostra
pouca simpatia para com suas vítimas. Adota condutas anti-sociais,
incluindo o roubo, o vandalismo e o uso de álcool, além de se sentir atraído
por más companhias (FANTE, 2005, p. 73).

Ou seja, o agressor é aquele que se destaca em uma relação de poder, ou


melhor, aquele que detém poder dentro de uma relação e que o usa para subjugar o
outro com violência — “todo ato, praticado de forma consciente ou inconsciente, que
fere, magoa, constrange ou causa dano a qualquer membro da espécie humana”
(FANTE, 2005, p. 157) — objetivando gozar de popularidade ou impor medo, que ele
(o agressor) confunde com respeito, de um grupo.

2.2.3 Vítima

As vitimas, em geral, são crianças e jovens que apresentam algumas


diferenças em relação ao grupo ao qual estão inseridas. Crianças com baixa
23

autoestima, tímidas e que pela sua vulnerabilidade, passividade, falta de recursos ou


habilidades para reagir, são alvos mais visados pelos agressores. As agressões
podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos. Para Lins (2010, p.7):

Vítima típica: São aquelas que servem de “bode expiatório” para um grupo.
Geralmente são os alunos que apresentam pouca ou nenhuma habilidade
de socialização, são tímidas ou reservadas não conseguindo reagir às
provocações e agressões dirigidas a elas. Normalmente são mais frágeis
fisicamente, apresentando deficiência de coordenação motora, extrema
sensibilidade, passividade, submissão, insegurança, baixa autoestima,
dificuldades de aprendizagem, ansiedade e aspectos depressivos. Podem
ser aquelas que apresentam alguma diferença que as destaca dos outros
como: são gordinhas ou muito magras, altas ou baixas demais; são de raça,
cor, credo, condição socioeconômica ou opção sexual diferentes. Enfim,
qualquer coisa que as diferencie, fugindo dos padrões impostos por um
determinado grupo ou indivíduo, pode ser motivo (sempre injustificável) para
ser escolhida como alvo das agressões. Vítima provocadora: São aquelas
capazes de despertar em seus colegas reações agressivas contra si
mesmas e com as quais não consegue lidar com eficiência. Brigam ou
discutem quando são insultadas ou atacadas, mas, de maneira ineficaz
exacerbando ainda mais as agressões dos outros. As vítimas provocadoras
são as que chamamos de “gênio ruim”.

O perfil da vítima de bullying comumente, são pessoas que não demonstram


soluções ou desenvolturas para reagir, geralmente não gostam do convívio social,
são sentimentais e frágeis, acabam se tornando servos do grupo, e não revidam seja
por vergonha ou até mesmo conformismo, sendo prejudicados por chantagens e
agressões. Mas, vale ressaltar que a vítima não esta nesta situação porque quer, e
sim por não saber de que forma agir com ela ou não encontrar uma maneira de
enfrentar essa violência.
Vítimas de bullying estão em um maior risco de desenvolver depressão,
diferentes transtornos de ansiedade, baixa autoestima e reação suicida. Elas
também tendem a faltar mais aulas ter um pior desempenho escolar e apresentar
mais problema de saúde. Além disso esses efeitos negativos podem continuar
durante a adolescência e até mesmo a fase adulta. Conforme Silva, (2010, p.72):

Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas


psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno
do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social,
ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar
problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a
vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de
esquizofrenia, homicídio e suicídio.

As vítimas de bullying tendem a ser retraídas e mais isoladas que as demais


24

crianças. Assim, após suportar longos períodos de exposição aos maus tratos dos
colegas, alguns estudantes reagem violentamente e, às vezes, contra pessoas
diferentes de seus algozes. O bullying é uma forma de violência que ocorre na
relação entre pares, sendo sua maior incidência entre os estudantes, no espaço
escolar. É caracterizado pela intencionalidade e continuidade das ações agressivas
contra a mesma vítima, sem motivos evidentes, resultando danos e sofrimentos e
dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a vitimação.
É uma forma de violência gratuita em que a vítima é exposta repetidamente a
uma série de abusos por meio de constrangimento, ameaça, intimidação, calúnia,
difamação, discriminação, exclusão, dentre outras formas, com o intuito de humilhar,
menosprezar, inferiorizar e dominar. Pode ocorrer em diversos espaços da escola ou
fora dela, como também em ambientes virtuais, denominado bullying virtual ou
cyberbullying, onde os recursos da tecnologia de informação e comunicação são
utilizados no assédio.
Apesar da clareza da definição do termo, ainda há divergências em sua
aplicabilidade, talvez em decorrência dos estudos serem recentes na maioria dos
países, e da carência de estudos mais aprofundados que avaliem seus impactos ao
longo do tempo. Tais divergências são percebidas nas declarações entre os
especialistas no tema, profissionais na comunicação social, da educação, da saúde,
do direito e até mesmo em legislações em vigor em diversos países. Fante (2005, p.
56) destaca esse diferencial. Segundo a autora, resultados apontados por uma
pesquisa feita em uma escola de São José do Rio Preto, interior do estado de São
Paulo, dão conta que 15% dos alunos não se importavam com as agressões
sofridas por considerarem que se tratavam apenas de brincadeiras. Reside aí a
maior confusão causada pelo bullying.

