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àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento)
Social. (destaque nosso.
4oO benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.” (Grifo nosso).
“As limitações impostas pela Lei 13.467/2017 afrontam a consecução dos objetivos
e desnaturam os fundamentos da Constituição da República de 1988, pois
esvaziam direitos fundamentais essenciais dos trabalhadores, exatamente, no
âmbito das garantias institucionais necessárias para que lhes seja franqueado o
acesso à Justiça, propulsor da busca de seus direitos fundamentais sociais,
especialmente os trabalhistas.” (Voto do Ministro Edson Fachin dando provimento
à ADI que julga a constitucionalidade da Reforma Trabalhista no que tange ao
acesso à Justiça). Destaque nosso.
1.11.5 – Também neste sentido a orientação hermenêutica do Enunciado nº
3 da Comissão nº 7 da multicitada 2º Jornada de Direito Material e Processual
do Trabalho promovida pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça
do Trabalho (Anamatra), no sentido de que:
“HONORÁRIOS E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA Ementa – É
INCONSTITUCIONAL A PREVISÃO DE UTILIZAÇÃO DOS CRÉDITOS
TRABALHISTAS RECONHECIDOS EM JUÍZO PARA O PAGAMENTO DE
DESPESAS DO BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA COM
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS OU PERICIAIS (ARTIGOS 791-A, § 4º, E
790-B, § 4º, DA CLT, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.467/2017),
POR FERIR OS DIREITOS FUNDAMENTAIS À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA E INTEGRAL, PRESTADA PELO ESTADO, E À PROTEÇÃO DO
SALÁRIO (ARTIGOS 5º, LXXIV, E 7º, X, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL)”. Destaque nosso.
1.11.6 – Destarte, na hipótese de ainda não se ter concretizado o
julgamento da ADI 5766, requer desde já a declaração incidental de
inconstitucionalidade da expressão “ainda que beneficiária da justiça
gratuita”, do caput, e do § 4º (inteiro) do art. 790-B da CLT, bem como da
expressão “[…] desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro
processo, créditos capazes de suportar a despesa […]” encontrada no § 4º
do art. 791-A da CLT.
1.12 – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA E AS DISPOSIÇÕES LEGAIS,
CONSTITUCIONAIS, E TRATADOS INTERNACIONAIS VIOLADOS. E DAS
PROVAS CAUTELARES. O suplicante requer desde já o reconhecimento
incidental, em sede de controle difuso de constitucionalidade, das normas
elencadas anteriormente, todas por limitar o direito fundamental de acesso
à Justiça, ofendendo diretamente o artigo 5º, caput, e incisos XXXV, LXXIV,
LIV, LV e XXXV da Magna Carta, além de ofender os artigos 1º, incisos III e IV,
o artigo 3º , incisos I e III, e 7º, IV e X, e art. 9º também da CF, bem como os
princípios da proteção e da regra mais favorável ao trabalhador, o artigo 8,
item 1, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, os artigos 8 e 10
da Declaração Universal dos Direitos do Homem, e o artigo 14, item 1, do
Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos, tudo para que a Justiça
Gratuita seja concedida sem necessidade de comprovação, e sem as
limitações citadas anteriormente.
1.12.1 – Ademais ainda, o suplicante informa que recebeu como
último salário, o valor de xxx, inferior ao mínimo necessário para a
existência digna do trabalhador e de sua família, o qual, segundo estimativa
do Dieese para setembro de 2019, era de R$ 3.980,82.
1.12.2 – O suplicante, por derradeiro presta as seguintes informações: a) é
casado e possui filhos (docs. Xx e xx); b) paga aluguel onde reside (doc. Xxx;
c) não possui bens, como consta da inclusa declaração de IR (doc. Xxx).
“Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas
seguintes situações:
(…)
XVI – necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural,
conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
Federal;
regulamento. Destaques nosso.
5.1.1.2.2 – A mencionada lei permite que titular de conta vinculada do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, que resida em área do
Distrito Federal ou de Município, em situação de emergência ou estado de
calamidade pública objeto de decreto do respectivo Governo, poderá
movimentar a referida conta por motivo de necessidade pessoal, cuja
urgência e gravidade decorram de desastre natural.
“Os desastres são conceituados como o resultado de eventos adversos que causam
grandes impactos na sociedade, sendo distinguidos principalmente em função de
sua origem, isto é, da natureza do fenômeno que o desencadeia. A Defesa Civil no
Brasil, obedecendo as normativas da Política Nacional de Defesa Civil, classifica os
desastres como naturais, humanos e mistos. Basicamente, a diferença nessa
conceituação está na participação direta ou não do homem. Simplificando a
análise, os desastres podem ser distinguidos como humanos e naturais. Como
fenômenos naturais comuns que podem resultar em desastres naturais, pode-se
citar: ciclones, dilúvios, deslizamentos de terra, endemias, epidemias, pandemias,
erosão, erupção vulcânica, ciclone tropical (furacão, tufão), incêndio florestal,
inundação, queda de meteoro, tempestades (gelo, granizo, raios), tornado, tsunami,
terremoto.
5.3.2 – No âmbito federal existe o Decreto Legislativo nº 6/2020, que
reconhece o estado de calamidade pública decorrente da pandemia de
coronavírus (Covid-19 – desastre natural). O referido decreto legislativo de
2020 impôs várias restrições à população por razões de medida sanitária.
Esse fato trouxe impacto financeiro para o trabalhador, modificando a
situação financeira de diversos empregados (necessidade pessoal urgente e
grave), pois, em virtude da MP 936/2020, é possível proceder com a
suspensão temporária do contrato; com a suspensão para realizar curso; e
com a redução do salário proporcional à jornada. Some-se a essas outras
causas capazes de interferir na capacidade econômica do obreiro.
Evidencia-se que o coronavírus já atingiu todo o País.
“….Tendo em vista que o FGTS é direito dos trabalhadores, nos termos do art. 7º,
III, da Constituição Federal; que o art. 20, XVI, alínea a, da Lei 8.036/90 autoriza
a movimentação da conta de FGTS dos trabalhadores residentes em áreas de
calamidade pública; que o Decreto Legislativo 6/20, reconhece o estado de
calamidade pública decorrente da pandemia de coronavírus (Covid-19); que estão
suspensas as sessões de julgamento neste Tribunal por conta desta mesma
pandemia, impactando de forma negativa no tempo razoável do processo e, por
fim, que a liberação do FGTS não prejudica qualquer direito da parte
empregadora, expeça-se alvará ao Autor para saque do montante depositado em
sua conta vinculada de FGTS. (TRT1 ROT 0101212-53.2018.5.01.0043 – 7ª Turma
Gabinete da Desembargadora Raquel de Oliveira Maciel. 26/03/2020. Destaque
nosso.
5.6.2 – Outrossim, situações de calamidade pública iguais a que vivemos
agora já motivaram a liberação do saque do FGTS, vejamos:
1. deferimento.
Advogado de Tal
OAB-SP- XXX.XXX