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EDUARDO COSTA

ADVOGADOS ASSOCIADOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____


VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS.

O MUNICÍPIO DE VIANÓPOLIS, pessoa jurídica de


direito público interno, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 01.299.692/0001-83, com
sede na Rua José Issy, nº 115, Centro, CEP 75.260.000, em Vianópolis-GO,
representado por seu atual Prefeito, SR. ISSY QUINAN JUNIOR, brasileiro,
solteiro, portador do RG nº __________________, e do CPF nº
___________________, residente e domiciliado em Vianópolis - GO, por seu
advogado regularmente constituído, com escritório profissional na 6ª Avenida, n
° 135, Setor Leste Universitário, em Goiânia – GO, CEP:
74.603-040, onde recebe as comunicações de estilo, vem à respeitável presença
de Vossa Excelência, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE


ORDEM LIMINAR

contra ato do SUPERINTENDENTE DE NEGÓCIOS DA


CAIXA ECONÔMICA FEDERAL DE GOIÂNIA, no Estado de Goiás, ou
quem suas vezes fizer, que está impedindo a assinatura de Convênio, e ao fazê-
lo, para resguardo de sua autonomia como Ente Federativo, e para ressalva de
direitos inerentes ao Município, passa a expor e requerer o seguinte:

O Município de Vianópolis, Estado de Goiás,


constitucionalmente é Ente Federativo, com personalidade jurídica de direito
público interno e autonomia política assegurada pelo art. 39 da Constituição

Sexta Avenida, nº 135, Setor Leste Universitário, Goiânia – GO – Fone: (62) 3218-1012
Federal, não lhe bastando a proteção de princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, há limite de dignidade
para o exercício da Administração Pública, embutido no art. 37 da Carta Maior
do País.

O Município de Vianópolis, no período de 2008/2012, foi


administrado pelo Ex - Prefeito, e como Agente Político pecou pela
inescrupulosa gestão, agiu irresponsavelmente no manuseio do dinheiro público,
não bastasse os desmandos administrativos, ainda deixou o Município preso à
responsabilidade de resgatar o seu nome e imagem de Poder Constituído, tudo
isso em decorrência de atos comprometedores e lesivos ao patrimônio público.

Com o início da nova gestão administrativa, em 1º de janeiro


de 2013, os problemas gerados pelo Ex – Prefeito foram aparecendo e se
avolumando, de sorte que, para preservar a imagem e responsabilidade do
Município, outra alternativa não houve senão a de propor a presente medida
judicial, para isentar o Município de Vianópolis da incidência dos desmandos e
livrá-lo das anotações ou registros desabonadores junto ao CAUC.

A União, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional, e após a


edição da Lei de Responsabilidade Fiscal, outorgou à Caixa Econômica Federal
a competência para a formalização de Convênios oriundos dos Ministérios,
fiscalização desses Convênios e repasse das verbas a eles vinculadas.

Em resumo, cabe à Caixa Econômica Federal a competência


para a assinatura de diversos Convênios da União para com Estados e
Municípios.

O Impetrante teve disponibilizado pelo Governo Federal, via


Programas Sociais, recursos orçamentários através do Convênio nº 045935/2012
e Convênio nº 046686/2012, que totalizam R$ 640.050,00 (seiscentos e
quarenta mil e cinqüenta reais), para pavimentação asfáltica no Município,
conforme descrevem as notas de empenho em anexo. Tais benefícios
constituem-se de grande e indispensável importância para o desenvolvimento do
pequeno Município, que sobrevive do repasse de verbas federais e estaduais.

A atual administração do Município de Vianópolis foi


comunicada pela Caixa Econômica Federal sobre pendências que estariam
inviabilizando a assinatura dos Convênios. Segundo a CEF, o Município deveria
estar regular junto ao CAUC até a data de 31/12/2012, e isso não ocorreu.

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Segundo extrato do CAUC, no dia 31/12/2012 o Município de
Vianópolis estaria pendente quanto à regularidade de tributos e contribuições
federais, regularidade quanto a contribuições previdenciárias, e regularidade
previdenciária.

Essas pendências estão impedindo que a Municipalidade firme


os Convênios com a CEF, no valor de R$ 640.050,00 (seiscentos e quarenta mil
e cinqüenta reais), para pavimentação asfáltica.