2.2.4 Consequências

Pessoas que sofreram essa prática na infância tendem a serem menos


propensos a se estabilizarem em um emprego do que uma pessoa que não sofreu.
O bullying mexe com a saúde mental das vítimas, já que elas sofrem tanto
agressões físicas como verbais, fazendo com que elas se sintam inferiores. Adultos
que passam por isso na infância sofrem de ansiedade e fobia também podendo ter
25

ataques de pânico gravíssimos. Então a violência que poder ocorrido há muitos anos
atrás continua fazendo com que essas pessoas ainda sofram por isso alguns
precisam tomar medicamentos para vencer os abalos passados.
Pessoas que sofrem bullying quando crianças são mais propensas a
sofrerem depressão e baixa autoestima quando adultos. Da mesma forma,
quanto mais jovem for a criança frequentemente agressiva, maior será o
risco de apresentar problemas associados a comportamentos antissociais
em adultos e à perda de oportunidades, como a instabilidade no trabalho e
relacionamentos afetivos pouco duradouros (LOPES NETO, 2005, p. 5).

Os agressores tendem mais a terem comportamentos de riscos, sofrer


problemas sociais enquanto adultos e ter resultados financeiros negativos. Eles se
saem melhor que as vitimas na saúde, os que sofrem bullying têm mais
probabilidade de conseguir superar seu problema por que procuram ajuda, já os
agressores ficam em silêncio, sofrendo com culpa e vergonha. Punir o responsável
pelo ato não ajuda a acabar com o problema e preciso prestar mais atenção nos
agressores também para saber o que esta se passando por que muitos também
precisam de ajuda.

2.3 UM BREVE CONCEITO SOBRE GESTÃO EDUCACIONAL

Quando se fala o que é gestão têm se um contexto sobre várias definições


sobre o seu real significado, mas conceito de uma forma geral é o ato de
administrar, gerir ou gerenciar. A gestão está em vários âmbitos da nossa vida, nós
precisamos gerir nossas escolhas, gerir as nossas decisões e é necessário ter uma
boa gestão para isso.
Embora seja um tema mais voltado para o campo da administração, entender
o que é gestão e como ela se processa dentro do contexto educacional, é
fundamental para a prática pedagógica. Não podemos conhecer o papel da gestão
na escola sem que conheçamos o seu principal conceito, que podem ser
apresentadas em contextos administrativos.
Cada contexto pede uma implementação gestacional diferente o que significa
ser de grande relevância conhecer as diferentes facetas administrativas para então
utilizar aquela que for mais acertada a realidade inserida.
Dourado (1998, p. 79) diz:
Convivemos com um leque amplo de interpretações e formulações
reveladoras de distintas concepções acerca da natureza política e social da
gestão democrática e dos processos de racionalização e participação, indo
26

desde posturas de controle social (qualidade total) até perspectivas de


participação efetiva, isto é participação cidadã.

Vale destacar que a versatilidade de um bom gestor deve ter para mesclar a
sua gestão com várias abordagens administrativas desde que de modo sensato e
coerente. Definir gestão parece não ser fácil, pois compreende a tarefa de
gerenciar, administrar, e gerir um determinado contexto.
Os sistemas educativos dos países em desenvolvimento enfrentam
atualmente não só o desafio de responder à demanda de acesso universal à
educação – sem importar o tamanho, a condição econômica ou a situação
geográfica das comunidades a que estendem seus serviços, mas também
de oferecer uma educação que considere a diversidade cultural e, em
alguns casos, as necessidades de desenvolvimento das comunidades.
(MARTÍNEZ, 2004, pg. 95).

