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©Acta Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão
Av. Colares Moreira, nº 477 - Renascença
São Luís-MA - CEP: 65075-441 - Fone: (98) 3215.1794
http://www.ifma.edu.br | http://www.prpgi.ifma.edu.br
http://portaldeperiodicos.ifma.edu.br/
A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos e textos
completos são de exclusiva responsabilidade dos autores.
Semestral
ISSN Impresso: 1982-422X | ISSN Eletrônico: 2236-1774
1. Ciências Agrárias 2. Tecnologia de Alimentos 3. Educação
4. Meio Ambiente.
I. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
II. Título.
CDU: 37.015:631:641.13
Instituto Federal de Educação, Editora Chefe
Ciência e Tecnologia do Maranhão Flávia Arruda de Sousa
Design Editorial
Luís Cláudio de Melo Brito Rocha
Tecnologia da Informação
José Maria Ramos dos Reis
Documentação e Normalização
Michelle Silva Pinto
EDITORIAL
A Acta Tecnológica é uma revista do Instituto Federal do Maranhão que publica e divul-
ga pesquisas realizadas em educação, em ciência e em tecnologia. O lançamento de um
exemplar de uma revista científica é sempre salutar dentro do meio acadêmico, pois di-
vulga resultados de pesquisas e desenvolvimento tecnológico nas mais variadas áreas do
conhecimento e assim, cumprimos nossa finalidade de promover resultados de pesquisas
realizadas e desenvolvidas dentro da academia.
Neste volume 2 do ano 2017 publicamos os artigos O uso da fita de fibra de carbono
como reforço estrutural na construção civil e Ensaio de corrosão em placa de aço carbono
comum e galvanizado para determinação da taxa de corrosão atmosférica na cidade de
São Luís. Ambos os artigos propõem melhorias na área de construção e materiais, um dos
principais focos da nossa revista.
Os artigos Uso de reator UASB tratando água residuária da suinocultura, Caracterização
e uso das farinhas de abatedouros de aves em dietas para peixes, Ajuste de equações vo-
lumétricas para diferentes seccionamentos de tora em uma floresta sob manejo florestal
comunitário, Crescimento de plantas de alface cultivadas em substratos orgânicos, no
município de Codó/MA e Eficiência no uso de nutrientes em solos tropicais propensos à
coesão. Estas pesquisas procuram o aumento da produtividade na área das Ciências Agrá-
rias e, ao mesmo tempo, a preservação da sustentabilidade ambiental.
A área de ensino é representada pelos artigos Natureza da ciência: análise das concepções
dos licenciandos em ciências biológicas, O ensino de ciências no contexto de inclusão de
alunos com deficiência visual e Perspectivas de educação ambiental nos livros didáticos
da educação infantil, que tratam de temas tão atuais e importantes como a inclusão social
e da educação infantil, bases para qualquer sistema educativo.
Acreditamos que a seleção destes artigos representa um conjunto de contribuições cientí-
ficas importantes e atualizadas e que possam incentivar a produção de novos artigos para
a nossa revista.
Agradecemos a todos que colaboraram com esta edição e colocamo-nos à disposição, sem-
pre com o intuito de fazer uma revista cada vez melhor.
Boa leitura!
11
1 Especialista em Educação Ambiental e Gestão Participativa de Recursos Hídricos; Doutoranda em Educação pela Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (Unisinos); Licenciada em Pedagogia.
2 Doutora em Linguística e Língua Portuguesa - UNESP; Mestre em Pedagogia Profissional, CUBA; Graduada em Letras e Artes pela UFPA
- Belém; professora efetiva do IFMA - Campus São Luís -Monte Castelo.
RESUMO
A Educação Ambiental é um tema presente na sociedade, e o meio acadêmico é um dos
espaços privilegiados de discussões, de pesquisas e de proposições que melhoram as rela-
ções dos seres humanos com o meio ambiente. Nessa perspectiva, elegeu-se como temá-
tica de pesquisa as ações propostas nos livros didáticos da Educação Infantil relacionadas
à Educação Ambiental. O objetivo geral foi analisar como o respeito ao meio ambiente, a
sustentabilidade do planeta e da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos
naturais, consubstanciam-se no livro didático utilizado pelo docente da Educação Infan-
til, em consonância com o que orientam as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Infantil de 2009. Para isso, analisaram-se oito livros utilizados por professoras desse nível
de ensino da Rede Municipal de São Luís - MA. Os resultados apontam limites nas respec-
tivas ações. Por isso, sugerem-se procedimentos estratégicos e metodológicos para ampliar
a atuação docente.
Partindo-se do questionamento inicial: até que ponto os livros didáticos da educação in-
fantil contemplam as finalidades e objetivos das Diretrizes no que se refere ao respeito, ao
meio ambiente, a sustentabilidade do planeta, a sustentabilidade da vida na Terra, bem
como o não desperdício dos recursos naturais?
18
Dessa maneira, para o diagnóstico da pesquisa, selecionou-se 8 livros que estão em circu-
lação na rede municipal de educação de São Luís/MA, a saber:
Livro 1
Livro 3
Livro 4
Livro 5
Livro 6
Livro 7
é a primeira etapa da Educação Básica. Mas dados, confecção de mapas com suas diferen-
a formação não deve se restringir ao aluno, tes unidades ambientais, históricas e culturais.
deve contemplar a todos que compõem a b) Pesquisando a memória do ambiente
instituição educativa. Por isso, as sugestões
Propor uma pesquisa que vise recuperar a
que seguem destinam-se tanto aos professo-
história natural e social do lugar onde atua
res, quanto aos alunos.
o educador.
3.2 A formação continuada
Metodologia:
Com base nos estudos de Carvalho (2009),
elencam-se algumas sugestões de formação Escutar histórias dos mais velhos sobre
continuada, a saber: como era o lugar no passado.
Nesse sentido, faz-se necessário incluir, nos cursos de formação de professores, disciplinas
que contemplem a educação ambiental, e que os livros didáticos da Educação Infantil se-
jam alvo de estudo para demonstrar seus limites no que diz respeito à questão ambiental.