Os recursos do Governo Federal, através de Convênios e


verbas de destinação específica, são essenciais para uma administração decente
e melhoria da qualidade de vida da população local.

As pendências se reportam à repasses de contribuições ao


INSS e Previdência Municipal, e à falta de informações prestadas pelo
Município ao INSS.

Ocorre que o Ex-Prefeito Municipal de Vianópolis,


responsável pelo repasse das contribuições previdenciárias (patronal e servidor)
e fornecimento dos dados até 31 de dezembro de 2012, deixou de fazê-lo, o que
gerou a inadimplência junto ao CAUC, impedindo a expedição de CND de
Tributos Federais (ou positiva com efeitos de negativa), CND de contribuições
Previdenciárias e CRP (Certidão de Regularidade Prvidenciária).

Assim, fica evidente que as ações por parte do Ex-Prefeito se


constituiram em atos que atentaram contra o bem estar da coletividade, além de
afrontar a legislação que rege a espécie.

A ausência das Certidões (CND’s e CRP) realmente existe,


mas por culpa exclusiva do ex-gestor público, não podendo servir de
impedimento para assinatura dos convênios já referidos.

A exigência da CEF é descabida (regularidade até o dia


31/12/2012), e sua postura está causando sérios transtornos a Municipalidade,
pois o poder público de Vianópolis se encontra impossibilitado de assinar
importantes convênios, para benefício da população local.

Ainda que o Município de Vianópolis regularizasse sua


situação na presente data, a CEF não consideraria a regularidade para assinatura
dos Convênios, uma vez que exige a regularidade até o dia 31/12/2012.

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O Município de Vianópolis possui personalidade jurídica
própria, sendo responsável por seus atos, mas não pode a pessoa jurídica de
direito público, e todos os munícipes, serem prejudicados pelos desmandos do
ex-gestor público, que não soube tratar com a coisa pública, e deixou de prestar
contas e informações de sua responsabilidade.

As pendências apontadas pela CEF, e a sua negativa em


assinar os Convênios com base em tais pendências, penaliza somente o ente
federativo, impossibilitado de se defender dos desmandos causados pelo gestor
ímprobo.

As irregularidades constatadas, e a negativa da CEF em assinar


os Convênios, também causam prejuízo à população local, que se vê privada de
recursos federais para melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Pela natureza jurídica dos fatos apontados, há demonstração


cabal de que a responsabilidade e autoria dos mesmos é do Ex – Prefeito que
não se acautelou para agir à frente da Municipalidade, o que leva a concluir que
os atos ímprobos e lesivos ao erário Municipal se devem exclusivamente à sua
pessoa, sem qualquer extensão ao Ente Federativo, no caso o único prejudicado.

Importante ressaltar que o Município Impetrante irá tomar as


medidas judiciais cabíveis contra os atos irresponsáveis do ex-gestor público,
porém, devido a gravidade da situação e a iminência de perder importantes
recursos federais, optou em impetrar o presente mandamus de forma imediata,
para não se ver prejudicado.

DO FUMUS BONI JURIS

Indubitavelmente que o ato da autoridade coatora de reter os


recursos empenhados e não contratar os convênios liberados ferem, per si,
preceitos constitucionais e infraconstitucionais.

É fato a existência da obrigatoriedade de que os órgãos


transferidoress de recursos registrem no CAUC os documentos legais exigidos
quando da celebração de convênios ou da liberação dos respectivos recursos.

Mas é fato também que o disciplinamento das ações sociais, de


educação, saúde e assistência social que se enquadram nas exceções previstas na
Lei Complementar nº 10.522/2002, excluem a aplicação das sanções de
suspensão de transferências voluntárias.

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Vale dizer, que os órgãos concedentes e usuários do CAUC,
caso da Impetrada, ao considerarem que os recursos a serem transferidos a
determinado ente da Federação serão alocados em ações sociais, de educação, de
saúde, de assistência social, ou do Fundo Nacional de Segurança Pública, devem
suspender a aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias
decorrente da inobservância de exigências legais, conforme prescreve o § 3º, art.
25 e 26 ambos da Lei Complementar nº 101/1000, verbis:

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se


por transferência voluntária a entrega de recursos
correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título
de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não
decorra de determinação constitucional, legal ou os
destinados ao Sistema Único de Saúde.
[...] § 3º Para fins de aplicação das sanções de suspensão de
transferências voluntárias constantes desta Lei
Complementar excetuam-se aquelas relativas a ações de
educação, saúde e assistência social.