Quando se pensa em gestão educacional também vêm à mente que o


sucesso escolar da comunidade escolar e que todos trabalhem com um mesmo
objetivo e as metas são alcançadas de modo evidente e o trabalho pedagógico se
torna prazeroso e os resultados obtidos são notórios. É um desafio grande ser um
gestor que consiga atender a todas as necessidades da escola. Mas não é uma
tarefa impossível desde que ele envolva toda comunidade escolar em seu processo
de gestão.

2.4. A Trindade Pedagógica


2.4.1 Orientação educacional

Para entendermos o significado de orientação educacional é necessário fazer


uma breve retrospectiva histórica, pois há diversos rumos em seu desenvolvimento.
O conceito de orientação vem da ação ou efeito de orientar, é um
processo humano de colocar pessoas rumo a um oriente como ponto de referência.

Mostrou-se válida na ordenação de sociedade brasileira em mudança na década


de 1940 e incluía a ajuda ao adolescente em suas escolas profissionais. A autora
mostra que a primeira menção a cargos de orientador nas escolas estaduais se
deu pelo Decreto n. 17.698 de 1947, referente às Escolas Técnicas e industriais.
(PASCOAL; HONORATO E ALBUQUERQUE, 2008 p. 102).

A orientação educacional no Brasil surgiu no início da década de 1920, na


capital paulista, onde foi introduzida pelo professor e engenheiro suíço Roberto
Mange, cujos trabalhos foram realizados na área de orientação profissional
(SAVIANI, 2007). Nessa época o país representava um período de instabilidade
27

econômica, onde no campo educacional as oportunidades eram reservadas somente


as classes dominantes, enquanto as classes menos favorecidas não conseguiam
alcanças melhores condições de vida, ou seja a escola reproduzia desigualdade
sociais.
No ano de 1908 na cidade de Boston (EUA) entre os avanços tecnológicos,
Frank Parsons, inventou um sistema de orientação para adolescentes que não
haviam escolhido ainda uma carreira, onde foi dada o início da orientação
profissional. Logo após, no mesmo país, a orientação profissional ganhou espaço no
ambiente escolar e atualmente é conhecida como orientação vocacional. A proposta
inicial era de orientar os alunos nas suas escolhas para a inserção do mercado de
trabalho, no início a preocupação era voltada para o trabalho e não para o
desenvolvimento do aluno em si.
Passados alguns anos, a orientação começa a ganhar espaço no país sendo
mencionada na legislação federal brasileira. Logo adiante seu papel recebe um
caráter disciplinatório, em que os alunos que saíssem dos moldes desejados eram
enviados ao Serviço de Orientação Educacional (SOE), sua função era voltada para
ajustes ou falta de disciplina. As pessoas eram rotuladas em mais ou menos
capazes, aqueles que exerceriam funções de empregados e os que seriam os
empregadores. Como já descrito o processo de orientação passa por diversas fases
e papeis exercidos por tais profissionais em diferentes contextos históricos e
políticos, a função era voltada para “desajustes” hoje o papel desempenhado por
esse profissional é outro:

[...] a orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas e
unicamente cuidar e ajudar os alunos com problemas. Há, portanto, necessidade
de nos inserirmos em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a
“construção de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua
gente. Desloca-se, significativamente, o aonde chegar, neste momento da
Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se
trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania,
trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas
relações estabelecidas (GRINSPUN, 1994, p. 13).

Segundo Grispun (2003) antigamente o orientador era visto como uma figura
neutra no processo educacional, estando ali para guiar os jovens em sua formação
cívica, moral e religiosa, hoje se espera um profissional comprometido com sua
função com a história de seu tempo e com a formação do cidadão. O orientador
deve fortalecer o contato entre escola e comunidade. Com isso o orientador
28

consegue um dos seus papeis que é atuar na construção do indivíduo fazendo com
que ele tenha compromisso com sua comunidade fazendo assim a cidadania.

O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma


cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto
pedagógico. Isso significa ajudar nosso aluno ‘por inteiro’ (grifo da autora): com
utopias, desejos e paixões. A Orientação trabalha na escola em favor da
cidadania, não criando um serviço de orientação (grifo da autora) para atender aos
excluídos mas para entendê-lo, através das relações que ocorrem na instituição
(GRINSPUN, 2002, p. 29).

O autor acima ressalta que o papel do orientador vai além dos portões da
escola, onde deve auxiliar no trabalho do professor, fazer a ponte entre família e
escola, dar todo apoio necessário para o aluno no seu processo educacional,
realizar processos onde atendas as necessidades dos alunos entre outras diversas
atribuições que lhe são dadas.