28
Infelizmente, o critério de escolha do livro didático não leva em consideração, em sua
maioria, as análises feitas pelos docentes que trabalharão com o livro.
Muitas pesquisas já foram realizadas sobre livro didático no Brasil. Ao acessar o portal de
Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -
CAPES para o termo livro didático e educação ambiental, estão disponíveis na Área de
Educação cerca de 42.418 pesquisas. Nesse sentido, esperamos que esta pesquisa contri-
bua com o campo da educação ambiental.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2004.
GATTI JR., Décio. Entre políticas de estado e práticas escolares: uma história do livro didá-
tico no Brasil. In: BASTOS, Maria Helena Câmara; STEPHANOU, Maria (orgs). Histórias e
memórias da educação no Brasil, v. III: século XX. Petrópolis: Vozes, 2005.
PELEGRINI, Djalma Ferreira & VLACH, Vânia Rúbia Farias. As múltiplas dimensões da
educação ambiental: por uma ampliação da abordagem. Revista Sociedade e Natureza,
Uberlândia, ano 23, n. 2, maio/agosto, 2011.
30
1 Estudante do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: allan.sampaio@acad.ifma.edu.br;
2 Estudante do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: aleholste@gmail.com;
3 Estudante do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: karyne.fonseca@acad.ifma.du.br.
4 Professora de Educação Inclusiva do Magistério Superior do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: regiana@ifma.edu.br;
5 Professora de Elementos de Ciências do do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. Líder do Grupo de Pesquisa Biomassa.
E-mail: kiany@ifma.edu.br;
RESUMO
O presente trabalho, de caráter intervencionista, aborda um relato de experiências no
ensino de Ciências inclusivo sobre Luz e Ondas para alunos com deficiência visual. Uma
proposta metodológica desenvolvida durante a disciplina de Elementos de Ciências II
do segundo período no curso de Licenciatura em Química do IFMA, Campus São Luís /
Monte Castelo, permitindo espaços e momentos estruturados na trilogia freiriana ação-
-reflexão-ação acerca da prática docente. Os futuros professores foram instigados a desen-
volver material didático e planejar aulas alternativas, primando os aspectos pedagógicos
inclusivos com ênfase em estímulos sensoriais. Durante a intervenção didática no Centro
de Ensino São José Operário, a qualidade do retorno motivacional e cognitivo dos alunos
corroborou com os dados coletados pelos questionários. A proposta metodológica inclusi-
va favoreceu uma aprendizagem de forma equânime, promovendo igualmente condições
de desenvolvimento, participação e interação dos alunos em sala de aula e beneficiou aos
futuros professores um espaço de aquisição de saberes específicos e de constituição da
identidade profissional.
Luz primária transmite luz própria e luz secun- 3.4 Vivência pedagógica
dária transmite a luz vinda da fonte primária, (ação-reflexão-ação)
ou seja, não possui luz própria. (aluno 2) O processo formativo vivenciado pelos gra-
duandos e estabelecido mediante a adequa-
Reflexão - quando a luz atinge uma superfície
da relação teoria e prática proporcionou aos
e volta para seu ponto de origem. Refração -
mesmos reflexões sobre a inclusão escolar
quando a luz passa para outro lado e sofre des-
de alunos com deficiência e gerou a com-
vio. (Aluno com deficiência visual)
preensão de que já não é possível pensar
De acordo com as respostas dos alunos, na formação inicial de professores para as
65% dos alunos consideraram a aula inte- demandas da atualidade sem que se consi-
ressante, 29% muito interessante e 6% ra- dere a realidade da inclusão dos sujeitos da
zoavelmente interessante. Educação Especial.
Parece relevante destacar que o uso de re- Através dessa vivência pedagógica pode-se per-
cursos alternativos não implicou, neste con- ceber o quanto uma metodologia inclusiva é
texto, em melhoria de aprendizagem apenas imprescindível para uma sala de aula composta
dentro das instituições de ensino. Além disso, Acredita-se que será a partir de vivências
pode-se observar o quanto alunos com defici- que desafiem o professor em formação a
ência são inteligentes e que podem participar pensar e a exercer o magistério de forma
das aulas através de metodologias inclusivas, inclusiva, que se poderão vislumbrar mu-
as quais integram o aluno ao ambiente escolar danças no cotidiano das salas de educação
junto com outros alunos. (graduando 1) básica, tornando-as espaços de aprendiza-
gem na diversidade. Embora essa formação
A prática pedagógica vivenciada permitiu-me
não seja condição suficiente para garantir o
compreender a realidade escolar e seu papel
efetivo processo de inclusão escolar, esta é
quanto uma escola inclusiva. Pode-se inferir o
condição necessária sem a qual, nem mes-
quanto o desenvolvimento de metodologias in-
mo as melhores estruturas e recursos pode-
clusivas são essenciais na melhor relação entre
rão garantir esse processo, uma vez que é ao
ensino-aprendizado no ambiente escolar com
professor que compete o papel de orienta-
alunos com deficiência. Tais metodologias pos-
dor e mediador do processo de aprendiza-
sibilitam dar a esses alunos autonomia para
gem na sala de aula.
construir seus conhecimentos. Quanto a nossa
formação, é de suma importância os graduan-
4 CONCLUSÃO
dos em licenciatura terem essa prática pedagó-
gica e um olhar inclusivo no desenvolvimento Em virtude das observações e reflexões dos
de suas metodologias. (graduando 2) graduandos envolvidos nesta pesquisa, re-
ferenda-se a importância de oportunizar
Esta formação inicial deve implicar em mu- aos professores em formação vivências que
danças de concepções que possam gerar, os mobilizem a pensar de forma inclusiva,
nas práticas destes futuros professores, ati- considerando a necessidade de desenvolver
tudes e procedimentos que garantam o di- metodologias e construir recursos adequa-
reito a todos os seus alunos de estarem na dos às diferentes demandas apresentadas
sala de aula de Ciências para aprenderem pelos alunos em salas de aula inclusivas.