Art. 26. Fica suspensa a restrição para transferência de


recursos federais a Estados, Distrito Federal e Municípios
destinados à execução de ações sociais e ações em faixa de
fronteira, em decorrência de inadimplementos objeto de
registro no Cadin e no Sistema integrado de Administração
Financeira do Governo Federal – Siafi.

Os recursos referentes aos Convênios acima apontados são


provenientes de PROGRAMAS SOCIAIS, e tal classificação suspende as
restrições contidas no SIAFI e CAUC, para assinatura dos Convênios.

Cabe destacar, ainda, que assim como Lei nº 10.707/2003, a


IN/STN nº 01/01, instituidora do CAUC, não estabeleceu a obrigatoriedade dos
órgãos transferidores de recursos de efetuarem a consulta ao Cadastro para fins
de verificação da regularidade dos entes beneficiários, mas apenas o registro dos
documentos exigidos, quando da celebração de convênios ou da liberação dos
respectivos recursos, consoante prescreve o seu art. 70, transcrito a seguir, o
que, evidentemente, impede que o CAUC se torne um instrumento impeditivo
de transferência de recursos ou celebração de convênios:

Art. 70 – Os órgãos ou entidades federais concedentes, com


o objetivo de desburocratização e simplificação processual,
previamente à celebração de convênios, bem como nos

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momentos antecedentes às liberações das respectivas
parcelas dos recursos, poderão utilizar os registros
constantes do CAUC para verificação do atendimento dos
requisitos legais discriminados nesta Instrução Normativa,
que será atestada mediante juntada ao processo de extrato
do registro no CAUC.

A interpretação sistemática dos dispositivos acima transcritos


demonstra que não pode haver a negativa da Impetrada na formalização dos
Contratos disponibilizados via convênios de programas sociais, bem como não é
lícita a retenção dos recursos já empenhados e que não estão sob a sua esfera de
liberação, visto que o disciplinamento das ações sociais, que se enquadram nas
exceções previstas na Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal) e no art. 26 da Lei 10.522/2008, excluem a aplicação das sanções de
suspensão de transferências voluntárias (vide Acórdao 407/2006 no Processo nº
010.799/2004-8 do TCU, Rel. Min. Marcos Vinícios Vilaça).

Diante dos fundamentos supra, ainda que haja restrição no


CAUC, podem ser liberados os recursos respectivos ao Impetrante, “haja vista
que a lei pretendeu resguardar um bem jurídico maior, garantindo a execução de
programas sociais, em detrimento da regularidade fiscal”, como muito bem se
manifestou o Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da 9ª Vara Federal desta Seção
Judiciária, Roberto Carlos de Oliveira, quando decidiu pela procedência do
pedido em matéria semelhante, em Mandado de Segurança impetrado pelo
Município de Palmelo/GO, através do processo de nº 2008.35.00.018520-3.

Ressalte-se que a pavimentação asfáltica é uma obra voltada


para o bem estar e saúde da população, melhorando a infra-estrutura urbana do
Município.

E ainda que não se aplique as disposições legais acima


transcritas (suspensão das restrições por determinação legal), no presente caso
deve-se aplicar a responsabilidade pessoal do ex-gestor, sobre os atos irregulares
por ele praticados.

Como subsídio à V. Exa., torna-se oportuno trazer à colação o


entendimento pacífico do Egrégio Tribunal Federal da 1ª Região, sobre os
prejuízos causados aos Munícipes por conta de restrições deixadas por ex-
gestores, devendo se proteger os interesses da coletividade, senão vejamos:

“PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO


CAUTELAR. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

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CADASTRO ÚNICO DE EXIGÊNCIA PARA
TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA - CAUC.
APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO DO TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO. LIMINAR.
1. O município não pode ficar prejudicado pelas
irregularidades praticadas pelo seu administrador.
Impedi-lo de celebrar convênios, inclusive para execução
de obras de infra-estrutura urbana, é transtornar a vida do
munícipe. É certo que as contas têm de ser regularizadas, é
certo que o município deve pagar seus débitos, mas,
também, é certo que o município não pode ter seu
progresso coarctado. (grifei)
2. O administrador, o prefeito, deve comprovar que tomou
as providências necessárias para responsabilizar o ex-
administrador pela má gestão.
3. Agravo improvido.”
(TRF1; AG 2002.01.00.018379-9/MT; Rel. Dês. Tourinho Neto;
DJ de 16/09/2002)

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
CONVÊNIO CELEBRADO ENTRE MUNICÍPIO E
ÓRGÃO FEDERAL. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE
CONTAS DO GESTOR ANTERIOR.
CANCELAMENTO DO REGISTRO DE
INADIMPLÊNCIA NO SIAFI.
1. Não se mostra razoável privar a sociedade dos recursos
que lhe são destinados constitucionalmente, ou seja,
impedir que os convênios com a União sejam realizados em
decorrência da ausência da prestação de contas do gestor
anterior, uma vez que a responsabilidade administrativa é
pessoal, intransferível e indelegável. (grifei)
2. Agravo de Instrumento improvido.”
(TRF1; AG 2002.01.00.018351-4/MA; Rel. Dês. MARIA ISABEL
GALLOTTI RODRIGUES; 02/02/2004 DJ p.61)

Torna-se também oportuno trazer à colação trecho de


importante decisão proferida pelo Juiz Federal Roberto Carvalho Veloso, da 3ª
Vara Federal da Seção Judiciária do Maranhão, que deferiu medida liminar no
Processo n° 2003.37.00.007834-9 - Ação Cautelar:

“(...)

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2. Como se sabe, a responsabilidade administrativa é
pessoal, intransferível e indelegável. Admitida a sanção,
esta não pode passar da pessoa do mau administrador e
atingir o município autor e seus habitantes.
3. Note-se, pois, que a manutenção da sanção
administrativa imposta impedirá o Município de receber os
recursos federais oriundos da celebração de convênios.
Inclusive, implicará na imediata suspensão de repasses de
recursos dirigidos a programas em execução, tais como o
PETI que, segundo indica a inicial, atende 636 famílias.
4. Assim, caso não deferida a medida pleiteada,
restarão inegavelmente prejudicados os munícipes, que são
os destinatários das ações viabilizadas através dos recursos
advindos dos convênios.
5. O tempo do processo (periculum in mora), no caso,
corre em desfavor do autor que, sem os recursos de
convênios e repasses de programas, fica impossibilitado de
realizar obras e serviços na área social.” (grifei)

Todas as situações acima se equivalem ao presente caso, uma


vez que o Município de Vianópolis se encontra impedido de firmar Convênios
com a CEF por conta de atos cuja responsabilidade é exclusiva do ex-gestor
público.

Questão idêntica foi apreciada pelo Juiz Federal da 9ª Vara


Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás, Dr. Euler de Almeida Silva
Junior, no Mandado de Segurança n° 2005.35.00.021834-8, onde o ilustre
Magistrado deferiu liminar no sentido de determinar ao INCRA que fosse
desconsiderada a pendência de não aplicação dos 15% na área da saúde do
Município de Doverlândia no ano de 2004 (EC 29/2000), para fins de assinatura
de Convênio, já que a pendência se originou no último ano do mandato do ex-
prefeito..

O Município de Vianópolis, e seus Munícipes, não podem


ficar privados dos recursos e convênios federais, pela desídia do ex-gestor
público, pois isso iria transtornar a vida de toda uma coletividade, e é imperioso
destacar que o interesse público se sobrepõe ao particular, daí porque
depreendemos que no presente caso o interesse maior da coletividade de
Vianópolis se sobrepõe ao interesse da CEF, de querer impor restrição por conta
de ato de responsabilidade exclusiva do Ex-Prefeito Municipal, que não se
acautelou à frente da máquina administrativa.

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Ora, se o Ex-Prefeito foi ímprobo no trato com a coisa pública,
qualquer tipo de sanção não poderia, em tese, ultrapassar a sua pessoa. Punir o
ente federativo em decorrência de ato do ex-gestor público é, no mínimo,
privilegiar o infrator, em detrimento da pessoa jurídica de direito público e de
seus administrados.