2.4.2. Coordenação pedagógica

O papel da coordenação pedagógica se faz necessária à medida que ela


consegue fazer uma mediação entre o fazer pedagógico com a ação docente a
aprendizagem do aluno observando suas condições sociais e familiar. Dessa forma
então a coordenação pedagógica ela cria condições para promover um ato
educativo de uma maneira significativa e reflexiva.
A coordenação pedagógica deve promover o processo de ensino e
aprendizagem, objetivando a construção de um trabalho reflexivo que articule todo o
coletivo da escola. São todos os sujeitos que atuam na escola que fazem a
educação escolar. Mas é o coordenar pedagógica que tem as condições
necessárias enquanto profissional de estar trabalhando a política educacional dessa
escola.
Para Libâneo (2001, p.24), “o coordenador pedagógico é aquele que
responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico,
estando diretamente relacionado com os professores, alunos e pais.” De acordo com
o autor a escola necessita de um profissional que entenda dos reais significados das
relações sociais, políticas e econômicas e seu impacto para organização pedagógica
da instituição.

Para trabalhar com a dinâmica dos processos de coordenação pedagógica


29

na escola, um profissional precisa ter, antes de tudo, a convicção de que


qualquer situação educativa é complexa, permeada por conflitos de valores
e perspectivas, carregando um forte componente axiológico e ético, o que
demanda um trabalho integrado, integrador, com clareza de objetivos e
propósitos e com um espaço construído de autonomia profissional.
(FRANCO, 2008, p. 120)

Um profissional é aquele que consegue vislumbrar no seu trabalho a própria


construção da história institucional e não apenas individual, por que a medida que o
coordenador vai trabalhando a política da escola ele vai construindo a história da
escola e essa construção sendo não em uma perspectiva isolada de apenas alguns
profissionais mas sim do coletivo da escola. E assim podemos caracterizar a escola
em que atua com uma determinada identidade, aonde essa escola é capaz de
elaborar conhecimento e aprendizado. Podemos compreender a Coordenação
Pedagógica como uma das etapas da gestão escolar que tem como principal meta o
desenvolvimento de ações pedagógicas articuladas entre si. Essas ações visam o
alcance de objetivos comuns, conforme expõem Libâneo, Oliveira e Toschi (2006, p.
293) ao afirmarem que “por coordenação e acompanhamento compreendem-se as
ações e os procedimentos destinados a reunir, a articular e a integrar as atividades
das pessoas que atuam na escola, para alcançar objetivos comuns”.
A coordenação pedagógica deve ter o seu fazer profissional alinhado a
interpretação política garantindo em cada ação uma consciência crítica necessária
para que haja um trabalho junto ao professor, e que esse professor tenha condições
de estar trabalhando com o aluno de uma maneira consciente, organizada,
planejada e fazendo com que o aluno aprenda. Neste sentido, Libâneo, Oliveira e
Toschi (2006, p.342) afirmam que:

O coordenador pedagógico ou professor-coordenador coordena,


acompanha, assessora, apoia e avalia as atividades pedagógico-
curriculares. Sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-
didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que diz
respeito ao trabalho interativo com os alunos. Há lugares onde a
coordenação se restringe à disciplina em que o coordenador é especialista;
em outros, a coordenação atende a todas as disciplinas. Outra atribuição do
coordenador pedagógico é o relacionamento com os pais e com a
comunidade, especialmente no que se refere ao funcionamento
pedagógico-curricular e didático da escola, à comunicação das avaliações
dos alunos e à interpretação feita delas.

O trabalho do coordenador deve ser feito materializado em um plano de


trabalho, sendo assim ele vai partilhar a sua ideia de como ele pensa executar o seu
trabalho por meio deste plano garantindo um melhor aprendizado escolar na
30

instituição que atua.


Lima e Santos (2007, pp. 77-90) expõem que, durante a prática de trabalho,
os coordenadores devem desenvolver outras competências, quais sejam:
• Importante que transformem o seu olhar, ampliando a sua escuta e
modificando a sua fala, quando a leitura da realidade assim o requerer. • É
necessário que a consciência coletiva seja respeitada, a ponto de se
flexibilizar mais os planejamentos e que os mesmos sejam sempre
construídos do e a partir do olhar coletivo. • Ter a capacidade de olhar de
maneira inusitada, de cada dia poder perceber o espaço da relação e,
consequentemente, da troca e da aprendizagem. • Ser capaz de perceber o
que está acontecendo a sua relação com o professor e deste com o seu
grupo de alunos. • Perceber os pedidos que estão emergindo, quais os
conhecimentos demandados e, consequentemente, necessários para o
momento e poder auxiliar o professor.