com qualidade e dignidade, sendo respei- Além disso, ficou evidente que são práticas
tados em suas diferenças. Camargo (2016) desta natureza como a aqui apresentada
assim se posiciona: que ajudam no desenvolvimento do aluno
Outrossim, vale destacar que a proposta da disciplina Elementos de Ciência II aqui apre-
sentada foi possível dado o envolvimento da professora em espaços de discussão e refle-
xão proporcionados pelo projeto de doutorado “Educação Especial Inclusiva na Formação
43
Continuada de Docentes das Licenciaturas de Ciências: (des)construção de concepções e
práticas". Tal vivência possibilitou à professora da referida disciplina repensar a sua pró-
pria prática como professora formadora, no sentido de poder contribuir para a formação
inicial de seus alunos para a inclusão.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº 9.394, que certifica o direito ao
atendimento especializado aos estudantes com necessidades educacionais especiais (1996).
44 ______. Lei n. 8.069. Estatuto da Criança e do Adolescente. 1990. Brasília, DF. Disponí-
vel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 25 set. 2017
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SILVA, L. G. dos S. Inclusão: uma questão, também, de visão. O aluno cego na escola comum.
João Pessoa: Editora Universitária, 2008.
1 Graduado em Ciências Biológicas. Instituto Federal do Maranhão - Campus Caxias. E-mail: chiquinho81@hotmail.com; 47
2 Grupo de pesquisa em Ciências Aplicadas. Instituto Federal do Maranhão - Campus Caxias. E-mail: daniel.veras@ifma.edu.br;
RESUMO
Nos últimos anos e especialmente a partir da segunda metade do século XX, a natureza
da ciência tem sido objeto de estudo entre pesquisadores das mais variadas áreas do co-
nhecimento, tanto no âmbito internacional como nacional, mostrando que professores e
alunos possuem concepções equivocadas sobre a temática. Portanto, esta pesquisa anali-
sou as concepções dos alunos de licenciatura em ciências biológicas do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA, Campus Caxias, sobre a natureza
da ciência. Os dados foram coletados através da aplicação do questionário VNOS-C (do
inglês, Views of the Nature of Science, Form C; Visões da Natureza da Ciência - Modelo
C), elaborado e validado por Lederman e colaboradores (2002). A mesma desenvolveu-se
através de um estudo de caso e uma abordagem quali-quantitativa, onde primeiramente
fez-se uma análise das respostas dos alunos de acordo com categorias preestabelecidas
e criadas por El-Hani et al. (2004), inferindo valores de 0 para respostas insatisfatórias,
0,5 para respostas parcialmente satisfatórias e 1,0 para respostas satisfatórias, em seguida
aplicou-se um test t comparando as médias das turmas envolvidas na pesquisa. O estudo
mostrou que os alunos apresentam diversas concepções, e tanto na turma A (5º período)
como na turma B (3º período), os alunos possuem visões inadequadas sobre a natureza da
ciência. No entanto, alunos da turma A (5º período), apresentam concepções mais consis-
tentes quando aplicado o teste t com probabilidade de 5%.
Então, no século XX, com mudanças nas cepções que tanto professores como alunos
mais variadas esferas da sociedade, as teo- têm acerca desta temática, fazendo com que
ser bombardeadas por novas ideias, onde dos de modo satisfatório, então se faz neces-
autores como Popper (1972), e outros trou- sário abordagens que permitam formar con-
xeram novas teorias que marcaram gran- cepções mais adequadas que possibilitem a
mudanças refletem um novo olhar, onde crítica e interessados pela pesquisa cientí-
2. O que torna a ciência (ou uma disciplina Respostas que admitiram a diferença entre mo-
científica como a física, a biologia etc.) diferen- dos diversos de conhecer o mundo foram con-
te de outras formas de investigação (por exem- sideradas satisfatórias.
plo, religião, filosofia)?
3. O que é um experimento? Definição de experimentos como séries de ob-
servações feitas de maneira controlada.
7. Após os cientistas terem desenvolvido uma Dois aspectos que foram analisados separada-
teoria científica (por exemplo, a teoria atômi- mente. No caso da pergunta sobre se há mu-
ca, a teoria da evolução), a teoria pode trans- dança teórica e por que tal mudança ocorre, as
formar-se? respostas foram julgadas satisfatórias quando
admitiam a possibilidade de mudança teórica e
a) Se você acredita que as teorias científicas não
a explicavam com base no surgimento de novas
mudam, explique por que. Defenda sua respos-
teorias e na obtenção de novas evidências. A
ta com exemplos.
pergunta sobre as razões pelas quais vale a pena
b) Se você acredita que as teorias científicas de aprender teorias científicas, mesmo sendo estas
fato mudam: (b1) Explique por que as teorias mutáveis, dificilmente resultava em respostas
mudam. insatisfatórias.
(b2) Explique por que nós nos preocupamos em
aprender teorias científicas, considerando que
as teorias que aprendemos poderão mudar. De-
fenda sua resposta com exemplos.