DO PERICULUM IN MORA

O periculum in mora é evidente, eis que qualquer retardamento


na concessão do remédio jurídico impossibilitará que o município impetrante
firme os Contratos provenientes de recursos orçamentários da União, no
montante de R$ 640.050,00 (seiscentos e quarenta mil e cinqüenta reais), para
pavimentação asfáltica, o que poderá ocasionar a devolução dos recursos pelo
impetrado, trazendo sérios prejuízos sociais ao Município.

De igual modo, necessários se fazem a determinação da


liberação dos respectivos valores respectivos aos empenhos das contratações
acima requeridas, para que o Impetrante possa honrar os compromissos a seu
cargo.

DOS PEDIDOS

Inquestionável que qualquer retardamento na concessão da


medida, liminarmente, haverá de representar irrecuperável prejuízo ao
Impetrante, pois este certamente verá confirmada a devolução dos recursos ao
Governo Federal (perda da verba).

Portanto, tendo em vista todos os argumentos levantados,


verifica-se a existência dos pressupostos do fumus boni juris e do periculum in
mora, uma vez que é patente a aplicabilidade do princípio da autoria no presente
caso (responsabilidade administrativa), além do que o Município de Vianópolis
irá sofrer prejuízos irreparáveis caso a CEF continue recusando a assinatura dos
Convênios por conta das pendências argüidas, uma vez que o Município fica
impedido de firmar/assinar qualquer convênio no âmbito federal, indispensável
para uma administração decente.

No tocante ao direito líquido e certo, a boa doutrina o tem


definido como aquele baseado em fatos incontroversos e inequivocadamente
provados. No caso, o Município de Vianópolis apresentou prova de que as
pendências são de responsabilidade do Ex-Prefeito Municipal, tudo em
conformidade com a jurisprudência já pacificada do Egrégio Tribunal Regional

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Federal da 1ª Região, no que se refere ao cabimento do mandamus em casos
como o presente.

Face ao exposto, presentes os pressupostos de relevância do


pedido e da tutela constitucional violada, REQUER à VOSSA EXCELÊNCIA:

a) O deferimento da competente medida liminar, in nitio litis e


inaudita altera pars, para que sejam imediatamente suspensas as pendências do
Município de Vianópolis constantes no extrato do CAUC (Regularidade quanto
a Tributos e Contribuições Federais – ausência de CND; Regularidade quanto a
Contribuições Previdenciárias – ausência de CND; e Regularidade
Previdenciária – ausência de CRP), para a assinatura dos Convênios (Processos
nº 046686/2012 e 045935/2012) entre a CEF e o Município Impetrante, e, de
conseqüência, seja determinado à CEF que desconsidere as referidas pendências
para fins de assinatura dos já citados Convênios;

b) A notificação do Impetrado, ou quem suas vezes fizer, podendo ser


encontrado na sede do Escritório de Negócios de Goiânia, na Rua 11, n° 250, 5°
Andar, Centro, em Goiânia - GO, para prestar as informações que julgar
necessárias, se convier, no prazo legal, sob pena de confissão da matéria de fato
e sofrer os efeitos da revelia;

c) A intimação do ilustre representante do Ministério Público, para sua


manifestação;

d) Que ao final o pedido seja julgado procedente, para concessão da


presente Segurança, tornando definitiva a liminar deferida, no sentido de
suspender em definitivo as pendências do Município de Vianópolis constantes
no extrato do CAUC (Regularidade quanto a Tributos e Contribuições Federais
– ausência de CND; Regularidade quanto a Contribuições Previdenciárias –
ausência de CND; e Regularidade Previdenciária – ausência de CRP), para a
assinatura dos Convênios (Processos nº 046686/2012 e 045935/2012) com a
CEF, e, de conseqüência, seja determinado à CEF que desconsidere tais
pendências para fins de assinatura dos já referidos Convênios.

A condenação do Impetrado nas custas e demais despesas


processuais, bem como nos honorários advocatícios, a serem arbitrados por
Vossa Excelência.

Dá-se à causa o valor de R$ 200,00 (duzentos reais) para os


efeitos meramente fiscais.

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Termos em que pede deferimento.

Goiânia - GO, 09 de janeiro de 2013.

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