Toda ação que acontece no dentro da escola ela é curricular, então o aluno
no espaço da escola ele tem que estar vivenciando ações educativas seja em
qualquer espaço em qualquer momento, não somente dentro da sala de aula
responsabilizando o professor por todo o trabalho educativo com o aluno.

2.4.3 Diretor escolar


Entre as várias responsabilidades do profissional da educação que assume a
direção de uma escola a primeira consiste em estar ciente de que a gestão da
escola pública com base legal na Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes
e Base da Educação nº 9394/96 tem que ser democrática, propiciando a
participação de toda a comunidade escolar.
Para essa participação se efetivar a direção da escola deve primar pela
transparência e comunicação dos processos dessa gestão. Todas as demais
responsabilidades dos diretores e diretoras destinam-se a gestão da escola em prol
da aprendizagem dos estudantes com ações que respaldadas pela comunidade
escolar visam o acesso e a permanência das crianças e dos adolescentes na escola
bem como a qualidade da educação básica.
Iniciativas como a organização e o incentivo ao uso pedagógico dos espaços
escolares salas de aula, quadra esportivas, pátios, bibliotecas, laboratórios e etc. O
apoio ao uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação nas aulas e
em projetos especiais. O compromisso no acompanhamento no acompanhamento
nas questões documentais ligadas a secretaria escolar como: matriculas
transferências e promoções a intenções do estudante bem como a vida legal da
escola.
31

Para Luck (2012, p. 20)


Sendo a liderança na escola uma característica inerente à gestão escolar
pela qual o gestor mobiliza, orienta e coordena o trabalho de pessoas para
aplicarem o melhor de si na realização de ações de caráter sociocultural
voltadas para a contínua melhoria da qualidade do ensino e da
aprendizagem, ela se assenta sobre uma atitude proativa e pelo entusiasmo
e elevadas expectativas do gestor em sua capacidade de influenciar essa
atuação e seus resultados.

Outra função também muito importante do diretor escolar é a transparência


nas informações e nas consultas a comunidade escolar para aplicação dos recursos
financeiros destinados a escola com incentivo a participação efetiva dos agentes
educacionais, equipe pedagógica e professores em reuniões. A organização do
acesso à formação continuada de forma que todos os profissionais da educação da
escola tenham a oportunidade de participar.
Também tem que haver o cuidado e zelo pelo patrimonial da escola, atenção
a logística de distribuição de estudantes, turmas, professores e funcionários por
turnos de atendimento, acompanhamento dos programas dos quais a escola
participa como o de alimentação escolar, transporte escolar e outros. Todas essas
iniciativas devem estar prevista de modo mais detalhado no plano de ação da escola
e devem ser cumpridas ao longo do ano.
Assim, a organização escolar refere-se aos princípios e procedimentos
relacionados à ação de planejar o trabalho da escola, racionalizar o uso de
recursos (materiais, financeiros, intelectuais) e coordenar e avaliar o
trabalho das pessoas, tendo em vista a consecução de objetivos.
(LIBÂNEO, OLIVEIRA & TOSCHI, 2009, p. 316)

Em conjunto com a equipe pedagógica o diretor forma uma equipe de gestão


da escola. Esta equipe coordena as ações da gestão democrática chamando todos a
participar e fortalecendo o coletivo com seus objetivos traçados no Projeto Político
Pedagógico (PPP). A direção da escola deve ter especial atenção também com a
interação com o público escolar pois todas as pessoas que frequentam a escola
esperam ser bem recebidas e atendidas em suas dúvidas e necessidades.
32