55
A figura 3 mostra a quantidade de alunos ca. Entender e definir este tipo de questão é
que deram respostas insatisfatórias ao ques- fundamental para se compreender a nature-
tionário VNOS-C e observa se nas questões za da ciência, e a forma como é colocada em
2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10 e 11 a quantidade de questão quando se “chama a atenção para a
respostas insatisfatórias na turma B foram existência do que parece ser uma distinção
maiores que a turma A, e apenas na questão bastante direta entre alguns estados de coi-
1 o número de alunos da turma A (5ºperí- sas e julgamentos a respeito daquele estado
odo) foi maior que a turma B. Na questão de coisas feitos por indivíduos ou grupos”
8, ambas as turmas se equiparam nas res- (CHALMERS, 1993, p. 135). Um aluno deu
postas. A análise das figuras 1, 2 e 3 mostra a seguinte resposta para a questão acima
que, há uma diferença entre o número de “É uma doutrina que visa trabalhar com
alunos da turma A e B que responderam o ideias de exatidão. E que através dela novas
questionário VNOS-C, inferindo que as res- descobertas que podem de certo modo in-
postas destes, não satisfaz os anseios das fluenciar a sociedade” demonstrando assim
categorias norteadoras já pré-estabelecidas de forma clara uma concepção inadequada
por El-Hani et al. (2004), e que os discen- sobre a definição de ciência.
tes de ambas as turmas não possuem uma
Quando se perguntou sobre o que diferencia
visão coerente com as definições esperadas.
a ciência de outras formas de conhecimen-
Quanto à compreensão do conceito de ci- to na turma A dois alunos responderam de
ência, ambas as turmas apresentaram uma acordo com a categoria estabelecida seguin-
deficiência epistemológica sobre a temáti- do o mesmo padrão na turma B, ou seja, que
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
58
A pesquisa mostrou que os alunos do curso de licenciatura em ciências biológicas do Ins-
tituto Federal do Maranhão, IFMA-Campus Caxias apresentam concepções inadequadas
sobre a natureza da ciência, corroborando com os dados obtidos por outras investigações
desse mesmo fenômeno, que apontam que essas visões equivocadas estão tanto dentro
da academia quanto fora dela, sendo construídas durante a formação devido à ênfase
dada no conteúdo em detrimento dos meios de como são obtidos esses conhecimentos.
Ao comparar o desempenho no questionário observou-se que os alunos da turma A (5º
período) tiveram um desempenho melhor que os da turma B (3º período), o que implica
dizer que alunos com maior tempo de curso tiveram um melhor desempenho, apresen-
tando uma melhor compreensão devido a um maior contato com conteúdos científicos.
Nesse sentido, a Licenciatura em Ciências Biológicas pode ser a promotora na construção
adequada sobre a natureza da ciência, se durante a fomação for dado ênfase na lógica do
método científico para resolução dos problemas ligados as ciências da natureza.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao professor Mestre Joniery Rubim de Sousa pela contribuição na elaboração
do abstract do presente trabalho.
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of scientific inquiry: a case study. South African Journal of Education, v. 34, n. 1, 2014.
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MINAYO, M C. S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2010.
SILVA, R. S. O papel dos valores nas ciências sociais e humanas. Kairos, jornal of philo-
sophy & science 11, 2014.
RESUMO
Os solos representativos do trópico úmido brasileiro são, no geral, intemperizados e frá-
geis, com grande propensão à coesão. As condições ambientais desse tipo de solo favo-
recem a rápida degradação da matéria orgânica e lixiviação de nutrientes. Dessa forma,
técnicas com o objetivo de aumentar a eficiência no uso de nutrientes devem ser utiliza-
das para melhorar a produtividade dos agrossistemas tropicais. Diversos estudos têm de-
monstrado os benefícios do sistema de cultivo em aléias sobre as propriedades químicas e
físicas do solo. Entretanto, ainda são escassos os estudos que avaliam o uso de tecnologias
complementares sob a melhoria das características do solo, visando aumentar a eficiência
no uso de nutrientes no plantio direto na palha de leguminosas arbóreas. É possível que
tais tecnologias aumentem a eficiência do sistema no que diz respeito à melhoria nutricio-
nal dos cultivos anuais, mediante o fornecimento de condições adequadas de solo e pelo
aumento do carbono orgânico, constituindo-se como opções apropriadas para o manejo
sustentável em solos tropicais.
sorção e adequado aproveitamento dos nu- matéria orgânica do solo. Esta, por sua vez,
aumenta a capacidade de troca de cátions,
trientes. Tratam-se de solos arenosos, com
melhora a retenção de umidade, reduz a
baixo teor de matéria orgânica, baixo pH 63
densidade do solo, estabiliza a temperatura
e baixa capacidade de retenção de cátions.
e favorece o desenvolvimento dos microor-
(MOURA et al., 2012). Esses solos são carac-
ganismos do solo. Existem diversas tecnolo-
terizados como de baixa fertilidade natural,
gias que podem ser usadas para o manejo da
devendo, portanto, ser manejados de for-
matéria orgânica. (COELHO et al., 2016).
ma cuidadosa e específica.
Como exemplo dessas tecnologias, tem-se
O manejo sustentável destes solos requer
o sistema de cultivo em aleias, que é carac-
técnicas diferenciadas devido às suas carac-
terizado como o plantio de leguminosas ar-
terísticas e as condições ambientais predo-
bóreas de diferentes qualidades de resíduos.
minantes. Os trópicos caracterizam-se pela
Seus ramos são periodicamente cortados e
intensa incidência de radiação solar, eleva-
depositados sobre o solo, promovendo a
da pluviosidade, altas temperaturas e eleva-
sua cobertura e reciclagem de nutrientes.
das taxas de evapotranspiração. Essas con-
Entre as ruas de leguminosas são conduzi-
dições podem dificultar tanto o bom uso de
dos os cultivos anuais, que são beneficiados
nutrientes, quanto o aumento da produti-
pelos efeitos positivos dos resíduos deposi-
vidade. Assim sendo, torna-se necessário tados no solo. Entretanto, devido às con-
aumentar a eficiência no uso dos nutrientes dições regionais, manejos adicionais a este
para melhorar a sustentabilidade agrícola sistema são requeridos para aumentar a sua
dos trópicos. (MOURA et al., 2013). eficiência e os benefícios ao solo. (OLIVEI-
A eficiência no uso de nutrientes pode ser RA et al., 2016).
