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https://novaescola.org.br/conteudo/20700/passo-a-passo-como-utilizar-a-sala-de-
aula-invertida-na-alfabetizacao
Educação Infantil
No mês de setembro, NOVA ESCOLA publicou um especial com quatro reportagens sobre
metodologias ativas. Um questionamento que sempre surge quando falamos dessa temática é: “é
possível trabalhar com essas modalidades na alfabetização?”. A resposta é sim, e na coluna de hoje,
vou trazer uma sugestão de atividade que utiliza como referência o modelo da sala de aula invertida.
Como o próprio nome indica, essa perspectiva inverte o modelo tradicional e convencional de ensino:
os alunos recebem antecipadamente alguns materiais de leitura e orientações para pesquisas, para
estudarem em casa com apoio das tecnologias. O ponto de atenção aqui é o apoio da família nesse
estudo, para que os estudantes desenvolvam a sua autonomia, que vai crescendo gradualmente. Em
seguida, no retorno ao espaço escolar, os alunos trazem as suas descobertas, reflexões e estudos,
que levam a discussões e à realização de atividades práticas com toda a turma.
Dessa forma, a sala de aula se torna realmente um espaço para a aprendizagem ativa, e o professor
assume o papel de mediador de todo o processo, ao invés de ser apenas o transmissor de
informação das aulas tradicionais.
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Considerando que essa modalidade exige uma certa autonomia nos estudos, no ciclo da alfabetização
o mais indicado é explorá-la com alunos que já dominem o básico na leitura e escrita, mesmo que
com apoio. Caso não haja essa autonomia, podemos fazer uso de alguns elementos que compõem a
sala de aula invertida, como por exemplo, definir e encaminhar alguns conteúdos que sejam possíveis
de serem estudados previamente, mas que não dependam de pesquisas autônomas.
A seguir, apresento então a minha proposta de atividade, que tem como tema “Os cuidados com
animais domésticos”. Nela, os alunos são convidados a pesquisar, fazer descobertas, refletir, ler
conteúdos informativos, e finalizam com a escrita de textos de conscientização para a divulgação
entre a turma.
Segundo a BNCC, esses conteúdos trabalhados e estudados aqui pertencem ao campo da vida
pública, sendo relativos à participação em situações de leitura e escrita que envolvam textos das
esferas jornalística, publicitária, política, jurídica e reivindicatória, contemplando temas que impactam
a cidadania e o exercício de direitos.
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Essa prática pode ser desenvolvida em um tempo de três dias a uma semana, dependendo da
organização e distribuição dos materiais de estudo para casa, e do tempo disponível para atividades
presenciais. Além disso, para esse passo a passo, é importante que o professor leve em consideração
três momentos: a preparação dos estudantes para entrar no tema; propostas de atividades em grupo
para que os alunos possam trocar experiências e também momentos para atividades individuais; e a
sistematização de informações e aprendizados. Feitos esses destaques, mãos à obra:
2- Depois disso, disponibilize para os alunos os materiais e indicações para estudos e pesquisas, em
formato impresso e digital (pode ser, por exemplo, via WhatsApp ou outro canal de comunicação com
os alunos). As famílias também devem receber o material e as orientações sobre como acompanhar e
apoiar os estudos de seus filhos.
- Leitura on-line do livro O Sétimo Gato – uma história superbacana de Luís Fernando Veríssimo.
Nesse vídeo em formato de animação do projeto Leia Para Uma Criança, o texto é lido em meio a
sons e imagens que se movem;
- Animais domésticos - Khan Academy Brasil - vídeo que ressalta os cuidados com saúde e bem-estar
dos bichos criados em casa;
- Wordwall - Cruzadinha dos Animais - joguinho por meio do qual, partindo de pistas, descobre-se
nomes de animais domésticos e selvagens;
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3- Em seguida, oriente os seus estudantes a pesquisarem sobre essa temática em casa, com apoio dos
familiares e utilizando livros e a internet. Nesse momento, é importante apresentar alguns desafios
que irão nortear essas buscas, guiar os estudos e levá-los a reflexões.
Algumas sugestões de perguntas e pequenas atividades são: “O que são animais domésticos?”;
“Escreva uma lista com nomes de animais domésticos”; “Escreva uma dica de como cuidar bem de um
bicho criado no ambiente doméstico”; entre outras possibilidades.
4- No momento do retorno, já em sala de aula, organize uma roda de conversa para que os alunos
apresentem e compartilhem as descobertas e resultados dos estudos realizados em casa.
Nessa hora, o professor deve fazer perguntas relacionadas às pesquisas e atuar como escriba,
registrando as descobertas e respostas de todos – além de fazer intervenções em forma de
questionamentos, que levem à reflexão quanto à escrita e à temática, de forma a garantir e a
consolidar as aprendizagens.
5- Posteriormente, os alunos devem realizar atividades coletivas e individuais. Na coletiva, eles devem,
em grupo, selecionar e classificar animais domésticos, a partir de análises de imagens.
Já na parte individual, cada um deve produzir de forma escrita algumas dicas de como cuidar dos
bichos. Em seguida, essas dicas são compiladas novamente de forma coletiva, compondo um mural
colaborativo elaborado por todos os estudantes, que servirá como atividade avaliativa nos âmbitos da
escrita, leitura e conteúdo relacionados à temática.
6- Chegamos, então, ao fechamento, instante em que o professor faz intervenções pontuais, dando
feedback aos alunos sobre a participação e a produção de cada um.
7- Por fim, os alunos devem ler juntos o mural construído coletivamente – e o professor realiza
algumas perguntas finais sobre o objeto de estudo, fixando conceitos e aprendizagens.
E vocês, professores e professoras, o que pensam que pode ser explorado em suas aulas por meio da
metodologia da sala invertida? Se já possuem vivências e práticas desenvolvidas, por favor,
compartilhem aqui nos comentários!
Mara Mansani
Mara Mansani é professora há 34 anos, lecionou em vários segmentos, da Educação Infantil ao 5º ano
do Ensino Fundamental, passando também pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2006, teve
dois projetos de Educação Ambiental para o Ensino Básico publicados pela ONG WWF, no livro “Muda
o Mundo, Raimundo”. Em 2014, recebeu o Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, na
área de Alfabetização, com o projeto Escrevendo com Lengalenga