3 METODOLOGIA
O conceito adotado para a elaboração deste trabalho foi buscar nas
pesquisas bibliográficas o conhecimento necessário para sua construção. O primeiro
passo foi pesquisar documentos e referenciais bibliográficos que abordassem o
estudo aprofundado do Bullying, um tema pouco conhecido, mas, muito discutido
devido sua grande incidência.
A pesquisa foi realizada por meio dos referenciais bibliográficos disponíveis
em revistas e pesquisas eletrônicas na internet. Também em publicações de autores
como Fante, Silva, Lisboa entre outros estudiosos do assunto e conteúdos das Leis
de Diretrizes e Bases e Referencial Nacional para Educação Infantil. Essas
referências contribuíram para a formação do desenvolvimento deste trabalho devido
sua qualidade e aprofundamento do conteúdo proposto sob as incidências do
bullying, muitas foram as pesquisas elaboradas para a formulação desses materiais,
composto por um conteúdo robusto em informações e conceitos.
Já a segunda parte é uma pesquisa qualitativa que sonda de que maneira
está acontecendo, quais os alunos estão praticando e quais estão sendo vítimas, se
existe um trabalho de conscientização na escola escolhida para pesquisa onde pais
e alunos estão cientes desde o conceito sobre a violência na escola e como
combatê-la.
Entre os estudiosos, o conceito de pesquisa qualitativa ou abordagem
qualitativa de pesquisa é diversificado. Denzin e Lincoln (Apud MASSUKADO, 2008,
p.12) afirmam que pesquisa qualitativa é em si mesma, um campo de investigação,
alinha o estudo da utilização e a coleta de inúmeros materiais empíricos e, como
conjunto de atividades interpretativas, não dá privilégio a uma prática metodológica
em relação à outra. As autoras definem de forma genérica e inicial da seguinte
forma: “a pesquisa qualitativa é uma atividade situada que localiza o observador no
mundo” (DENZIN e LINCOLN apud MASSUKADO, 2008, p. 12).

3.1 LÓCUS DA PESQUISA

Para a elaboração dessa pesquisa foi escolhida a Escola Municipal de


Educação Infantil e Ensino Fundamental Jorge Teixeira, localizada no bairro Jorge
Teixeira, pertencente à rede de Ensino Municipal, atua com alunos de Educação
Infantil no 1ºe 2º período (4º e 5º anos) e Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano,
33

funcionando em período matutino e vespertino. O primeiro contato foi realizado


verbalmente com a diretora da escola para saber da disponibilidade de realização da
pesquisa detalhando todos os procedimentos necessários. Mediante a autorização
da direção foi apresentado o questionário que seria realizado com os alunos e a
equipe gestora da instituição.

3.2 PARTICIPANTES

O quantitativo de estudantes abordados na pesquisa foram de 4 (quatro)


alunos do 5º (quinto) ano com a idade entre 09 (nove) e 10 (anos) sendo 01 (um) do
sexo masculino e 3 (três) do sexo feminino. Também foi entrevistada a equipe
gestora contribuindo para o questionário, a orientadora e a diretora da escola.

3.3 INSTRUMENTOS

Para a realização da coleta de dados foram utilizados dois instrumentos:


questionários estruturados com questões abertas e fechadas e entrevistas. O
questionário foi escolhido para a obtenção de dados objetivos sobre a relação
“bullying” e, nesse sentido, estimar alguns aspectos envolvidos acerca dessa
questão, produzindo uma caracterização do fenômeno. A entrevista foi utilizada
neste trabalho como um instrumento que proporcionou a obtenção de dados
qualitativos sobre a relação da gestão escolar com o bullying visando também a
complementação de dados importantes adquiridos através dos questionários,
preenchendo algumas lacunas que, eventualmente, o questionário não consegue
preencher, pelo fato de ser um instrumento mais objetivo e impessoal.

3.4 ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta dos dados, obtidos através das entrevistas, foi possível ter
informações que contribuíram com a investigação do fenômeno bullying no âmbito
escolar. Dessa forma, será realizada uma apresentação das falas da equipe gestora
e dos alunos entrevistados, relacionando-as com o problema sobre a temática.
34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como procedimento, a intenção inicial foi a de observar e registrar formas de