definida como a produtividade obtida por O uso combinado de técnicas de adubação
unidade de fertilizante aplicado. (MOU- verde pode ser válido para um adequado
RA et al., 2012). Esta definição baseia-se manejo da matéria orgânica. Nesse sentido,
em produzir mais em uma menor área, de o cultivo de espécies leguminosas herbáce-
modo que aumente a eficiência do sistema. as, muitas das quais apresentam potencial
Para tanto, nas condições tropicais, é pre- forrageiro, também é uma alternativa para
ciso manejar o solo de modo a aumentar a aumentar a eficiência no uso dos nutrien-
disponibilidade de nutrientes por meio da tes. (XAVIER et al., 2016). Estas legumino-
maior retenção de cátions e da redução das sas contribuem para uma densa cobertura
perdas por lixiviação, escorrimento super- do solo, protegendo-o contra os efeitos da
passo que os resíduos mais recalcitrantes, Moura et al., (2009) constataram que a cober-
com elevada relação C: N e altas concen- tura com resíduos de leguminosa melhorou
trações de lignina e polifenóis (resíduos de significativamente a camada superior (pri-
baixa qualidade), são mineralizados lenta- meiros 10 cm) de um solo coeso, por meio
mente, sendo mais indicados para a manu- do aumento do volume de solo adequado
tenção da cobertura do solo. Desta forma, para o crescimento das raízes. Este efeito
a cobertura do solo e a reciclagem de nu- pode estar associado à melhoria na retenção
trientes são importantes para o manejo dos de umidade e penetração das raízes, sendo
solos de muitas regiões tropicais, os quais demonstrado pelo maior desenvolvimento
requerem combinações adequadas de legu- do sistema radicular na camada superficial.
minosas. (AGUIAR et al., 2010 a). As Figu- Em condições tropicais a decomposição dos
ras 1 e 2 mostram leguminosas de baixa e resíduos de alta qualidade das leguminosas
alta qualidade de resíduos. arbóreas pode promover um suprimento
Figura 1: Acácia mangium é um exemplo adequado de N e K. Assim, a combinação
de leguminosa arbórea de baixa qualidade de espécies em sistema de cultivo em aleias,
de resíduos: que fornece resíduos de baixa e alta qualida-
de, pode representar uma estratégia eficiente
no aumento do crescimento radicular e no
fornecimento de macronutrientes ao longo
do ciclo da cultura. (AGUIAR et al., 2010 a).
3 A IMPORTÂNCIA DO USO
DOS NUTRIENTES
O aumento da produtividade depende do
Fonte: Autores. balanço apropriado entre a liberação dos
68
Fonte: Autores.
Uma alternativa para aumentar a EUN é a utilização da gessagem em solos tropicais. O uso
combinado de gesso e material vegetal de leguminosas melhora a eficiência de recupera-
ção do fósforo comparado ao uso isolado dessas técnicas. Incrementando o crescimento
radicular, a aplicação de gesso torna a planta mais hábil à absorção do fósforo disponível
no solo. (MOURA et al., 2016).
O gesso é pouco solúvel no solo e sua solubilidade declina com o aumento do pH, por-
tanto, é fundamental manter umidade no solo após a sua aplicação para que este alcance
maiores profundidades (KHAN et al., 2011). Apesar disso, o gesso mostra-se útil para au-
mentar a capacidade de enraizamento das plantas, devido ao fato de proporcionar melho-
res condições de solo (Figura 2).
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2 Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: wadycastro@ifma.edu.br;
4 Graduando em Licenciatura em Química pelo Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: zootec21@gmail.com;
5 Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão - IFMA. E-mail: gutierres.silva@ifma.edu.br;
RESUMO
Objetivou-se, neste estudo, analisar a produção da alface americana (Lactuca sativa) com
cultivo submetido a diferentes substratos. O delineamento foi em blocos ao acaso cons-
tituído por cinco fontes de nutrientes, sendo EB: esterco bovino + terra preta; EC: esterco
caprino + terra preta; EA: esterco de aves + terra preta; TB: terra preta (tratamento padrão)
e AQ: terra preta + adubação química. Cada tratamento foi constituído por quatro repeti-
ções, totalizando vinte parcelas. Cada parcela apresentou as seguintes dimensões: 1,20 m
de largura por 1,50 m de comprimento. Os dados foram submetidos à análise de variân-
cia, utilizando-se o teste F a 5% de probabilidade, seguido de comparação de médias por
meio dos testes Tukey e Dunnet a 5% de probabilidade. O tratamento que proporcionou
maiores médias com relação à altura de plantas, número de folhas e comprimento de
folha foi a EA, seguido da EB e EC, respectivamente. O tratamento com substrato terra
preta + esterco de aves proporciona melhores resultados de desenvolvimento vegetativo
da alface do tipo americana, no município de Codó/ MA. Desta forma é indicado como
uma alternativa para produção de alface.
agricultura familiar (BONELA et al., 2015), buscar substratos alternativos que propor-
cionem produtividades elevadas a baixo
o que lhe confere grande importância eco-
custo de produção.
nômica e social. (COSTA et al., 2012).
A adubação dos solos é um fator indis-
Esta cultura tem grande importância na ali-
pensável à manutenção da fertilidade e à
mentação humana ao se destacar como fonte
constante obtenção do aumento das sa-
de vitaminas e sais minerais, e também por
fras. Visando um melhor aproveitamento
ser uma hortaliça de fácil aquisição e de bai-
dos resíduos disponíveis nas propriedades
xo custo ao consumidor. (ZIECH et al., 2014).
rurais e a redução de uso de insumos quí-
Com a expansão de redes fast-food em todo o
micos, a utilização de substratos orgânicos
país, houve um consequente aumento na de-
pode ser uma alternativa viável e mais sus-
manda dessa hortaliça. (SALA e COSTA, 2008).
tentável. (COSTA et al., 2014).
A alface é uma planta de clima frio, poden-
Muitos estudos vêm sendo realizados com
do tolerar geadas de menor intensidade.
a cultura da alface, avaliando seu desem-
Seu ciclo é anual, encerrando sua fase ve-
penho em diferentes formas de cultivos,
getativa quando as folhas atingem o maior
como a adubação orgânica e sob diferentes
desenvolvimento. Esta cultura por ser uma
cultivares. (COSTA et al., 2012; FREITAS et
cultura de ciclo curto e crescimento rápido
al., 2013; SOUZA et al., 2016; BRITO et al.,
é muito exigente às condições edafoclimá-
2017). No estado do Maranhão, há estudos
ticas para que haja um incremento à mas-
relacionados a esta cultura no que diz res-
sa fresca. A alface é muito exigente quanto
peito à produção sustentável, a exemplo das
às características químicas e físicas do solo,
pesquisas feitas por Silva e França (2014).
sendo assim, a fertilização constitui a práti-
Entretanto, não há informações a respeito
ca agrícola mais onerosa e de maior retor-
sobre diferentes fontes de nutrientes para a
no. (OLIVEIRA et al., 2009).
cultura da alface nesse Estado. Assim, saber
A qualidade final da alface é resultado de a fonte de nutriente que promova maior
diversos fatores, dentre estes destaca-se a produtividade da alface americana é impor-
dose de nutrientes fornecidos durante o tante tanto para o pequeno produtor como
cultivo. Segundo Sanchez (2007), a cultu- também para o grande produtor rural.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido com a cultura da alface (Lactuca sativa L.) cultivar americana Grandes
Lagos 659. O experimento foi realizado no Campo Experimental do Instituto Federal de Educa-
76 ção, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Codó, localizado no município de Codó, MA,
com coordenadas geográficas de 4º 26’ 51’’ S, 43º 52’ 57’’ O e com altitude de 48 m. (CASTRO
JÚNIOR et al., 2015).
O clima da região dos cocais maranhenses, na qual a área experimental está inserida é,
segundo a classificação de Köppen, do tipo Aw - megatérmico úmido e sub úmido de in-
verno seco.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
78 Observou-se pelo teste F, a 5% de probabilidade, que os diferentes substratos tiveram efei-
to significativo sobre as seguintes variáveis avaliadas (altura de plantas, número de folhas,
comprimento médio de folhas e diâmetro de caule, a exceção foi para o comprimento de
caule, onde não foi constatado diferença significativas entre os diferentes tipos de subs-
tratos (Tabela 3). Observa-se que o fator bloco não influenciou (P>0,05) em nenhuma das
características avaliadas. Ainda analisando a Tabela 3 é possível evidenciar que, em geral,
todos os coeficientes de variação (CV) estão dentro do padrão estabelecido na literatura.
(GOMES, 1990; FERREIRA, 1991).
Tabela 3: Quadrado médio dos parâmetros da planta: altura de plantas (AP); número de folhas
(NF); comprimento médio de folhas (CF); comprimento de caule (CC) e, diâmetro de caule:
QM
FV GL AP NF CF CC DC
BLOCOS 3 13,08958ns 13,52966ns 5,70512ns 0,09672ns 0,07591ns
TRATAMENTOS 4 298,44721** 182,36216** 64,13871** 0,08607ns 0,23888**
RESÍDUO 12 7,80324 6,50314 2,33331 0,09144 0,01664
CV(%) 11,51 16,96 10,72 27,52 22,31
** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F, e ns não significativo pelo teste F; CV: coeficiente
de variação. Fonte: Autores
Para as variáveis comprimento de caule (CC) e diâmetro de caule (DC), os valores de coefi-
ciente de variação foram elevados e ultrapassaram os 20%. De acordo com Gomes (1990),
coeficientes de variação apresentando valores entre 20 e 30% são considerados altos, refletin-
do em baixa precisão experimental. Valores elevados de coeficiente de variação obtidos para
comprimento de caule podem ser explicados, uma vez que é altamente influenciado pelo
ambiente, devido temperatura e foto período elevados (SOUZA et al., 2008), pois a região
onde foi instalada a pesquisa (Codó, MA) apresenta clima do tipo equatorial, caracterizado
por período seco e com temperatura média anual de 35ºC. (IBGE, 2010; PONTE et al., 2011).
O tratamento com esterco de ave (EA), proporcionou valores médios estatisticamente su-
periores (P<0,05) em relação aos demais tratamentos, para todas as características, exceto
comprimento de caule (Tabela 4). Peixoto Filho et al. (2013) relacionam os incrementos
proporcionados pelo esterco de aves com a relação carbono nitrogênio (C/N) serem me-
Outro resultado semelhante ao reportado nessa pesquisa foi relatado por Ziech et al.
(2014), que, estudando o cultivo de alface em diferentes manejos de cobertura do solo e
fontes de adubação, observaram maiores valores médios para número de folhas e diâme-
tro de caule, quando foi utilizado adubação com cama de aviário.
Em relação ao tratamento com terra preta (TP), em geral, esse tratamento apresentou
os menores valores médios (P<0,05) para todas as características avaliadas na cultura da
alface (Tabela 4). Isso se deve, provavelmente, a menor mineralização dos nutrientes nes-
te substrato, tendo, como consequência, menor desenvolvimento vegetativo da cultura
nessas condições.
Para a variável diâmetro de caule (DC), os valores médios verificados nos tratamentos EA
e AQ apresentaram resultados superiores (P<0,05) ao valor médio do DC no tratamento
Tabela 5: Valores médios das características avaliadas: altura de plantas (AP); número de
80
folhas (NF); comprimento médio de folhas (CF); comprimento de caule (CC) e, diâmetro
de caule (DC).
Tabela 6: Quadrado médio dos parâmetros da planta: massa fresca da parte aérea (MFPA),
massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR).
QM
FV GL MFPA MSPA MSR
BLOCOS 3 817,16ns 3,40ns 4,86ns
TRATAMENTOS 4 11628,30** 53,78** 21,35**
RESÍDUO 12 771,12 5,77 5,86
CV(%) 43,35 48,79 69,39
** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F, e ns não significativo pelo teste F; CV: coeficiente
de variação. Fonte: Autores.