atuação de gestores diante de situações que envolviam os alunos, para que através
desses modelos observados, pudessem ser traçadas diretrizes para a minha
pesquisa.
Quando os alunos foram questionados sobre se já haviam sofrido algum tipo
de bullying ambos responderam que sim. Outra questão era sobre quais atitudes
são consideradas bullying na concepção de cada um, para o aluno A1 era maldade
e egoísmo. Para a aluna A2, bullying é falar mal, xingar e brigar. A aluna A3
respondeu que é fazer agressões devido as suas características físicas e também
jogar os materiais do colega no chão. Já para a aluna A4 é ficar debochando dos
outros, colocar apelidos, fazer algo que desagrade o colega.
Questionados sobre se eles já haviam praticado bullying neste ano somente o
aluno A1 confirmou que sim, disse que ofendeu seus colegas com xingamento. As
demais alunas responderam que não a aluna A4 inclusive confirmou que não há
registros do tipo em sua sala de aula.
Quando instigados sobre o motivo que os levaram a serem alvo de bullying o
aluno A1 relatou que foi chamado de “coruja” devido ter os olhos grandes. A aluna
A2 foi chamada de baixinha por causa de sua estatura. A aluna A3 respondeu que já
foi ofendida com xingamentos de “gorda” “baleia” e também “rapunzel” além de
alguns coleguinhas puxarem os seus cabelos e que pelo fato de ser muito
participativa nas aulas incomodava alguns alunos. Já a aluna A4 respondeu que
quando foi vítima foi por causa de seu nome, os alunos trocavam do gênero feminino
para o masculino.
Diante desses relatos notamos que na visão dos alunos a principal forma de
agressão é feita através de xingamentos e ofensas. Em seguida as agressões e
brincadeiras de mau gosto e também os apelidos pejorativos e humilhações por
características físicas. Todas essas formas de agressões apresentadas pelos alunos
podem ser caracterizadas como bullying em suas manifestações verbais e físicas.
Cabe ressaltar que, em outra pesquisa, realizada por Candau (1999) com
professores, mas com o foco no tema violência escolar, as manifestações verbais e
físicas de violência também foram apontadas como as mais frequentes entre os
entrevistados.
35

Levando em consideração que os alunos que responderam ao questionário


são aqueles que demonstraram estar envolvidos em alguma prática do bullying,
podemos observar que os modelos aprendidos em casa e as suas manifestações-
reações são de alguma forma reflexos daquilo que vivenciaram por algum tempo,
principalmente fora do contexto escolar. A relação das crianças com os professores
e adultos em geral nesta unidade escolar é bem tranquila, o que caracteriza uma
boa referência de gestão mostrando uma comunicação entre aluno, professor e toda
equipe escolar.
Outro dado relevante para a contribuição dessa pesquisa foi o questionário
aplicado com a equipe gestora da escola, mediante as respostas coletadas com a
orientadora a mesma disse que o bullying é algo costumeiro do dia a dia, mas, a
escola é bem tranquila sem muitos casos geralmente a cada semestre é registrado
de 5 a 6 e já chegou a ter semestres sem registros de caso.
Sobre os desafios que estão presentes no enfrentamento da prática do
bullying no ambiente escolar foi respondido que o maior desafio está na participação
dos pais com os alunos, pois se há uma orientação em casa, na escola os alunos se
respeitam.
Questionada sobre como a equipe gestora pode trabalhar no sentido de
extinguir essa prática no ambiente escolar, a orientadora respondeu que a escola
trabalha com projetos de intervenção, parceria com acadêmicos e orientações
individuais com cada estudante. Já a respeito de quando existem situações de
bullying, a gestão escolar procura resolver o problema, primeiramente conversando
com a criança ouvindo as duas partes “agressor e vítima” caso o problema não se
resolva é chamado os pais.
Para encerrar o questionário foi perguntado de que forma o governo e a
sociedade podem e devem fazer para prevenir e combater essa violência e de
acordo com a equipe gestora onde foi realizada a pesquisa seria importante ter que
as campanhas de combate ao bullying fossem intensificadas e que os pais
participassem mais da rotina escolar, e que se fosse possível também o governo
colocasse um profissional de psicologia em cada escola que já resolveria 80% dos
casos.
Diante das respostas obtidas percebe-se que o trabalho para minimizar a
prática do bullying nesta escola deve ser intensificado nas relações entre os pais,
alunos, buscando alternativas conjuntas no seu combate, visando um melhor
36

aproveitamento, qualidade de ensino e um ambiente harmonioso para todos .

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa realizada para elaboração deste trabalho, o presente