Tabela 7: Valores médios das características avaliadas: massa fresca da parte aérea (MFPA),
massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR):
Para a variável massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA) e
massa seca da raiz (MSR), os valores médios verificados nos tratamentos EA e AQ apresen-
taram resultados superiores (P<0,05) ao valor médio observados no tratamento TP (pa-
drão) pelo teste Dunnett (Tabela 8). Comportamento semelhante foi verificado por Costa
et al. (2012) que, avaliando diferentes substratos alternativos para produção de mudas de
alface, observaram que o uso de substrato a base de terra preta e húmus apresentou meno-
res valores médios de MFPA, MSPA e MRS, comparado aos demais tratamentos.
Tabela 8: Valores médios das características avaliadas: massa fresca da parte aérea (MFPA),
massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desempenho do tratamento com substrato terra preta + esterco de aves proporcionou
82 melhor crescimento de plantas de alface do tipo americana, no município de Codó/MA,
sendo uma alternativa para produção de alface, supostamente devido à mineralização
mais rápida e a maior disponibilização do nitrogênio para a alface americana.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi fomentado pelo Departamento de Ensino do Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia do Maranhão.
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1 Graduada em Engenharia Florestal pelo Instituto de Biodiversidade e Florestas na Universidade Federal do Oeste do Pará,UFOPA;
E-mail: raiane_silva72@hotmail.com;
2 Professora do Instituto de Biodiversidade e Florestas da Universidade Federal do Oeste do Pará, UFOPA; E-mail:lcolivei@gmail.com;
3 Doutorando em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Oeste do Pará, UFOPA; E-mail: lucasximenesflorestal@gmail.com;
4 Professor orientador do Instituto de Biodiversidade e Florestas na Universidade Federal do Oeste do Pará, UFOPA; E-mail: @gmail.com.
RESUMO
Este trabalho objetivou ajustar equações de simples e dupla entrada para dois tipos de sec-
cionamentos de toras, e avaliar a precisão na estimativa volumétrica para uma floresta sob
manejo comunitário, na Flona do Tapajós, Belterra, Pará. Foram cubados, pelo método de
Smalian, 4.469 indivíduos com DAP maior que 50 cm, de 24 espécies comerciais. Os sec-
cionamentos testados foram: toras com variados comprimentos de secção e fuste comercial
(considerando todas as toras), e os volumes obtidos comparados por meio da Análise de
Variância. No ajuste volumétrico, foram utilizados três modelos de simples e três de dupla
entrada, sendo utilizados como critérios de seleção: Coeficiente de Determinação Ajusta-
do e Erro Padrão da Estimativa percentual, significância dos parâmetros, análise gráfica e
histograma dos resíduos. Houve diferença significativa entre os seccionamentos, sendo o
modelo ajustado de Spurr, pela equação V=0,612024+0,000045.(DAP².Hc), o que apresen-
tou maior precisão na estimava volumétrica. O uso de comprimentos variados de secção
de tora foi o mais adequado para o cálculo de volume real, pois possibilitou a manutenção
da rotina operacional e uso dos dados de romaneio no ajuste dos modelos volumétricos.
2 METODOLOGIA
2.1 Localização e Caracterização da Área
de Estudo
Os dados utilizados na pesquisa foram
oriundos da Área de Manejo Florestal
(AMF) da Cooperativa Mista da Flona Ta-
pajós (COOMFLONA), Unidade de Produ-
ção Anual número dez (UPA 10). A área fica
localizada na Floresta Nacional do Tapajós,
ao longo do km 117 da BR 163, município
de Belterra, Pará.
Fonte: Autores.
Para ambos os seccionamentos, o volume foi obtido pela aplicação da fórmula de Sma-
lian, conforme a seguinte equação geral:
90
Em que: V=volume da tora (m³); L=comprimento da tora (m); g1= área seccional da extre-
midade inferior da tora/árvore (m²); g2 = área seccional da extremidade superior da tora/
árvore (m²).
Os volumes obtidos pelos seccionamentos propostos foram comparados por meio da Aná-
lise de Variância (ANOVA) a 95% de probabilidade, utilizando o delineamento inteira-
mente casualizado.
Nº Modelos Autores
1 V= β0 + β1.DAP²+ ɛ Koperzky-Gehrhardt
2 Ln V= β0 + β1. Ln (DAP) + ɛ Husch
3 V= β0 + β1.DAP + β2.DAP² Hohenald-Krenn
4 V = β0 + β1.(DAP².Hc) + ɛ Spurr (Variável combinada)
5 Ln(V) = β0 + β1. Ln (DAP) + β2.Ln (Hc) + ɛ Schumacher-Hall-logarítmizado
V = β0 + β1.D + β2.DAP² + β3.(DAP.Hc) + β4.(DAP².Hc) +
6 Meyer
β5.Hc + ɛ
V = volume comercial com casca, em m³; DAP = diâmetro medido a 1,30 m do solo, em cm; Hc = altura
comercial, em m; β0, β1, β2, β3, β4, β5 =parâmetros de regressão; Ln = logaritmo neperiano; e ɛ = erro
aleatório. Fonte: Autores.
Os ajustes dos modelos e análises estatísticas dos dados foram realizados em planilha ele-
trônica no Software Microsoft Excel versão 2010.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 91
O modelo de Hohenald foi o que apresentou melhor estimativa, com maior precisão e
menor erro. No entanto, o modelo de Husch, mesmo estando na forma logarítmica, apre-
sentou tendenciosidade para estimativa volumétrica, com baixo valor de R²aj%. e erro
padrão mais elevado.
Figura 1: Análise gráfica e histograma dos resíduos em função do DAP, para os modelos
de simples entrada, aplicado ao ajuste realizado para as toras:
Fonte: Autores.
A tendência dos modelos também foi de superestimativas, conforme observado nos histo-
gramas de resíduos, no entanto, a maior concentração está entre as classes ±10, demonstran-
do a importância de inclusão da variável altura na maior precisão dos ajustes volumétricos.
94 O modelo de Meyer foi o que apresentou maior inflação dos valores, observados, principal-
mente, entre 70 cm a 90 cm, o que pode estar relacionado aos parâmetros não significativos
observados o modelo. Logo, a melhor distribuição em torno da linha de regressão, propor-
cionando maior homogeneidade de variância e baixa amplitude residual, aliada ao menor
erro padrão, torna o modelo de Spurr como o mais preciso na estimativa volumétrica.
Figura 2: Análise gráfica e histograma dos resíduos em função do DAP para os modelos de
dupla entrada, aplicado ao ajuste realizado para as toras.
Fonte: Autores.
Quanto aos modelos de dupla entrada, as equações de Spurr e Meyer apresentaram maior
precisão e menor erro padrão. O menor resultado para esta estatística também foi encon-
trado no modelo de Schumacher-Hall, sendo observado um erro maior em relação aos
dois métodos mencionados.
Baima et al. (2001) atribuíram o melhor ajuste das equações de dupla entrada ao fato do
diâmetro e da altura estarem altamente correlacionados com volume. Embora o mode-
lo de Meyer tenha apresentado o maior coeficiente de determinação ajustado, também
gerou muitos coeficientes não significativos, o que pode ser explicado pela presença da
multicolinearidade. (VALENTE et al., 2011)
Segundo Matos (1995), citado por Cabacinha (2003), quando tal correlação é elevada, a
eficiência dos parâmetros estimados é significativamente afetada, tornando-os instáveis.
A consequência disto é o aumento da variância da estimativa e, portanto, do erro padrão.
Coeficientes
Modelos R² aj.(%) Sy.x(%)
β0 β1 β2 β3 β4 β5
Koperzky G. 71,83 29,56 -0,314432* 0,001193*
Husch 65,76 29,97 -6,922762* 2,025026*
Hohenld K. 72,01 29,47 2,956253* -0,073001* 0,001580*
Spurr 84,16 22,80 0,846560* 0,000047*
Shumacher H. 81,17 23,47 -8,384582* 1,745825* 0,886381*
Meyer 84,19 22,78 -0,813708ns 0,057809ns -0,000428ns -0,002404ns 0,000065* 0,067851ns
βj = coeficientes dos modelos; R²aj.% = coeficiente de determinação ajustado em porcentagem; Sy.x% = Erro
padrão de estimativa em porcentagem; *Coeficientes significativos; ns: não significativos (p>0,05). Fonte:
Autores.
A análise de distribuição dos resíduos, considerando o fuste comercial (Figura 3), mostra
um comportamento similar ao observado entre os modelos de simples entrada, quando
aplicados às toras, com a maioria dos resíduos distribuídos numa amplitude de variação
Figura 3: Análise gráfica e histograma dos resíduos em função do DAP para os modelos de
simples entrada, aplicado ao ajuste realizado para os fustes comerciais.
96
Fonte: Autores.
Considerando a dispersão dos resíduos para os modelos de dupla entrada, verifica-se que
a maioria apresenta amplitude concentrada entre ±60%. Há uma tendência de inflacionar
os valores nas classes de diâmetro inferiores em todos os modelos, superestimando o vo-
lume e resíduos, alcançando amplitude de até cerca de 150% (Figura 4).
Nota-se, também, para o modelo de Meyer, uma maior tendência de superestimação para 97
diâmetros entre 70 e 90 cm, o que ocorre para os demais modelos, porém mantendo uma
distribuição mais uniforme ao longo dos diâmetros.
Figura 4: Análise gráfica e histograma dos resíduos em função do DAP para os modelos de
dupla entrada, aplicado ao ajuste realizado para os fustes comerciais.
Fonte: Autores.
Baima et al. (2001), no qual o modelo volu- do Tapajós, obtiveram melhor ajuste para
métrico de dupla entrada, mais preciso para os modelos de dupla entrada, sendo sele-
a floresta tropical de terra firme em Mojú, cionadas as equações de Schumacher-Hall e
Pará, foi o de Spurr (R²aj. = 97%). Spurr logaritmizadas.
Barros e Silva Júnior (2009), que ajustaram Estas diferentes escolhas confirmam, por-
17 modelos volumétricos para uma Flores- tanto, a necessidade de se usar equações
ta Tropical Densa no município de Anapú, distintas e se desenvolver modelos específi-
oeste do Pará, também tiveram o modelo cos para áreas da Amazônia, devido às dife-
de Spurr como o melhor na estimativa vo- renças marcantes na floresta.
lumétrica, exibindo coeficiente de determi-
nação de 91%. Barreto et al. (2014) em estu- 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
dos na mesma região, obtiveram valores de As equações de dupla entrada apresentaram
R²aj. de 84% para a equação.
ajustes com maior precisão em relação às
Silva (2007) observou precisão de 93% para de simples entrada. O modelo Spurr, pela
o modelo de Spurr em estudos em área de equação V=0,612024+0,000045.(DAP².Hc),
Floresta Tropical Densa na região do rio apresentou melhor ajuste e precisão na es-
Arú, em Portel, estado do Pará. Thaines et timativa o volume para a área em estudo.
al. (2010) obtiveram resultados similares,
O uso do comprimento de tora com variados
com valores de R²aj. de 91%, para Floresta
Ombrófila Densa no estado do Amazonas. tamanhos de seção foi o mais adequado para
o cálculo de volume real. Além disso, possi-
É possível perceber que, no povoamento es-
bilitou a manutenção da rotina operacional
tudado, existe boa correlação entre o DAP e
e uso dos dados de romaneio no ajuste dos
a altura total, uma vez que o coeficiente de
modelos volumétricos na área estudada.
determinação ajustado apresentou valores
elevados para todas as equações. A introdu- Análises sobre o ajustamento de equações
ção da variável altura melhorou significati- volumétricas são importantes para estimar
vamente a precisão da estimativa de volume. o volume de madeira com maior precisão,
Considerando-se o trabalho de Baima et influenciando em maior rendimento, sim-
al. (2001), a equação escolhida de simples plicidade e confiabilidade na execução do
entrada foi a de Hush, e de dupla entrada manejo florestal sustentável.
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