estudo traz um amplo conhecimento sobre a gestão, orientação e coordenação para
uma perspectiva sobre qualidade e direito na educação. Sendo os alunos ensinados
desde cedo a respeitarem as diferenças presentes na sociedade, pois, a escola é
um espaço físico de encontro de raças, cores, religiões, culturas e cabe a mesma
fornecer um ambiente acolhedor para essas crianças e proporcionar esse
aprendizado e essa conscientização por meio de práticas pedagógicas que visem à
igualdade.
Através do estudo atingiu-se como objetivo conhecer as causas que levam os
alunos a apresentarem comportamentos agressivos. E que em muitos casos os
problemas mais comuns encontrados dentro do ambiente escolar relacionados à
prática do bullying muitas vezes é falta de partição dos pais na vida do aluno. Os
educadores em geral e seus alunos, necessitam de momentos para refletir sobre
seus papéis sociais. O gestor que oportuniza esses momentos, buscando parceiros
ampliando o estreitamento das relações humanas no ambiente escolar, tornando as
trocas significativas para todos e comprovando como as relações afetivas motivam
os alunos para o crescimento interior e profissional.
Para que se alcance essa produção de uma sociedade igualitária à instituição
deve estar atenta a elaboração do currículo que irá servir como peça fundamental,
devendo este atender e suprir os direitos estabelecidos em lei. Sendo assim a
abordagem dentro deste aspecto e direcionamento serviu para vermos pontos
positivos e negativos nos setores da gestão escolar.
O tema proposto para se debater e combater dentro do ambiente escolar foi o
bullying. Pensando em todas as consequências que esse tipo de situação pode
trazer para os alunos na atualidade e futuramente na vida de cada um. Cabe a
gestão da escola tomar providências e medidas para que tais atos sejam reduzidos
dentro do ambiente escolar. Sondando de que maneira está acontecendo o bullying,
quais os alunos estão praticando e quais estão sendo vítimas, conversar com os
alunos sobre o assunto, expor situações ouvir suas opiniões, conscientizar também
os alunos e os pais sobre o assunto, incentivando que os pais estejam mais
37

presentes na vida escolar de seus filhos.


Tendo em vista a revisão bibliográfica apresentada, percebe-se que se faz
necessária a ação integralizada da gestão e da coordenação pedagógica para
amenizar a prática do bullying na escola e a obrigação de maior participação da
família na formação educacional de seus filhos.
É importante na atual conjuntura analisar e refletir, a respeito do desafio que
gestores e coordenadores enfrentam, sendo cada vez mais relevante a existência de
uma postura coerente dos profissionais da educação quando confrontados com
situações de bullying.
O trabalho pedagógico desenvolvido pela gestão em parceria com a
coordenação pedagógica sobre a existência de tal fenômeno vem alcançando êxito
no que diz respeito às discussões que visam estabelecer estratégias para, enfim,
erradicar esta ameaça, que por muitas vezes vem se apresentando de forma velada
(VASCONCELLOS, 2004).
Portanto, considera-se necessário que todos os profissionais no fazer
pedagógico reflitam sobre os desafios que provoca a pratica do bullying, onde os
princípios estejam voltados para um ensino e vivência da paz, para a superação da
desigualdade social e da exclusão no ambiente escolar, respeitando os direitos e
deveres dos alunos, além de se criar meios de reflexão por parte dos professores
com relação ao fenômeno bullying.
É essencial a escola se mobilizar para enfrentar essa ameaça no contexto
escolar e superar esse fenômeno preocupante, o papel da integralização da gestão
e coordenação pedagógica é conduzir estratégias e ações voltadas para solução
deste fenômeno de agressões, vivenciados no ambiente escolar. Sabendo-se das
dificuldades nas transformações da escola, nos limites encontrados nessa pesquisa
e do próprio recorte do objeto de estudo. Espera-se que esse estudo bibliográfico
contribua futuramente para um melhor relacionamento interpessoal nas escolas,
garantindo um ambiente harmonioso e propicio para uma educação de qualidade,
desta forma as promoções das referidas ações, devem contribuir para combater o
bullying, dentro e fora do espaço escolar.
38

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40

VASCONCELLOS, C. A. Violência escolar. 2 Ed. São Paulo: Cortez, 2004.


41

APÊNDICE
42

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA


CAMPUS DE ARIQUEMES

1. Já houve alguma pratica de bullying na escola?


() sim () não

2. Em caso afirmativo quantos?


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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
3. Que desafios estão presentes no enfrentamento da prática do bullyng
no ambiente escolar?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________
4. Como a equipe gestora pode trabalhar no sentido de extinguir essa
prática no ambiente escolar?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________

5. Geralmente qual é o perfil do agressor? E da vitima?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
43

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________
6. Quando existe situações de bullying como a gestão escolar
procura resolver o problema?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
______________________________________________

7. O que o governo e a sociedade podem e devem fazer para prevenir e


combater essa violência?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________
44

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA


CAMPUS DE ARIQUEMES

1- Você já sofreu bullying este ano?


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______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________

2- Para você quais atitudes são consideradas bullying?


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______________________________________________________________
______________________________________________
3- Você praticou bullying contra seus colegas este ano?
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______________________________________________________________
______________________________________________________________
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__________________________________________
4- Qual foi o tipo de bullying que você foi vitima? Descreva.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
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__________________________________________
5- Em sua opinião, porque você foi alvo do bullying ?
45

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